Me levantei rapidamente, arrumando minha roupa, caminhei em direção  a ele com certo receio.

- você veio – sorri.

Nicolae passou direto por mim, foi em direção a gabriella, lhe entregou uma caixinha que tinha nas mãos e foi embora sem nem se dirigir a mim, nessa hora eu sabia que estava encrencada, me despedi da minha amiga, lhe desejando muitas felicidades e fui atrás do meu ciumento, era incrível como ele poderia me esconder tantas coisas e me dizer tantas coisas só com olhar, assim que abri a porta o olhar que Ele me lançou era que ele estava bravo.

- oi – murmurei  -­ não falou comigo na festa.

- então você notou minha presença  - ele retirou a gravata bruscamente – parecia muito bem entretida.

- deixe de bobeira – franzi a testa – estava apenas dançando, sabe eu posso fazer isso.

- não, não pode – ele se irritou ainda mais –não daquele jeito, não com outro homem.

- era a dança típica da musica.

- então era só esperar pela próxima  - ele se virou para mim – seria assim tão difícil

- era a ultima musica – murmurei.

- estou cansado desse seu jeito de se comportar Amanda – ele suspirou – li me disse que anda faltando as aulas de etiqueta.

Então era isso, de novo sobre meu comportamento, eu não estava fazendo nada de mais, minha vida agora seria resumida a não fazer nada.

- me desculpe – agora era minha vez de ficar furiosa – me desculpe por não ser a dama perfeita, por não conseguir se o modelo perfeito de mulher que você quer que reine ao seu lado, mas esse sou eu, não posso me mudar radicalmente, eu não posso ser o modelo de perfeição do reino, e talvez se eu não sirvo para ele, eu não sirva para você também.

- não me diga uma coisa dessas – nicolae me abraçou, mas eu estava chateada demais para retribuir – nunca diga isso Amanda, você è exatamente o que eu quero.

- vou tomar um banho – me soltei – estou cansada.

Tenho que admitir, chorei no banho, deixei que as águas quentes se misturassem com as salgadas e escorressem pelo rosto.

Antes de ir para a cama tomei um copo de vinho para me acalmar, poderia parecer pouca coisa, mas essa era a primeira vez em que tocávamos na palavra separar, mesmo que subliminarmente.

Me deitei na cama e senti a mão de nicolae envolver minha cintura, deixei que ele fizesse isso, a sensação era maravilhosa, mas eu ainda estava ressentida.

Quando a manhã chegou eu estava sozinha novamente.

Me levantei com a coragem de uma super preguiça, foi sozinha a ala de alimentação e tomei meu café, caminhei para o laboratório com certo receio de encontrar John, mais como era de praxe ele estava me esperando.

- me desculpe eu não sabia que ele era tão ciumento, me desculpe se arrumei confusão no seu relacionamento, eu sei como nicolae è importante para você e eu não quero estragar tudo – ele me bombardeou assim que cheguei

- ei – levantei as mãos – calma rapaz, respire.

- estou falando serio Amanda.

- voce não fez nada – eu o tranqüilizei – não se preocupe.

- tudo bem, já que você diz  - ele sorriu – eu tenho que ir.

Trabalhei ate a hora do almoço quando connor apareceu e me chamou para almoçar, já fazia um tempo que não tínhamos um temo só para nos dois, então aceitei veementemente. Caminhamos ate o refeitório com connor me dizendo o que aconteceu na festa depois que nicolae e eu sairmos, segundo ele, gabriella ficara receosa e acabara com a festa logo após nossa saída. Fiquei preocupada com o fato dela achar que fora culpa dela, cuidei o melhor eu pude para tranqüilizá-lo.

- o que foi que Nicolae deu de presente?

- ah – ele sorriu – era uma pulseira de brilhantes coloridos, agradeça a ele por nos, deve ter sido caro.

- pode deixar – sentei com minha comida.

 Ficamos conversando por um tempo sobre o que fazíamos antigamente, parecia que não era só eu que estava com saudade dos velhos tempos, foi bom sentir aquela sensação de novo de que eu estava liberando o melhor de mim só por estar ao lado de connor.

- eu tenho que ir minha gatinha  - connor se levantou pegando a bandeja.

- tudo bem – sorri.

Me levantei e o abracei com força,sentindo o seu cheiro, deixei que ele prolongasse um pouco o abraço, fazia algum tempo em que não nos abraçávamos.

- bye, bye chatinha – ele me soltou.

- cala a boca connor – sorri.

- essa é a minha garota.

Ele se foi e eu passei o resto do dia trabalhando, era meio cansativo, então no finalzinho da tarde peguei minha galabils e fui ver como estava a nossa camada protetora, os homens que trabalhavam ali, realmente trabalhavam muito, davam um duro danado para conseguir terminar a obra a tempo. Já estava terminando a noite e entrando na madrugada quando entrei em casa, achei que nicolae estaria dormindo, mas ele estava muito bem acordado, e pelo que me pareceu que também todo o conselho.

- senhores, temos coisas mais urgentes para tratar – nicolae falou brandamente, mas percebi que ele estava irritado.

- majestade com todo o respeito – um velho tomou a palavra – mas se seu relacionamento parece frágil, o reino parece frágil, e da mais liberdade para aquele psicopata trabalhar.

- nos nós reunimos e decidimos que um casamento arranjado e tudo o que o senhor precisa – um outro tomou a palavra.

Como é que é, casamento arranjado?

- eu não vou me casar com alguém sem amar senhores – nicolae elevou a voz – não é algo discutível.

- o que não é discutível majestade é o senhor achar que uma mulher como aquela poderia governar o mundo – espiei pela brecha – você mesmo viu a noticia, o povo vai parar de apoiá-lo.

-  eu pedi Amanda em casamento porque a amo – Nicolae se defendeu – e essas noticias são falsas, confio nela.

- eu não participarei de uma coroação de uma rainha como ela.

- mais o conselho precisa estar La. – ele rebateu.

- mas não estaremos – ouvi passos se aproximando – quero ver se casar com ela sem nossa bênção.

A porta se abriu e todos ficaram olhando para mim, o da frente, cheio de rugas, e olhos de doninha sorriu maleficamente para mim.

 - já entendeu o recado mocinha.

Eles saíram sem me olhar nos olhos, cada um de cabeça baixa como se tivessem medo de me encarar. 

- entra Amanda – Nicolae murmurou La dentro.

Fechei a porta atrás de mim.

- leia – ele apontou para uma noticia que havia em cima da mesa.

Peguei a base de cristal e acionei o botão.

“os amantes da rainha”– a voz da reporte começou a falar

“ como será que vossa majestade se sente ao se deparar com tanta traição, em apenas dois dias a futura rainha foi vista com dois homens”

Uma foto minha dançando com John, e outra abraçando connor hoje de manhã apareceu bem grande.

“ parece que ela não gosta de ser ignorada, depois de ter sido deixado sozinha pelo rei, para ficar com lady Elisabete, parece que nossa senhorita resolveu se vingar arrumando outros parceiros não é mesmo, parece que o rei não esta fazendo seu trabalho direito. Será que ser esse perfil de realeza que teremos a partir de agora?”

Meu coração estava martelando dolorosamente contra o peito, e uma sensação diferente se apossou de mim, o medo, medo do que estava por vir, minhas mãos começaram a tremer.

Levantei a cabeça para olhar nicolae, ele estava apoiado em uma poltrona com os braços cruzados, me encarando.

- eu não fiz isso – minha voz saiu num sussurro.

- eu sei – ele me olhou serio.

- nicolae...

- não – ele levantou a mão – me poupe de qualquer desculpa que queira me dar, eu avisei a você que eles te vigiariam, que te seguiriam, e tirariam conclusões do que vêem e não da verdade.

- eu sei – murmurei.

Tinha um bolo na minha garganta. Estava com uma sensação ruim sobre o futuro.

- essa noticia que você viu, foi a mais branda sobre você – ele suspirou – a maioria não diz coisas bonitas sobre você, te chamaram de coisas horríveis, coisas que me dão vontade de arrancar a cabeça de cada um deles, mas eu não posso, eles tem direito de livre noticia o que eu posso fazer Amanda? Me diga como defende-la.

- não sei – murmurei – me desculpe.

- uma vez eu te disse que não aceito desculpas Amanda – ele falou roucamente – e isso ainda vale.

- então me diga o que fazer? – perguntei.

- eu não sei – ele murmurou.

Meu coração estava despedaçado, senti as lagrimas descendo pelo meu rosto.senti o gosto do puro desespero contra a língua.

- vou deixar você em paz.

- é melhor mesmo – ele passou a mão pelos cabelos – vamos dormir, amanhã estaremos mais dispostos.

- você não me entendeu – engoli em seco – eu estou terminando com você.

Ele levantou a cabeça rapidamente.

- o que?

Peguei meu anel em forma de lagrima, representava bem aquele momento, e estendi em sua direção.

- vou deixar você em paz.

- Amanda, para de bobeira – nicolae me olhou serio – não brinca com uma coisa dessas.

- eu amo você nicolae – não conseguia fazer as lagrimas pararem de rolar – mas estou prejudicando você, estão dizendo coisas ruins sobre você, sobre seu reinado, estou prejudicando você, sei que não aceita desculpa, mas me perdoe, de coração, acredite essa é a pior coisa que já fiz em minha vida,me sinto a pior pessoa do mundo, mas é preciso fazer.

- Amanda... não me importam com o que dizem – ele veio me abraçar, só que me afastei – não faz isso, temos nossas diferenças mais eu amo você, não, é mais do que isso, muito maior.

Tapei os ouvidos com as duas mãos.

- para, para de falar isso – gritei – não dificulte.

Coloquei o anel na mão dele e corri para a porta.

- espera – ele pediu.

- não venha atrás de mim – pedi – eu não quero que venha.

- por que esta fazendo isso?

Virei para olhá-lo pela ultima vez como noivo, amigo, amante.

- porque eu sou o que você quer, mas não o que você precisa.