The Last Soul On Fire escrita por Alice Burton


Capítulo 11
Bryan Eyes


Notas iniciais do capítulo

Oi gente, tudo bem? Pois é, sumi um pouco, perdão.
Esse capítulo é o ponto de vista do Bryan e acredito que ele aparecerá ainda algumas vezes, já que a Felícia se recusa a falar e apenas Dayon sabe o que está acontecendo.
Espero que gostem ;*



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– Ela está falando com você, não está? Nós registramos atividade cerebral e os aparelhos dão um salto sempre que você se aproxima. Não adianta mentir. – Devy tinha um tom sério na voz e as paredes finas do quarto em que Felícia estava abafavam, mas não podiam manter a conversa do lado de dentro.

As persianas estavam fechadas mas era possível ver o contorno pequeno da morena e os traços mais robustos de sei lá quem que a acompanhava.

– Fazer o que se causo reações inexplicáveis em donzelas adormecidas? – Dayon! O acompanhante de Devy era o Dayon. Abri a porta sem bater usando força o bastante para arromba-la caso estivesse fechada. Apenas Devy olhou em minha direção, Dayon estava ao lado da cama, segurando a mão de Felícia, os dedos dela se fechavam em torna da mão dele.

– O que ele está fazendo aqui? – A pergunta era direcionada a Devy, mas foi ele quem respondeu ainda sem me olhar.

– É você quem ela não quer ver amigo. – Ela abriu aquele sorriso estúpido que pretendia ser irônico.

– Eu fui bem claro em relação a visitas Devy! – Raiva alterava minha voz, precisei trancafiar minha mente para impedir que os objetos ao redor começassem a tremer, o Dom rugia para se libertar.

– Já chega! Os dois para fora. Agora. – A morena não alterou o volume da voz, mas a ameaça estava implícita. Ao longo dos anos de academia Devy mudou muito, desde que se dedicou ao estudo da medicina, ninguém era mais profissional que ela e médico algum em todo o complexo se importava mais com os pacientes do que ela, mesmo que esse paciente fosse Felícia.

Dayon se inclinou sobre a cama e beijou a testa de Felícia, não disse uma única palavra, mas pelo salto das ondas no monitor, é claro que estavam se comunicando. Agora meu corpo todo tremia.

Ou você se acalma ou eu faço isso. O aviso de Devy ecoou pela minha cabeça, ela tinha uma seringa com tranquilizante pronta. Sai do quarto sem olhar novamente.

– Eu disse para ficar longe dela! – Encostei Dayon contra a parede do corredor vazio assim que ele deixou o quarto, falando baixo, quase sibilando. - O que você sabe sobre ela? Por que foi até lá?

– É uma questão de o que você não sabe sobre ela, não é mesmo? Foi só um reencontro de velhos amigos.

É proibido usar qualquer Dom dentro da academia, salvo situações de ataque dos Corvos ou treinamento. Bem, essa não era nenhuma delas. Eu ganhava de longe em força física e sobre isso não havia regulamento, desde que eu não o matasse, mas ele nem se incomodou em retribuir ou se soltar do meu aperto.

O riso de escárnio dele me tirou do sério. Bati a cabeça dele contra a parede, foi quando Dayon reagiu e conseguiu se livrar de mim, parti para cima novamente e dessa vez acertei em cheio o queixo dele com cruzado de direita, ele era muito bom em usar o Dom, mas contato física nunca foi seu forte e essa é a vantagem de se crescer em um orfanato.

Dayon cambaleou tentando recuperar o equilíbrio, quando tentei um novo golpe ele me surpreendeu com uma rasteira e foi minha vez de perder o equilíbrio, ele vou rápido e antes que eu pudesse evitar a queda Dayon já estava em cima de mim e acertou meu olho com outro chute, a pancada forçou minha cabeça de encontro ao chão.

Então uma dor aguda irrompeu pelo meu cérebro, me encolhi no chão apertando com força as têmporas e prendendo os lábios para não gritar, de relance vi que Dayon fazia o mesmo.

Eu disse fora daqui! Os dois! Era a voz de Devy, ecoava tanto pela minha mente quanto pela dele, então a dor aumentou e achei que teria um derrame, mas de repente tudo acabou. Dayon foi o primeiro a se levantar e sair, eu fiquei em silêncio contemplando o teto muito branco e sentindo o ponto onde Dayon me acertou latejando.

– Se precisa de cuidados procure a enfermaria Bryan. – Devy estava de mau humor, mas não voltou a me atacar quando entrei na sala, ainda meio tonto.

– Só quero saber como ela está. O que ele estava fazendo aqui Devy? – Falei baixo e calmamente, eu queria deixa-la mais irritada. A morena respirou fundo.

– Em coma... Pelo menos parte do dia.

– Mas você acabou de dizer que a atividade cerebral aumenta quando ela recebe visitas...

– Não. Eu disse que a atividade aumenta quando Dayon está aqui. – Os olhos verdes de Devy faiscavam de advertência e eu controlei o Dom, que ainda batia contra as barreiras da minha mente querendo se libertar, respirei fundo. – A atividade cerebral dela está normal, todo o resto está estável e você não tem que se preocupar, é como se ela tivesse decidido dormir e fechar as portas da mente, nenhum dos nossos aparelhos consegue dizer o que está acontecendo lá dentro, nem nossos leitores mais experientes podem entrar. Em resumo, ela vai acordar quando estiver pronta.

– Mas Dayon pode entrar, é isso o que está dizendo?

– É. Agora que já sabe, pode se retirar.

– Por favor Devy... Só um minuto. – Ela soltou um suspiro cansado e saiu da sala, eu sabia que voltaria a qualquer alteração então tentei ficar calmo.

Felícia? Enviei meus pensamentos na direção dela, mas era como se batessem contra uma muralha. Me aproximei e toquei sua mão, tentei mais uma vez fazer com que me ouvisse. Nada.

– Felícia, eu sei que pode me ouvir... Por favor! – Minha voz tinha um tom de súplica, eu sabia que estava de guarda baixa, mas foda-se, a loira precisava me ouvir. Apertei levemente a mão dela entre as minhas, os dedos estavam mornos, quase frios e não ouve reação alguma. Mas você estava segurando a mão dele! Por que não me deixa entrar? Sou eu! Lia.... Minha Lia... Por que deixou o filho da puta entrar e me mantém de fora?

Nenhuma resposta, Felícia não tinha se fechado apenas para mundo, tinha se fechado para mim.


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