Amizade Colorida escrita por Fran Carvalho


Capítulo 7
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Notas iniciais do capítulo

Três pedidos de desculpas:
— Por ter demorado taaanto com o capítulo (estava sem inspiração, sorry)
— Por misturar outras coisas da Marjorie aqui (sou fã, sorry)
— Por esse capítulo chatinho... estava escrevendo ele numa aula de filosofia muito boa, então acho que isso influenciou um pouco certas partes uashuahs

Bem, ao capítulo... Boa leitura!



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P.O.V. Laura

Fiquei quase três horas deitada na cama, olhando o teto como se ele fosse a obra de arte mais interessante já feita. Notei cada minúsculo defeito, até os mais superficiais.

Pude-me sentir voltando a realidade quando o telefone tocou.

– Ei – falei ao atender, antes de ver quem era.

A voz de Edgar soou do outro lado, fazendo meu coração entrar em combustão e ser esmigalhado em pedacinhos.

– Laura, eu – seu tom era de conciliador, quase um lorde – Quero te pedir desculpas se fui rude.

Eu sorri.

– Não foi – expliquei – Foi um perfeito cavalheiro. Eu que tinha que pedir desculpas por te comparar a outros garotos por aí.

Houve um silêncio angustiante, ou podia ouvir o som da respiração dele do outro lado, como um chiado.

– Queria te convidar para um teatro – ele falava como se tivesse divagando filosofia – Vai haver um tributo aos Beatles, e como sei que você gosta deles, comprei dois ingressos.

– Você quer dizer ao show onde vai cantar os integrantes do Legião Urbana? E Maria Gadú e Marjorie Estiano? – meu entusiasmo era tão evidente que fiquei sem fôlego.

– Sim, e Catarina, também – ele disse.

– Vai ser na próxima quarta, não é? – eu já levantara e estava com o telefone na orelha, o ombro segurando ele, enquanto eu andava de um lado a outro – Quero muito ir!

Ele resmungou um sim e desligou o telefone. Parecia nervoso. Dei de ombros, ignorando.

***

Foi mais ou menos na hora em que fiquei sabendo que liguei pra Laura. Precisava me redimir com ela, antes que ela soubesse.

Catarina não era nada pra mim. Era só uma válvula de escape, um extintor de incêndio. É rude falar assim de uma mulher, mas não posso mentir a mim mesmo.

Sempre que precisava aliviar o desejo, ia até ela. Catarina me recebia com carinho, mas nunca apego ou paixão. Era a mulher ideal para isso.

Mas eu não contava com uma gravidez. Não nesse momento. Estava apaixonado por Laura, e não sei o que ela faria se ficasse sabendo. Claro que estamos em uma época em que há liberdade, e talvez ela entenda. Mas eu não sei o que está se passando pela cabeça dela agora.

Depois de tudo o que aconteceu na casa dela, penso que há algo se passando na mente dela. Algo que eu não sei.

Não que eu seja um telepata, bem que eu queria, seria o ideal para saber o que ela pensa. Mas eu sinto. O sorriso dela, algo em sua expressão... A personalidade que ela tem não condiz com o que fez há horas. Podia até dizer que alguém a machucou. Talvez uma paixão antiga que a tivesse magoado.

– Edgar – a mãe do meu filho vinha na minha direção, interrompendo meus devaneios – Preciso ir, tem um ensaio, devem estar me esperando.

Ela beijou meu rosto, amigavelmente, e eu a abracei. Senti que ela estava nervosa, aquela não era a vida que queria, eu sabia disso. Ela era uma cantora famosa (foi ela quem me conseguiu os ingressos), isso ia para a mídia em segundos, e todos iam criar uma polêmica sobre o pai da criança.

Sua vontade era arrancar aquela vida que crescia dentro dela, antes que o bebê arrancasse a vida que ela tinha conquistado para si. Mas eu, um homem íntegro e terminantemente contra o assassinato de crianças inocentes antes de nascer, fiz com que a mulher prometesse que eu próprio criaria meu filho, se ela não o quisesse. Ela aceitou.

Vi Catarina passar pela porta, e fiquei ali, num misto de estacado e paranoico, ainda estupefado com a notícia que me tornaria um homem (ainda não era?) e um pai.

***

P.O.V. Laura

Fui chamada na Escola Michel Foucault um dia depois do ocorrido com Edgar. Fui firme e com convicção de meu potencial. A escola ficava na Lapa, era uma escola particular de classe média alta, de educação infantil ao ensino médio, baseado na filosofia e na avaliação mediadora.

Cheguei meia hora adiantada, e fui recebida pela orientadora, uma mulher cinco anos mais velha que eu, de corpo malhado e roupas elegantes. Fomos juntas a uma sala separada, e ela foi muito simpática, me fez as perguntas de forma amigável e terminou a entrevista com um aperto de mão e disse que eu estava contratada.

Era uma segunda-feira de manhã, então, já podia começar no outro dia, pois estavam com falta de professores. Eu aceitei de imediato.

Saí da escola e pedi pro taxi me largar duas quadras antes de casa, para caminhar um pouco. Vestia uma legging verde escura e uma camiseta branca dos Beatles. Fazia muito calor, por isso coloquei os óculos de sol. Queria que o sol me desse um pouco de cor, antes que eu começasse a trabalhar.

A mulher que eu vi em frente era conhecida, uma cantora famosa no Brasil todo, Catarina. Andava com um vestido branco com bolinhas pretas, que ia até a metade da coxa, também de óculos de sol. Ela sorriu para mim.

– Você é Laura, não é? – eu enruguei a testa, ao perceber que a mulher famosa me conhecia – Edgar fala muito bem de você, tem uma grande sorte de ter um homem tão bom a seus pés.

– Eu tenho? – indaguei, meio sem saber por que Edgar falava de mim pra uma mulher assim.

– Com certeza, Laura – ela sorriu – Ele é um cara legal, devia dar uma chance pra ele. Prometo que eu e meu filho não vamos atrapalhar vocês.

A mão dela foi automaticamente para a barriga, ainda lisa. Senti tudo ficar azul de repente, e o mundo girou. Depois tudo escureceu.


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Notas finais do capítulo

E aí, alguém tem uma ideia do que vai acontecer agora?
Espero que tenham gostado... E não esqueçam de comentar, elogiar, criticar, falar que ficou uma merda... O que vocês quiserem ;)



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