– Eu não vou voltar pra aquela escola – Arme tocava o vaso de cristal contra a parede da sala.

– Filha, você tem que voltar, ou você volta para aquela escola, ou vai para o colégio interno - Disse a senhora Glenstid.

– Mãe você sabe que ele ainda estuda lá – Suspirou – e a senhora também sabe, que ela ainda estuda lá – Disse por fim, deixando uma mecha de seu cabelo cair sobre seu rosto.

– Querida, você sabe que se eu pudesse, eu não te colocaria naquela escola novamente. Mas o seu pai quer que você volte a estudar – A senhora Glenstid se aproximou de Arme dando-lhe um abraço.

– Eu tenho medo mãe, medo do meu passado, medo de imaginar que terei que ver ele todos os dias agora. – A pequena deu um longo suspiro, ela apenas queria que isso não passasse de um pesadelo.

– Quarto – Foi à única coisa que Arme disse antes de subir para o mesmo, entrou vagarosamente no seu quarto e foi em direção à cama, deitou-se e ficou fitando o teto.

Flashback

– Eu acho o Lass um menino muito bonito, eu adoraria namorar ele – A albina falava observando o menino, ele estava jogando com seus amigos.

– Eu também o acho muito bonito – Concordava a roxinha, com um sorriso no rosto.

– Fique longe dele Arme, ele é só meu – A albina se alevantou – só meu – Arme ficou assustada com o ato da “amiga” como ela poderia ter falado aquilo, sem ao menos saber sobre os sentimentos de arme? A pequena ficou em silencio vendo a menina se afastar.

[...]

– Arme eu te amo – A roxinha ficou sem reação, não conseguia acreditar que aquilo tudo estava acontecendo. Será que era um sonho?

– Beija logo – Disse a loira, no meio daquela multidão. Arme estava com vergonha, mas no fundo sentia que iria explodir a qualquer momento de tanta felicidade. Sentiu as mãos do albino em seu rosto, corou.

– Eu também t-te a-amo? – A roxinha ficou em duvida, o albino que estava na sua frente começou a rir. A menina não podia ficar mais vermelha. Sentiu os lábios do albino tocarem os seus, o gosto de menta invadia sua boca, ela não poderia estar mais feliz.

[...]

A dor em seu peito aumentava a cada segundo vendo aquela cena, ela não estava acreditando no que estava acontecendo. Lagrimas grossas já deslizavam sob seu rosto vermelho.

– E-eu n-não – Não conseguia falar, parecia que sua garganta havia dado um nó. Mas mesmo assim os dois ouviram os soluços de Arme.

– Arme eu posso explicar – O albino ia em direção à pequena, tentou colocar sua mão sob os cabelos arroxeados de Arme.

– NÃO TOCA EM MIM – Ela havia chamado à atenção das pessoas na escola – v-você disse que me amava, lembra? – O albino começou a chorar, algo raro de acontecer, nunca chorava ou sorria, sempre era quieto por isso tinha ganhado a fama de ser “frio”. Mas com Arme não tinha porque não sorrir, com seu jeito de criança, das caretas fofas, ou até de suas piadas sem graça.

– Por favor Arme – Ele tentava mais uma vez.

– Nunca mais me procure – A pequena saiu correndo, e depois nunca mais tinha aparecido na escola.

Flashback / Arme on

Acordei dos meus pensamentos com o toque do celular, pequei o mesmo e olhei o visor, era Amy.

– Arme eu já estou sabendo.

– Sabendo do que?

– Você vai voltar a estudar, não vai?

– Mas não faz nem 10 minu.. Foi a mãe né?

– Sim. Você ta legal?

– Não sei, só sei que segunda eu tenho que ver aquela vad..

– ARME – comecei a rir – sua boba. Mas mudando de assunto que tal irmos a um “pega”?

– Desculpa moranguinho, mas hoje eu não estou bem, pra ir num pega.

– Esta bem, eu to indo pra sua casa agora, beijo.

– Am.. – Desligou ¬¬

Resolvi ir tomar um banho, já que com certeza Amy irá querer sair pra ir ao shopping já que hoje é sábado. Tomei um banho rápido, e coloquei uma roupa. Ouvi batidas na porta.

– Quem é? – Perguntei arrumando meu cabelo

– Sou eu, a Amy – Peguei meu celular, e abri a porta – aonde você vai? – Me encarou

– Shopping – ela abriu um sorriso – esqueceu que hoje é sábado? – riu.

– Claro que não, por isso que eu vim aqui – Me abraçou. Descemos as escadas, dei uma ultima olhada no meu cabelo no espelho da sala.

– Se cuidem meninas – Ouvi minha mãe dizer da cozinha

– Pode deixar tia – Amy gritou de volta, comecei a rir dela.

– Que foi uvinha? – olhei serio pra ela - “Não me chama de uvinha” – Me imitou, e imitou direito, rimos.

[...]

Já era domingo, estava de noite. Eu estava jogando vídeo game com Amy, sim ela tinha vindo dormir na minha casa, e hoje ela iria dormir também, pois eu não queria ir sozinha amanhã pra escola.

– Arme – Me chamou – acho melhor nós irmos dormir, tá ficando tarde e amanhã tem aula. Esqueceu?

– Não esqueci, mas queria ter esquecido – Desliguei o jogo, fui ao banheiro passar uma agua no rosto, me olhei no espelho.

“Você tem que ser forte amanhã você vai mostrar que superou toda aquela historia, mostre para todos que você está mais forte do que nunca.” Meu subconsciente deu sinal de vida. Sai do banheiro e me atirei na cama, Amy já estava dormindo. Suspirei.

– Amanhã será um longo dia. – eu estava caindo de sono – “Eu estou mais forte do que nunca” – Murmurei, e assim acabei por adormecer.