—  Jace! Jace! – gritei quando cheguei ao telhado, de alguma forma sabia que o encontraria aqui. – Será que pode me explicar o que houve?

Jace, que estava sentado na beira do telhado com as pernas pendendo no ar, apenas continuou fitando o pôr do sol como se eu não existisse. E embora, a ausência de respostas tenha me irritado, sua falta de reação me preocupou ainda mais.

— É engraçado como temos algumas certezas absolutas na vida, não é Clarissa? Como há coisas que pensamos que nunca mudarão, que sempre estarão ali, imutáveis, eternas... – enquanto divagava ele não me olhava, continuava a fitar o sol cada vêz mais distante. Ainda com certo receio me aproximei até sentar-me ao seu lado. – De certa forma isto me confortava quando  criança, meu...seu pai, era impaciente, intransigente e cruel,  era tudo o que uma criança não precisava, mas de certa forma saber que ele nunca mudaria me acalmava, saber que não importa o que acontecesse ele ainda seria o mesmo. Assim que o perdi me vi desestabilizado, a única certeza que eu possuía havia se perdido. Anos depois encontrei outra certeza em Hodge, um mentor, alguém que sempre estaria lá para me aconselhar...Mas novamente nós sabemos como essa história termina. – Suas palavras, mesmo em tom brando, eram carregadas de pesar, de raiva e dor. – Depois disso, jurei pelo anjo que não teria mais certezas, se morresse ou vivesse, não estaria mais em minhas mãos. Quenada mais teria tanto poder sobre mim. Mas esta promessa estava falha desse o principio, por que conheci você Clarissa. E novamente tive uma certeza.

—Jace... – comecei mas fui interrompida.

—A única pergunta que me faço agora é até quando? – E finalmente ele olhou em meus olhos, mas eu preferia que não tivesse, pois em seus olhos não havia nenhum sentimento além de dor. E sem esperar por resposta apenas pulou de volta para seu quarto me deixando para trás com lágrimas nos olhos e um mau pressentimento.