Estava indo á casa do Finn, atenta ao sol, como sempre, enquanto pássaros gritavam no meu ouvido. Arg, maldita audição sensível de vampiro.  

- Finn? – Entrei na casa da árvore, chamei por ele, mas ninguém respondeu.

- Jake? – Silêncio.

Resolvi olhar atrás do sofá, na parte de cima da casa. Ninguém.

- BMO? – Chamei ao ouvir sons de jogos irritantes.

- Olá Marceline. – Respondeu seco. – Não tenho nada vermelho, por favor, não me mate.

- Cala a boca, inútil. Hmm, você sabe onde está o Finn?

- Não sou inútil para te responder...

- ONDE ESTÁ O FINN? – Gritei fazendo ele se assustar. Fiquei com vontade de rir, mas continuei com a expressão séria. Um gato apareceu na janela, mas logo voltou se assustando. Shh fique quieta. Uma voz feminina sussurrou pra ela, mas deixei pra lá.

- Foi no Rei Gelado, Foi no Rei gelado. – Ele tremeu.

- O que ele está fazendo lá...?! Hm, já vou indo.

Voei até o reino gelado, eu não estava a fim de ir lá, pois eu teria de ver o idiota do Simon, e eu só queria a ajuda do Finn para achar meu baixo.

- Oh Marceline, só faltava você! – Simon me recebeu.

- O que vocês estão aprontando? – perguntei indiferente.

- O que nós? Foi este maluco que abriu um portal, não sei como, fazendo os personagens da história dele existir. – Jake respondeu aumentando as pernas até a mim.

- Já ouvi essa história uma vez. Só lembro-me da Fionna. Onde estão os personagens, então?

- É isso que queremos saber! Eles simplesmente ao saírem daqui. – Finn apontou pro livro. – Fugiram.

- Pena que não criei nenhuma princesa. – Simon interveio. Bufei.

- QUAIS ERAM OS PERSONAGENS QUE SAÍRAM              ? – Gritei com o “rei” lá.

- Fionna, Chiclete, Cake, Príncipe de fogo, Rainha Gelada, Marshall e Lord Monocromicórnio.

- Interessante. – Eu disse. – Espera! Seus idiotas, vocês vão ficar aqui parados, enquanto nem sabemos o que pode estar acontecendo?

- Se soubéssemos pra onde ir... – Jake disse.

- Eles devem estar na “casa” deles. Cada um deve ter procurado sua casa como...

Antes de terminar um barulho ecoou escada abaixo até a biblioteca de Simon. Um vento soprou gelado em meu rosto quando uma figura azul apareceu na minha frente. Seu cabelo branco era grande e suas vestes azuis escuras estavam um pouco rasgadas.

- Rainha gelada! – Simon gritou.

- Oh Simon. – Ela sorriu-lhe.

Esta era a Rainha Gelada. Menos uma. Agora temos que achar os outros, fiz sinal para Jake e Finn irem comigo procurar os outros.

-Mas me diga Finn, de que reinos são esses personagens? – perguntei.

- A Fionna e cake são Eu e Jake e provavelmente moram na casa da árvore. – Ele disse pensativo.

Assenti e pedi que prosseguisse.

- Chiclete é a versão masculina de Jujuba e é do reino doce, claro. Príncipe de fogo é do reino de fogo. – Jake continuou.

- Dãaa. – Respondi irônica.

Ele ignorou.

- E Marshall Lee, bem, ele é sua versão Marceline. Ele é um vampiro. – Ele continuou não ligando para minhas implicâncias. - Quando eles saíram do portal, todos percebemos que ele tem um temperamento mais... Forte. E os outros são um pouquinho diferente de nós. Marshall por exemplo apenas disse quando nos viu: “Rainha Gelada? Você me sequestrou? Me leve para a noitosfera!”.

- Isso significa que... Vou ter de ir á noito-noitosfera? – Gaguejei. Ah não! Voltar lá, não!

- Sim, podemos nos separar. Você vai pra lá, Jake até o reino doce, Eu para casa e depois vamos ao reino de fogo.

-Tá... – Suspirei nervosa.

Sussurrei algumas palavras vendo-os desaparecer, enquanto o portal para a noitosfera se abria.

Entrei lá já estressada, e sem paciência para aguentar meu pai.

E quem que foi me dar boas-vindas? Sim, meu (não) querido pai.

- Ah Marceline. Que bom que voltou. Quantos anos você está mesmo? 14?

-Mil e quatro, pai.

- Ah é mesmo. Venha, venha temos visita.

Segui meu pai até outra sala, quando vi –aparentemente- Marshall Lee, afinando seu baixo ou meu. Ele olhou pra mim quando abri a porta surpreso e depois me analisou por completo.

- Marshall Lee. – Ele voltou os olhos para o baixo dizendo o nome.

- Marceline. – Respondi.

- Tá. Tchau.

- Tem certeza de que quer ficar na Noitosfera? – Ri com sarcasmo. – Você é louco.

- Mas aqui não é meu lugar? – Ele flutuou até a porta, onde eu estava.

- Deve ser nosso lugar. – Corrigi. – Mas eu prefiro ser queimada no sol a morar aqui. Moro numa caverna, na terra de OOO.

- Interessante. – Ele pegou o baixo. – Vamos pra OOO.

O que? Foi mais fácil do que eu pensei. Ele parece tão rebelde...

- Temos que ver um lugar pra você ficar primeiro e...

- Na sua caverna é um lugar perfeito. – Ele foi em direção ao portal para a outra dimensão.

- Mas... – Bufei em discordância. Não acredito! Aquele idiota vai morar comigo. ARG, pelo bem de OOO farei isso. Espera! Pelo bem de OOO? E desde quando quero o bem de algum lugar?

Entrei no portal rapidamente vendo que ele já tinha passado.

- Onde fica sua caverna?

- Por aqui. – Flutuei até minha caverna desconfiada do sexy e rebelde que estava atrás de mim.

- Parece confortável. Tem alguma coisa ai, pra comer? – Ele perguntou jogando-se no sofá. Fui até a geladeira, peguei três morangos e joguei nele. Ele foi mais rápido e os agarrou.

- Vermelho? Prefiro sangue.

- Aqui ninguém bebe o sangue de humanos fui clara? – Disse grossa e ele deu de ombros.

- Tanto faz. – Tomou todo o vermelho.

Tirou a camisa jogando em cima da cadeira, virou-se e piscou pra mim.

- Não precisa ficar vermelha. – Ele riu alto.

- Não tem graça. Vou tomar um banho.

-Ah, eu também preciso de um.

- Pode ir primeiro.

- Pensei que iria dizer “Gostaria de economizar a água, lindão?”

-MARSHALL! VOCÊ... É COMO UM... IRMÃO!

- Irmão? – Ele levantou a sobrancelha. – Neste caso terá que virar incesto.

Fiquei boquiaberta.

- Claro que não somos irmãos! Você é filha de outra pessoa. – Ele virou os olhos.

- Dane-se.

Desisti do banho. Fiquei um bom tempo no telefone com a jujuba conversando sobre o chiclete, que ela dizia ser muito bonito, atraente, legal e prestativo. Eu? Não era muito fã de doce, desde que ele não fosse vermelho. Porque ai é outro nível. Eu estava me dando super bem com a Jujuba destes tempos pra cá. Ela tem sido super compreensiva e me ajudou bastante criando uns doces vermelhos para abastecer minha geladeira.

- Você tem um baixo? – Os olhos de Marshall brilhavam olhando pro meu instrumento em suas mãos.

- Ah você o achou. Onde estava? Ah jujuba, tenho que desligar. Ok, tudo bem, passo ai ás nove, tchau.

- Como assim onde estava? Estava na sua cama debaixo de umas roupas.

- Eu tinha me esquecido onde coloquei.

- COMO VOCÊ NÃO TEM CUIDADO CO UMA DIVINDADE DESSAS?

- É o mesmo do seu.

- Não, o seu é mais antigo e é melhor.  Posso... Tocar?

- Não, ninguém toca. Só eu.

- Como você é chata.

- E você é irritante demais! Porque você não tem sua própria casa?

Ele parou os olhos no meu rosto, pensativo.

- Hm, é uma boa ideia.

Ele saiu e durante quatro horas seguidas ele ficou martelando do lado de fora da caverna. Não queria saber do que se tratava. Arrumei-me para ir à casa da jujuba e faltando dez minutos para dar nove horas saí de casa e pude ver o que era o barulho que Marshall fazia.

Ele seria meu novo vizinho.