Bet On Us escrita por Kira Queens


Capítulo 1
The Beggining: Bet


Notas iniciais do capítulo

Bom, aqui estou eu com mais uma fic. Leitores de LWGU: não se preocupem, não vou demorar mais lá por causa dessa fic porque vou priorizar LWGU, que está acabando então leitores dessa fic também não se preocupem porque não vou demorar aqui por causa de lá.
Pra quem não me conhece, eu falo demais e eu brinco demais, não se ofendam, eu sou legal contanto que não me pressionem. Sintam-se livres pra conversar comigo.
Espero que goste, ideia totalmente random que veio na minha cabeça hoje mesmo e eu já comecei a escrever e foi o que saiu!!



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Katniss Everdeen deu uma boa olhada na sua imagem refletida no espelho. Estava elegante, como de costume, de forma que ninguém nunca desconfiaria pra onde ela estava indo.

A verdade é que ela leva uma vida que alguns definiriam como “vida dupla”, termo completamente errado, porque ela leva mais de duas vidas. A primeira era a vida que ela mostrava: cursava jornalismo na universidade e vivia uma vida lindamente luxuosa, aproveitando-se do dinheiro dos seus pais – uma famosa estilista e um escritor renomado.

A segunda era a vida em que ela escondia um pequeno segredo: frequentemente ela ia a cassinos com seu namorado, Gale Hawthorne, para vê-lo jogar. De vez em quando ela jogava também, mas não gostava muito, de forma que preferia apostar em seu namorado que era inacreditavelmente bom. Ambos ganhavam dinheiro com isso, raramente perdiam, por isso continuavam a jogar e apostar.

A terceira vida era a que seus pais pensavam que ela levava: eles achavam que Katniss era uma mulher boa e esforçada, justa e honesta, tudo o que eles sempre queriam que ela fosse, mas na verdade ela era uma garota esnobe que faria tudo para atingir seus objetivos. Era também fria e fechada, não falava muito e não confiava nem mesmo em seu namorado, que ela raramente conseguia suportar.

A quarta e última vida era a que ela realmente tinha: ela queria mais que tudo aquilo, queria ser uma pessoa melhor com seus pais, queria focar mais no seu futuro e queria namorar alguém que fosse bom para ela. Mas ela não sabia disso tudo ainda, então vamos deixar que ela descubra sozinha. Tudo o que ela sabia era que se sentia vazia. Exalava beleza, mas por dentro não havia nada, nenhum sentimento e nem uma gota sequer de toda a beleza que exteriormente ela mostrava.

Mas voltando ao foco do assunto atual: ela deu uma última ajeitada no cabelo e esborrifou um pouco de perfume no pescoço e se dirigiu ao elevador de seu prédio. Estava indo encontrar Gale em um cassino. Agora que as férias de verão haviam começado, eles jogavam com ainda mais frequência, ganhando ainda mais dinheiro.

Se alguém perguntasse a Katniss o porquê de apostar, ela provavelmente daria alguma resposta rude que evitasse mais perguntas. Talvez nem ela mesma soubesse, mas no fundo ela era só uma menina assustada ou um passarinho preso numa gaiola querendo voar, escolha a comparação que mais lhe agradar. Agia com certa rebeldia, era a forma dela de se sentir livre. Tirava dinheiro de velhos ricos viciados em jogos e apostas, mesmo não precisando do dinheiro, e ainda humilhava-os com um sorriso vitorioso ou outro gesto mostrando superioridade e essa era a forma dela de se sentir poderosa. Ela não havia uma forma de se sentir bem nem uma forma de se sentir amada. Ela decidiu que as coisas simples e belas que o mundo tinha a lhe oferecer não eram suficientes e ela nem as queria, mas como acontece com todos que acham ter certeza de algo, a vida lhe mostraria que ela estava errada.

O elevador parou no subsolo e ela andou a passos lentos ao seu carro. Estava atrasada e pretendia se atrasar ainda mais para provocar Gale. Ele não gostava quando ela se atrasava e ela, por outro lado, gostava de fazer exatamente o que as pessoas não gostavam.

Quando ela estacionou em frente ao cassino combinado, estranhou o fato de Gale não estar esperando-a na porta e gritando pelo atraso como sempre fazia. Curiosa, entrou rapidamente e a primeira coisa que notou foi a agitação em volta de uma mesa. Aproximou-se lentamente tentando ver o que estava acontecendo. Ela não demonstrou, mas o que viu foi surpreendente para si.

Sentado à mesa, junto com Gale e mais alguns homens, estava Peeta Mellark, um loiro bonito demais pra ser verdade. Ele herdaria as empresas do pai, Haymitch Mellark, um dia e se tornaria ainda mais rico do que já era. Ele estava vestindo terno e gravata e segurava um copo de whisky. Katniss desejou dar a volta e retornar ao conforto de seu apartamento. A pergunta é: por que a inflexível e poderosa Katniss Everdeen não queria estar na presença de um homem que poderia ser a próxima vítima de suas humilhações? A resposta é simples: a humilhada era ela. É claro, óbvio, elementar que ela não demonstrou isso. Manteve sua pose e o queixo erguido, mas seu interior era totalmente o oposto do exterior, como tinha sido a vida toda.

Agora é necessário retornar alguns anos no passado para trazer à tona fatos importantes. Na época da escola, Katniss já se achava boa demais para qualquer um. Não tinha amigos, tinha pessoas para satisfazer suas vontades, pessoas que se submetiam a ela, pois tinham o estúpido sonho de qualquer adolescente ingênua de ser como ela um dia. E é aí que entra em cena o galante Peeta Mellark. Popular por seu carisma e beleza, teve a atenção roubada pela linda Katniss, que o ignorou por todos os anos que estudaram juntos. Ela sempre foi má e sempre fez inúmeras maldades que com o tempo serão relembradas. Mas agora, embora sua personalidade não tenha mudado em nada, as coisas mudaram bastante. Ela era apenas uma estudante de jornalismo vivendo de fachadas, rica por causa do dinheiro dos pais e se esgueirando quando ninguém estava olhando para ir apostar em cassinos. Enquanto isso, Peeta Mellark já havia realizado alguns feitos nas empresas Mellark e ganhava seu próprio dinheiro. Podia ser encontrado em muitas capas de revistas, desejado por todas as mulheres e invejado por todos os homens. É totalmente compreensível o fato de Katniss se sentir constrangida ao lado dele.

– Olá, Katniss – ele cumprimentou ao notá-la. Abriu um sorriso divertido. Katniss retribuiu com um sorriso irônico que não durou por mais de alguns segundos.

– Katniss – cumprimentou Gale friamente, que só percebeu que ela estava ali por causa de Peeta. Ela percebeu que ele estava mal humorado e tinha ótimo palpite do motivo.

– O que ele faz aqui? – perguntou Katniss ao namorado. Acenou com a cabeça na direção do loiro, mostrando que se referia a ele.

– Ora, querida, não precisa se referir a mim em terceira pessoa quando eu estou bem na sua frente – o sorriso irritante permanecia – Eu vim jogar, não é óbvio? Gosto de pôquer.

– Você era péssimo em pôquer – observou Katniss, lembrando-se de quando costumava jogar com o pessoal de sua escola. Peeta sempre participava e sempre perdia.

Peeta deu de ombros.

– Estou aqui pela diversão! – ele respondeu. Katniss respirou fundo, ciente das intenções dele.

– Quer que eu acredite que o rico Peeta Mellark repentinamente se interessou por pôquer e, oh! Que coincidência, veio justamente para o cassino que eu frequento? – ele levantou as mãos em sinal de rendição.

– Muito bem, querida, me pegou. Descobri que você vem aqui e passei para uma visita – ele explicou, embaralhando o baralho que estava em suas mãos.

Gale revirou os olhos e Katniss cruzou os braços. Ambos impacientes.

– Um jogo, Mellark – rosnou Gale – Nós jogaremos com você uma vez e então você vai embora.

Ele fingiu estar pensando a respeito.

– Só um jogo? Então tem que ser interessante – novamente ele mostrou os dentes perfeitos em um sorriso – Proponho uma aposta: se eu perder, bem, eu estou nadando em dinheiro, não é problema dar a vocês uma considerável quantia de dinheiro.

– Você obviamente não vai ganhar, mas o que pediria se fosse possível esse milagre acontecer? – perguntou Gale, desconfiado de suas intenções.

– Ora, é bem simples. Quero que sua namorada seja minha por uma semana – respondeu-lhe. Iniciou-se um murmúrio no local.

– Você está louco? – Katniss elevou o tom de voz e apoiou as mãos na mesa – Até hoje você não se conformou que eu não te quero?

Peeta fechou os olhos e colocou a mão no coração como se estivesse ofendido.

– Oh, meu amor, não fira meus sentimentos assim – ele debochou – É só para deixar as coisas interessantes! Ninguém pode ganhar seu namoradinho, não é verdade? Ou será que pode?

– Ele aceita a aposta – disse Katniss, como sempre deixando o orgulho falar mais alto – Ele pode te vencer em pouco tempo.

Gale se sentou assim como os outros. Katniss ficou em pé atrás da cadeira onde Gale estava sentado. Ela ficou apreensiva o jogo todo. Peeta podia ser rico, mas ele não gastaria muito dinheiro em um jogo. Ele não arriscaria tanto se não soubesse o que estava fazendo.

No começo, Gale estava confiante. Tudo o que precisávamos saber sobre ele era que era um homem extremamente confiante e ganancioso, quando tinha o orgulho ferido podia ser perigoso.

Peeta permaneceu indecifrável durante todo o jogo. O cinismo estava estampado em seu rosto. A cada minuto que se passava, Gale deixava demonstrar cada vez mais o quanto estava se desesperando. Ele estava perdendo e ele não tinha mais tanta confiança de que isso mudaria.

– E eu ganhei – anunciou Peeta – Ganhei uma namorada também, que interessante.

Foi estranho e ruim para Katniss ver o sorriso de vitória em outra pessoa enquanto ela engolia em seco e tentava se acalmar.

Gale se levantou com raiva. Estava prestes a avançar em Peeta e espancá-lo até ele aceitar ficar sem seu prêmio quando Katniss o impediu. Ele a encarou com raiva e confuso ao mesmo tempo.

– Você não vai com ele – afirmou Gale.

– Eu vou – ela contrariou – Eu aceitei a aposta, vou manter minha palavra.

O rosto de Gale se avermelhou e sua respiração ficou mais pesada. Ele segurou o pulso da namorada com força.

– Vai, mas quando você voltar eu vou ter outra garota na minha cama – ele avisou – Não vou deixar você ir com ele e depois voltar correndo pra mim.

Ela tentou se soltar.

– Gale, não seja ridículo – ela disse, olhando-o com repulsa – Eu tenho certeza que se ele tivesse perdido ele teria pagado. Eu o conheço. E eu prefiro recolher o que resta da minha dignidade e ir com ele a deixar que você o espanque por ter ganhado essa merda.

– Se for com ele vai estar lhe dando aminhadignidade – ele gritou e o aperto em seu pulso ficou mais forte. Pela primeira vez, Katniss realmente pensou que ele seria capaz de bater nela, como se ela fosse um dos homens que o irritam de alguma forma.

– Gale, me solta – ela puxou o braço, mas não adiantou. Percebeu que as atenções agora estavam focadas nos dois – Ele só quer me tratar igual a princesinha dele e tentar fazer eu me apaixonar por ele, coisa que ele tentou na escola e não conseguiu e nunca vai conseguir.

– Ele só quer te foder – retrucou Gale. Com a mão livre, Katniss deu um tapa em seu rosto.

– Você não ouse me tratar assim – ela disse, mantendo-se firme em vez de tentar se soltar – Seja homem, Gale. Eu só vou ficar lá aguentando as bajulações dele e quando a tortura acabar eu volto para você como se nada tivesse acontecido. Mas se você quiser arranjar uma vadia qualquer para me substituir, ótimo, mas não pense que eu vou voltar correndo para você, porque eu não vou.

– Isso não vai ficar assim – ele lhe disse em tom de ameaça e então saiu.

Katniss esfregou o pulso, onde havia ficado a marca certinha dos dedos de Gale. Percebeu que estavam todos olhando para ela. Peeta se aproximou, como se nada tivesse acontecido.

– Me peça em namoro – ele disse sorridente.

– O quê? – perguntou Katniss, incrédula.

– Ajoelhe-se e me peça em namoro. Não esqueça de que você está completamente apaixonada por mim.

Katniss arfou.

– Não mesmo – ela negou.

Peeta olhou para o chão e então e volta para ela.

– Cadê a sua dignidade? Cadê o seu orgulho? – ele perguntou – Você perdeu, o mínimo que você pode fazer é o que eu disser.

Katniss fechou os olhos e respirou fundo. Ela escondeu o rosto nas mãos, tentando se acalmar e então se ajoelhou. Peeta estendeu a mão e, olhando-o com desprezo, ela a segurou.

– Peeta Mellark, você aceita namorar comigo? – ela perguntou, sentindo como se fosse desmaiar a qualquer momento. Ouvia a risada de todos que estavam assistindo a cena, e o sorriso de Peeta fazia com que ela tivesse vontade de socá-lo. Naquele momento ela jurou para si mesma que nunca mais voltaria lá.

– Eu esperava mais dedicação nesse pedido, mas por enquanto vou me conformar com isso. Eu aceito, querida – ele respondeu.

Katniss se levantou imediatamente e passou a mão no joelho para limpá-lo. Peeta procurou o celular na bolsa dela e quando o encontrou gravou o número dele e mandou uma mensagem aleatória para seu celular para que ele pudesse ver o número dela.

– Eu te mando uma mensagem com meu endereço.

Então ele se despediu dos outros homens que estavam lá, pagou a conta e saiu. Katniss não havia comprado nada, então não havia o que pagar. Estava com muita raiva para se despedir de qualquer uma daquelas pessoas que haviam rido dela. Recolheu o que restava da sua dignidade e foi para casa.


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Notas finais do capítulo

Para os meus leitores de sempre: eu pretendo que essa seja a última fic focada em Peeniss que eu escrevo, então aproveitem!!
Esse capítulo teve um clima meio tenso, mas eu planejei muitas coisas divertidas, não se enganem. Espero que tenham gostado.
Beijos ♥