Afinal Era Amor. escrita por Marril


Capítulo 1
Capítulo único


Notas iniciais do capítulo

Boa Leitura!



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O sol já brilhava, como sempre, sem que nenhuma nuvem ocultasse a luz que os seus raios transmitiam rumo à cidade onde habito atualmente. Boston um lugar onde nunca pensei viver! Mudei-me à relativamente pouco tempo, graças a uma bolsa de estudo que conquistei com muito esforço.

Nunca fui uma rapariga muito sociável, mas as poucas pessoas que conheço dizem-me sempre que sou muito gentil para além de brilhante já que no início do terceiro ano passei diretamente para o quarto devido à minha inteligência distinta, como costumam dizer. Eu sempre lhes digo que não sou a perfeição em pessoa, no entanto eles nunca me ouvem e continuam a dizer essas tolices.

Levantei-me ainda preguiçosa, dirigi-me para a casa de banho onde tomei um banho relaxante e tratei da minha higiene matinal. De seguida vesti o meu uniforme escolar que é estritamente obrigatório senão indispensável para um colégio interno como a diretora costuma dizer para justificar o seu uso. Antes de sair olhei-me ao espelho para ver se estava tudo bem, o meu cabelo longo castanho muito escuro estava arranjado e amarrado num rabo-de-cavalo bem apertado, os meus olhos amendoados e castanhos já sem vestígios de sono ou cansaço mantinham-se sem maquilhagem alguma, tal como o resto do meu rosto, o meu uniforme estava limpo e arranjado, ele era constituído por uma saia preta, que eu usava o mais comprido possível, uma camisa de meia manga branca acompanhada por um laço vermelho e uns sapatos tipicamente escolares, por fim eu acrescentava umas meias brancas que começavam abaixo dos meus joelhos.

Saí em direção à cantina. Pelo caminho encontrei Ally, uma amiga ou conhecida, ela é uma rapariga normal de cabelo curto moreno misturado com loiro e olhos esverdeados. A mesma dirigiu-me um sorriso inexpressivo no qual eu respondi com um meio tímido, pois não é habitual eu sorrir ou falar muito. Chegado ao destino, pedimos rapidamente o nosso pequeno-almoço, hoje escolhi um croissant de queijo e fiambre juntamente com um sumo laranja, como sobremesa uma maçã verde, Ally apenas comeu uma maçã.

Quando terminamos já só faltavam 2 minutos para as aulas começarem, arrumamos as nossas coisas e desatamos a correr em direcção à nossa sala, tínhamos perdido a noção do tempo. Por sorte o professor ainda não tinha chegado. Encaminhei-me para a minha mesa, mas antes de sentar oiço alguém a chamar-me:

-May! Posso falar contigo? – Perguntou-me uma voz masculina, bastante familiar.

Virei-me e ali estava ele, Leo, um rapaz de certo modo popular entre as raparigas devido aos seus atributos físicos, como Ally costuma dizer. Simplificando Leo tem cabelos loiros, olhos verdes e uma combinação entre rosto e corpo agradável ao olhar.

-Sim diz. – Respondi-lhe. Que estranho não me lembro de conversarmos sem que haja outras pessoas presentes.

-Ahm…Bem, como hoje é sexta e não temos aulas à tarde, será que gostavas de ir comigo a um café depois do almoço para comer um gelado ou algo assim parecido? – Sugeriu encarando-me com aqueles olhos verdes penetrantes, num olhar ansioso talvez curioso.

-Ah…Sim pode ser, porque não? – Disse. Agora eu é que estava curiosa, na verdade é mais confusa. -Queres que chame alguém para vir connosco? – Completei.

-Não! Quer dizer, é melhor não, eu gostava de falar contigo a sós de preferência. – Informou-me diminuindo o tom de voz até chegar a um sussurro.

Durante toda a aula matutei no mesmo assunto vezes sem conta. O que será que ele quer dizer-me? Porque tem de ser a sós? O que Leo, um rapaz popular, quer comigo, uma rapariga diferente das outras que não se preocupa com moda ou maquilhagem e prefere ler em vez de fazer compras? Porque eu estou tão ansiosa? Porque me sinto assim? Fiquei tanto tempo a pensar que nem dei pelo tempo a passar, pela primeira vez não tinha ouvido nada do que os professores tinham falado. Quando dei por mim já as aulas tinham acabado e era hora do almoço.

Arrumei as minhas coisas e saí novamente em direção à cantina da escola, desta vez para almoçar. Parei para guardar algumas coisas no cacifo. Enquanto alinhava os meus livros recordei-me que não tinha esperado pela Ally, não deveria haver problema ela sempre encontrava uma companhia.

Cheguei à cantina rapidamente, esta permanecia praticamente vazia com era de costume às sextas-feiras. Recolhi o meu almoço e sentei-me sozinha, como de costume na mesa mais escondida daquele espaço.

Estava a terminar de comer quando ouvi o meu telemóvel tocar. Procurei o mesmo na minha mochila, peguei nele desbloqueando o teclado e observei a notificação de uma mensagem recebida juntamente com o nome do remetente, era ele.

Comecei por morder o meu lábio inferior de nervosismo, inspirei algumas vezes antes de clicar no botão “abrir”, não entendia o porquê de estar tão ansiosa afinal era só uma mensagem. E se ele quisesse desmarcar? Não deverá haver problema, afinal é só um gelado entre amigos, mas ele disse que queria falar comigo. Argh! A minha mente está tão confusa que nem sequer consigo pensar com deve de ser!

Sem poder aguentar mais, abri a mensagem:

“Encontramo-nos no portão daqui a meia hora, fico à tua espera. Bjs Leo.”

Corei ao ler, nunca nenhum rapaz me disse alguma vez aquelas palavras nem nada semelhante e muito menos com uma despedida assim, quer dizer, acho que também nunca recebi uma mensagem de um rapaz sem que o assunto fosse a escola. Não importa, agora tenho de me preparar.

Subi rumo ao meu quarto, tomei um duche rápido e procurei entre as minhas roupas algo confortável, mas bonito. Revirei o meu armário todo até encontrar um vestido azul ainda por estrear, era muito simples: sem nenhum decote vistoso e acabava acima dos meus joelhos. Vesti-o rapidamente juntamente com uns collants pretos e uns sapatos também pretos. Penteei o meu cabelo, deixando-o solto pela primeira vez, desde algum tempo.

Desci apressada, apesar de ainda faltarem 5 minutos o meu coração palpitava de entusiamo e uma alegria inexplicável envolvia completamente o meu corpo. Já faltava muito pouco.

De repente sinto uma mão a puxar o meu pulso obrigando-me a parar, dou meia volta e deparo-me com uma Ally muito feliz, aliás radiante.

-May espera! Tenho uma novidade para te contar! – Disse-me sem conseguir esconder o seu sorriso.

-Diz, mas rápido porque tenho coisas para fazer. – Afirmei.

-Sim, claro não te preocupes, vou ser rápida. Eu…beijei o…Leo! – Contou-me ao mesmo tempo que saltava e guinchava de uma forma histérica.

-Que bom. – Disse sem reação. Comecei a sentir-me mal uma espécie da náusea que nunca tinha sentido, para acompanhar o meu coração parecia apertar e lágrimas ameaçavam aparecer. Contive-me e fui-me embora deixando para traz Ally que provavelmente nem notou a minha ausência.

Saí para o pátio, o ar fazia-me bem, arrependi-me completamente, tinha-me esquecido que ele estava lá à minha espera. Já não era capaz de encará-lo, muito menos estar com ele a sós. Apenas conseguia pensar que ela o tinha beijado e para estar assim tão feliz é porque ele retribuiu. Reuni toda a minha coragem e aproximei-me cabisbaixa de maneira a não encontrar os seus olhos. Leo recebeu-me com um sorriso, eu acho, que logo se desmanchou ao ver a minha postura desconfortável.

-Passasse alguma coisa? Está tudo bem? – Perguntou-me com uma voz preocupada.

-Mais ou menos. Acho que não me estou a sentir bem. Podemos marcar para outro dia? – Menti nesta última parte, a verdade é que não quero estar perto dele, cada vez que penso nele ou em Ally o meu coração comprime-se e só tenho vontade de chorar.

-Mas precisas de alguma coisa? – Perguntou novamente preocupado.

-Não, eu estou bem. – Disse-lhe. Já não conseguia controlar-me, acabei por deixar escapar uma lágrima, enxuguei-a rapidamente e corri sem pensar.

Enquanto corria para o meu quarto ouvia Leo a chamar-me, pedindo-me para esperar. Por sorte o corredor estava cheio e eu consegui ocultar-me no meu meio da multidão. Mal cheguei ao meu destino tranquei a porta. Queira ficar sozinha, o meu coração palpitava fortemente, gordas lágrimas escorriam livremente pela minha face.

Deitei-me na esperança de dormir um pouco. Durante o sono lembro-me de ter um sonho que não me recordo totalmente. Acordei, era de noite, a lua cheia brilhava como nunca, levantei-me observando-a, como eu adorava fazê-lo.

Lembrei-me do meu sonho, apesar de não saber como era sabia perfeitamente o que significava. Ele representava apenas a justificação para a maior parte das minhas dúvidas e incertezas, tudo se resumia a três palavras: Afinal era Amor. Eu estava apaixonada, não havia como negá-lo. Sorri melancólica e adormeci novamente.


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Notas finais do capítulo

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