Segunda-feira, primeiro dia da semana. O dia mais cansativo e chato da semana na opinião de muitos, mas para Laura seria o melhor dia da semana e de sua vida.

Era um dia aparentemente normal. Aulas chatas e cansativas, pessoas bobas fazendo coisas insuportáveis, uma vontade de dormir sem fim e Thomi nem ao menos olhou para ela. Mas por que ela estava pensando em Thomi? Ele com certeza não pensava nela e...

Seus pensamentos foram subitamente interrompidos ao avistar um papel, na verdade era um pedaço de papel dobrado que estava dentro de seu estojo. Laura não se lembrava de ter colocado esse papel em seu estojo, além do mais, ela tinha limpado seu estojo hoje cedo antes de vir a escola, o que era aquele papel? Curiosa, logo o pegou e leu. Não acreditou no que estava escrito e por isso releu e leu, e releu e leu, e releu e leu até que a ficha em fim caiu. Ele gostava dela!

Mas, e se não fosse Thomi que tivesse escrito aquilo? E se fosse outro garoto pedindo para ficar com ela depois da aula? O que ela faria? Como agiria? E se ele a beijasse? Ela nunca tinha beijado! E se não fosse ele?

Laura suava frio. Estava nervosa mais ao mesmo tempo animada e curiosa. Oque ela faria? Ela ficou tão nervosa e centrada naquele bilhete que nem percebeu quando a professora de geografia marcou a prova, nem quando o professor de ciências falou as notas da ultima prova e sem prestar atenção em nada as aulas já tinham acabado e ela estava guardando seu material.

O que ela faria? As aulas já tinham acabado ela não tinha prestado atenção em nada e inconscientemente ela já se aproximava do lugar falado no bilhete. Por que tinha a sensação de que desmaiaria a qualquer momento?

Andou até o lugar de cabeça baixa, olhando para os pés, com medo de não ser quem ela esperava que fosse. Mas logo seus medos sumiram ao ver ele com seu cabelo preto bagunçado, seus coturnos já gastos e seus tão lindos olhos castanhos a fitando encostado numa arvore qualquer. Ela não acreditava, era Thomi que tinha escrito aquelas poucas palavras num pedaço de papel e colocado em seu estojo! Ele queria ficar com ela de verdade!

"Oi." Ele falou se distanciando da árvore e caminhando até ela, tirando-a de seus pensamentos.

Sua garganta estava seca, ela não conseguia falar nada e temia que se falasse acabaria gaguejando. Mas se ela não falasse nada ele a acharia uma boba. Tomou coragem, respirou fundo e falou por fim:

"Oi." Simples e curto ela sabe, mas pelo menos não gaguejou.

Um grande silencio se instalou no ambiente. Ele estava a um braço de distancia dela observando-a e ela não sabia oque dizer e estava mais que claro que uma tensão se formou entre eles. Thomi então resolveu quebra-la.

"Laura, eu gosto de você." Ele se aproximou mais dela e continuou. "Sempre gostei pra te falar a verdade, mas tinha medo que você não gostasse e risse da minha cara, ou me achasse um grande idiota por me apaixonar pela filha do chefe da policia da cidade e... Tinha medo que você não correspondesse..."

"Hãm... Érr..." Foram as únicas coisas que saíram da boca dela. Ele teve ter achado ela uma grande idiota, pois riu. Ela pensou que ele se viraria pegaria seu material e iria embora a deixando lá ou até que falasse que foi uma grande pegadinha, mas ao contrario de tudo isso, ele se aproximou mais dela e tirou uma mecha de seu cabelo que acabara de cair e cobria seus olhos.

Lindos olhos cinzar na opinião de Thomi. Na verdade, seu nome não era Thomi seu nome era Thomas mas todo mundo o chamava de Thomi. Quando era pequeno e estudava no jardim de infância o apelido acabou pegando e nunca mais saiu. Não vim aqui para falar que Thomi na verdade era Thomas, mas sim para falar de o quanto ele estava apaixonado por aquela garota de cabelo castanho cacheado e olhos cinzar que nunca saia de casa sem seus All Star preto.

"Não precisa falar nada. Só não me bata okay?" Ele falou com um pouco de receio na voz.

Laura não entendeu. O que ele quis dizer com só não me bata? Como assim? O que ele faria de tão horrível a ponto de ela querer bater nele? O que...

Pela terceira vez naquele dia, Laura foi tirada de seus pensamentos ao notar que Thomi se aproximava mais ainda dela. Eles estavam quase colados e ela não tinha forças e nem queria afasta-lo. A garota conseguia ouvir o coração dele batendo e conseguia sentir sua respiração quente batendo na pele dela. Ele estando assim tão pertinho dela ficava mais que aparente a diferença de tamanho deles, ele era bem mais alto que ela. Thomas era tão lindo, educado, inteligente e sua família era tão boa. Por que ele estava apaixonado por ela? Por que ele gostava dela? Ela era apenas uma nerd que tirava dez em todas as matérias. Sem duvida nenhuma Laura continuaria a pensar, pensar e pensar, mas foi surpreendida ao sentir os lábios de Thomi sobre os dela.

Ele a estava beijando! Claro que não foi aquele beijo desentupidor de pia que se alguém estivesse vendo, conseguiria ver todos os músculos da boca se movendo. Foi um simples selinho. Apenas um encostar de lábios, que teve um grande significado para ambos. E então se separaram.

Laura estava corada e Thomas tinha um sorriso encantador em seus lábios. Passaram-se minutos, horas, dia, meses, anos. Não se sabe ao certo. Laura e Thomas estavam tão presos nos olhos um do outro. Desfrutando daquele momento magico sem se desgrudar um do outro. Olhavam-se com admiração e carinho, ambos alegres pelo que acabou de acontecer entre eles, apaixonados um pelo outro. Mas como alegria de apaixonados não dura pra sempre a deles também não durou.

O celular de Laura começou a tocar dentro de sua mochila, tirando-os de seu momento conto de fadas. Ela logo atendeu. Era seu pai preocupado com a demora da filha, com a desculpa de ter ficado tempo de mais conversando com suas amigas depois da escola e com a promessa de que logo chegaria em casa Laura desliga o celular.

Ela pega sua mochila que sem perceber tinha caído no chão. Coloca a mochila em suas costas e olha ao redor verificando se não faltava algo. Olha para frente e se depara com Thomas, foi quase impossível pra ela não ficar presa em seus olhos castanhos, mas com um pouco de força de vontade consegue sair.

"Era meu pai no telefone... Ele está preocupado... Com a minha demora... érr... Preciso ir... Sabe como meu pai é né? Hãm... Até amanhã..." Explica-se Laura e depois da um rápido beijo na bochecha de Thomas que apenas concorda com a cabeça e lhe oferece um sorriso meio que envergonhado.

Laura sai de lá correndo, correndo para chegar em casa a tempo de não levar um bronca de seu pai, correndo de felicidade por Thomi ter a beijado, correndo de alegria, correndo, apenas correndo.

Ela sabe que amanhã é um novo dia, e que eles podem até não namorar e nem se casar, até por que ela e Thomas só têm 14 anos, ainda tem muito que viver e muitas coisas para aprender. Ela sabe que seus pais podem não concordar com isso e que quando as pessoas de sua classe ficassem sabendo disso iam ficar enchendo-a, mas... Que se dane oque eles pensam, Thomas é seu primeiro amor e ela ira fazer de tudo para aproveitar, e quem sabe... Quem sabe esse primeiro amor não dure para sempre? Ou como as pessoas costumam dizer, que seja eterno enquanto dure.