A Rezadeira escrita por Nany Oliver G


Capítulo 1
Capítulo Único


Notas iniciais do capítulo

M deu vontade de escrever, então escrevi. Boa leitura.



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Sair da prisao é sempre a mesma coisa. Homens com armas, esperando um mísero movimento não previsto, para usa-las. Pessoas chorando por aqueles que saem. Detentos arrependidos nos colos dos familiares, mas que logo iram fazer coisas piores do quê tinham feito para parar ali. Você entra 'anjo' e sai 'demônio'. Não é brincadeira. Você entra e não quer voltar, por isso você fica melhor em fazer o mal.

A minha primeira vez dentro daquilo, eu tinha 12 e roubado um relógio de um cara. Entretanto, para minha sorte, ele era comandante de uma prisão de segurança máxima, e logo que me achou trocando o relogio por dinheiro, me jogou la dentro e riu de mim gritando de dor pelas porradas que levei, não antes de falar que aquele relógio valia mais do quê aquilo.

Antigamente, quando meu pai era vivo, ele sabia o preço de qualquer coisa. Ele tinha me ensinado a olhar de perto, e por isso, sabia do preço, só que a fome de futilidades o fizeram querer mais do que a mãe deu.

Saí pelo portão, deixando também as memórias. Procurei minha mãe com os olhos e lá estava ela, sempre esteva, segurando a mão de meu irmão menor. Ela não estava olhando para mim, e sim, indo embora.

Não corri atrás dela como deveria, tinha mais o quê fazera, pensava. Fui, andando calmamente, até os meus amigos. Eles estavam comigo novamente, depois de 1 mês dentro da cadeia sem nenhum deles ir lá. Subi na da garupa da moto de um deles, sem falar nada.

Ainda olhava para ela quando passei de moto ao seu lado, chamando a sua atenção. Quando me viu, não desviou o olhar, porém, eu desviei. Acima de tudo, ela era minha mãe e eu tinha quê ter respeito.

Chegamos na rua da minha casa e logo começou a comemoração pela minha volta. Nós estávamos ouvindo música no ultimo volume, com bebida e garotas para todos os lados. Eu beijava uma mina que nem sabia o nome, mas logo ela se afastou dando espaço pra uma pequena pessoa passar, esta a estava empurrando. Meu irmao.

Ele corria em minha direção, esperando o abraço que tanto ansiava, do seu irmão. Mas isso não aconteceu, pois quando o garoto chegou mais perto, com um grito, o mandei para casa. Havia mais coisa para fazer. Tinha uma garota do seu lado quê podia fazer coisa melhor, além de quê ali não era lugar para crianças.

O menino, chorando, o olhou, sem saber se o quê fazer. Prêmio, com um olhar fulminante o pequeno logo entendeu o recado, e não devia desobedecer. Sem discutir ou argumentar, mesmo vendo seu herói ali sem poder abraça-lo, foi embora.

Tanta coisa para ver. E problemas sempre voltam. Sua antiga moto fora apreendida, e porém, ele não tinha dinheiro. Não queria mais andar na garupa da moto do amigo e este deu uma idéia. Uma nova moto pra todos e dinheiro.

Tudo estava pronto para o assalto a concessionaria. O dinheiro da venda das motos seria dividido entre eles.

Entraram no local por uma porta nos fundos. Entretanto, logo apareceram várias viaturas os cercando. Ouve uma troca de tiros, vidros estilhaçados, sangue, que ele descobriu que vinha dele.

Fora atingido. Não havia mais jeito. E logo olhando para trás, viu aqueles que ele considerava amigos o deixarem. Sairam, não queriam ser presos novamente.

Deitou no chão vendo seu sangue esvair de seu corpo e a tontura chegando. Ouviu as sirenes de longe, o helicoptero sobrevoando.

Lembrou de quando era criança, finalmente deixou as memorias virem, e viu que tinha errado. Sentia que perdia muito estando ali, ganhando aquele dinheiro. Era apenas uma moto. Sabia que não fora bom em sua vida, e ficou com medo do fim. Se viu deitado no chão com desespero. Morte.

Ouviu gritos, e sentiu uma presença ao seu lado. Olhando para frente, viu sua mãe, chorando, ajoelhada ao lado de seu corpo, se sujando com o sangue de seu próprio filho.

Ela olhou para frente, diretamente para os olhos do espírito quê esteve no corpo. Ela chorou e rezou olhando seu filho, e este sorriu para ela, e deixou-se chorar.

Ela parou olhando para o corpo, e sorriu. Ele olhou para este sentindo-se ser puchado e sem forças para argumentar, foi, abrindo os olhos em seguida, vendo os olhos de sua mãe.

La fora, as luzes se apagaram, a energia parou. O helicoptero que ja tinha pousado, perdeu a energia, como as cameras e filmadoras. Tudo havia parado para ver seis luzes pratas saindo do local.


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Notas finais do capítulo

Aceito elogios e críticas.



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