O Final Que Eu Sonho ... escrita por Denise Reis


Capítulo 2
Capítulo 2


Notas iniciais do capítulo

Como eu postei os dois primeiros capítulos quase no mesmo horário, ainda não recebi nenhum comentário....
Preciso de comentários.
Ainda não estou triste.
Vou esperar...
Não fiquem em silêncio... façam como eu... escrevam, escrevam, escrevam, escrevam.....
Beijão
Ah, comentem, viu???? Hêhêhêhê



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Kate consultou o relógio. Seis horas e vinte minutos. Desceu para tomar café da manhã. Ao chegar à copa, encontrou a sorridente Sra. Lewis, a animada empregada doméstica, que havia arrumado a mesa com apenas o lugar de Kate e de Annie.

— Bom dia, Sra. Lewis. E o papai?

— Bom dia Kate. Oh, meu Deus! Como você está linda, minha querida, cada dia mais linda. – A Sra. Lewis trabalhava na casa dos Beckett desde que Kate era da idade de Annie e a amava muito e estava entendendo muito bem o que estava se passando. – Seu pai chegou tem menos de cinco minutos. Passou por aqui, me pediu um copo de suco de laranja misturado com cenoura e tomate, bebeu e subiu...

— Agora? – Interrompeu Kate.

— Sim, minha linda. Foi agora mesmo.

— Obrigada, Sra. Lewis, daqui a pouco eu retorno para tomara meu café da manhã.

Kate saiu da copa e subiu as escadas em direção ao quarto do seu pai. Ao chegar, dá uma leve batida na porta. Não queria acordar a Annie.

— Pai, sou eu. Posso entrar? – Kate chama o pai de forma muito delicada.

Silêncio. Kate não ouviu nada, mas ela insiste.

— Papai. Eu vi o senhor chegar agora, pai. – ela dá um blefe - Abra a porta, por favor.

— Kate, eu estou com sono, filha. Nós conversamos à noite, quando você retornar.

— Papai, eu não retorno para casa hoje, pois tenho plantão de 24 horas no hospital.

— Então amanhã, filha.

— O senhor está me evitando. Está me escondendo alguma coisa, papai. – Kate fala, desta vez com uma voz mais determinada.

Jim abre a porta, meio cambaleante e Kate logo percebe seu semblante abatido como também sente o forte odor de bebida alcoólica. Ele se agarra bem forte na porta com receio de cair, olha para a filha com os olhos semicerrados e diz.

— Bom dia, filha.

— Papai, o senhor bebeu de novo?!! – Kate pergunta ao pai, mas quase em tom afirmativo.

— Kate, que horas você tem que chegar ao hospital para dar inicio ao plantão da sua residência médica, filha? – Jim perguntou, falando arrastado, tentando mudar de assunto.

— Eu tenho que estar lá às oito horas, papai.

— Kate, faltam dez minutos para as sete horas. Você não pode chegar atrasada, minha filha e ainda tem que tomar café da manhã, acertei? – continuou falando com a voz muito arrastada, próprio de quem estava muito alcoolizado.

— Pai, o senhor não me respondeu. O senhor bebeu novamente? O senhor bebeu a noite toda, papai. O que é que o senhor está me escondendo?

— Filha, eu não bebi. Quer dizer, eu bebi, mas não bebi tanto assim como você está dizendo. – ele falava com a voz característica de quem havia bebido em excesso – Kate, se você quer conversar, eu prometo que amanhã, quando você estiver descansada, nós conversaremos. Eu juro, Kate.

— Então, eu posso ir para o hospital e ficar tranquila?

— Pode. Espero que você tenha um bom dia. – Ele se escorou na porta, quase caindo.

— Papai, eu quero te pedir uma coisa. É um pedido muito especial.

— Diga, meu amor.

— Eu queria que o senhor desse um pouco mais de atenção a Annie, papai. Ela sente a sua falta. Como hoje eu tenho plantão e ela está de recesso escolar, com certeza ela vai sentir a minha falta também. Então, papai, vá dormir agora. Esteja descansado para quando o senhor acordar ela não te ver assim tão abatido, ok? Posso contar com o senhor?

Jim emocionou-se com aquele pedido. Respirou fundo.

— Kate, eu vou dormir um pouco. Realmente, estou com muito sono. Mas pode contar comigo. Eu te amo, filha e eu também amo profundamente a minha netinha. Pode ir sossegada.

— Eu te amo também, pai. Vá dormir e se cuide. Ah, e cuide da minha princesinha, não deixe que ela te veja assim.

Beijou o rosto do pai e desceu a escada. Kate foi para a copa-cozinha. Tinha que se alimentar bem para ficar preparada para a agitação do início do plantão. Comeu uma taça de salada de frutas frescas com creme de leite, em seguida comeu um sanduiche de pão natural com recheio de queijo e presunto. Devorou também ovos mexidos com bacon e tomou uma caneca de café quente com creme. Estava alimentada e pronta para o plantão.

Em seguida, chamou a Sra. Lewis e pediu que desse uma atenção especial para Annie, tendo em vista que a criança iria ficar sozinha o dia e a noite toda. Avisou que tinha pedido para seu pai também divertir a garotinha, mas sabia que infelizmente seu pai ficaria na cama boa parte do dia se recuperando da noite perdida e da bebedeira.

Pegou seu carro e foi para o hospital. Ainda bem que o hospital era próximo da sua casa. Durante o curto percurso, não pode deixar de pensar em seu pai e no que será que estava acontecendo para ele passar a noite toda fora de casa e o pior, bebendo. Sim, ele estava bebendo cada vez mais. Algum problema muito grande, além da morte de sua mãe, o estava deixando muito aflito.

Ela teria que ter uma conversa muito franca com o pai e nessa conversa ele teria que estar totalmente sóbrio.

Chegando ao hospital, Kate estacionou seu carro no local reservado para médicos, médicos residentes e funcionários. Consultou o relógio, sete horas e vinte minutos. Ainda era cedo. Não precisava andar tão rápido. Dirigiu-se tranquilamente ao hall dos elevadores e apertou o botão.

Kate estava distraída esperando o elevador, pensando nos problemas que estava enfrentando com seu pai e não percebeu que alguém estava falando seu nome.

— Bom dia, Dra. Beckett. Chegou cedo, como sempre. Muito bem.

Kate gelou! Era ele. Reconhecia aquela voz sem nem mesmo precisar olhar para o dono dela. Dr. Castle, o jovem proprietário e também Diretor do hospital. O homem mais bonito da face da terra e detentor também da voz mais quente e mais forte que já tinha ouvido. E o sorriso dele... Nossa senhora! Ele tinha o sorriso tão sedutor... Ai, meu Deus. Quanta bobagem ela estava pensando! Que Deus a ajudasse.

Kate respirou fundo, discretamente.

— Oh, desculpe-me. Eu estava distraída e não o ouvi. Bom dia, Dr. Castle. – olhou para ele. Sorriu com amabilidade, sem excesso, sem deixar transparecer seu entusiasmo excessivo... Sua paixão. Ainda bem que não precisavam se cumprimentar com aperto de mão, porque, com certeza, sua mão estaria uma pedra de gelo, em face do nervoso de estar conversando amenidades com ele. Se bem que ela estava usando luvas de couro por causa do frio. Menos mal.

— E cada dia mais bonita. É uma pena que tenha que trocar esse seu lindo traje pela farda sem graça dos residentes. – Dr. Castle sorriu, admirando-a abertamente, dando uma piscadinha maliciosa.

— Bem, sobre a farda dos residentes ser sem graça... Não. Eu não me incomodo. Não, mesmo. Ela é prática. Aliás, eu sinto orgulho em usá-la. É a carreira que eu escolhi e coincidentemente é a mesma dos meus pais. – Kate sorriu orgulhosa e verdadeiramente feliz. Olhando mais diretamente para o Dr. Castle, Kate disse - Mas quanto à farda dos residentes ser sem graça... – Ela continua olhando bem no fundo dos lindos olhos azuis daquele médico lindo, másculo e viril e diz – o mesmo se poderia dizer da farda dos médicos, pois possuem o mesmo modelo, só que a minha é azul clara e a do senhor é azul escura. – Acrescentou sorrindo e devolvendo a piscadela marota.

— Você está coberta de razão, Dra. Beckett. – Richard Castle sorriu sem disfarçar como estava feliz ao falar com Kate. – como sempre, você sempre espirituosa. Sempre tão de bem com a vida, desde a época da faculdade, quando você era minha aluna.

Neste momento, a sineta do elevador toca sinalizando que ele acabava de chegar naquele pavimento e abria a porta.

Com o braço direito estendido em direção à porta aberta do elevador, Dr. Castle dá passagem para Kate entrar na frente, como um perfeito cavalheiro. Kate aceita a deferência, entra e aperta o botão para o terceiro andar. O médico bonitão a segue e aperta o botão referente ao primeiro andar, onde se localizava a Diretoria Geral. Quando o elevador chega ao andar que ele pediu, ele se despede e sai. Ao ficar sozinha na cabine, Kate revira os olhos em êxtase e respira fundo de pura emoção, nem acreditando que começou o seu dia vendo o homem mais bonito que já vira na sua vida, que por coincidência, fora um dos seus professores na faculdade de medicina, era o dono daquele hospital e também, como se não bastasse, era o responsável pela sua equipe de médicos residentes.

Por mais que fosse muito concentrada nos seus estudos e focada nos pacientes que atendia durante os plantões, Kate não pode deixar de escutar as fofocas que corriam pelos corredores do hospital de que o Dr. Richard Castle, apesar de ser apenas dez anos mais velho que ela, conseguiu galgar muito rápido na sua carreira devido a sua grande inteligência e habilidade de concentração nos estudos da medicina e, claro tinha também capacidade administrativa financeira, pois, conseguiu multiplicar sua fortuna maravilhosamente bem, sempre contando com a ajuda de sua mãe, Martha Rodgers-Castle, uma Administradora de Empresas que ficava por trás de tudo o que acontecia naquele hospital, principalmente na área financeira. Nada acontecia sem que passasse pelo conhecimento e pela aprovação de Martha e do Dr. Castle.

Quando chegou ao seu andar, Kate foi direto para o vestiário dos médicos residentes e se encaminhou para um guarda-roupa geral onde se encontravam as farda limpas. Pegou uma e em seguida foi para um reservado se trocar. Em seguida, acondicionou suas roupas e botas no seu armário privativo, trancando-o. Seguiu para o espelho gigante, que tomava uma parede inteira do vestiário, arrumou os cabelos com a própria mão e, com a ajuda de um elástico, fez um rabo de cavalo e constatou que estava bem disposta e bonita para iniciar seu trabalho. É, estava bonita, sim. Ela já fora muito insegura, até demais da conta, principalmente na época em que fora abandonada por Josh, o pai de Annie. Mas durante a gravidez fez acompanhamento psicológico onde ganhou autoconfiança para encarar a vida de frente, não fugir das verdades que lhes eram apresentadas, principalmente quando dizia respeito a si mesma. Então, quando seu bebê nasceu, ficou tudo muito melhor, porque teria que confiar em si mesma para acreditar que poderia cuidar de outro ser humano que dependeria exclusivamente dela. Então, oras bolas... Porque não admitir que estava bonita? Porque fingir que não via que estava bonita? Não podia e nem queria ser hipócrita. Ela se arrumava para ficar bonita, sim. Pronto. Ponto final.

Consultou o relógio. Ainda tinha dez minutos. Tempo suficiente para tomar um café com creme na lanchonete do hospital. Partiu em rumo ao saboroso café. Ela amava café com creme.

Chegando à lanchonete, fez o seu pedido. Ao ser atendida escolheu sentar-se à uma mesa um pouco mais distante. Estava distraída, quando de repente, ela ouve aquela mesma voz grave e profunda...

— Olá, novamente, Dra. Beckett. Já vi que hoje é o meu dia de sorte. Posso me sentar com você? – Disse o Dr. Castle, sorridente, segurando uma caneca de café fumegante.

— Oh, - assustou-se Kate – Claro, Dr. Castle, fique a vontade. Eu nem vou demorar porque daqui a pouco tenho que me apresentar para dar início ao meu plantão.

— É, eu sei, até porque eu sou o médico que chefia a sua equipe de residentes. – Sorriu, se divertindo com a timidez dela. - Dra. Beckett, eu notei que hoje você está um pouco preocupada... Algum assunto está te deixando com uma fisionomia tensa. Não que isso tire a sua beleza. Aliás, eu tenho certeza que nada consegue tirar ou modificar esse seu rosto perfeito. Correção: Você é toda perfeita, Dra. Beckett. Eu estou preocupado não só com você mas também com o plantão, pois se você não estiver com sua cabeça nos pacientes, talvez não consiga acertar nos diagnósticos e no que tiver que fazer com eles. Espero que entenda que não quero invadir sua privacidade. Estou falando como o médico que supervisiona seu plantão, ok? – falou o Dr. Castle com cautela.

— Dr. Castle, eu acho que hoje o senhor está conseguindo me deixar tímida, pois está exagerando de tal forma ao me elogiar que ... Eu nem sei o que falar na verdade. Será que eu devo mudar de equipe de residentes para eu ficar mais a vontade? Ainda bem que não tem ninguém aqui perto ouvindo o senhor falar essas coisas, senão não sei nem o que iriam pensar. Quanto a eu estar com a fisionomia preocupada, obrigada pelo conselho e entendo que não esteja invadindo minha privacidade. Mas a verdade é que eu estou muito preocupada com meu pai. Ele está passando por um momento muito difícil. E, eu não estou muito a vontade para falar sobre esse assunto. Talvez em outra oportunidade. De qualquer forma, eu agradeço sua atenção e vou ficar bem. Depois deste café. Nada vai me tirar a atenção. Meus pacientes estão em primeiro lugar. O senhor irá ver. – Kate disse sorridente.

— Dra. Beckett... Obrigada pela confiança de me contar parte do motivo da sua preocupação. Mas voltando ao assunto descontraído.... É... Sobre a sua beleza. Não se preocupe. Aliás, com toda essa formosura autêntica, eu pensei que você já estivesse acostumada a ser elogiada. Não está?

— Oh, meu Deus! O senhor voltou a falar nesse assunto. Não. Não estou acostumada a receber elogios, Dr. Castle. Não assim e não dessa forma e pior ainda, não quando o elogio vem do meu chefe que foi e continua sendo meu professor. – Kate consultou o relógio. Bebeu o restante do seu café, levantou-se e disse. – Dr. Castle, com licença, eu já vou me apresentar para o início do plantão.

— Vamos juntos. – Disse Richard levantando-se e caminharam juntos. – Esqueceu que vamos para o mesmo local? – Ele falou sorrindo.


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Notas finais do capítulo

Lembrem-se do meu pedido... comentem, please.
Eu só vou saber se vocês estão gostando se vocês comentarem.
Mil beijos para vocês.
Vou escrever o próximo capítulo.
Mil ideias brotam nesta minha cabeça romântica.
Beijos