Para Sempre. escrita por BiancaViglioni, Lucca Americano
POV.: Noah
Abri os olhos, estava muito claro meu quarto, minha mãe havia aberto as cortinas e olhava para mim.
– Bom dia dorminhoco. - Ela sorria.
– Bom dia mãe. - Sorri de volta. - Nossa, quantas horas são?
– São 9 horas da manhã.
– Acordei na hora exata do café.
– Isso porque eu vim te acordar, se não, você iria dormir até mais!
– Eu nada!
– Iria sim! Mal chegamos na cidade você já está popular, saindo com as garotas... - Brincou minha mãe.
– Que nada mãe. Foi uma garota com quem saí tá? - Ela sabia como fazer meu dia ficar feliz logo de manhã.
– Uhun. Mas sei que tá arrasando corações! - Ela sentou na cama. - E a Violetta filho? Achei ela uma garota tão fofa...
– Aaaah mãe, ela não queria nada comigo. - Falei meio triste. - Mas tudo bem, estou com uma garota muito legal. O nome dela é Angelline.
– É mesmo filho, que ótimo! E você gosta dela?
– Sabe, até que gosto. Cada vez mais ultimamente. - Comecei a refletir sobre a Angelline. - No começo o jeito dela me incomodava um pouco mãe, mas estou me acostumando. Ela é bem legal.
– Eu estou tão feliz por você meu filho, achei que você nunca superaria a... - A voz da minha mãe tornou-se distante. O silêncio se instaurou no quarto. - Vamos descer? - Disse minha mãe subitamente, tentando quebrar o clima. Amo o jeito animado dela.
– Vamos sim. - Sorri tentando disfarçar a tristeza, odeio esse assunto, mas não a culpo, ela não quis me deixar triste.
Troquei de roupa e desci as escadas saltando-as e dando bom dia para a família.
– Bom dia filhão! - Disse meu pai animado. - E como foi com a gatinha ontem? Deu uns beijinhos? - Papai começou a simular um beijo de língua em um rosto imaginário.
– Pare John! - Disse minha mãe enquanto ria muito. - Não implique com o menino.
– Que nada Alice. To só brincando. - Meu pai ria. - Mas sério agora, me conte como foi o passeio?
– Foi legal pai. Vimos o filme Elysium. Muito massa! - Respondi.
– Vocês viram mesmo o filme filho? - Meu pai sorria maliciosamente.
– Aaaah pai, sabe como é né? - Brinquei.
Tomamos café e subi para o meu quarto, queria ler o livro do Dan Brown que havia comprado. Fiquei tão frustrado com o fato de Violleta me ignorar na biblioteca ontem que nem quis ler o livro. Me ignorou tanto que foi a Sra. Finnsburg que me atendeu. Não gosto disso, ainda sinto um certo afeto pela Violetta, não como antes, mas ainda queria ela bem e bem comigo também. Mas infelizmente não dependia apenas de mim. Cheguei em meu quarto e já peguei o livro que estava em cima da minha rack e abri-o. Comecei a ler e foi-se as horas. O livro é muito fascinante! Não conseguia parar de ler, porém tudo foi por água a baixo, o livro veio faltando páginas. Que merda! Terei que ir na livraria trocar. Vesti uma jaqueta e uma calça jeans e peguei as chaves do carro.
Na livraria, entrei e me deparei com a Violetta que fechou a cara instantaneamente quando me viu. Fiquei sem graça e triste.
– Éerr.. Violetta? - Mostrei o livro a ela. - Ele veio com páginas faltando...
– É mesmo? Deixa eu ver - Ela tomou o livro de minhas mãos rispidamente e o folheou. - Verdade. - Ela adentrou a livraria e buscou outro Inferno novo para mim. - Prontinho. - E colocou o livro sobre o balcão.
Peguei o livro e olhei para ela, que havia sentado atrás do balcão. Eu estava prestes a ir embora, mas algo me disse para ficar, meu coração talvez.
– Violetta, me desculpe. - Disse decididamente. Ela se surpreendeu, mas continuava impassível. Peguei uma cadeira e sentei de frente para ela. - Eu vacilei muito, já cheguei na cidade fazendo coisas demais, fui precipitado. Te magoei. Não quero você triste comigo, quero ao menos ser seu amigo.
– Aaah Noah, o que passou, passou. Estou muito triste com você pra ser sincera. - Disse ela. - Não sei de verdade se consigo ser sua amiga de novo.
– Bem, damos um jeito! - Fiz uma cara bem formal e ajeitei a postura. - Olá senhorita, me chamo Noah Jackson! - E estendi a mão em comprimento.
– Huum. - Ela sorriu. Foi ótimo vê-la sorrir. Fiquei feliz. - Prazer senhor Noah Jackson. Me chamo Violetta Cleanwater. - Ela levantou e fez uma reverência com um vestido imaginário.
– Aí! Começamos bem, nova conhecida.
– Não vai achando que estou bem com você, porque não estou totalmente.
– Mas tá melhor que antes! Ressalto isso. - Rimos. - Prefiro você assim, sorrindo, sabia?
– Também gosto bastante de sorrir! Estava mau humorada constantemente por causa da nossa discussão aquele dia. Aliás, desculpa por ontem. É que havia feito uma promessa boba, mas não estava gostando de estar de mal de você.
– Também não. Me incomodava bastante, mas agora estamos bem. Isso que importa! - Dei um sorriso e ela retribui. - Você trabalha sempre sábado?
– Que nada, hoje foi atípico. A Sra. Sulpice teve que levar o filhinho dela ao médico. Então pediu para que eu ficasse na livraria hoje para ela.
– Aaaah sim. Que saco hein? Mas aqui sábado deve ser deserto.
– De fato é mesmo, mas ligo de vim não, bom que fico lendo.
– Nossa Vi, posso chama-la assim?
– Pode sim Noah.
– Nossa, esse livro que comprei aqui é excelente!
– O Inferno de Dan Brown? Ouvi boas recomendações sobre ele. Pretendo lê-lo.
– Você lê bastante como eu. O que pretende fazer na faculdade? Ou não fará?
– Farei sim, com certeza. Quero sair daqui. Ser grande. Farei direito. Quero ser uma grande advogada ou juíza de Washington. Lá tudo acontece!
– Grande sonho, que você consiga realizá-lo! Aposto que consegue, você é determinada e decidida, além de ser muito inteligente.
– Obrigado Noah, mas e você, alguma aspiração profissional?
– Até hoje não me veio nada em mente Vi, ainda procuro o que gosto e quero fazer da vida.
Continuamos por mais uma hora conversando sobre nossas vidas e sobre o futuro. Chegou um momento em que a fome estava gritando e por sorte, a Sra.Sulpice adentra a livraria.
– Oi crianças. - Disse a sorridente senhora rechonchuda.
– Ei Sra.Sulpice, como está seu garoto? - Questionei.
– Ele está bem Noah. Graças a Jesus Cristo é apenas um resfriado, aquele levado fica tomando água gelada!
– Dê um descontinho ao Mark. - Disse Violetta.
– Não pode amolecer com criança pequena Vi, minha filha. - Disse ela sorrindo. - Meu bem, você está dispensada. Muito obrigado meu anjo, mas por hora, eu cuido dos negócios aqui.
– Ok. - Respondeu Violetta. - Sra., o Noah veio trocar o Inferno que comprou, ele veio com páginas faltando, arquivei já, agora é só comunicar à editora.
– Está certo. Obrigado Violetta. Você é um amor.
– Por nada, agora irei Sra. Sulpice. Tchau.
– Tchau querida. E tchau Noah.
– Até Sra.Sulpice! Bom trabalho.
– Que tal fazermos um lanche Vi? - Sugeri assim que saímos da livraria. - Estou morrendo de fome.
– Nossa, acho uma boa, também estou com muita fome. - Respondeu ela. - Vem, conheço um hot dog aqui que é de morrer!
Fomos ao hot dog e pedi um completo com duas salsichas e a Violetta pediu um normal sem passas. Comíamos e conversávamos, riamos muito, contava a elas minhas piadas horríveis e ela as delas. Quando acabamos, fui atravessar a rua para acompanhá-la até seu carro, estávamos distraídos e quase fomos atropelados. Olhei para o motorista, era Angelline. Sua cara não foi boa. Ela parecia triste e furiosa ao mesmo tempo. Fiquei mal, ela deve estar com uma má impressão. Assim que atravessamos ela acelerou o carro e foi embora furiosamente em direção a sua casa. Levei Violetta ao seu carro e corri para o meu, liguei ele e fui em direção a casa da Angelline. Meu coração doía, eu precisava enfrentar a fera. Queria que tudo ficasse bem, eu estava começando a me apaixonar pela fera.
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