Up With The Birds escrita por Devonne Delacour


Capítulo 1
Único


Notas iniciais do capítulo

Mais uma fic super curta. Obrigada a todos que comentaram na primeira que publiquei, espero que gostem dessa também!



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Thalia Grace estava cansada. Cansada de se afeiçoar a pessoas que iam embora tão rápido. Agora lá estavam Annabeth e Percy, no Tártaro. Provavelmente só lhe restaria a saudade.

Ela gostava de todas as Caçadoras, é claro. Mas ao mesmo tempo elas pareciam fazê-la tão fraca. Ela não havia conseguido evitar amar como um irmão o garoto que a ensinou a jogar Mitomagia; não havia conseguido evitar se apaixonar por ele, que agora era um adolescente tão sombrio mas tão profundo. Nico era o maior arrependimento dela. Arrependeu-se de ter conversado com ele pela primeira vez ou de ter feito piadinhas sobre tudo. Porque eles eram tão parecidos mas tão diferentes. Porque a cada vez que eles se esbarraram durante alguma missão das Caçadoras ela sentia como se houvesse tomado um soco no estômago. Thalia não havia conseguido ajudá-lo. Ela também não havia conseguido ajudar a si mesma.

The birds they sang, break of day

'Start again' I hear them say

It's so hard to just walk away

Thalia além de tudo sentia falta de Zöe. Ainda havia tanto para ensinarem uma à outra. Suas noites em claro seriam melhores só de ter a presença dela. A caçada da filha de Zeus agora era outra: caçava a si mesma. Sentia que havia se perdido no Acampamento Meio-Sangue.

A única coisa que a tranquilizava era vagar pelas florestas onde as Caçadoras acampavam. Algo ali pedia que recomeçasse. Ela tinha medo de seguir aquela voz, mas era tão reconfortante. Talvez o céu oculto por folhas a entendesse.

The birds they sang, all a choir

'Start again', a little higher

It's a spark in a sea of grey

Em tempos como esse, a imortalidade soava mais como uma maldição. Ela viu tantos de seus amigos irem embora ao longo do tempo que parecia tão injusto ter que remoer isso pela sua vida inteira até morrer em combate.

Poderia Ártemis perdoá-la caso seu juramento fosse quebrado?

The sky is blue, dream that lie 'til it's true

Then taking back the punch I threw

My arms turn wings oh those clumsy things

Foi então que uma sombra passou por ela. Cada vez maior, fazendo-a sorrir. Ela conhecia aquela sombra. Ela conhecia cada uma das pessoas ali. E ouvia passos arrastados e conhecidos.

–Nico. –Ela chamou calmamente, um sorriso brotando em seus lábios.

E surgindo de uma sombra ali estava o maior habitante de seus sonhos. A clara razão de sua insônia. Tão real com seu rosto pálido e o mesmo anel de caveira. Havia crescido, mas estava mais abatido. Uma mecha de cabelos pretos caía sobre seus olhos, irritando-o.

–Ei, Thalia. –Nico cumprimentou-a, sua voz rouca e fraca, mas sua face com um sorriso torto. Ele não costumava sorrir.

A morena não hesitou em entrelaçar suas mãos com as dele. Seu sorriso agora era grande e brilhante.

–O que te traz aqui, Rei dos Fantasmas? –Thalia perguntou de forma brincalhona.

Nico estava tão feliz de vê-la sorrir. Só notou o quanto a amava quando a deixou ir. E como aquela decisão havia doído. Mas ela ainda aparecia constantemente em sua mente. Povoava seus sonhos, fazendo-o sorrir de forma genuína. Thalia foi o que manteve Nico vivo enquanto estava preso no jarro. E lá estava ela, agora ligeiramente mais baixa que ele, com seu rosto sardento e seu cabelo repicado. A Thalia de sempre.

–É desagradável estar no alto o tempo todo. –Ele comentou. Na verdade estava lá por ter visto a garota andar sozinha por entre as árvores. Não havia sido fácil fazer Hazel aceitar sua descida, mas Nico conseguia tudo dela.

–Eu perderia o medo de estar no alto se estivesse junto com você. Você sabe disso.

–Como naquela vez em que eu convoquei esqueletos pra dançar dubstep no telhado do chalé do Percy e então nós ficamos a noite inteira rindo.

Aquela memória esquentou o rosto de Thalia. Naquela noite, ela quase caiu do telhado, mas Nico fez com que ela se sentisse bem de novo. Ela não conseguiu evitar o choro, e então o garoto fez uma piada tão boba que a fez ter um ataque de risos e esquecer-se do resto do mundo. A garota sentia a imortalidade escapar de seu corpo pouco a pouco. Era tarde demais.

Send me up to that wonderful world

And then I'm up with the birds

Um gosto amargo invadiu a boca da filha de Zeus. “Me perdoe, milady”, pensava desesperadamente. Mas fez o que devia fazer.

Beijou-o.

E não importava se ela sentia a imortalidade se esvair e sua aljava lentamente se esvaziar. Naquele momento, Thalia estava no alto. Sem medo. Assim como os pássaros.


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Notas finais do capítulo

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