_Eu sei que sou deslumbrante, mas já está incomodo você me olhando desse jeito.-Jace disse ainda de olhos fechados. Depois desta sutil frase, andei até ele e me deitei ao seu lado.

_Me pergunto por que tem se escondido aqui. -perguntei olhando para o céu, sabia que não adiantaria ser direta com ele agora.

_Olhar para o céu me deixa tranquilo, aqui é um dos únicos lugares onde posso ficar   em paz, e principalmente porque poucas pessoas se atrevem a me incomodar. - ele disse com uma ponta de sarcasmo  no fim.

_Você devia me conhecer o suficiente para saber que não gosto de regras. –respondi irônica mas logo me arrependi.- Não vim aqui para brigarmos, eu só queria passar meu aniversário de namoro com o cara que eu amo.-falei sincera me virando em sua direção.

_ Então devia procura-lo- Ele disse sem ao menos me olhar.

_ Jace Estúpido Lightwood será que dá pra me olhar por um segundo?- falei lentamente começando a me irritar.

_Não.-ele disse simplesmente. A voz dele tinha um “que” de divertimento  que me irritou ainda mais.

_Tudo bem então. -falei tranquila antes de pular em cima dele, me posicionei em cima de seu colo o deixando entre minhas pernas, mas tomei cuidado para meu corpo ficar suspenso sobre o seu sem toca-lo, e aproximei meu rosto do seu.  Ele me olhou surpreso por alguns segundos antes de retornar a sua expressão indiferente.

_Essa posição é comprometedora, o homem que você ama pode ficar com ciúmes.-ele disse desdenhando como se nada estivesse acontecendo.

_Para! Pare de agir como se nada o atingisse, como se nada magoasse você!- falei irritada olhando-o nos olhos.- Hoje é nosso aniversário de 1 ano de namoro, já esta na hora de aprender a dividir seus sentimentos comigo!

_Dividir? Como posso dividir alguma coisa com você se ao menos posso toca-la ? E ultimamente nem vê-la,  já que você tão arduamente está me evitando.-ele disse finalmente saindo de sua pose inatingível, demonstrando toda sua amargura.

_Não estava...-comecei mas logo fui interrompida

_Você sabe que estava, eu sei , Isabelle sabe, Alec sabe, Maryse sabe e acho que até Magnus que nem mora aqui sabe.-ele disse irônico novamente.

_Ok é verdade. –falei me entregando- Mas é que...é  tão difícil ...- completei admirando seus olhos, me perdendo na perfeição dourada.

_O que é tão difícil? Me aguentar? Mas é claro, você acha que sou estúpido, imbecil, idiota...-não  o deixei continuar com tamanha estupidez.

_Eu não estava falando de você, eu estava falando do imbecil do Sebastian, porque eu não posso tocar em você por culpa dele!  E isso está me matando! Não poder tocar em seu rosto, não sentir seus braços a minha volta enquanto te abraço, não poder traçar um caminho de beijos do seu pescoço até sua boca...- eu disse perdendo a voz enquanto observava seus lábios vermelhos que pareciam ainda mais  perfeitos agora.

_E você acha que é fácil pra mim? Ver você todos os dias e não poder ti tocar é um martírio, mas não é pior do que não poder ti ver. -ele disse me olhando profundamente, como se quisesse decorar todos os traços do meu rosto.- Não fuja de mim.-ele pediu de repente com tamanha sinceridade que foi a minha vez de ficar em choque-  Eu sei que seria melhor para você se...-não aguentei ouvir aquelas palavras e muito menos resisti ao impulso de beija-lo. Dane-se se eu me queimasse, pelo menos eu morreria feliz com seus lábios nos meus.

Infelizmente, Jace não pensava assim. Quando eu já estava ficando inebriada com a sensação vibrante de nossos lábios unidos, ele agilmente escapou debaixo de mim e praticamente correu para longe, olhando-me como se eu fosse um nojento ravener ou até mesmo Agramon, o demônio do medo, e por um segundo foi isso que vi em seus olhos. Medo. Mas  tão rápido quanto surgiu esse sentimento se foi, sendo encoberto pela raiva que agora dominava seu olhar.

_VOCÊ ESTÁ LOUCA?!-ele gritou se levantando abruptadamente, começou a andar de um lado para o outro com as mãos quase arrancando seus cabelos- SE QUISER MORRER CONHEÇO MILHARES DE MANEIRAS DE FAZER ISSO SEM SER POR MINHA CULPA!

_Admita... Morrer queimada pelo fogo do amor, ia ser bonito, até poético eu diria. -falei numa tentativa falha de aliviar a tensão.-  Tudo bem, péssima piada, mas não faça isso.Não  me culpe por não resistir á você e muito menos me peça para não lhe tocar pois isso esta fora de questão.

_Você não entende não é? – ele disse se aproximando lentamente. Me surpreendo como ás vezes posso ler seu olhos como se fossem  um livro aberto e neste momento a única coisa que posso ver é a sua dor, sua preocupação, seu medo...creio que não o vi tão vulnerável  desde o dia dos fogos em Alicante.- Não posso suportar a ideia de ferir você, que você se machuque por minha culpa.

_E você não entende também não é?-perguntei indo em sua direção  parando frente a ele- Eu não me importo com o que possa acontecer comigo desde que eu esteja com você, se estarei viva ou morta  não me importa...desde que você esteja comigo tudo ficará bem.