_COM MAIS FORÇA CLARY!- Jace gritava  cada vez mais alto .Não lhe respondi apenas continuei  meu trabalho com mais afinco porque nada que eu fazia parecia suficiente .

_ESTÁ QUASE LÁ CLARY! SÓ MAIS UM POUCO E ...AAAH!-Jace gritou- Quem sabe na próxima né?

_ Próxima? Você quer treinar o nível 7 de novo?-perguntei irritada descendo do andaime onde ocorreu a última etapa do meu treinamento. O nível 7 é o mais difícil e complexo teste do treinamento, se o instituto fosse uma escola eu diria que é a prova final , o último teste antes de sermos shadowhunters oficiais reconhecidos pela clave.

(N/A:Pensaram besteira né suas pervertidas!  :P haha)

            O teste compunha-se de várias fases com níveis crescentes de dificuldade, com obstáculos e elementos surpresas. Eu já havia treinado dias e dias para este teste, mas sempre acabo caindo na fase 3. E Jace como o professor exigente que é, está me obrigando a treinar dobrado a mesma sequencia sem descanso. Acho que é a vigésima sétima vez que estamos no mesmo ponto em cima dos andaimes e algum demônio ou pessoa escondida aparece e me impede de chegar ao alvo.

_A pratica leva a perfeição. –ele disse com um sorriso malicioso.

_E a exaustão também. -eu disse tirando meu colete protetor-  Não sei você mas estou indo para o chuveiro.

_Isso foi um convite?-ele disse andando até mim.

_Considere como quiser.- respondi piscando para ele. Saí da sala e pude ouvi-lo me seguir sem demora. Pelo visto a noite ia ser interessante...

            Mas eu estava enganada, embora eu pensasse que poderia passar algum tempo com meu namorado, meu corpo pensava de outra forma. A água quente relaxou meus músculos fazendo com que o cansaço, antes afastado pela adrenalina, tomasse conta de mim. Assim que saí do banho me deitei ao lado de Jace e dormi tranquilamente sentindo  o homem que amo acariciar meus cabelos.

****

            Era noite, não se podia enxergar nenhuma estrela e até mesmo a lua parecia se esconder, restando somente às trevas. As ruas estavam desertas e somente os trovões e as gotas de chuva quebravam o silencio.

            Passos rápidos podiam ser ouvidos ao longe e iam se aproximando cada vez mais.  Logo uma figura encapuzada surgiu correndo desesperadamente, fugindo assustada de alguma coisa. Ela corria e escorregava entre as várias poças que haviam se formado, estava fraca e a cada queda parecia que não se levantaria. Ela corria entre os becos tentando achar um lugar para se esconder, mas as ruas de Manhattan  pareciam ainda mais isoladas e sombrias naquela noite , não lhe dando outra escolha além de correr sem rumo.

Os trovões pareciam aumentar à medida que ela enfraquecia, a chuva tornava-se torrencial fazendo a pobre criatura cair e perder seu capuz , uma cabeleira ruiva pode ser vista e os traços delicados de seu rosto, não denunciavam nada além de uma menina assustada. Os cabelos caiam sobre seu rosto enquanto se levantava cambaleante, seus olhos verdes estavam escuros, quase pretos e demonstravam seu pânico crescente. Outros passos começaram a ser ouvidos, porém esses eram ágeis e silenciosos, e se aproximavam em uma velocidade assustadora. A garota após ouvi-los tentou correr, mas sua força tinha se esvaído com a última queda, ainda assim, mesmo sem forças, se pôs a cambalear para um beco na esperança de esconder-se.

 _Não adianta se esconder. –uma voz disse na entrada do beco. A garota se encolheu atrás de uma lata de lixo, tentando inutilmente escapar de seu destino .- Venha comigo, você ficará bem, eu cuidarei de você.- a voz disse se revelando outra figura encapuzada, ela estava em frente a garota, e seu longo casaco negro roçava a cabeça da pequena menina assustada que se encolhia no chão.

_Como você cuidou dele? –a menina acusou amargamente- Como você pôde fazer isso comigo?-ela disse com a voz entre cortada.

_É para o seu bem. -a voz disse vacilante, mas logo se recompondo – Venha, precisamos ir.

_Não, não irei a lugar nenhum com você!-a garota gritou tentando escapar.

_Se não for comigo, ele irá atrás de você novamente e desta vez não o deixarei fugir.-a voz disse congelando a garota no lugar em que estava. Novamente a figura encapuzada estendeu a mão para a garota que mesmo relutante a pegou.

_Eu irei por ele, que fique bem claro. Você pode arrancar tudo o que quiser da minha cabeça. Até meu nome se quiser, não quero nada dado por você. -a garota disse amarga e completou- Mas nunca o tirará do meu coração e nem me fará esquecer quem você realmente é.

_Não seja tola, logo não se lembrará dele. E espero que goste do seu nome porque continuará com ele por muito tempo, Clarissa.

****

Acordei assustada depois de um terrível pesadelo. Busquei por Jace  na cama mas ele já havia partido, o quarto estava vazio e silencioso , apenas o som de minha respiração descompassada era audível. Meus cabelos estavam grudados em meu rosto pelo suor e meu coração ainda batia acelerado por reconhecer minha própria face no sonho.  

_Foi um sonho, tudo  não passou de um sonho. – eu disse tentando me convencer, mas continuava da mesma maneira, apavorada como se tivesse passado realmente por tudo aquilo.

_CLARISSA FRAY, LEVANTE-SE AGORA DESSA CAMA QUE NOS TEMOS QUE IR NO TAKI’S!- Me assustei com os gritos e logo retirei minha adaga debaixo do travesseiro e a empunhei firmemente, fiquei aliviada ao constatar que era apenas Isabelle que socava a porta do meu quarto me avisando gentilmente que era a hora de acordar.

            Após me convencer que tudo estava bem e que não estava sobre ataque me levantei e fui até a janela para ver o clima - e me convencer que  realmente era dia e que o sonho não se repetiria- por sorte o sol brilhava á pino me levando a perceber que já passava e muito da hora que costumo acordar, acho que Jace me deu uma folga pelo treino pesado de ontem. Já estava indo embora quando uma coisa chamou minha atenção. Do outro lado da rua, um homem estava observando o instituto atentamente, mas o que me chamou atenção é que ele estava olhando na direção da minha janela e parecia me ver.  Isso era impossível, nenhum mundano podia nos ver, a menos que...que ele não fosse um mundano!

            Como se para confirmar minha teoria, ele ergueu uma sobrancelha e sorriu ao me encarar, para logo em seguida me dar as costas e se afastar  deixando-me  para trás cheia de dúvidas. Me perguntando principalmente: Quem é ele?