Everything Is Alright escrita por Psycho


Capítulo 1
Small Bump


Notas iniciais do capítulo

1° fase.
Música - Small Bump, Ed Sheraan



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You're just a small bump unborn / You might be left with my hair,

But you'll have your mother's eyes.


O futuro pai a observava zanzando pelo imaculado e branco quarto. Ela fazia pequenos movimentos com sua varinha, arrumando cada canto do recinto. Uma aura graciosa pairava por cima de sua cabeça. Cada passo que dava parecia parte de uma coreografia de encher os olhos de qualquer um.


A voz fina, melodiosa e terrivelmente sexy dela murmurava a letra de alguma música trouxa.

Ela tinha consciência de estar sendo observada, mas fingia não perceber só pela graça de ser admirada.

Suspirou cansada quando acabou a arrumação e pousou sua varinha em cima da cômoda. Caminhou na ponta dos pés até o espelho e admirou a quase imperceptível saliência em sua barriga. Seu riso que se assemelhava ao som de sinos invadiu os ouvidos de Ronald.

Aquilo era muito novo, tanto pra ele quanto pra ela, mas era a melhor novidade que podiam esperar. Uma vida crescia dentro de seu ventre e aquilo era maravilhoso. Hermione se virou para o ruivo. Os cantos de sua boca se envergaram e seus olhos se enrugaram ligeiramente. Ela caminhou até a cama e subiu em cima dele.

– Vamos ter um bebê, Ron – sussurrou a novidade velha. Toda vez que dizia isso, um arrepio gostoso tomava conta de seu corpo, como pura eletricidade – Um bebê – repetiu, como se quisesse se convencer.

Hermione deitou-se do lado do marido e suspirou profundamente com os olhos fechados.

Ele desenhou círculos invisíveis com a ponta dos dedos em volta do umbigo de Hermione. Aquela pequena saliência que não havia nascido ainda se tornaria algo mágico, um verdadeiro pequeno milagre.

– Eu sei – sorriu e então se virou para sua barriga – Você pode ter os meus cabelos, mas vai ter os olhos de sua mãe, tudo bem?

E assim foi feito. Rose Jean Weasley, 26 de Abril, 3.500 kg, 50 cm, pele clara com algumas poucas sardas, nariz fino e levemente arrebitado, cabelos ruivos e olhos castanhos cor de âmbar, assim como os de Hermione.

– Ela é... linda – o pai não pôde conter um suspiro orgulhoso quando a pegou pela primeira vez nas mãos. Ela estava suja de sangue e placenta, mas era a criatura mais perfeita que ele já havia visto. A mescla exata entre ele e a mulher que amava estava em sua frente. A menina chorava como se quisesse ser ouvida nos quatro cantos do mundo - Está tudo bem - tranquilizou Ronald e imediatamente ela se calou. O bebê abriu os pequenos olhinhos que reluziam como se duas das estrelas mais brilhantes do universo estivessem presas dentro da vasta imensidão do castanho claro e então viu. Viu seu primeiro amor protegendo-a com sua vida.

Ronald a segurava como se fosse feita de vidro.

– É uma menina! – a gota de êxtase e felicidade que estava presa há pouco tempo, escorreu deixando um rastro salgado e úmido pelo rosto sardento do ruivo – E ela tem os seus olhos.

–--*---*---*---

– Um irmãozinho? – a testa da filha se franziu.

– Sim, Rose, um irmãozinho – Ron assentiu.

– Querida, nessa idade sei que você não entende muito bem, e qualquer coisa que estiver sentindo, por favor, nos fale – disse Hermione preocupada colocando uma mecha do fino cabelo da filha atrás de sua orelha – Como ele é muito pequeno, é natural que eu e seu pai tenhamos que lhe dar um pouco mais de atenção, mas não se confunda querida, vamos continuar te amando do mesmo jeito, está bem?

Ela fez que sim e sorriu. Estendeu sua mãozinha até o útero da mãe e o tocou. No momento que o fez, o bebê chutou no ventre de Hermione. Rose se assustou e tirou sua mão no exato segundo em que sentiu o pé dele.

Os pais riram.

– Essa é a maneira dele de dizer que gosta de você.

Ela sorriu novamente.

– Eu também gosto de você – sussurrou tímida. Aquela era uma das raras frases completas grandes que Rose já pronunciara. A garota preferia se limitar as monossílabas a se aventurar nas palavras difíceis e cometer um erro. Ainda estava começando a falar.

Uma idéia surgiu na mente de Mione.

– Ei, docinho, o que você acha de escolher o nome dele?

Ela achava sensacional.

Caminhou a passos desajeitados até a velha estante da sala e se esticou o máximo que pôde e puxou um livro de capa dura, coloração esverdeada e letras cuidadosamente desenhadas em dourado reluzente. Ela o apertou contra o peito e inalou o cheiro mofado de sebo que aquelas inúmeras páginas com letras reunidas continham. As letras da capa estavam em relevo e era delicioso passar os dedos por ele.

Rose regressou até onde os pais estavam e entregou o pequeno tesouro a mãe, que sorriu confusa.

– Leia – pediu a criança com a voz vacilante.

Hermione limpou a garganta e obedeceu sem maiores hesitações.

– Os Miseráveis, por Victor Hugo - leu.

Victor Hugo”, pensou Rose com seus botões “Hum... Victor? Não...


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