O Tempo Passa, As Pessoas Mudam. escrita por Moça aleatoria


Capítulo 1
Capítulo Unico


Notas iniciais do capítulo

Bem, quem estiver lendo isso eu só quero avisar que é o meu primeiro trabalho sobre Harry Potter, e eu espero que gostem.
Por favor comentem, vão deixar uma autora muito feliz!



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Era tarde, muito tarde, mas mesmo isso não importou quando Harry se viu acordando de um terrível pesadelo. Fazia anos que não tinha um pesadelo, e é claro, não era um pesadelo como costumava ter antes, não tinha absolutamente nada a ver com sua cicatriz, que felizmente não o perturbava fazia anos. Era um pesadelo tipicamente comum, ele havia sonhado com sua antiga vida, antes de Hogwarts, antes de tudo aquilo, não eram boas lembranças, mas todas reais. Isso o perturbara.

Ele tinha considerado a ideia de acordar a esposa, mas já era tarde e Gina dormia tão tranquilamente que ele não teve a coragem. Afinal, isso a deixaria preocupada, talvez pensasse que houvesse algo de errado, como uma das premonições que tinha antes. Harry sabia que não era nada disso, mas as lembranças causaram nele uma sensação de amargura pelos tios, inicialmente, mas depois, ele se viu se perguntando, deitado de costas na cama, o que poderia ter acontecido com os Durley.

O que começou com um pesadelo que lhe causou amargura virou um sentimento de culpa de jamais, mesmo em tantos anos, ter procurado saber que fim teve aquela família. Sabia que não faziam parte da sua família, já que ele mesmo jamais pertenceu realmente a ela, o único laço que tinham era de sangue por parte da mãe, mesmo que, na verdade, nem a própria mãe tivesse contato com eles antes de sua morte.

De uma hora para outra, de repente, ele já tinha pego os óculos e a capa de bruxo que usava para trabalhar e que ficava pendurada no móvel ao lado da cama. Calçou rapidamente os sapatos e deixou um bilhete a Gina caso acordasse. Com o máximo de silencio que pode, foi para a sala e, com cuidado para não acordar ninguém, pegou um punhado de pó de flu do pequeno saquinho que ficava ao lado da lareira, entrando dentro da mesma e deixando que caísse no chão em quanto murmurava o endereço.

Harry se viu em uma lareira de uma casa velha e desabitada, não era a casa antiga em que morara a anos atrás, é claro, aquela não fazia parte do sistema de lareiras no ministério, ele aterrissara na da casa de Arabella Figg. Anos atrás descobrira que a vizinha se tratava de uma bruxa sem poderes, porém, com contato ao mundo magico que o vigiava por Dumbledore sempre, e hoje, a mulher já se mudara do local a muito tempo, como denunciava as paredes sujas e gastas e alguns moveis restantes cheios de poeira, provavelmente abandonados em uma fuga, possivelmente ainda na época em que Voldemort ameaçava o mundo magico. Foram poucos os que permaneceram em suas residências na época, e, pelo visto, a senhora não havia voltado desde então, ele só podia torcer que estivesse bem.

Olhando em volta ainda podia reconhecer alguns lugares da casa, onde tomara chá por muito tempo durante as férias de Hogwarts ou antes mesmo de descobrir que era de fato um bruxo.

Com passos firmes e ainda contemplando as paredes que a anos lhe cercaram quando os Durley não queria lhe incluir em algum plano familiar, o que era frequentemente, pensava como antes tudo era maior para a pouca estatura da época, e agora como tudo parecia ser visto com outros olhos, os olhos de um homem já adulto.

Caminhou até a porta, estava na sala, e esta dava direto para a rua, quando ouviu o barulho de um grito agudo, feminino, infantil e imensamente familiar cortava o ar. Se virou de volta para a ladeira a tempo de ver a filha cair no chão, com o irmão mais velho por cima dela, e ainda o outro do meio tropeçando nos outros dois do chão, porém, caindo em pé.

–Sai de cima de mim James! –Lily gritava, em quando o irmão saia de cima da garota e recebia um olhar de desaprovação de Albus.

–Albus Severo, James Sirius e Lily Luna Potter, o que os três fazem aqui a uma hora dessas da noite? –ele perguntou, com um tom duro para os filhos, que trocaram um olhar cumplice entre eles, todos sabiam que serem chamados pelos nomes inteiros não era bom sinal. –por acaso vocês me seguiram?

Os três começaram a falar de uma vez, mas com o tempo ele havia aprendido a compreender três crianças tagarelando sobre diferentes versões de uma mesma história, e, como sempre, um culpava o outro.

–Ele me obrigou!

–Foi ideia dela!

–Eles me arrastram junto!

Foram o que Lily, James e Albus falaram, exatamente nessa ordem.

–Tudo bem, tudo bem. –os três se calaram de uma vez –mas vamos todos para a casa e então eu penso em não contar para a mãe de vocês que usaram o pó de flu sem um adulto junto.

–Mas você estava junto...

–Não distorça os fatos, James. Vocês me seguirem e estarem comigo são coisas bem diferentes. –o filho mais velho se calou com a boca já aberta –pelo menos me digam que algum de vocês trouxe o saco de pó. –os três se encaram, ninguém disse nada –ninguém se lembrou de trazer o pó? Albus?

Nem Albus havia se lembrado, e tendo em vista que era o mais responsável dos filhos, mesmo não sendo o mais velho e tendo apenas seus 9 anos, e mesmo sabendo que por muitas vezes Gina e Harry haviam dado aulas simples de viagem de pó de flu. Mas as crianças provavelmente haviam apenas repetido as palavras ditas por Harry, que por acaso não trouxera o pó pro planejar aparatar até as proximidades de casa, tendo em vista que a casa tinha um feitiço ante-aparatação, por segurança.

–Crianças... –ele se lamentou, mas quase nunca conseguia ficar chateado ou bravo por muito tempo com os filhos, era sempre o mais calmo por, talvez, não ter tido pais para cria-lo com amor e carinho, então sempre era o mais compreensível com as artes dos filhos. Não que Gina não fosse, não era esse o ponto, ela era apenas melhor em dar uma de durona, por mais que também nunca durasse muito tempo. –tudo bem, venham, eu vou chamar o Nôitibus, mas quando chegarmos em casa vão os três para a cama. Tem ideia de que horas são, crianças?

Com uma cara manhosa, Lily tratou de segurar a mão do pai, como sempre fazia desde pequena, e hoje, aos seis anos, ainda continuava. Os meninos os seguiram quando Harry abriu a porta e saiu demãos dadas com a filha mais nova pela porta para a rua.

Estava tudo vazio, nenhum barulho era ouvido na rua, ao contrário de antes, que o bairro era cheio de adolescentes implicantes, portanto vivia sempre alguém nas ruas pela madrugada. Mas hoje, todas aquelas crianças haviam crescido, se mudado, tido outras crianças. O tempo passara, aquele silencio enorme e o fato que eram seus filhos  quem o cercavam eram a prova disso.

–Vamos. –ele disse, e seguiram descendo pela sua íngreme de se inclinava em um ângulo estranho que sempre seguira e com uma decida peculiarmente familiar. Isso fez com que ele se lembrasse mais ainda da infância, mas não tanto quanto começara a avistar o telhado da velha casa.

“Ali está, exatamente como antes...” ele pensou consigo mesmo, e só descobriu que havia dito em voz alta quando viu três pares de olhos lhe encarando.

–Ali o que, pai? –Albus perguntou, acompanhando a curiosidade dos irmãos. Harry pensou em dar uma resposta qualquer, até que viu o homem com pouco mais de trinta anos, com a mesma idade que ele, na verdade, sentado na sarjeta em frente a casa que agora já estavam quase em frente.

–Pelas barbas de Merlin... –ele disse a si mesmo, parando brutalmente de repente.

–O que foi papai? –Lily perguntara com o dedo indicador na boca. –o que foi?

–Não é nada meu amor é só... –ele encarou a silhueta do homem, mesmo após tantos anos era possível reconhecer Duda, mesmo que estivesse readquirido os quilos que perdera na adolescência. Ele não encarava a Harry ou as crianças, mantinha o olhar fixo no nada.

Com um suspiro, Harry decidiu não mentir para os filhos, resolveu contar a verdade, ou pelo menos parte dela. Se abaixou para ficar do tamanho deles, uma média entre as três alturas.

–Vocês se lembram das histórias que contei a vocês? –ele perguntou, com um tom doce e ao mesmo tempo sério. –sobre minha antiga família? Antes de conhecer a mamãe e o tio Rony e a tia Hermione? –eles balançaram a cabeça em afirmativa –lembra de um primo que eu sempre contava nas histórias?

–O primo mal? –Lily perguntou.

–Ele não era mal, Lily –Harry tentou explicar –apenas não nos dávamos muito bem, querida.

Ele nunca contava histórias violentas ou triste para os filhos, é claro, geralmente eram versões de uma história ou outra, algumas cenas engraçadas que envolviam as vezes Duda.

Mas o que poderia fazer agora? Não poderia simplesmente fingir que não vira o primo largado a sarjeta, mesmo que também não imaginasse que realmente haveria alguém naquela casa. Mas ele também não podia deixar os filhos sozinhos enquanto falava com Duda, nem que eles ouvissem qualquer coisa que viesse de um homem que haviam anos que não falava, não podia adivinhar em que pessoa havia se tornado.

–Fiquem aqui, eu já volto. –ele disse –Albus, James, não se afastem nem percam a irmã de vocês de vista.

Ele viu a menina agarrar as mãos dos irmãos, sem dúvida era a mais manhosa dos três, e com isso sempre conseguia arrancar dos pais algum sorriso.

A alguns passos de distância estava Duda, percorreu os passos que o separam do primo.

–Abbafiato. –Harry sussurrou, com a varinha já em mãos, tornando o ambiente entre eles e as crianças inaudível a elas, mas de forma que pudesse ficar de olho nelas. Guardou a velha varinha novamente no bolso de traz da calça e retirou o capuz da capa que cobria parcialmente seu rosto.

Ao se aproximar, demorou um pouco até que ele o reconhecesse, piscando diversas vezes, como se tentasse decidir se Harry era de fato real.

–H-Harry? –ele parecia que havia sido acabado de ser retirado de um feitiço de petrificação, como se pela primeira vez em muito tempo notasse ao seu redor, e a presença do primo nele. -Harry Potter? É você?

–Sou eu. –ele disse, e para seu espanto, a reação de Duda foi um sorriso largo.

–Meu Deus! –ele deu um grito repleto de felicidade e susto, como se visse um fantasma. Harry só conseguia pensar como fora uma boa ideia usar o Abbafiato. –Meu Deus! Voce está vivo! Eu... Eu não sabia!

–Digo o mesmo de você. –Harry disse, reparando agora o quão aliviado pela vida do primo estava.

–Eu tenho tantas perguntas... Por favor, perguntas que a anos venho me fazendo sobre tudo aquilo...

–Pensava que nunca quisesse se envolver com gente da minha laia. –ele utilizou um bocado de amargura que não pretendia na antiga frase do tio.

–Harry... Não foi culpa minha, eu tinha perguntas, mas não podia faze-las na época por causa de meus pais, você sabe.

Harry piscou, nunca havia pensado que, talvez, Duda tivesse apenas adotado a política do pai, sem nunca nem mesmo ter se perguntado se o primo tinha ou não um opinião própria.

–Eu quero ouvir as histórias e explicações que eu nunca havia lhe dado a chance de contar, se quiser me contar, é claro. –ele disse. –sinto muito por tido que fiz no passado, Harry, eu era só um menino marrento e mimado e depois de tudo... –ele suspirou.

–Duda, o que aconteceu com seus pais? Eles estão bem?

–Eu não sei... –ele se lamentou. –a anos, durante aquela guerra louca que eu não consegui até hoje entender, nós tivemos que nos separar, papai convenceu minha mãe que era loucura e que seguiria sem a ajuda daqueles seus amigos, mas eu fiquei. Disseram que se eu ficasse com gente daquela laia era pra não dar as caras, eu nunca mais os vi.

Harry sentiu uma pontada de pena e culpa pelo primo, toco-o no ombro, agora ambos tinham a mesma altura.

–Contarei a história, explicarei tudo que quiser saber. –ele disse, afinal, tudo aquilo o afetara ao longo dos anos, havia feito parte da vida de Duda, era um direito dele saber os motivos de por que, talvez, seus pais estejam mortos. –Mas antes disso, que quero lhe pedir um favor. -Harry falou, e, espantado, Duda acenara com a cabeça, pedindo que continuasse. –você ainda mora aqui?

Ele apontou para a casa em frente a sarjeta que Duda já havia se levantado.

–Moro sozinho aqui a alguns anos, por que? –Harry apontou para as crianças que apenas observavam o pai com atenção e curiosidade. –espera... aqueles são...?

Ele deixou a frase solta no ar até que, com um sorriso radiante que sempre mostrava quando lhe faziam essa pergunta, ele deu a Duda uma resposta.

–Meus filhos. –o olhar de Duda era de surpresa, ele encarou as crianças por um tempo, como se não as tivesse notado antes, Harry tinha certeza que não havia. Em seguida deu um sorriso. –Na verdade eu pretendia vir aqui sozinho mas eles me seguiram... Longa história. Mas preciso votar para casa com eles mas também queria falar um pouco com você, está frio e não queria deixá-los aqui. Se incomodaria de eu usasse o telefone para falar com minha esposa?

Por mais que o telefone fosse um instrumento trouxa, Harry gostava de ter alguns em casa, afinal, havia crescido como um trouxa e gostava de ter alguns objetos o cercando. E também por que o próprio sogro sempre amava visita-los e se deliciar com os objetos que encontrava pela casa.

–Quem diria, você com mulher e filhos, Potter. –ele brincou, com um humor que Harry não conhecia e nem esperava, mas queria descobrir a origem. –Claro, entrem.

Harry pegou a varinha para desfazer um feitiço, Duda deu dois passos para trás antes de Harry completar o feitiço.

–Não se preocupe. –ele garantiu, o primo deu um sorriso envergonhado, parecia saber que Harry não lhe faria mal, apenas se afastou pelo medo da magica que havia cultivados através do anos.

Em seguida, Harry se virou para os filhos, que permaneciam quietos em um canto, foi até eles, trazendo-os até Duda, que se abaixou para receber os pequenos com um sorriso. Harry só conseguia pensar como devia ter vindo antes, afinal, o tempo passa, e as pessoas mudam.

–Crianças, esse é o meu primo e tio de vocês, Duda. Duda, esses são Albus Severo, James Sirius e Lily Luna, meus filhos.


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Notas finais do capítulo

Gostaram,odiaram, mais ou menos... Se tiver lido isso, apenas comentem deixando sua opinião, acreditem ela conta muito para mim.
Se houver algum erro de digitação ou ortografia, podem avisar nos comentários que eu arrumo!