Us escrita por LothurValent


Capítulo 2
I'm beyond repair, let me be.




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– Em qual parte de Midgard? - grito quando escuto a Bifrost ser acionada.


– New York – disse Randall. - 25 Greene Avenue, Amityville, Estados Unidos.


Sinto uma dor de cabeça tão forte como se alguém tivesse cutucando meu cérebro com um picador de gelo. Não estou vendo mais ninguém, tudo ficou completamente embaçado, e parece que estou perdendo a sensibilidade a luz completamente.


Nunca irei voltar para Asgard.

Meu peito dói intensamente.


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O servo de Odin e eu não nos falamos nenhuma vez durante o caminho até a minha nova casa, o que não é surpreendente, visto que ele já foi avisado de meu caráter e a pequena facilidade que tenho de enganar. Apenas me guiou como uma criança até o carro, colou-me dentro de uma casa e saiu.

Devo admitir que me sinto calmo assim que entrei na casa, nem me lembro mais de ter ficado tanto tempo na cela de vidro.


Certas pessoas acreditam que mesmo se as nuvens bloquear o sol, devemos olhar para aquela luz por trás delas, o lado bom das coisas, e me lembro que eu tentei por diversas vezes ver, mas nunca consegui. Sinto que já estava parcialmente cego desde meu nascimento até agora, cego ao ponto de não ver a realidade. Nunca Odin iria me ceder o trono ou dedicar um tempo maior ao menino que não era o seu filho, é aceitável e cruel ao mesmo tempo.


Escuto leves batidas e com um pouco de dificuldade consigo achar a maçaneta e abri-lá.

– Quem é? - digo enquanto esfrego os meus olhos tentando ver quem era, demostrando que não iria me acostumar tão cedo com aquela cegueira repentina.


– Então – começa ele – Eu sou o seu terapeuta e irei iniciar suas consultas em casa.


–Como? Qual é o seu nome, senhor?


– Relaxe – orienta ele – E nada de senhor. Pode me chamar de Adam. Gosto que minhas sessões sejam informais. Amigáveis, certo?

As vesez Odin gosta de brincar comigo.


– Então, mas...


– Eu te ajudo! - interrompeu Adam, pegou apressadamente o meu braço e me encaminhou até uma poltrona confortável que não fazia a mínima ideia aonde estava.


– Muito bem. Quer me contar um pouco sobre você?


– Por que você quer saber sobre mim? - pergunto, de modo muito defensivo, devo admitir.


– Se eu quiser ajuda-ló, Loki, preciso conhecê-lo, certo? Sua mãe me disse que você é muito fechado, que esse é o seu maior problema. Então, achei melhor iniciarmos por aí, te conhecendo.

Tudo bem, minha mãe conversou com um humano sobre problemas famíliares em Asgard. Eu não consigo achar sentido nenhum nisso, eles estavam querendo me deixar relamente louco, certo?


– Eu? Bom, sou ótimo – digo. Sorrio, sentindo que falei a maior mentira do mundo – Eu sou a melhor coisa que aconteceu para os meus pais. Eu me amo mas que tudo. Mal posso esperar para você ir embora e ficar comigo mesmo.


– Com você mesmo?


– É. Comigo mesmo.

Escuto Adam respirar profundamente, e mexer em algo que provavelmente não era da minha conta ao ponto de ele descrever o que estava fazendo.


– O amor próprio é o mais bonito relacionamento que você manterá para o resto da sua vida. O tempo dirá. – diz Adam, e vejo na hora que Adam e eu vamos nos dar bem, porque ele não prega; Adam não diz que devo encarar o que ele acha que é minha realidade.


– Engraçado que sempre escuto ao contrário.


– As pessoa podem ser cruéis – comenta Adam me fazendo acreditar cada vez mais nele.

É então que me dou conta que ele não está me julgado como todos, e eu realmente gosto disso, preciso dizer.

Digo a ele que gostei da sessão, e conversamos sobre meu gosto por lireratura (a única coisa que admiro nos humanos) e sobre como perdi a capacidade de ver o lado bom das coisas, embora a luz por trás das nuvens seja uma prova diária de que existe.

Faço pergunta sobre a família dele, apenas para ser simpático, e descubro que ele tem filhos. Adam diz que tem uma mulher chamada Anne, que foi sua primeira namorada, o que nos leva a conversar sobre mulheres e ele gargalha ao escutar algumas histórias minhas com algumas servas de Odin em Asgard, e é claro que ocutei a parte de ser em Asgard, servas...Isso poderia comprometer minha sanidade mental diante dele.

Antes de ir embora, Adam diz que vai me deixar sem medicação, e o que pode fazer por mim é mander duas consultas por semana, e que devo relatar imediatamente qualquer sentimento suicida, e eu prometo fazer isso.

Para compensar a hora que passei sentado com Adam, eu começo a descobrir a casa com as palmas das mãos, tropeço diversas vezes a ponto de achar que quebrei todos dos dedos dos meus pés, mas só fiquei feliz quando finalmente encontrei o banheiro e com uma pequena buscas as toalhas em uma gaveta, e conhecendo mais o espaçoso banheiro, certifico que existe uma banheira.

– Agora eu estou completo - disse sorrindo.

Ligo a torneira, e tento me despir o mais rápido possível.

 Mal posso acreditar que estou realmente bem, cego, mas bem.


A campainha toca anunciando mais uma surpresa de Odin.

Se eu sair da banheira, meu relacionamento comigo mesmo ficará abalado.








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Notas finais do capítulo

Meu nível de loucura é tão elevado que procurei um endereço real para ilustrar a casa: http://img841.imageshack.us/img841/6997/lk0p.jpg)