-o-ooi- gaguejei

          -Não vai me apresentar seu amigo?

          -É... Este é Michel, Michel este é Leonardo- falei tentando esconder o quanto eu estava nervosa.

          Leonardo apertou a mão de Michel, e voltou a olhar de novo para mim, senti um calor subindo sobre o meu corpo, desviei o olhar.

         -Não quer se juntar a mim e Michel?

         -Não eu só passei aqui para pagar uma conta que eu devia ao dono, mas obrigado pelo convite. O nosso encontro é sábado- ele piscou e abriu um pequeno sorriso.

          Leonardo saiu pela mesma porta que entrou. Michel me olhava agora desconfiado.

          -Quem era ele?

Só o cara mais lindo do mundo.

          -Ninguém importante.

          -Hum... Ele me parecia um sujeito bem sério, rico.

          -E esse encontro?

          -Não é nada Michel e mesmo que fosse não é de sua conta, você não é nada meu esqueceu?

Michel olhou para baixo, agora estava chateado, coitado, ele sempre gostou de mim e agora eu falo assim com ele.

          -Desculpa Michel - falei arrependida

-Não foi nada.

Depois disso não falamos muito, ele ficava em seu mundo e eu no meu, não tínhamos sobre o que conversar, a não ser quando era do estado da mãe dele, mas geralmente isso durava pouco. Ele me levou até em casa, agradeci por tudo e ele foi embora.

Olhei as horas, não era muito tarde, resolvi dar uma volta, não tinha nada para fazer. Dei uma volta em uma praça, passei perto de um bar foi logo adiante que aconteceu o que não previa.

Uns caras da faculdade que ficava ali perto do bar começaram a mexer comigo, não dei bola no início, mas a porra tava começando a ficar séria.

          -Saiam daqui é sério, eu vou chamar a polícia. - falei totalmente apavorada

          -Você é uma gracinha, não quer ir para minha casa?

Pelo cheiro das roupas dava para perceber que os três garotos tinham tomados todas.

          -Fiquem longe de mim.

          -Hummm... A gracinha ainda acha que pode mandar na gente. Pegue ela Thomas.

Thomas se é que esse era o nome dele me agarrou de um jeito que eu não conseguia me mexer, comecei a gritar, mas parecia que ninguém me ouvia, outro deles tapou minha boca com a mão, me levaram para um beco, uma rua sem saída, estava começando a ficar apavorada. O mais forte deles e o mais mandão, colocou toda sua força sobre mim, não conseguia sair dali, nem me mover, ele me beijou e colocava toda força possível para colocar a língua dentro de minha boca. Tentei empurrá-lo, foi inútil. Seus dois comparsas me seguravam com muita força chegava a me machucar, um deles começava a me apalpar, enquanto outro tentava tirar meu vestido, Thomas passou a mão sobre o meu seio, tive vontade de chorar, de sair correndo e até de sumir.

O mandão deu uma brecha. Gritei o mais alto que pude.

           -Socooooorro.

          -Se gritar mais uma vez terá um canivete encravado em você, então fique quietinha.

Comecei a chorar, nunca tinha passado por aquilo, não sabia se gritava se me calava. Mas por incrível que pareça alguém tinha me ouvido, foi tudo muito rápido, eu vi um homem de preto socar Thomas que caiu no chão. O mandão virou-se rapidamente, mas não o suficiente, o homem de preto meteu-lhe um soco na cara que fez com que o mandão caísse com o nariz jorrando de sangue, o último deles pegou meu braço, agarrou com muita força, o homem de preto se aproximou do sujeito, que meteu um soco no maxilar, o homem de preto lhe deu uma apunhalada pelas costas que fez com que o terceiro e último caísse. Comecei a chorar, olhei para o chão e depois pulei para os braços daquele homem, o meu herói. Não consegui ver seu rosto, estava muito escuro, mas comecei agradecer que nem uma louca.

          -Obrigada, obrigada, obrigada, obrigada, obrigada, obrigada.

          -O que faz aqui há essa hora Sophia?-o interrompeu

 Como ele sabia meu nome? Olhei para seu rosto, agora com mais atenção, era ele novamente Leonardo.