How Deep Is Your Love escrita por Kate Lewis


Capítulo 1
Capítulo Único


Notas iniciais do capítulo

http://www.youtube.com/watch?v=BBMriOspUvA, ouçam com a música. Faz a fic parecer boa ;)



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Uma música. Por causa de uma música, Atena teve que sair daquele salão.
Era grandiosa a decoração. Entre luzes de diversas cores direcionadas a pista, flores brancas decoravam cada canto graciosamente. O amplo espaço do chão ao teto parecia aumentar a largura do cômodo, e a atração principal se mostrava em um lustre delicadamente grande, com detalhes dourados em ouro e cristais que brilhavam como se pedissem atenção.
Tudo perfeito, mas não para Atena.
Aquela maldita música romântica começara a tocar, e ela precisava sair dali.
I KNOW YOUR EYES IN A MORNING SUN...
Vários casais moviam os pés conforme a música, sorrindo apaixonados, enquanto luzes escuras refletiam em uma mistura compatível com as batidas que ressoavam.
Os jardins, porém, pareciam uma escolha melhor para a deusa, que praguejava contra o som que parecia persegui-la.
Um rio de águas claras (agora negras por causa da noite) foi encontrado por ela, longe até onde ela soube que poderia ir do salão do Olimpo.
Mas a melodia ainda preenchia os seus ouvidos.
Escorando-se em uma árvore, Atena franziu os lábios, sentindo os olhos marejarem.
AND IT'S ME YOU NEED TO SHOW...
Com a voz, antes tão afinada, trêmula, ela acompanhou o refrão:
–How deep is your love, how deep is your love? I really mean to learn.
–Cause we're living in a world of fools.
Atena sobressaltou-se, saltando um passo para trás e quase se machucando por causa da árvore.
E então ela o identificou, seu coração batendo forte.
–Poseidon?
Ele abriu um sorriso triste, fechando os olhos por um segundo.
–We belong to you and me.
–O que... O que está fazendo aqui? -perguntou ela, tentando debilmente enxugar as lágrimas que escorriam pela bochecha.
–Está chorando -constatou ele, alarmado.
–Por que está aqui?
–Me desculpe, eu... não sabia que você viria pra cá. Só não gosto dessa música.
Atena suspirou, fechando os olhos.
–Nem eu.
Poseidon franziu os lábios, aproximando-se e vendo-a observá-lo hesitantemente, apenas para depois apoiar-se na árvore onde ela estava, ao seu lado.
–As vezes -disse ele, olhando fixamente para o nada- Venho para cá chorar também. Você sabe, longe dos olhos de todo mundo.
–Então veio aqui para isso.
O deus virou a cabeça para ela, encontrando olhos vermelhos que não deixavam de ser lindos nem por um instante.
–Estou me sentindo tão sozinho, Atena.
Ela tombou a cabeça para um lado, sentindo lágrimas encherem os seus olhos.
–Eu também -sussurrou.
–Achei que tinha escolhido viver assim pelo resto da vida.
–E eu escolhi. Mas às vezes é... tão horrível sentir que alguém nunca vai estar ali do seu lado. E todos os deuses dançando lá, naquela festa, tão juntinhos e... Abraçados -disse, perdendo a voz enquanto olhava para ele.
–Sei bem como é. Ver que todos encontraram o amor da sua vida, menos você.
–É, exatamente isso.
Os dois silenciaram-se por poucos segundos.
–Atena?
–Hum?
–Eu acho -ele disse, baixinho- que posso resolver uma parte do nosso problema.
–Pode, é? -ela mordeu o lábio, adivinhando o que ele faria ao vê-lo tão perto. Mas mesmo que seu consciente aconselhasse a distância, seu coração não queria impedi-lo.
E então, pegando uma mão dela lentamente e colocando-a no próprio ombro, ele segurou a sua cintura enquanto puxava-a para mais perto.
Oh deuses, eles estavam grudados.
–Poseidon, eu...
–Por favor, não me peça pra parar. Nós dois sabemos que o problema que temos não tem nada a ver com essa música tão linda.
Ela engoliu em seco.
–Dançar com você não vai diminuir o que vou sentir pelo resto da vida.
Ele passou a mão pelo cabelo dela carinhosamente, sorrindo.
–Então acho que vou ter que resolver a outra parte do nosso problema também.
–Outra parte? Como voc--
Mas ela foi calada por lábios quentes e carnudos, que a fizeram fechar os olhos em tempo recorde.
Era como estar viva depois de tudo o que já tinha vivido. Ele beijava-a com tanto carinho! O coração dela palpitava fora do ritmo, combinando com as adoráveis borboletas que remexiam-se freneticamente no seu estômago.
Poseidon segurava-a como se ela pudesse fugir, agarrado a Atena com a aprovação de todo o seu corpo, que pedia por ela como nunca havia feito por uma mulher antes.
Ele beijou seus lábios em um selinho, levando a própria boca até a bochecha dela quando o ar já lhe faltava, depositando outro beijo por ali, amorosamente.
–Atena...
Ela levantou a cabeça para ver os olhos dele. Tão verdes, mesmo apenas com a luz da lua.
–Poseidon, o que nós estamos fazendo? –perguntou, a voz fraquinha.
–Nos beijando.
–Não estou brincando.
–Muito menos eu -sussurrou, embora sorrisse.
–Mas... É errado.
Ele balançou a cabeça, apertando-a mais em seus braços e encostando os seus narizes.
–Só se você quiser que seja.
E olhando nos olhos dele, ela beijou-o. Porque aquilo era simplesmente certo, e porque era o que a melodia, que agora terminava, queria que eles fizessem.
Porque uma música romântica, às vezes, é feita sob medida para que duas pessoas tão solitárias se encontrem, e assim, vivam um amor puro e completamente irracional.


Ninguém está sozinho.

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N/A: Já imaginei esta música pra eles 235895764 vezes, e em quase nenhuma delas a cena envolvia Atena e Poseidon se sentindo solitários, mas acho que estou meio triste esses últimos dias (ouvindo Smile do Charlie Chaplin e quase chorando, mesmo que a música ironicamente diga para você fazer o contrário), então, é, talvez isso não tenha ficado bom. Mas ainda assim espero de coração que tenham gostado.

Beijos ♥


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