Alguns sabem, outros entendem, poucos compreendem e os seletos manjam dos paranauês... Parte 2 de 2

Por entre os corredores do Castelo de Osaka, um homem caminha calmamente. Seu rosto se mantinha imparcial. O moreno de olhos vermelhos conhecia bem aqueles corredores. Era apenas questão de tempo até que chegasse em seu destino.

A cada passo que ele dava, a cada porta por onde ele passava, por cada metro percorrido e em cada cômodo que ele entrava fazia com que toda e cada célula de seu corpo se lembrasse do passado.

Todos os gritos de socorro, todas as lágrimas, todas as gotas de sangue que pintavam a paredes e o chão de carmesim. O desespero e a agonia de não saber o que acontecia. Tudo o que passou pelo seus olhos e ouvidos ficaram gravados em sua alma.

Ele sabia que a pessoa que ele estava procurando não tinha culpa, sabia que ela não tinha conhecimento do que ocorria e também sabia o quanto ela sofreu quando soube do que havia acontecido, mas também sabia que nada podia esperar dessa pessoa, ela era enigmática. Não fazia noção do que se passava em sua cabeça.

E apesar de tudo ele ainda era capaz de usar um dos ensinamentos de seu "pai": Na dúvida, mate.

Depois de uma longa caminhada chegou a seu destino, sua parte do plano acabaria ali, logo depois daquela porta. O resto, ele sabia que aqueles que também sofreram resolveriam. Ele só aguardava que nenhum deles falhassem. Sem mais espera, ele abriu a porta. Do outro lado do quarto, em frete a uma janela, a pessoa se encontrava de costas para a porta, com os braços abaixados rentes ao corpo. Essa pessoa era um homem, aparentemente próximo dos 50 anos, albino de nascença, ao perceber que havia um intruso no quarto virou-se calmamente e ao reconhecer o moreno, deu um leve sorriso.

– Finalmente, estive te esperando. Koshiro-kun.

~Kabuki-cho~

– Bom como posso começar? Ah já sei. - Disse Tora ao hitokiri. - Há alguns anos atrás quando o Yaou Hosen ainda era capitão do sétimo esquadrão do Harusame uma misteriosa criança apareceu e foi nomeada vice-capitã deste mesmo esquadrão. Os piratas não se opõem com crianças em seus esquadrões desde que tenham servidão e não tragam problemas. E quando o Hosen deixou o Harusame ela tomou o seu lugar como capitã. Essa criança se tornou muito conhecida por todo universo, por onde ela passava ficava um rastro de sangue e corpos, aonde ela fosse ou apenas planejasse ir o futuro deste lugar era apenas um: a destruição total. Essa criança era nada mais que uma das três únicas bem-sucedidas criações do Harusame. Essas três crianças possuíam um poder único capaz de ir de se equiparar com um Yato, além de outros como o dom de cura, autocura, previsibilida-

– O que isso quer dizer - de gozaru?

– Não me interrompa Bansai-han. Deixe eu terminar a história e você tira suas próprias conclusões. Cof. Continuando. Essa criança tinha como dom autocura e por conta disso era conhecida como " Shi no seigyo ", ou seja, alguém que pode controlar a morte. Até que um dia ela foi mandada a uma missão especial. Essa era de infiltrar na guerra que ocorria na Terra no lado dos rebeldes e destruí-los em sua base. Assassinando os quatros principais nomes. Esse era o plano, mas a criança, agora adolescente, reconheceu um desses quatro como um antigo amigo e ao invés de seguir o plano, os ajudou como pode. Até ser capturada pelos Amantos e mantida em cárcere até o fim da guerra. É claro.

Bansai ainda tentava processar as palavras ditas pelo Tora. E alguns pontos começavam a se ligar em sua mente.

– Opa olha a hora, já está tarde. Bansai-han essa foi um conversa muito interessante, obrigado. Mande lembranças minhas para o Takasugi-han e diga a ele que a parte dele e a sua também para com este plano foram cumpridas com perfeição milimétrica. Ha-han será eternamente grata a vocês. Ah e Ha-han manda lembranças pro atual capitão do sétimo esquadrão. E que ela, gentilmente pede e espera que o próximo encontro deles seja o mais rápido possível.

Bansai não conseguia disser uma só coisa. As palavras "plano", "parte" e "cumpridas" ainda rodavam a sua mente.

– Espere. O que isso tudo quer dizer. Isso foi um plano da Shinsuke, seu, do Kyo, de quem?

– Ora Hitokiri-han, achei que você já tinha entendido. Só uma única pessoa poderia pensar em algo assim.

~

Onde o embate ocorria Gintoki e Ryuugo estavam totalmente concentrados em sua luta para perceberem qualquer coisa que ocorresse ao seu redor.

Shinpachi, Kagura e Okita tentavam se aproximar do albino, mas não estavam conseguindo, estavam cercados pelo inimigo. A essa altura os homens estavam preparando para atacar ao samurai prateado por trás.

– Gin-san, atrás de você. -Tentava gritar o Shimura

"Eles vão acertar o Gin-san. Não posso deixar isso acontecer"

– Orrya, saiam da frente seus idiotas. E vê se acerta eles direito sádico bastardo. - A yato atirava em quem conseguia, apesar de Sougo está em seus ombros.

– Apenas atira China. - Retrucou o Capitão do Shinsengumi

Entretidos na luta, como estavam, nenhum deles pode perceber uma luz amarela no céu de Kabuki-cho. E o quanto essa luz era esperada pelas duas mulheres que estavam próximo ao embate.

– Parece que esta é a nossa deixa, né.

– Sim, finalmente Akari-chan, finalmente. Disse a ruiva com os olhos fechados

O Shimura tentou retirar todo a força que tinha e abriu espaço para ir até o albino. Mas os homens estavam com abaixando as katanas em direção ao Gintoki com toda força que tinha. O Shimura correu e mesmo em poucos metros foi pego por outros homens. E só lhe restou gritar:

– GIN-SAN!!!

Ao mesmo instante do ataque dos homens ao albino poeira subiu de maneira a interromper a visão de todos. E de maneira estranha alguns homens de Sousuke pararam de lutar.

– Homens, á batalha.

E com um grito feminino esses homens que haviam parado voltaram-se contras seus aliados, que permaneciam lutando, os matando.

– O que está acontecendo aqui? - Perguntaram-se todos sem entender o que estava ocorrendo.

Ao passo em que a poeira abaixava eles foram capazes de ver. Hijikata estava em pé com os olhos arregalados, surpresos, em sua frente havia uma mulher com uma katana em mãos e a frente dela Takumi estava ao chão com um ferimento profundo no tórax. Os homens que atacariam covardemente o albino estavam no chão, mortos e entre Gintoki e Ryuugo estava uma lança sem lâmina que os conectava peito a peito e segurando essa lâmina uma outra mulher, loira.

– Parece que chegou a hora da virada, né? - Indagou a loira olhando sobre o ombro a outra mulher.

– Tirou as palavras da minha boca, Akari-chan - Disse a ruiva. Esta permanecia com seus olhos fechados e aos poucos os abria.

~

– Só. Uma. Única. Pessoa. Você consegue entender agora Bansai-han? - Perguntou Tora ao Hitokiri.

– Não me diga que...

Atirando um sinalizador de cor amarela no céu Miyujo disse suas últimas palavras ao homem.

– Essa criança era conhecida como...

~

Hijikata ficava cada vez mais surpreso assim como todos ao seu redor.

– Não é possível!?

A mulher a sua frente que havia aberto seus olhos mostrava-os o quão pelicular eles eram. De um tom violáceo estavam se tornando cada vez mais...

Róseos

~

– Akai Akuma.