Quando acordei Clary ainda dormia. Fui para a cozinha encontrando Tessa e Maryse conversando animadamente. Ambas me olharam e eu sorri sendo bonito como sempre.

–Bom dia – disse cínico.

–Não me diga que está vindo do quarto da Clary – repreendeu Maryse.

–Sim eu estou mas, não, não aconteceu nada – declarei.

Ambas franziram o cenho.

–Qual é gente, ela estava bêbada acham mesmo eu que abusaria de uma criaturinha doce como a Clary?

–Não, nunca achei isso – sorriu Maryse – Não criei meu filho para isso.

–Que bom – sorri – Mas, eai cadê todo mundo?

Tessa e Maryse se olharam.

–Sinceramente nós não queremos saber – sorriu Tessa.

–Então o que estão fofocando tão cedo?

–A ceia de natal – disse Maryse – Nós queremos comemorar todos juntos.

Sorri, nós tínhamos poucas lembranças de natais. Geralmente estávamos lutando e matando demônios por isso nunca tínhamos uma ceia decente. Sempre acabávamos no Taki’s pedindo algo para a viagem.

–Vai ser aqui?

–Não, na minha casa – explicou Tessa – Nós concordamos que vai ficar tudo mais familiar.

–Ah ótimo – disse procurando algo para levar até Clary – E quando é o natal?

–Amanhã – declarou Maryse – Quer dizer, depois de amanhã. Porque amanhã é a véspera.

Olhei espantado.

–Não me lembrava de Izzy fazer aniversário dois dias antes do natal.

–Isso porque vocês nunca tiveram tempo e comemorar como se deve comemorar.

–Hum, pensando por esse lado é verdade – disse.

Procurei comida nas geladeiras e no armário. Nada. Não encontrei absolutamente nada.

–Leve frutas – sugeriu Tessa – Como Clary bebeu noite passada, não vai querer mais nada.

Aceitei sua dica, piquei diversas frutas e coloquei em uma tigela de vidro. Encontrei chantilly e fiz uma camada da doce espuma por cima, dando um charme a mais.

Peguei a tigela e voltei para o quarto, minha Alice no país das maravilhas começava a acordar. Clary abriu lentamente os olhos, aqueles olhos incrivelmente verdes.

–Bom dia – disse a ela.

–Bom dia – murmurou – Pelo anjo, minha cabeça dói demais.

–Ah fofinha isso não é novidade, você bebeu muito noite passada.

–A útlima coisa que me lembro foi de ter falado com o Sebastian....e bem ter acordado aqui.

Sorri me sentando ao lado dela. Clary olhou para mim, depois para ela e depois para mim de novo. Sabia exatamente o que ela estava pesando. Era o que eu pensaria.

–Oh pelo anjo Jace, não me diga que nós dois...

–Não querida, nós não fizemos o que você está pensando. Eu respeito você.

Clary esticou suas mãos finas e delicadas, passou-as no meu rosto e beijou minha boca gentilmente. Ela se afastou e sorriu. Afaguei seus cabelos ruivos e sorri.

–Trouxe frutas – entreguei a tigela á Clary.

A ruivinha se deliciou com as frutas. Se sujou com o chantilly e eu limpei seu nariz. Era tão bom quando estávamos juntos, nunca pensei que uma pessoas pudesse me dar mais alegria do que lugar com demônios.

–Isso estava muito bom – declarou ela colocando a tigela na escrivaninha.

–Eu sei, agradeça a Tessa – sorri.

POV Clary

Escute: Hurts – Somebody To Die For

Minha cabeça doía, depois de um longo banho fiquei o dia inteiro com Jace no quarto. Nós assistimos filmes e comemos pipoca, não vi os outros e nem meus irmãos. Estava tão bom continuar abraçada com o Jace que eu não queria ir a lugar nenhum.

Eu poderia te arrastar do oceano

Eu poderia te puxar do fogo

E quando você está de pé nas sombras

Eu poderia abrir o céu

–Amanhã nós vamos na casa da Tessa, comemorar o natal. Você acredita nisso?

–Pensei que caçadores de sombras não comemorassem o natal. É um feriado mundano.

–Sim, é um feriado mundano – confirmou – Mas, nós não o comemoramos não é por isso. É porque sempre estamos matando demônios nessa mesma época.

E eu poderia dar-lhe a minha devoção

Até o fim dos tempos

E você nunca seria esquecida

Comigo ao seu lado

–É o que mudou esse ano?

–Tirando que Raziel me deu você de presente? – sorriu.

O abracei, eu simplesmente não podia pedir nada. E talvez o anjo realmente gostasse de nós caçadores de sombras, porque o Jace e essa família que eu ganhei realmente não tinha preço. Eu sozinha não podia sonhar com algo tão bom quanto.

E eu não preciso desta vida

Eu só preciso

Eu não tenho nada para viver

Não tenho motivos também para morrer

Mas quando eu estou de pé na forca

Eu vou estar olhando para o céu

–Sim, tirando isso – sorri.

–Acho que Maryse finalmente tomou uma atitude, ter você de volta fez ela abrir os olhos e deixar a clave de lado. Ela quer apenas um natal com os filhos e com a única amiga que tem – sorri – Talvez, ela só queria comer coisas boas e ser uma mundana por uma noite.

–É bom ser mundana as vezes – constatei.

–Sim, é bom.

Porque não importa onde eles me levem

A morte eu vou sobreviver

E eu nunca vou esquecer

Com você ao meu lado

E eu não preciso desta vida

Eu só preciso

Ficamos quietos por uns minutos.

–Acha que eu posso receber treinamentos? Quero dizer como caçadora de sombras?

Jace franziu o cenho.

–Você não precisa viver assim Clary, ter marcas no corpo, marcas de batalha.

–Mas, Jace eu preciso. Eu só quero me adequar a esse mundo.

Alguém por quem morrer

Alguém por quem chorar

Quando eu estou sozinho

–Nós podemos ter algum tipo de treinamento, um levinho. Um treino de menina.

–De menina? Acha mesmo que não posso bater em você?

–Sim eu acho – disse sorrindo.

Quando eu estou em pé no fogo

Eu vou olhar nos olhos dele

E eu vou deixar que o diabo saiba que

Eu era corajoso o suficiente para morrer

–Vamos ver então.

–Sim, nós podemos ver. Mas, vamos continuar inteiros até amanhã e dar a Maryse um ótimo natal.

E não há céu, ele pode me mostrar

Mais grande do que o meu orgulho

Porque eu nunca serei esquecido

Eu vou lutar para sempre

–Vamos ser apenas o Jace e a Clary – sorri.

–Só o Jace e a Clary – concordou.