Green & Yellow escrita por DKRF


Capítulo 10
Desistência




Este capítulo também está disponível no +Fiction: plusfiction.com/book/414363/chapter/10

Freed corou,

Impressionado com a própria coragem.

Estava sentindo a respiração agitada de Laxus.

Se aproximou mais de seu rosto,

E sentiu estar junto de seus lábios.

Mas ele não esperava ver Laxus se transformar.

Ver seus olhos tornarem monstruosos.

Freed sentia seus lábios juntos aos de Laxus. Percebeu que Laxus sabia o que queria. Porém tremeu rapidamente ao ver aqueles olhos transformarem-se em pura ira. Laxus sabia o que Freed iria fazer, porém não teve coragem de interceptá-lo antes. Ao estar junto dele, sentiu uma raiva que o livrou de qualquer arrependimento que sentia.

Freed afundou no colchão com o soco que recebeu. Com uma grande dose de eletricidade, começou a tremer como se estivesse tendo um colapso. Laxus então começou a espancá-lo. Seus olhos estavam completamente brancos, e rangia os dentes fortemente.

Ao ouvir os barulhos, Evergreen e Bickslow entraram na sala. Quase não conseguiram parar Laxus, tamanha sua raiva. Ele foi retirado da sala por Bickslow. Evergreen logo disse para Bickslow: “Ninguém pode saber disso!”. Ela então prestou atenção no estado de Freed.

Sua boca já estava sangrando, e seus olhos roxos. Estava acabado. Evergreen tratou dele, mesmo sem entender. Depois, quando Bickslow voltou, ela disse para ninguém saber de seu estado atual. Ninguém poderia visitá-lo mais. Só os dois e Makarov. Então Bickslow disse que ia chamar o mesmo para dar uma olhada em Freed.

Makarov entrou na sala e parou ao ver o rosto de Freed. Ele perguntou o que aconteceu, mas ninguém sabia responder. Makarov disse para Evergreen perguntar á Laxus. Ela saiu da sala e viu que Laxus estava saindo da guilda. Correu eu sua direção e colocou a mão sobre seu ombro. Ele se virou e perguntou o que ela queria.

— Por que fez isso com ele?

— Não lhe interessa. Vá cuidar dele.

Laxus já voltou ao normal, mas estava irritado ainda. Saiu da guilda sem maiores explicações. Evergreen voltou para a sala. Makarov e Bickslow estavam sentados numa cama ao lado da de Freed. Evergreen chegou e logo tratou de ver como Freed estava. Ele estava desacordado.

O rosto de Freed estava inchado, e seu corpo ainda devia estar dolorido por causa dos choques que levou. Percebeu algumas partes de seu corpo levemente queimadas. Ela usou vários outros remédios que Polyushka tinha receitado. Agora ele devia ficar bem somente dali três dias. Foi isso que Evergreen calculou. Colocou gelo no rosto de Freed para diminuir o inchaço.

No outro dia, Freed acordou. Evergreen dormia na cama ao lado, e Freed teve de acordá-la. Evergreen se assustou, mas logo sorriu ao ver que Freed estava acordado. Correu para sua cama, sentando nela. E perguntou de imediato o que havia acontecido. Freed contou, e Evergreen ficou nervosa.

— Como você pode fazer isso, Freed? Você sabe como Laxus é!

— Mas... Ele parecia tão mais gentil. Eu senti que ele não lutou para se aproximar. Ele sabia o que eu queria, mas mesmo assim...

— Não fale besteiras, Freed! Deve ser impressão sua.

— Não é. Eu sei que não é.

— Certo, isso não tem tanta importância agora. O que você vai fazer? Ele deve estar bem mais irritado do que antes.

— Eu... – Freed segurou algumas lágrimas. – Eu quero sair da Raijinshuu!

— O QUÊ? – Evergreen gritou muito alto. Freed se assustou, se encolhendo na cama.

— Eu não posso mais fazer parte da Raijinshuu. Pelo menos enquanto eu não estiver de acordo com o que Laxus quer.

— Isso não tem nada a ver, Freed! Você não precisa sair da Raijinshuu!

— Mas se eu não sair, vou ser expulso. Vai ser pior. Eu prefiro sair por conta própria.

— Não... Freed... – Evergreen começou a chorar. Abraçou Freed forte.

Depois disso, somente Evergreen, Bickslow e Makarov visitaram Freed. Laxus não apareceu na guilda mais. Quando completou três dias desde que bateu em Freed, ele voltou. Freed já estava recuperado. Evergreen, Bickslow e Freed estavam em uma mesa perto do balcão. Mirajane ficou triste por todo esse tempo. Não sorria mais. Estava olhando para Freed, que estava de costas para ela. Sentia-se culpada pelo que estava acontecendo.

Laxus entrou na guilda. E encontrou os olhos de Freed. Andou em sua direção. Freed se levantou devagar, e esperou Laxus parar em sua frente. Olhou para Evergreen e Bickslow, depois voltou a olhar Laxus nos olhos. Começou a falar, encarando-o.

— Eu estou saindo da Raijinshuu.

— É bom que saiba o que fazer. Não precise se preocupar, não vou sentir sua falta.

Freed sentiu uma dor horrível. Sabia que Laxus conseguiria magoá-lo, sem sentir remorso.

— Então até mais, Laxus Dreyar.

Evergreen começou a chorar e Bickslow encarava a mesa. Makarov estava sentado no balcão, e assistia á tudo em silêncio. Freed andou em direção á saída do hall, mas parou e virou o rosto para Makarov.

— Eu estou saindo da Fairy Tail, mestre. Eu sei todas as regras para quem sai da guilda. Eu nunca irei quebrar essas regras. Eu nunca vou esquecer de vocês. Dos meus amigos.

Freed olhou para Laxus ao falar a palavra “amigos”. E então olhou para Evergreen, que chorava, olhando-o assustada, e depois para Bickslow, que o encarava sem lágrimas. Laxus estava olhando-o, ainda de forma indiferente. Freed tinha um olhar amargo e vazio. Dolorido e decidido. Talvez fosse se arrepender. Mas isso não importava. Devia se distanciar, e desse jeito não iria mais sofrer. Sentiria falta de seus amigos, mas deveria deixá-los. Era necessário para poder ser realmente feliz. Freed tornou a andar novamente para a saída.

— Não dê mais um passo naquela direção.

O mestre falou alto, de forma que Freed ouvisse quando estava a um passo da saída da Fairy Tail. Ele parou e arregalou os olhos. Ninguém podia ver sua expressão, mas sentiam algo errado. Virou o rosto lentamente, como se estivesse disposto á ouvir o mestre, que continuou:

— Se você abandonar seus amigos por causa deste motivo, a verdade é que sua amizade não vale nada. Mesmo que os outros sejam seus amigos, você tem que ser amigo deles. A amizade é uma troca. Muitas vezes injusta, com valores não equilibrados. Mas mesmo que uma parte do sentimento seja compartilhado entre duas pessoas, essa amizade vale à pena. Alguns mais amigos, outros menos. De toda forma, todos eles são amigos. Então pense duas vezes antes de abandoná-los. Olhe o estado em que você deixou esses dois. – Apontou para Evergreen e Bickslow. – Não os abandone por um motivo tão estúpido.

— Estupidez... – Freed agora caminhava de volta para a guilda. – Estupidez é se iludir e se perder em fatos de um sentimento instável. Um sentimento que ninguém pode medir. Ninguém pode sentir sem ser abalado.

— E é isso que você está: abalado. Seus pensamentos estão confusos, e você encontrou uma maneira de organizar sua confusão, de forma que ela distorceu a realidade. Ela distorceu o que você realmente sente. Você não pode decidir as coisas agora, Freed. Você tem que esperar as coisas voltarem ao normal. - Erza assistia tudo, e decidiu intervir.

Freed estava entre Laxus á sua esquerda e Erza á sua direita. Evergreen – que ainda chorava – estava sentada na mesa em que Laxus estava perto, junto de Bickslow, que tentava entender as frases confusas que os outros diziam. Ele não entendia do que estavam falando. Laxus estava de pé, encarando-o, agora um pouco surpreso. Ele tentava não acreditar que Freed falava de algo relacionado a ele. Conseguiu se enganar. Makarov olhava Freed atentamente, sentado no balcão. Mirajane estava atrás do balcão, do seu lado direito. Olhava triste para Freed. Lucy estava sentada de frente para o balcão e de costas para Freed, no lado esquerdo do mestre. Ela rangia os dentes e bufava, tentando segurar algumas lágrimas.

— AS COISAS NÃO VÃO VOLTAR AO NORMAL! – Freed gritou triste, segurando suas lágrimas também. Lucy não se aguentou. Se virou, levantou-se e caminhou lentamente em direção á Freed. Chegou perto dele, o encarando. Estavam cara a cara. Todos a olhavam surpresos. Agora a guilda começava a silenciar, prestando atenção neles.

— Entrar na Fairy Tail foi a melhor coisa que eu já fiz. Não vou deixar que alguém insulte esse nome, dizendo coisas sem sentido e tentando desfazer suas amizades. Esse não é o espírito da Fairy Tail. – Começou a chorar. – Você não deve dizer que vai abandonar seus amigos. Eu não suportaria isso. Agora você faz isso por puro egoísmo? Por causa de um sentimento que você não pôde conter? Isso não significa ser amigo de alguém. Erza tem razão, você está abalado. Ser amigo é poder substituir o vazio deixado com o sentimento que os outros têm por você. Olhe para Evergreen, olhe para Bickslow, olhe para Mirajane, olhe para Laxus. – Laxus arregalou os olhos, assustado. – Eles podem cuidar do vazio que você está sentindo. – Lucy leu os olhos de Freed, de forma que sabia o que ele sentia.

— Lucy...

— Por favor, não saia da guilda. Eu não suportaria ver um de meus amigos fazer isso. Eu te peço, não saia daqui. Não abandone seus amigos. Faça isso por mim, porque eu sinto o que seus amigos estão sentindo agora. Não os abandone assim. Eles precisam de você. Isso é uma amizade. É um amor diferente. Você não tem o direito de acabar com isso. Você só está repetindo o que aconteceu com você. Eles sofrerão assim como você se for embora. Isso não é o que um mago da Fairy Tail faz. Isso é pior do que quebrar as regras.

A última lágrima escorreu pelo rosto de Lucy.

Enquanto as lágrimas contidas de Freed,

Agora escorriam freneticamente,

O libertando do peso que sentia.


Não quer ver anúncios?

Com uma contribuição de R$29,90 você deixa de ver anúncios no Nyah e em seu sucessor, o +Fiction, durante 1 ano!

Seu apoio é fundamental. Torne-se um herói!




Hey! Que tal deixar um comentário na história?
Por não receberem novos comentários em suas histórias, muitos autores desanimam e param de postar. Não deixe a história "Green & Yellow" morrer!
Para comentar e incentivar o autor, cadastre-se ou entre em sua conta.