Sierra, The Serial Killer escrita por telljesusthebitchisback


Capítulo 1
Casino Bar


Notas iniciais do capítulo

A letra da música original:

Well I met Sierra at the casino bar,
She said, "I have traveled my way too far."

Well hey Sierra let me pick up your tab
She said, "I got something to tell ya boy, just don't get mad"
and I hate sayin' this but it was so much fun.
Oh I killed a women back in 1991.

She said, "I caught that women in bed with my man."
Well hey Sierra, was it self-defense?
She said, "No I always wanted to from the moment we met."

"I got something else to tell ya boy that I don't regret."
"You probably think I'm crazy but please don't freak, oh
I killed another women back in 1993."

Sierra, the serial killer
ah Sierra
Sierra, the serial killer
ah Sierra

Well I said Sierra, "What you gonna do next?"
She said "I'll dye my hair again, keep hitch-hiking west."

Well hey Sierra you made a job of laying low
She said, "I got one more story to tell you before I go."

"Well I was in New Orleans, two men took me for a hard and
I killed those men in the summer of 2004."




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As luzes do fliperama piscavam fortemente, deixando minha visão periférica irritantemente colorida. Eu me concentrava no casal na mesa de Black Jack. A mulher tinha os cabelos morenos balançando no ombro e as pernas longas cruzadas na funda fenda de seu vestido vermelho. Já o homem não era tão atraente, com suas entradas na testa e sua redonda barriga de bebida. Eu vira o mesmo casal na noite passada, apesar de o homem ter cabelos cacheados cheios e a mulher um curto cabelo loiro.

Eu girei meu banco até ficar de frente para a bancada quando o casal comemorou outra vitória com um beijo molhado e pedi outra taça de Martini para o barman. Estava prestes a beber quando uma voz rouca explodiu em meus ouvidos:

― Espere! Não beba! ― abaixei o copinho e me virei para a jovem que tinha os cabelos pretos elegantemente eriçados na nuca e liso na altura da orelha perto do queixo parada em pé ao meu lado. Ela abaixou o vestido colado por cima da meia-calça negra antes de se sentar no banco próximo ao meu. ― Vamos fazer uma rodada de tequila shots!

Ela parecia cansada. Seu espírito parecia excitado e ansioso, mas embaixo de seus olhos havia pesadas bolsas roxas, contrastando com sua pele pálida.

― Eu não sei, vou dirigir para casa... ― olhei ao redor, intimidado com a presença de uma mulher tão atraente.

― Você está hospedado no hotel. Ninguém que mora em Vegas freqüenta os cassinos. ― ela balançou o meu cartão-chave pendurado no bolso do meu jeans com a unha vermelha. ― Vamos lá! São só tequilas. ― seus olhos dourados piscaram para mim.

Suspirei profundamente, inclinando minha cabeça. Ela expandiu os lábios rubros, revelando uma fila de dentes brancos. Pediu um kit para tequila shots para o barman e me entregou uma fatia de limão, enquanto eu colocava uma pitada de sal na minha mão.

― Uno, do, tres...

Estávamos na terceira rodada quando ela se inclinou para mim e sussurrou no meu ouvido:

― Eu matei uma mulher em 1991. ― estendeu a tequila a sua frente e piscou para mim, engolindo o líquido de uma vez.

Eu congelei, com o copo a meio caminho da minha boca, encarando-a. Ela olhava para os lados distraidamente, analisando o cassino. Quando seus olhos pousaram em mim ela se sobressaltou. Pensei que ela fosse dizer “não acredito que você acreditou nessa!”, mas ela apenas estendeu sua mão cheia de anéis para mim.

― Sierra.

Eu agarrei sua mão, sentindo minha pele suando em contato com a dela.

― Austin.

Sierra recolheu sua mão, sutilmente secando-a em suas pernas.

― Eu odeio dizer isso. Foi divertido. ― tampou metade do seu rosto com o seu drink enquanto analisava as garrafas de bebidas no bar. ― Eu a peguei nua com o meu noivo.

Tentei parecer neutro, indiferente pelo fato de estar ao lado de uma assassina.

― Foi auto-defesa?

Ela riu com deboche.

― Quis fazê-lo desde quando nos conhecemos. ― passou a ponta do dedo pela borda de sua taça, lambendo o líquido azul de seus lábios. ― Não pense que sou louca. Mas eu fiz o mesmo com outra mulher em 1993. Fui mais cuidadosa ao eliminar o corpo dessa vez.

Eu engoli a última dose de tequila que havia a minha frente, sacudindo minha cabeça para que eu pudesse ouvir a história sem começar a arrancar os cabelos em pânico.

― O que você vai fazer em seguida? A polícia deve estar te procurando.

― Provavelmente. ― ela deu de ombros. ― Vou pintar meu cabelo, fugir para o oeste. Quem sabe?

Fiquei em silêncio diante disso, digerindo o que acabara de me contar. O que a levara a me contar aquilo eu não sabia, talvez fizesse isso com certa frequência: despejar seus crimes sobre estranhos em bares, pessoas que estariam bêbadas demais para se lembrar no dia seguinte. Eu mesmo sentia minha cabeça pesando e minha língua enrolando em minha boca. Mas por um motivo que eu tampouco conhecia, queria ouvir mais histórias.

― Bom, você deve ser no mínimo discreta. Faz algum tempo, já a teriam pego.

Ela apenas balançou a cabeça em resposta, com os olhos desfocados, provavelmente relembrando o momento. Então, com um indício de sorriso malicioso nos lábios molhados de tequila, pegou no meu braço e se virou para mim com olhos animados que me gelaram a espinha. O que a aquela mulher fazia com os seus estranhos confidentes, eu descobriria em seguida. Então, num tom exaltado demais disse:

― Esse é a melhor de todas: estava em Nova Orleans, a passeio após ler um anúncio num jornal vagabundo de Chicago que a filha da puta de 1991 estava desaparecida. Tinha acabado de sair de um bar quando dois homens me perguntaram ‘’quanto custava uma noite’’. Aparentemente, uma moça não pode se divertir sozinha à noite.

Ela tomou um gole pequeno do meu abandonado Martini para esconder seu sorriso divertido na taça, antes de continuar, de novo com seus olhos desfocados, sem conseguir contê-lo:

― Fiz lentamente o que tinha que fazer. E como era de se esperar, peguei suas carteiras no final, mas o dinheiro estava pingando vermelho, infelizmente. ― deu outro gole e virou seus olhos novamente para mim. ― Era verão de 2004 e um deles tinha o nome do meu pai. Deus, como foi divertido.

Na minha ausência de resposta e sua onda de nostalgia, ficamos em silêncio por um tempo antes que ela lentamente descruzasse as pernas e se pusesse de pé, me estendendo uma mão enquanto a outra roubava a chave do meu bolso.

― Seu sangue ficará diluído no álcool em breve, não é divertido assim. ― lambeu seus lábios vermelhos. ― Vamos? 

Eu peguei sua mão e deixei que ela me guiasse. 


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