Com Amor, John. escrita por Lea


Capítulo 2
Capítulo 2




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Era sábado e graças a deus alguém iria me substituir no trabalho, eu poderia passar o dia inteiro tirando fotos e relaxar a tarde inteira e quem sabe dormir um pouco também. Me levantei e me vesti, gosto de usar roupas mais confortáveis, então uso uma saia bem comprida que chega até os pés com estampas de flores e uma blusa branca e uma sandália,então peguei minha bolsa e minha câmera e sai, o dia estava ensolarado, estava ótimo para tirar fotos, no caminho passei por um casal, a mulher tinha cabelos cor de mel, olhos verdes e um sorriso lindo, o homem era alto, um pouco loiro, olhos azuis, ele estava dando um buquê de rosas brancas a ela, então eu pedi a eles que posassem para uma foto, então eles ficaram lado a lado, os dois com a mão no buquê, eles sorriram e eu tirei a foto, eu agradeci a eles e voltei a andar pela cidade, passei outra vez pelas crianças, elas estavam brincando de pular corda, fiquei observando elas por alguns minutos e tirei algumas fotos, ela me cumprimentaram e voltaram a brincar, eu sorri e continuei a andar, então passei pela floricultura como fazia de costume, enquanto andava eu admirava o grande buquê de rosas vermelhas, continuei a olhar sem tirar os olhos dele, eu estava tão encantada com as flores que acabei esbarrando em alguém, minha câmera caiu no chão junto com minha bolsa e mais algumas coisas que acabaram saindo de dentro dela, sem olhar em quem eu tinha esbarrado, comecei a juntar as coisas que tinham caído de dentro da minha bolsa, comecei a procurar minha câmera e então a pessoa que esbarrei disse:

— Acho que isto é seu.

Me levantei e olhei para a pessoa, era um homem, ele tinha cabelos pretos, comprido, era alto e tinha olhos pretos, ele sorriu me alcançando a câmera, então respondi:

— Sim, é minha e me desculpa por isso, eu estava distraída.

— Tudo bem, eu também estava distraído. Espero que sua câmera não esteja quebrada.

Olhei minha câmera para ver se estava quebrada, lente estava um pouco arranhada, mas parecia tudo bem.

— Acho que está tudo bem, só tem alguns arranhões na lente, mas isso eu resolvo, deixa eu testar.

Coloquei a câmera na altura dos meus olhos apontando para ele e assim tirei uma foto, ele deu um meio sorriso.

— É, parece tudo bem, ela ainda está funcionando.

— Isso é ótimo, mas então... Você ainda não me disse seu nome.

— Meu nome é Sophia.

— Prazer Sophia, me chamo John.

— Muito prazer John, bom tenho que ir agora, nos vemos por aí.

— Você quis dizer nos esbarramos por aí.

Ele piscou e sorriu para mim, eu sorri de volta e continuei a caminhar, depois de algumas horas eu voltei para casa. Me sentei no sofá e tirei a fotos da bolsa, coloquei todas em cima da mesinha em frente ao sofá, escolhi as melhores, entre elas a do casal que encontrei na rua, coloquei as que gostei ao meu lado no sofá enquanto via as outras, então encontrei a foto que tirei de John, ele realmente era bonito e diferente dos outros homens que vi aqui, mas eu nunca tinha o visto ou será que não prestei atenção? Peguei as fotos que restaram junto com a dele e guardei em uma gaveta do meu escritório, me deitei e dormi a tarde inteira. Quando acordei já era 22h30min, então jantei e assisti um pouco de TV, aproveitei para trocar a lente da minha câmera, depois peguei um livro e li até adormecer no sofá. 

Acordei quase caindo do sofá, me levantei e fui tomar banho e depois fui para rua de novo, passei pelos mesmos lugares de sempre, até chegar à floricultura e como sempre o buquê de rosas estava lá, mas dessa vez tomei cuidado para não esbarrar em ninguém, então fui até uma praça que tinha há alguns minutos dali, lá havia uma pequena fonte de pedras, era linda, resolvi tirar algumas fotos, envolta dela havia alguns bancos e casais sentados ali, o que deixou a paisagem mais bonita ainda e então tirei algumas fotos.

— Tirando muitas fotos?

Levei um susto e me virei rapidamente para trás, era John, o cara em quem eu tinha esbarrado ontem, ele estava sorrindo para mim.

— Você me assustou. Comecei a rir. —Isso é o destino nos unindo?

— Não, não, eu segui você.

— Você me seguiu?

— É eu sei é estranho, mas eu precisava conhecer você melhor.

— Me conhecer melhor? Por quê?

— Vejo você passar todos os dias por aqui com a câmera.

— Você vê?

— Sim, eu tenho uma loja ao lado da floricultura, vejo você passar e olhar lá para dentro sempre e eu queria saber mais sobre você e saber o porque que tanto passa por ali.

— Então deixa eu ver se eu entendi, você me vê todos os dias, ficou curioso para saber coisas sobre mim e então você saiu da sua loja e esbarrou em mim de propósito?

— É eu achei que iria ser mais difícil de explicar, mas colocando desta forma fica melhor.

Ele sorriu e pediu para segurar minha bolsa, então começamos a caminhar.

— Eu nunca tinha te visto por aqui.

— Isso deve ser porque minha casa fica nos fundos da loja e normalmente eu saio por volta das 15h30min ou 16h00min horas.

— Ah sim, neste horário eu trabalho. O que vende na sua loja?

­— Muitas coisas, livros velhos, espelhos, quadros antigos, coisas que as pessoas não querem mais e que deixam na minha loja para que eu possa aproveitar e dar a chance que outras pessoas aproveitem.

— Interessante. Você tem namorada? É casado?

— Calma, calma, eu apenas tenho 20 anos, não pretendo casar tão cedo e quanto à namorada não tenho não, digamos que sou uma pessoa solitária. Mas me diga... E você tem namorado?

— Sei como é eu faço isso desde que vim morar para cá, tiro fotos, caminho, olho o movimento e admiro a floricultura. Não tenho não, nunca me apaixonei, acho que não fui feita para isso.

— Nunca se apaixonou? Isso é bobagem, todos somos feitos para amar. Eu me apaixonei uma vez, mas ela me trocou por um riquinho.

— Nesta cidade poucos me interessam e a maioria é comprometido, eu sou do tipo que não tem ninguém, vivo sozinha, talvez eu nunca me apaixone.

— Nunca é uma palavra muito forte, eu também sou sozinho e nenhuma mulher quer um cara que ganha pouco e que não dará nada a ela.

— Com esse nada você quis dizer amor ou joias?

— Joias é claro, não é com isso que vocês se importam?

— Vocês não, elas, para mim não importa o dinheiro e sim o afeto, o carinho e o amor, sem isso não vale a pena ficar com a pessoa.

— Você lê romances, não é?

— Sim, como sabe?

— Porque só uma pessoa que lê livros e ainda mais sendo romance, poderia pensar assim, essas mulheres que você vê por aí estão vazias e os homens piores ainda, é por isso que fico dentro de casa para não ver tanto sorrisos falsos.

— Nossa, que poético.

— Está bem, esta eu mereci.

­— Bom, já está tarde, tenho que ir agora, até mais John.

— Até mais Sophia, ah e sugiro que cole a foto que tirou de mim na sua parede, irá ficar lindo.

Ele continuou andando e rindo, eu ri também, fiquei olhando ele ir embora e depois entrei para casa, tenho que admitir que foi um dia maravilhoso, fazia tanto tempo que eu não tinha um dialogo com mais de duas palavras com alguém, espero repetir isso alguma hora.


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