–E como isso tudo aconteceu? – perguntou Myra no caminho todo até o instituto.

Todos nós tínhamos voltado para o instituto, eu estava com Clary nos meus braços quando entramos. Logo eu a levei para a enfermaria onde um irmão do silêncio tinha vindo cuidar dela. Achávamos que além de fisicamente machucada ela estava mentalmente.

–Myra querida, agora não é hora disso – falou Jem – Conversamos sobre isso depois.

–Tessa, conte para ela – aconselhou Maryse – Até Clary sabe sobre sua vida, Myranda merece saber.

Tessa suspirou, eu sabia que estava envolvido por isso fiquei quieto apenas escutando enquanto não me deixavam ver Clary.

–Stephen e Celine tiveram dois filhos, um casal de gêmeos. Celine estava tão doente naquela época por causa do Valentim e Stephen já estava morto, então confiou que os Lightwood ficassem com seus filhos e eles concordaram em ficar com as crianças – disse Tessa – Você era mais apegada a sua mãe, quando ela morreu você ficou doente e Maryse pediu que eu fosse vê-la. Eu fui, então descobrimos que o Valentim tinha feito experimentos em Celine, Jace e você eram especiais. Tinham sague de anjo nas veias, o mesmo sangue que Maryse tomou porque Robert a obrigava. Você falava com almas Myra, a clave queria lhe matar porque isso era algo demoníaco. Jace era forte, bravo e indestrutível mas, você não conseguia se controlar.

“Não tinha como não se encantar, meus filhos morreram a tanto tempo e você era outra Herondale tão pequena e se parecia tanto com a minha filha...Não pensei duas vezes disse a Maryse que levaria você para longe, então fui com você e com Clary. Logo Myranda Herondale foi dada como desaparecida e depois morta. Clary foi para o hospital, onde estaria mais segura mas, você Myra pelo anjo eu via minha filha em você. Então e eu e Jem concordamos em lhe adotar, lhe criar apenas como uma caçadora e com a ajuda de um feitiço esconder o lado de ver almas. Você cresceu e era mais minha filha do que um dia se quer for de Stephen e Celine. Assim como o Jace é filho da Maryse você é minha Myra.”

Myra estava perplexa e eu também. Nós dois nos olhamos e só agora encontrávamos semelhanças, se nos olhasse com atenção nós éramos quase que idênticos. Os mesmos olhos e os mesmos cabelos loiros naturais. A mesma ironia que servia para tudo.

–Pelo Anjo – murmurei.

–Porque nunca me contou? – perguntou ela.

–Acha mesmo que estaria viva se os outros soubessem? – perguntou Jem – Querida, queríamos você viva.

Achei que ela fosse ficar revoltadinha mas, não ela correu e os abraçou. Talvez tenha pensado nas mesmas coisas que eu pensei, que se não fosse por pessoas como Tessa e Maryse nós dois estaríamos mortos.

–Podia ter me contado né Tessa – disse.

–É Jace eu podia, mas lembra que lhe disse que conheço tanto você quanto conhecia Will? Pois bem, eu chegaria na história da Clary e você iria atrás dela – sorriu – E quando você a achou sozinho, eu sabia que cedo ou tarde vocês descobririam.

–Olha, vou dizer algo mas se vocês disserem que eu disse isso em algum evento futuro eu negarei – disse – Se não fosse pela Tessa ou pela Maryse, eu nem sei onde nós estaríamos agora. Quem sabe mortos pela Clave? Então obrigado.

–Oh meu filho – disse Maryse me abraçando.

–Sem demonstrações de afeto enfrente as visitas, mãe – disse.

[...]

–Pelo Anjo, Jem diga que eles estão acabando – disse nervoso – Você sabe como é isso não sabe? Eles estão lá dentro por uma hora, deu para curar a cidade inteira.

–Eles fazem tudo no tempo deles, sabe isso sempre me encheu um pouco – disse Jem.

Finalmente um irmão do silêncio saiu.

Olá, James, quanto tempo – disse ele na mente de todos – Podem vê-la.

Todos nós entramos afobados. Clary estava deitada na cama, mas estava novinha em folha. Sem nenhum arranhão se quer, todas as marcas haviam sumido.

–Pelo anjo, que caras são essas? – perguntou bem humorada.

–Minha filha, você está bem – correu Maryse para abraça-la.

Só agora havíamos notado que Izzy estava ao lado de Clary, ela também não estava mais machucada. Era por isso então, ele estava cuidando dela.

Clary devolveu ao abraço calorosamente, Maryse chorava.

–Isabelle, pelo anjo você está inteirinha – abraçou a outra filha.

–Mãe, eu sou a Isabelle para me quebrar precisa mais que uma cópia do mal maníaca pela minha irmã – sorriu.

–Minhas garotas são fortes – disse Maryse – Meus filhos são fortes.

[...]

Todos tinham ido dormir, agora estávamos apenas eu e Clary. Como na vez em que nos conhecemos. Eu sentia que nós dois nunca teríamos uma paz por completa, algo nos deixava bem longe disso.

Ela estava quieta em meus braços, bem acomodadas e sorrindo.

–Eu e Isabelle vamos fazer uma cerimônia parabatai, no sábado – disse ela.

–Vocês duas tem uma ligação que pelo anjo nunca vi algo assim, Jem me contou que ele e Will tinham isso. Se um ficava doente ou machucado até mesmo triste o outro sentia. Você e Isabelle são assim, exatamente assim.

–Acho que é porque somos irmãs – sorriu.

–Às vezes Clary, nós somos ligados por forças invisíveis e vocês são ligadas por essas forças.

–Sabe Jace, eu os amo – sussurrou.

–Quem?

–O Alec, o Max, a Izzy e até...Até Maryse – diz ela – Minha mãe.

–Você a desculpou?

–Minhas magoas e raivas criaram a Clarisse, Maryse fez isso porque me queria viva assim como com Myra. Ela é minha mãe.

Ficamos quietos. Maryse amaria ouvir aquilo.

–Como você está lindando com isso? Com Myra?

–Estava tão preocupado com você que se quer pensei nisso. No fundo acho que não ligo Clary, vivi minha vida inteira com irmãos adotivos e saber que Myra é sangue do meu sangue acho que não muda nada.

–Você deveria conhece-la melhor – sugeriu.

–Acha?

–Acho Jace, saber que vocês dois são os últimos Herondale considerando o quão esse nome é importante. Faça ela ser sua família ser tirar ela da família dela. Tessa ama você como filho, seria injusto tirar Myra dela.

–Você sempre sabe o que dizer, acho que é mesmo irmã do Alec – sorri beijando-a docemente.