Indescritível escrita por Miyuki Yagami
Notas iniciais do capítulo
Yo minna o////
Obrigada pelos reviews *3*!
Ah, uma coisa. Não serão apenas garotas que estão no mundo da Shooter, ok? Até porque ficaria sem graça xD.
É isso, espero que gostem do capítulo ^-^!
Boa leitura o/
Ela apareceu como sempre, logo que fechei os olhos. Sua pele branca e exposta. Um short curto preto, com um cinto branco amarrado. Seu casaco com capuz, igualmente a suas botas, apresentam uma cor preta. Seu cabelo é comprido e amarrado, negro. Seus olhos são o que mais chamam atenção. A cor azul e brilhante é hipnotizante.
A garota ergue o canhão e começa a correr.
Consigo acompanhar tudo o que acontece com ela. A menina percorre com uma velocidade e uma agilidade surpreendentes. Eu sei que o canhão está em algum lugar. Por que ela não está com ela?
A plataforma é branca e as paredes azuis. Tudo começa a balançar e a menina perde o equilíbrio por um milésimo de segundo e retira sua arma. É um canhão. Eu nunca o vi em ação apesar de sempre vê-la com o mesmo.
Olhos vermelhos surgem nos arredores. Ela dispara.
Uma, duas, três vezes.
Eu as conto enquanto ela continua.
A garota volta a correr e de repente está dentro de uma plataforma azul escura. O lugar começa a tremer e uma figura surge. É a primeira vez que aquilo aparece. É um garoto, acredito.
Suas calças são negras. A camisa que cobre seu tronco é preta e apenas a gola é branca. Há poucos traços em azul escuro. Os olhos são da mesma cor que a plataforma.
Ele ri e se move até a garota. Lança uma das pernas em sua direção e noto que são perfuradores em lugar dos pés. A menina desvia e se afasta. Ela mira o canhão e dispara. O garoto se aproxima novamente, desviando das balas da mesma maneira. Ele desfere um lance com os pés e por pouco não a perfura.
Ela precisa de ajuda.
Não consigo fazer nada, mas a garota sim. Ela ergue o canhão novamente e dispara. O garoto tira uma espada e não consigo saber de onde e começa a tentar espetá-la. Ela também tira uma espada e ele a perfura antes que a menina possa reagir.
Antes que eu desperte, uma garota muito parecida com Megurine aparece em meus sonhos.
Eu acordo suando frio. O despertador toca alto e eu o jogo no chão.
O que está acontecendo?
- Miku! – berra Mikuo. – Você está atrasada!
Não tenho vontade de retrucar. Apenas me levanto e me ajeito sem parar de pensar naquela garota. Estaria tudo bem com ela? Quem seria ela?
Peguei uma maçã e sai correndo de casa. Corri algumas quadras e avistei Luka Megurine de longe. Seus cabelos caiam sobre os olhos e ela encarava o chão. Nunca entendi muito bem o que tinha de tão interessante no chão, mas isso não importava de fato.
- Luka! – gritei, acenando. Ela nem se moveu. Abaixei o braço e corri alguns metros. De repente o tal do Kaito apareceu do lado de Luka. Ele sussurrou algo pra ela, que assentiu. Ela namorava aquele cara? Que mau gosto.
Os dois começaram a andar e eu os imitei, dando passos lentos. Aquilo era demais para digerir. E, afinal de contas, o que acontecera com ela?
Eles entraram no colégio e fiquei assistindo de longe. Algo me atingiu e eu caí.
- Desculpe! – pediu uma garota baixinha e loira. – Eu não te vi.
Sorri e assenti. Tudo estava bem. Lembrei-me de quando esbarrara no garoto de cabelos roxos. Por falar nisso, por que ele me defendeu? Aquela escola era mesmo interessante.
Entrei junto com a menina.
***
Durante a aula, Luka me ignorara. Eu a cutucava, a balançava, sussurrava. Ela não fazia nada. Parecia uma morta viva.
Na hora do almoço, ela foi a primeira a desaparecer pela multidão de pessoas.
- É melhor não ir atrás dela. – murmurou alguém. Virei e vi o garoto de cabelos roxos.
- Por que não iria atrás dela? – perguntei. – Quero saber se ela está bem.
- Ela está por enquanto. – continuou com os múrmuros. A voz dele era arrastada.
- O que quer dizer?
- O que eu quero dizer é que Kaito vai meter você em uma enrascada. – respondeu. Ele olhava fixamente para Kaito, que, por sua vez, ficava me encarando, tentando me aterrorizar.
- Não tenho medo de idiotas. – retruquei e estirei a língua para Kaito. Ele riu.
- Mas ela tem. Ele pode tratá-la mal.
Fiquei confusa.
- Eles não são namorados? Por que trataria?
O garoto deu gargalhadas.
- Não, eles são irmãos. A Megurine foi adotada pelos pais de Shion. – O menino deu de ombros. – E ele assusta todos.
Eu não sabia muito bem como reagir. Luka era irmã de um cara como aquele? Eu tinha pena dela.
- Então é por isso que vocês não falam com ela? – perguntei. – É por causa dele? Vocês fingem que ela não existe por causa de um idiota como ele? Já passou pela sua cabeça o que ela sente? E por que ele não a deixa ser feliz? Qual o problema de todos?
- Não é por isso. Pelo menos não comigo. Eu só não quero que ela sofra.
- Então por que continua com isso?
- Gakupo, querido, vamos. – chamou uma garota de cabelos verdes. Ela abraçou Gakupo, que não retribuiu o gesto. A garota levantou as sobrancelhas como se quem estivesse interrompendo algo fosse eu.
- Não vou deixar que se intrometa. – gritou ele, enquanto corria para fora da sala.
- Quero ver você tentar. – respondi.
Comecei a procurar Megurine por todos os lados. A encontrei encostada em uma parede. Ela olhava o céu.
- Me... gu... ri... ne... – ofeguei. Ela continuou olhando o céu. A imitei. – Não tem nada de interessante lá.
Ela continuou em silêncio.
- Ei, tudo bem? – perguntei.
Luka virou um pouco o rosto e cuspiu as palavras.
- Não podemos ser amigas. – Era a primeira vez que ela usava um tom de voz normal. E foi extremamente ruim.
Eu abri a boca para retrucar, ou ao menos perguntar o porque, mas ela não esperou. Apenas deu as costas e saiu andando. Eu a observei desaparecer lentamente.
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