Come up to meet you, tell you I'm sorry

You don't know how lovely you are

I had to find you, tell you I need you

Tell you I set you apart

– Hermione, me perdoe. Eu te amo. Você é a pessoa mais importante da minha vida. Mas eu preciso ir, pra proteger você e a minha mãe. – disse o louro. Draco Malfoy, com uma dor insuportável no peito, se despedia do amor de sua vida. Após meses se amando fora do olhar de todos, ajudando a castanha toda vez que a mesma fraquejava, rindo de suas manias, beijando seus lábios doces como mel, rezando para que aquele paraíso criado pelos dois nunca acabasse, e então o fim chegou. Como um predador silencioso que surpreende a presa.

A menina também não estava nas melhores condições, seus olhos estavam vermelhos, inchados e molhados com as lágrimas que teimavam em cair.

– Promete uma coisa, Draco?

– Qualquer coisa.

– Nunca vá para o lado deles de verdade. Não se torne um monstro. Quando tudo acabar, eu vou estar te esperando.

– Eu prometo. E também prometo ir atrás de você, não iria conseguir viver sem você do meu lado, Mione.

Tell me your secrets and ask me your questions

Oh, let's go back to the start Running in circles, coming up tails

Heads on a silence apart

Eles se abraçaram na dor da perda. Ela se sentia acolhida envolta nos braços de seu amado, eram braços quentes e brutos, mais acima de tudo gentis. Draco sentia a garota, seu amor, sua vida, seu desespero.

– Vá. – sussurrou no ouvido dela. – Até que tudo tenha acabado, fuja de mim com todas as forças. Não faria nada com você, no entanto os que me acompanham... Não hesitariam sequer um segundo. Agora eu sou o inimigo.

– Parece que voltamos ao início. – riu Hermione, sem realmente achar graça – Não queria que as coisas acontecessem assim.

Nobody said it was easy

It's such a shame for us to part

Nobody said it was easy

No one ever said it would be this hard

Oh, take me back to the start

– Eu também não. Mas nada é simples na nossa vida, não é mesmo?

– Não. Acredito que nunca será. Talvez este seja o preço da felicidade, isso se aguentarmos até que ela retorne.

– Anda. Eles vão chegar logo, é perigoso ficar aqui. – o menino avisou com a voz embargada. O choro que segurou todos aqueles minutos não seria contido por mais muito tempo.

– Adeus.

– Até logo, minha Mione.

I was just guessing at numbers and figures

Pulling the puzzles apart

Questions of science, science and progress

Do not speak as loud as my heart

Assim a castanha saiu, com medo de olhar para trás e voltar implorando que ele desistisse e fosse com ela. Quando ela finalmente saiu da sala precisa, Draco gritou e desabou. Seu peito parecia dilacerado, porém passado um tempo forçou a se recompor, faria aquilo por ela, se deixasse brechas na atitude ou na mente tudo estaria perdido. Por mais abalado que estivesse, precisaria se esforçar pra ser forte. Forçar suas lembranças mais doces e felizes, principalmente pelo fato de serem lembranças dela, para o fundo mais inalcançável de si era cruel. Demorou um pouco em algumas memórias, como a última despedida.

Draco caminhava lentamente pelos corredores do castelo, não tinha pressa pra nada este ano. Odiava o fato de ter que matar Dumbledore, e não estava ansioso para isso. Nada mais importava se não este fato, nada era mais importante. Na verdade, vendo tudo que estava passando, as coisas que antes eram cruciais agora se tornaram insignificantes.

Estava tão distraído que tropeçou em algo. Não ficou surpreso ao notar que era Hermione Granger, já que encontra–la desmaiada havia se tornado frequente há anos. A castanha vivia lotada de afazeres e ficava sobrecarregada, não que seus amigos notassem alguma coisa. Era ele quem a ajudava nessas ocasiões, e depois a ignorava e voltava a trata–la com desprezo na frente de todos.

Pegou a mistura de cheiro forte e colocou em frente ao nariz na garota, mistura essa que não saia dos bolsos dele.

– Granger, levanta antes que alguém te veja.

Hermione abriu os olhos devagar, como se a luz machucasse e tentou levantar, caindo novamente de tão fraca.

– Eu... Não consigo.

– Está sem comer a quanto tempo? – perguntou desconfiado. Era incrível que mesmo, aparentemente, se odiando poderiam conhecer um ao outro tão bem.

– Desde o café da manhã de ontem. – respondeu com a voz fraca. Isso sim o surpreendeu, já havia passado da hora do jantar, ou seja, fazia mais de vinte e quatro horas que ela comeu, e a mesma tinha anemia. Nunca a tinha visto ficar tanto tempo sem comer, no máximo ficar do café da manhã até o jantar.

Cuidadosamente, mais que Hermione achava ser possível vindo dele, pegou–a no colo e rumou em direção à cozinha. Colocou a menina sentada em um banco e pediu ao elfo uma tigela de mingau de aveia com mel e um copo de suco de abóbora, que entregou prontamente. Hermione observava a cena com curiosidade.

– Como sabe o que eu gosto de comer?

– Esta não é a primeira vez que te encontro desmaiada, lembra? Sempre que acontece isso te vigio de longe para ver se está comendo direito, e você sempre come isso.

– Você me observa? – as bochechas de Mione coram. Malfoy não entendeu, mas a achou incrivelmente bonita corada. Este era o início de uma bela história de amor.

But tell me you love me, come back and haunt me

Oh and I rush to the start

Running in circles, chasing our tails

Coming back as we are

Como gostaria de voltar àquelas lembranças. A época em que parou de trata–la friamente, entretanto tudo que conseguira foi voltar ao que eram anos e anos: inimigos. Inimigos que se ajudavam secretamente.

Nobody said it was easy

Oh, it's such a shame for us to part

Nobody said it was easy

No one ever said it would be so hard

I'm going back to the start

Odiava-se por ter que ir embora, por ter que chama–la de sangue–ruim, por precisar ajudar as pessoas que a querem morta. Porque precisava ser tão difícil? Não devia ser apenas um homem e uma mulher que se amam e querem ficar juntos por toda a vida? Porque havia tantas outras coisas que os distanciavam? Estas perguntas enlouqueciam Draco, que não conseguia achar respostas sólidas. Ficava se martirizando internamente com estas dúvidas. Talvez fosse o destino que o punia por ter sido tão cruel com ela antes, ou pelo que sua família fez.

Pela primeira vez em sua vida odiou o sangue puro que corria em suas veias.

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