Love Lust Faith + Dreams escrita por varricchiopie


Capítulo 3
Conquistador


Notas iniciais do capítulo

(16+)
http://www.vagalume.com.br/30-seconds-to-mars/conquistador.html
Boa leitura :)



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Lust | Faith

Ele corria pela cidade em sua Harley-Davidson negra, os óculos escuros colocados mesmo a noite para esconder suas íris vermelhas. Metallica tocava nos alto-falantes de seu capacete. Sleep with one eye open, rippin’ your pillows out! Sebastian gostava da velocidade, do vento cortante em sua pele. Ele respirou fundo e olhou para a Lua se erguendo contra a escuridão da noite no horizonte, sorrindo ao pensar que, mesmo imortal, aquilo nunca perdera a beleza aos seus olhos.

E pensar que naquela noite, a bela e fatídica noite de verão, todos aqueles seus anos poderiam chegar ao fim. A ideia da morte não o assustava. Assustava a ideia de não ter um novo amanhã, não ver todas as coisas que ainda não vira, não conhecer quem ainda não conhecera. O mundo era grande demais e nem aqueles 527 anos foram suficientes.  Naquele mesmo dia, há quinhentos anos, ele fora transformado no mais belo pesadelo já sonhado.

Ele ia sem medo do que o esperava pois seu destino já estava traçado, ele só não sabia o que nele estava escrito. Era uma luta até a morte, uma batalha sagrada. Ele lutava pelo amor que tanto buscara... Mas não só por ele fora encontrado. Ele se aprumou e concentrou-se na onda da poder que corria por todas as terminações nervosas de seu corpo.

Ele lutava pela sua libertação. Pelo seu tudo. Ele lutava por ela. Uma guerra que acabaria pelo fogo, fogo que seria o fim de uma dança mortal pela vitória.

Helena era a mulher mais bonita e encantadora que já havia existido. Tinha cabelos ruivos e olhos verdes, uma inteligência interminável e uma acidez nas palavras que era, de certa forma, cativante. Tinha o corpo mais bonito, o sorriso mais doce e a chama mais ardente. Helena era perfeita. E ainda, totalmente humana.

Sua sereia – como Sebastian a chamava, seria forçada a testemunhar toda a luta e sentir os laços com um de seus vampiros se romperem quando ele morresse.

Sebastian veio depois, e sua conexão com Helena era muito mais forte, mas por Fakash – o árabe que a reclamou como sua – ter aparecido primeiro, ela não poderia simplesmente deixá-lo. Vampiros tinham uma certa forma de agir implícita, uma etiqueta obrigatória: se um macho não liberar sua fêmea, ela não está livre para se relacionar com outros homens. Ridículo, claro, porém assim que as coisas funcionavam.

Sebastian abaixou o descanso da moto depois de horas na estrada, na frente de um bar sujo no meio do nada. Deu a volta no prédio e foi para a grande área aberta com chão de terra batida nos fundos. Fakash estava sozinho e com um sorriso maligno no rosto. Sebastian olhou para o bar e viu Helena sentada na beirada da sacada que havia em volta do telhado plano.

- Você sabe que ela é humana, certo? – Sebastian ergueu uma sobrancelha para o outro vampiro – Ela se machucaria seriamente caindo dali.

- Ora, Sebastian, - Fakash cuspiu o nome, rindo com escárnio – Você não é veloz o suficiente para alcançá-la antes da queda? Eu sou por isso eu não me preocupo.

- A pressa é inimiga da perfeição, meu caro. – Sebastian sorriu, dando a entender que não era do cenário hipotético montado que ele falava – Por isso você pode ser mais rápido, mas sabe muito bem que nem por isso é o melhor. Eu sou.

Fakash estreitou seus olhos e disse:

- Isso é o que veremos, conquistador. Prepare-se. Diga suas ultimas palavras a minha doce Helena.

Sebastian deu as costas ao homem que ali estava e olhou para Helena, cujos olhos mostravam reflexos do que ele próprio sentia: amor, luxúria, ódio, desejo e uma promessa – a promessa de que império do qual eram filhos se ergueria.

Bod bydysawd cyfan yn cyllnwynio yn fy blaid”, Sebastian sussurrou para si mesmo a oração galesa antiga, aprendida ainda jovem com seu pai guerreiro, enquanto tocava o amuleto do martelo de Thor igualmente antigo escondido sob sua camiseta preta. Ele sorriu com o canto de boca e disse baixo, sabendo que Fakash ouviria:

- Essa é uma luta até a morte.

Após alguns momentos tensos, Fakash rosnou e pulou sobre Sebastian, derrubando-o no chão, que logo rolou e ficou por cima, cravando as unhas, que ao comando se transformaram em garras, no ombro do oponente, rasgando sua carne. Fakash virou a cabeça e cravou os dentes no antebraço de Sebastian, fazendo o sangue quase negro pingar e encharcar o chão de terra. O conquistador saiu de cima de Fakash e pôs-se de pé, já preparado para o próximo ataque. Em um piscar de olhos os dois se engafinhavam em uma dança mortal, rápida demais para olhos humanos acompanharem. Ambos cruéis, faziam de tudo para acabar com a semi-vida do outro e, finalmente, receber seu prêmio.

Helena arquejou quando conseguiu distinguir um golpe de Fakash acertando as costelas de Sebastian, que afundaram sub sua pele. Fakash parou e riu e nisso, um acesso de fúria atingiu Sebastian, que chutou o peito do outro, fazendo deslizar pela terra. Chegou ao vampiro atordoado, ainda caído, em sua velocidade sobre-humana e agarrou-lhe a cabeça. Pôs o vampiro de joelhos e levantou seu rosto até que olhasse em seus olhos. Sebastian, então, disse:

- Eu estava certo desde o início, certo Fakash? Eu sou o melhor.

- Isso ainda não acabou – disse o vampiro subjugado entre os dentes.

- Ah, não? – Sebastian disse sarcasticamente – Veremos.

E então girou violentamente a cabeça de Fakash, quebrando seu pescoço e deixando o corpo no chão para ser incinerado pelo Sol. Aproximou-se da construção onde Helena ainda observava e deu impulso, saltando até estar de pé no telhado ao lado de sua amada. Antes que ela percebesse, tomou-a nos braços e deu-lhe um beijo possessivo e violento, tirando-lhe o ar. Ao se separar, sorriu e Helena viu a luz da Lua que se punha atrás de si refletir em suas presas. Ele se abaixou e mordeu levemente seu pescoço, sussurrando “minha” ao seu ouvido. Ela se sentiu arrepiar e Sebastian tomou-a nos braços. Helena fechou os olhos, para alguns instantes depois ser colocada na moto de seu amado, seu conquistador. Ele deu a partida, enquanto Helena se agarrava na cintura do vampiro. O vento começou a açoitar os cabelos ruivos da bela humana quando Sebastian acelerou, fugindo dos primeiros raios do amanhecer. 


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Notas finais do capítulo

Espero que tenham gostado ^^
MarsKiss
@VarricchioLu



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