Green & Yellow escrita por DKRF


Capítulo 19
Cabelo




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Por que depois de tudo, eu não abandonei esse sentimento?

Freed estava se questionando em uma mesa, ao lado de Laxus, Evergreen e Bickslow. Após a conversa com Laxus, eles se sentaram para conversar mais. Mas Freed estava quieto. Estava questionando o seu sentimento. Apesar de não querer abandoná-lo, se surpreendia ao pensar que depois de tudo, ele ainda amava Laxus.

Esse pensamento, inevitavelmente, o levou a questionar-se se um dia seria amado. Laxus provavelmente havia se dado conta dos sentimentos de Freed, depois de tudo o que aconteceu. Se ele sabe do que eu sinto, o que ele sente?

— Freed, você está quieto demais. – Evergreen cortou seus pensamentos.

— Eu só estou um pouco entediado. – Deu um sorriso tímido.

— Uma missão resolveria? – Laxus demonstrou sua vontade de ajudar. Freed se surpreendeu.

O que foi isso? Ele nunca se preocupou com isso!

­— Talvez resolva. – Respondeu calmamente.

— Bickslow, não quer ir pegar uma missão?

— Por que eu? – Gritou.

Laxus não respondeu. Bickslow suspirou e se levantou. Laxus começou a encarar Freed, um pouco preocupado. Freed notou. O que você está olhando? Será que... Pare, Freed! Não seja idiota! Ele não está fazendo isso por um motivo em especial. Nada mudou! Pelo menos em relação aos sentimentos dele! Ainda somos amigos!

Freed batalhava contra si mesmo. Percebeu que agora, tudo o que Laxus fazia, ele arranjava um motivo para relacionar a ele. Como se ele mesmo quisesse se iludir com gestos simples e cotidianos de Laxus. Precisava parar com aquilo. Mas era mais forte que ele. É tão bom pensar assim...

Freed sabia que isso não dava a lugar nenhum. Mas ele gostava daquela sensação. Era como “quebrar as regras”. Evergreen notou que ele estava “diferente”, mas não sabia dizer como, ou por quê.

— Você está estranho, Freed. – Laxus teve vontade de sorrir, pois queria questionar a mesma coisa.

— Não é nada demais. – Freed piscou discretamente para Evergreen. Ela entendeu que havia algo, sim.

Bickslow voltou com um papel na mão. Disse que era para capturar um saqueador de padarias.

— Bickslow, arranje algo decente. – Laxus falou calmo.

— Mas isso é decente! Se não quiserem, eu faço sozinho. – Evergreen riu do que ele disse.

— Não seja infantil, Bickslow.

— Não estou sendo infantil, Ever!

— Eu quero ir. – Todos olharam para Freed quando ele falou.

— Você quer ir? – Laxus perguntou, em tom de surpresa.

— É. Parece ser divertido.

— Certo, então vamos. – Laxus suspirou. Ever riu. Freed percebeu, finalmente, que tudo o que Laxus queria era lhe agradar. Como se fosse um doente e não pudesse levantar da cama, Laxus queria fazer tudo para ele.

— Não precisa disso Laxus. – Freed falou, se levantando.

— Disso o que? – Respondeu rápido, mostrando seu nervosismo.

— Você é péssimo com isso. Admita que quer me agradar. – Freed deu um sorriso enquanto andava. Laxus começou a se levantar da cadeira.

— E-eu não quero te agradar! Pra mim tanto f-faz! – Falou, sem olhar para Freed. Ele deu uma risada.

Eles andaram em direção á saída da guilda. Bickslow estava indo na frente, para mostrar o caminho que constava no papel para eles. Ever andava ao lado de Freed, para cochichar com ele, enquanto Laxus estava um pouco atrás.

— Não seja mal, Freed! Deixou Laxus nervoso! – Evergreen falava baixo, acompanhando o volume de sua risada.

— Você percebeu antes, né?

— Sim. Mas é por isso que você está estranho?

— Claro que não. – Evergreen suspirou.

— Não minta para mim. Você tem esperanças de que...

— Não! – Freed falou um pouco mais alto.

Freed olhou para trás e percebeu o olhar intrigado de Laxus.

— Claro que não! – Falou mais baixo.

— Eu vou fingir que acredito. Você sabe que eu te conheço. – Evergreen falou se distanciando de Freed, indo até Bickslow.

Como se encontrasse uma chance, Laxus se aproximou. Ficou ao lado de Freed o olhando intrigado.

— O que houve? – Freed perguntou rápido.

— Nada.

O silêncio de Laxus fez Freed sentir uma profunda tensão. O loiro ainda o encarava.

— Diga de uma vez! – Freed pareceu irritado.

Laxus se virou. Freed parou, se virando para ele. Ever olhou para trás, e decidiu manter Bickslow ocupado para que ele não olhasse para trás. Laxus se aproximou do rosto de Freed. Sussurrou em seu ouvido:

— Eu sei.

Se afastou, e caminhou como se nada tivesse acontecido. Freed ficou ali, parado. Sabe o que? Sua mente estava divida entre ficar paranóico ou anestesiado por ter sentido Laxus perto de si novamente. Quando percebeu que os outros estavam afastados, decidiu caminhar novamente.Girava em torno de hipóteses. Estava mais tenso que antes, e de alguma forma, sentia-se envergonhado. Por quê? pensou. Por que estou me sentindo assim?

— Chegamos! – Bickslow gritou.

Evergreen olhou para trás e viu Freed se aproximando. Mal chegara perto, e ela o questionou:

— O que aconteceu?

— Nada. Absolutamente nada.

Evergreen tentou protestar mas quando sentiu a aproximação de Laxus, se calou no mesmo instante.

— Que lugar é esse? – Perguntou a Bickslow.

— Estamos na padaria.

Estavam em frente a uma grande padaria que sempre era saqueada quando os pães saiam do forno. A porta dupla de madeira estava aberta. As janelas grandes em forma de arco não se abriam, mas proporcionavam uma boa visão do interior. Laxus teve uma idéia.

— Vamos nos sentar no banco, do outro lado da rua. Vamos olhar para ver se alguém sai correndo ou algo assim.

Se virou para ir em direção ao outro lado da rua movimentada, mas foi interrompido por um grito de “pega ladrão”. Virou-se e viu que Freed já estava de prontidão, correndo em direção a um homem com várias sacolas brancas cheias de pães. O homem de toca corria entre as pessoas, mas Freed foi mais rápido.

Quando o homem se virou, a espada de Freed cortou todas as sacolas da mão direita do homem, fazendo-as caírem no chão, espalhando vários pães. O homem adquiriu a postura de um monstro raivoso. Pegou uma adaga da cintura, e pulou em direção a Freed. A espada e a adaga se chocaram em um barulho estridente. O saqueador jogou as sacolas de sua mão esquerda contra o lado esquerdo de Freed. Se abriram fazendo os pães caírem, atrapalhando a visão de Freed.

A cena parecia passar em câmera lenta. Caindo, Freed viu o homem surgir em por entre os pães. Sua adaga se aproximou. Ouviu um som suave de corte. Por pouco não atingiu seu rosto.

Seus cabelos verdes voaram pelo vento.

Lembrava gramas sendo levadas pelo vento, em uma vasta planície.

Freed caiu no chão. Não estava machucado, e não conseguia entender a situação. Um boneco de Bickslow soltou um raio verde em direção ao homem, que caiu longe. Ever se aproximou rapidamente, seguida por Bickslow e Laxus. A cara de pavor que ela fez aumentou a confusão de Freed. Bickslow e Laxus estavam praticamente da mesma forma. O que está acontecendo comigo? Eu não estou machucado! Eu não sinto dor!

— O-o que está havendo? Eu estou bem! Eu não sinto d-

— S-seu... Cabelo. – Evergreen conseguiu gaguejar.

Freed notou que não sentia seus cabelos longos colados em suas costas. Passou a mão no couro. Puxou lentamente os fios, os trazendo para frente. Mas sentiu-os cair de suas mãos rápido demais. Seu cabelo fora cortado. Os soltou, se levantando e indo em direção á uma loja do lado da padaria. Usando a janela com espelho, viu seu reflexo.

Seu cabelo ia somente até os ombros.

Botou uma mão na boca ao ver seu reflexo. O cabelo fora cortado até a altura dos ombros, e não tinha mais ondulações em formas de raio. Estava liso, o que dava um ar feminino ao seu rosto. Olhou para trás e viu que no chão junto dos pães, estavam seus fios verdes como grama. Agarrou a pontas dos cabelos, gaguejando algo incompreensível.

Andando até os outros lentamente, falou algo baixo:

— Meu... Cabelo...


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