Amor Verdadeiro escrita por Nágila Winchester


Capítulo 1
One-shot


Notas iniciais do capítulo

Na verdade esse é um conto de mistério que fiz para escola, mas gostei tanto que resolvi postar aqui! Sou horrível em sinopses, mas a história é boa! Espero que gostem.



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O ano era 1998. Jamais poderia esquecer o fato que mudou o rumo da minha vida. Lembro-me que todos os anos, Marceline passava as férias com seus pais. Mas aquele não seria um ano como os outros. Ela não chegaria sozinha àquele casarão. Eu iria com ela. Estávamos juntos há dois anos e finalmente iria pedir a benção de seus pais. Iríamos nos casar.

Chegamos de táxi. Era um casarão antigo, rodeado por um muro de pedras. Na porta, um casal nos aguardava. Ao verem a filha tão sorridente, também não se contiveram. Abraços e gargalhadas tomaram conta do lugar sombrio. Mas era perceptível que ambos não gostaram de mim. Talvez porque sempre fui muito sarcástico e pouco romântico ou talvez fosse puro ciúme. Tinham medo de perder a única filha para alguém que poderia não ser a pessoa certa.

Entramos na casa que parecia ainda mais sombria do lado de dentro. Marceline e eu arrumamos nossas coisas. Como o Sr. e a Sra. Johnson eram muito conservadores, tive que ficar no quarto de hospedes. Esperei até a hora do jantar para anunciar a grande notícia e quando a hora chegou, fui direto. Pedi Marceline em casamento enquanto todos estavam assentados à mesa. Foi uma surpresa. Marceline estava mais radiante. Saulo e Tânia, no começo pareciam não estarem muito felizes, porém ver a filha daquele modo era a melhor sensação do mundo. Abençoaram nosso casamento.

Já estava tarde quando terminamos de conversar sobre nosso futuro. Cada um foi para seu quarto e eu para o de hospedes.

Lembro-me como se fosse ontem. Troquei de roupa, escovei os dentes e me deitei. Era uma linda noite e não demorei a adormecer. Entretanto acordei não muitos minutos depois com um vento gelado invadindo o cômodo. Fui em direção a janela e a fechei. Não adiantou. O quarto ficou mais gelado. Foi quando percebi que não era um vento, mas sim, uma presença fria. Eu não estava sozinho. Alguém rodeava o quarto. Senti medo. Depois senti vergonha por ter sentido medo. Pensei em me levantar e mostrar que sou corajoso. Não consegui. Permaneci imóvel. Apesar do frio, eu suava. Os minutos pareciam horas e de repente tudo voltou ao normal. “É só o cansaço do dia” pensei. Voltei a dormir.

No dia seguinte não comentei o ocorrido a ninguém.

Tivemos um dia muito produtivo e a noite novamente eu estava muito cansado. Logo que deitei peguei no sono. E mais uma vez eu acordei e tive a certeza de que eu não estava sozinho naquele quarto. Sua presença era tão real que eu não consegui me levantar da cama. Senti que era observado fixamente como se me analisassem. Novamente o medo se apoderou de mim. Aquilo durou horas. Já estava amanhecendo quando me senti seguro de novo.

Levantei e comecei a andar pela casa. Graças a Deus aquelas pessoas levantavam cedo. Logo já estava envolvido com histórias e causos da família. Não queria que aquele dia acabasse.

A noite chegou. Eu não ia voltar para aquele quarto. Quando todos se retiraram, disse que ia ficar mais um pouco na biblioteca. Meu plano era dormir ali mesmo. Sabia que logo iríamos embora daquele lugar e tudo voltaria ao normal.

Aquela foi a pior noite da minha vida.

Quando fechei meus olhos para dormir no sofá, me senti preso. Aquela presença fria estava novamente perto de mim. Não importava aonde eu me encontrava. Pude sentir sua respiração e então ouvi um sussurro ao pé do meu ouvido:

— Por que seria você?

Passei o resto da noite acordado com a companhia de algo que eu não poderia explicar.

Amanheceu e como mágica tudo parecia normal. Porém eu não era mais o mesmo. Estava cansado e amedrontado. No café da manhã todos estavam reunidos como de costume. A conversa era descontraída, mas eu permanecia ali, absorto. Marceline percebeu:

— Ivan? Está tudo bem?

Não sei por que eu fiz aquilo, mas perguntei se existia algo que eles deveriam me contar. Imediatamente todos pararam e olharam para mim. Eu disse que estava muito cansado, pois havia três noites que eu não dormia. Alguma coisa estava me visitando a noite e eu sabia que se eu não tomasse uma atitude, aquilo me faria muito mal.

Foi quando Marceline me contou sobre Henrique. Seu ex-noivo que a amava tanto que não suportou a ideia de não conseguir fazê-la feliz e por isso se suicidou naquela casa. Deixou uma carta explicando todo seu amor e que sempre cuidaria dela até que encontrasse o amor verdadeiro, capaz de fazê-la feliz. Só assim ele iria embora dali. Como pacto, ela jurou a ele, mesmo depois de morto, que o deixaria escolher o homem com quem ela deveria se casar.

Levantei da mesa. Passei o dia inteiro sozinho pelos cantos da casa. Observava aquelas pessoas e tinha certeza que eu não as conhecia. O verdadeiro motivo para Marceline me arrastar para aquele velho casarão, não era pela benção de seus pais. Aquilo era loucura. Precisava sair dali.

A noite chegou. Quando todos se retiraram para dormir, arrumei minhas coisas e saí, sem que ninguém percebesse. Caminhei até conseguir uma carona.

 Não poderia ficar ali nem mais um minuto. Não poderia esperar para descobrir se eu era ou não o amor verdadeiro de Marceline.


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Notas finais do capítulo

E então? Por favor comentem para eu saber se ficou boa, se devo mudar alguma coisa... Espero que tenham gostado!



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