- Não acham estranho essa menina ter tanto ódio de vocês sem ao menos conhecê-los? – Alycia disse enquanto íamos para a salão comulnal.

- Sim, acho muito estranho. Devemos ficar de olhos abertos de agora em diante – respondi tentando não aparentar preocupação.

Não consegui dormir a noite inteira. Então assim que amanheceu o dia, fui mais que depressa para a biblioteca. Precisava descobrir alguma coisa sobre a família. Fora tudo em vão, não havia absolutamente nada sobre eles. O que me causou muita frustração. Então decidi ir perguntar a professora Minerva. Ela com certeza saberia alguma coisa.

- Com licença professora, posso entrar? – perguntei

- olá Stra. Granger, sim, entre, fique a vontade – e continuou – os trabalhos extras serão entregues hoje ao final da tarde.

- obrigada! Mas não vim aqui por isso – disse e agora ela era de total atenção

- e então porque veio? - perguntou fechando o pergaminho que estava a escrever.

- professora, será que podia me dizer o que sabe sobre a família Lopp? – tentei não parecer tão preocupada

- e será que posso saber o motivo da sua pergunta Stra Granger? – sua face agora era de total duvida

- bem professora, ontem quando estava N’a Toca, ficamos sabendo que a Dayllena Lopp é descendente direta do Lord Voldemort, então achei que a senhora poderia me contar o que sabe sobre eles. Ainda é muito recente tudo o que aconteceu e eu realmente acho que haverá pessoas que queiram se vingar – meu tom de voz era de total preocupação.

- Srta. Granger está querendo insinuar que a Srta. Lopp está em Hogwarts somente por vingança? – respondeu com um ar severo

- Não, é claro que não – disse apenas para reconfortá-la mas no fundo era isso mesmo que queria dizer – mas acho que devemos estar sempre preparados.

- está bem! Assim como você, também não sei muito a respeito. A única coisa que sei é que a família Lopp é da Escócia e a única filha estuda aqui em Hogwarts, e é de fato uma excelente aluna. Sugiro então que para o bem de todos a Srta. Deixe essa história pra lá. – falou pondo fim ao assunto. Mas pude notar que sua face agora demonstrava preocupação de que alguma coisa pudesse acontecer.

- sim professora, desculpe – disse e sai da sala.

Voltei para a sala comulnal. Gina e Alycia estavam me esperndo. Elas não me viram sair.

- por Merlin Hermione, onde diabos você estava? – Alycia tinha se tornado a amiga mais protetora que já tive

- bem, primeiro eu fui a biblioteca pra tentar descobrir algo. E como não encontrei absolutamente nada fui falar com a professora McGonagall. – disse

- tá, mas e aí? Conseguiu tirar alguma coisa dela? – Gina perguntara

- nada! Ela disse que não sabe nada a respeito – respondi completamente frustrada

- mas você acha que ela sabe mais do que disse? – Alycia estava completamente impaciente

- eu acho que sim, ela ficou muito inquieta quando comecei a falar o que havíamos descoberto. Acho que ela conhece a historia inteira, mas não quis contar para não nos deixar preocupadas. Só sei de uma coisa. Temos que descobrir. Mas agora precisamos ir pra aula – disse e assim fomos pra sala.

Era dia do correio, recebi duas cartas. Uma do Rony e outra sem remetente. Nessa havia apenas uma palavra: “Desculpe”. Não sabia de quem era, não conhecia a grafia. Logo depois abri a de Rony

“Hermione, já estou com saudades. Essa semana o próprio Ministro da Magia nos convidou para sermos Aurores. Imagina só, Aurores! Segunda feira eu e Harry começaremos o curso. Estamos muito animados. A loja está a mil. As vendas estão ótimas. A única coisa estranha que aconteceu nesses últimos dias é que tanto eu quanto Harry recebemos uma mesma carta sem remetente com apenas uma palavra: “desculpe”. Tirando isso, está tudo tranquilo. Me escreva.

Com amor Rony”

Isso de fato era muito estranho. Nós três recebemos a mesma carta. Todas sem remetente. Mas não tinha tempo para me concentrar nisso agora. Peguei um pergaminho e fui responder a carta.

“Rony meus parabéns, isso é maravilhoso. Vocês realmente já queriam mesmo isso. Estou muito feliz pelos dois. a saudade também é grande do lado de cá. Eu recebi essa mesma carta e realmente é estranho. Não consegui identificar a caligrafia. Mas temos que nos preocupar é com os Lopp. Temos que descobrir qual a ligação deles com o Lord Voldemort. A professora Minerva não quis me dar nenhuma informação, e não achei nada na biblioteca. Então conto com você e com Harry pra tentar descobrir alguma coisa por aí. Daqui a algumas semanas iremos fazer uma visita ao povoado de Hogsmeade. Espero poder te encontrar lá.

Com amor sua Hermione”

***

- subam crianças, vão tomar banho – disse assim que chegamos em casa.

- então? Você já não está com raiva de mim? – era incrivel como mesmo depois de tantos anos ele conseguia fazer as mesmas caras

- eu to sempre com raiva de você Rony – estava séria, porém sendo irônica – mas eu te amo com a mesma intensidade, sendo assim, é, não estou mais com raiva

- você é fantastica sabia!? – e me puxou para junto de si. Segurou meus braços para que eu não pudesse me mexer e começou a me fazer cócegas. Quando já não aguentava mais de tanto rir, foi me dando vários beijos espalhados por todo rosto – obrigado por me fazer o homem mais feliz do mundo e me desculpe por ser sempre um idiota.

- é você realmente é um idiota, sempre foi. Mas foi quem eu escolhi pra mim – respondi dando risadas da cara que ele fez

***

As semanas passaram bem rápido. Já era o dia da visita ao povoado. Eu, Gina, Alycia e Luna fomos direto para o três vassouras. Lá encontramos Harry, Rony e Neville. Estavam todos a nossa espera.

- então conseguiu descobrir mais alguma coisa? – perguntou Harry

- nada, absolutamente nada. Na biblioteca não existe nada que possa ter algum tipo de ligação e a professora Minerva me disse somente aquilo que já sabemos – estava em total insatisfação comigo mesmo, por não descobrir nada

- não podemos parar agora. Temos que descobrir se realmente existe alguém atrás de vingança ou se é só neura da nossa mente. Temos que estar precavidos – respondeu Harry

O garçom nos trouxe cerveja amanteigada. E quando estávamos brindando, para minha total e completa indignação a porta do Três Vassouras se abriu. Junto com o vento meio úmido do outono, entrou um grupo de meninas. Algumas estavam com as vestes de Slytherin. A última a entrar foi quem de fato estávamos falando. Naquele momento já tinha certeza que a detestava, mas ao ver o olhar que lançara ao Rony me deixou em fúria. Ele como sempre não percebeu absolutamente nada. Somente nós mulheres conseguíamos reparar em certas coisas, e foi o que aconteceu. Eu Gina e Alycia logo nos entreolhamos. Já sabíamos do que se tratava mesmo sem falar uma palavra sequer.

- bem, com licença. - Rony já ia se levantando

- onde você pensa que vai? - quase gritei e ele sem entender

- érr, eu só vou ao banheiro - respondeu meio assustado, e sem esperar que eu respondesse saiu andando.

Notei que enquanto ele ia em direção ao banheiro ela não tirava olhos dele. Que ela não gostasse de mim ate tudo bem mas isso já era demais. Enquanto os outros conversavam distraidamente, eu não conseguia parar de olhar em direção a onde ele estava. Quando ele apareceu e sorriu pra mim a tensão dimiuniu um pouco mas não o suficiente para me acalmar.

- onde você estava? Demorou muito, por acaso esqueceu o caminho? - tinha virado um interrogatório

- só se passaram 5 minutos que eu saí daqui, Hermione está tudo bem?? Você está estranha - disse ele ainda mais assustado

- não, não está nada bem! - exclamei, todos pararam de falar e me olharam. Peguei minha bolsa e sai de lá. Eles continuaram, menos Rony que veio atrás de mim.

- Hermione - gritou pois eu já estava longe - Hermione espera, o que eu fiz? – parei, sentei numa pedra e fiquei esperando ele me alcançar. – quer por favor me dizer o que está havendo? Do nada você surtou. - ele que estava irritado agora.

- quis sair de lá, me deu vontade de vomitar - disse tentando disfarçar

- hã? Vomitar? Hermione você estava bem até alguns minutos atrás. Como que do nada você fica assim? Vai me contar o que está acontecendo agora ou então vou embora. - já tínhamos perdido a paciência um com o outro

- quem é você pra falar assim comigo - disse

- quem sou eu? Eu sou seu namorado e por 8 anos tenho sido seu melhor amigo mas pelo que estou vendo você não ta se importando muito com isso não é mesmo? - as palavras me cortaram por dentro mas me mantive firme.

- é, de repente sim - respondi quase chorando - porque você não volta la pro três vassouras e me deixa aqui.

- se é isso que você quer, eu vou - respondeu e saiu andando de cabeça baixa.

Fiquei ali sentada, as lágrimas já haviam começado a cair. Não conseguia parar de chorar, era mais forte que eu. Cerca de uns 30 minutos depois voltara ele bem mais calmo. Se chegando de mansinho. Eu estava mais calma também, os olhos inchados de chorar.

- Hermione? Me chamou

- o que você quer Rony?? - respondi secamente

- a Gina e a Alycia me contaram porque você está assim. Me desculpe pelo que eu disse - já estava agachado de frente pra mim. Pegou mo meu queixo para levantar meu rosto e olhar diretamente pra ele - hey, diz alguma coisa.

Não conseguia falar nada, a única coisa que fiz foi praticamente pular em cima dele pra um abraço apertado.

- eu não quero te perder - disse em seu ouvido e novamente comecei a chorar.

- hey, você não vai me perder, nunca. - respondeu ele

- mas ela é linda, inteligente e eu... - não consegui terminar, ele me interrompeu antes

- e você é Hermione Granger, minha namorada, minha princesa! E quando é que você vai entender que é com você que eu quero passar o resto da minha vida? Não precisa ficar assim ta legal. Eu amo você, somente você! - disse me abraçando ainda mais forte.

- eu sei, mas é que as vezes é tão difícil ser forte e eu simplesmente to cansada de ser assim o tempo todo. – tornei a chorar. Mostrar o que estava sentindo era definitivamente minha maior fraqueza.

Rony secou as lágrimas com o polegar e continuou abraçado comigo durante um tempo. Ficamos em silêncio até que ele o quebrou

- quer sair daqui? Quer dizer, daqui a algumas horas você vai voltar pra Hogwarts e não nos veremos até o inverno - disse ansioso e antes que pudesse dizer alguma coisa pegou minha mão e saiu andando. Ficamos andando sem destino, de mãos dadas. Toda a raiva já havia passado. Depois ele me deixou junto com os outros alunos, já era hora de partir.