Era uma noite comum após um dia normal na faculdade, ou pelo menos assim eu pensava...
acho que deveria me apresentar primeiro, sou John tenho 18 anos, moro em São Paulo, coisas “estranhas” sempre aconteceram comigo, más essas devem ser contadas depois...
eu estava la no meio da aula de química, fazendo exercícios sobre ligação iônica, percebi uma sensação estranha pela minha coluna, isso acontecia normalmente quando alguém olhava fixamente para mim ou quando pensavam muito em mim, era como se eu soubesse, nesse momento desviei o olhar para minha esquerda, onde estava a janela da sala, ao longe percebi uma garota com cabelo azul que estava olhando em minha direção, certamente não era para mim, más algo estava estranho naquele entardecer medonho, desviei meu olhar e quando voltei a garota não estava mais La, isso podia até ser normal no “meu mundo” más o estranho é que quando eu pensava na cena via um sorriso em seu rosto, como se ela tivesse me chamando ou algo do tipo, a aula continuou irritante como sempre, a voz do professor me dava uma mistura de sono e irritação, eu observava o relógio freqüentemente querendo sair daquele lugar. Eu não tinha muitos amigos, havia a Ana, ela era morena, um pouco mais baixa que eu, tinha olhos castanhos envolventes, uma garota legal e bastante extrovertida totalmente diferente de mim nesse ponto, ela sempre atraia todo mundo, talvez por isso sempre estivéssemos juntos, também tinha o Jhonny um garoto da minha idade, era uma amizade de infância, era da minha altura, moreno e sempre estava com uma bandana de caveiras um boné de aba reta e jaqueta preta de moletom, naquela noite eu usava uma calça jeans com alguns rasgos de quedas de skate, um tênis skatista, uma camiseta preta e uma camisa aberta xadrez vermelha, meu colar sempre estava comigo, tinha duas asas nele e uma conta amarela, foi um presente que recebi por correio e nunca soube quem enviou.. Talvez meu pai que não conheci, importante que me sentia seguro com ele.
                Finalmente deu o horário de sair, normalmente eu ia embora sozinho, já era noite, quando eu atravessava a ponte olhava o rio e o céu e pensava no quanto a lua estava linda com aquele tom dourado como uma pepita de ouro em meio a escuridão do céu, ao chegar na estação de trem notei que não tinha pessoas na bilheteria, deve  ter acabado horário deles, enquanto eu caminhava descendo as fileiras de escadas, me lembrava daquele sorriso, com olhos cobertos pelo cabelo azul em vários tons da garota meio distante que desapareceu “o que ela tava fazendo ali?” me perguntava. Ao chegar na estação me assustei um pouco ao ver o trem abrindo a porta, La estava ela, a garota sorridente sentada em uma cadeira no vagão totalmente cheio e uma vaga ao lado dela, o caminho era longo então me esgueirei até a cadeira ao seu lado e La me sentei
-licença – disse enquanto a olhava buscando seus olhos más via um sorriso leve e calmo se formando junto com uma lagrima que escorria
-a vontade novo irmão- ela falou e eu não entendi direito por que ela disse aquilo, me parecia que ela não estava brincando ou mentindo, como se ela acreditasse mesmo que eu era irmão dela
-irmão? Más nem te conheço... é por que ta chorando? Ou sorrindo?- disse ao me sentar na cadeira tirando a mochila que parecia mais pesada, logo notei algo estranho no trem já em movimento, não tinha nenhum barulho ou ruído, era como se só tivesse eu e ela no trem, as pessoas andavam e falavam más não dava pra ouvi-las. Bom minha noite começou bastante estranha
-nada.. não é por você... meu gêmeo morreu a duas semanas e... digamos que você me lembra muito ele.- ela murmurou levantando seu rosto me deixando ver seus olhos, eram azuis em uma tonalidade escura como um dos tons de seu cabelo, sua pele era branca com algumas sardas
-desculpe eu nunca sei o que dizer nessas horas..
-diga que é meu irmão – ela respondeu e apoiou sua cabeça em meu ombro –enquanto temos tempo ainda – ela sussurrou continuando
aquele silencio estava me incomodando..
-por que não tem barulho- deixei escapar esse pensamento
no momento que disse baixo isso vi o sorriso dela desaparecer, ela estalou o dedo e todos desapareceram, senti um grande arrepio  e meu coração gelar nesse momento
-o que? Como?.. – disse sem entender, ela me olhou e sorriu dizendo- agora não preciso mais deles... não estou mais sozinha- senti meu corpo paralisado como se meus músculos se auto aprisionassem
-o que fez comigo?-reclamei
-vou te levar para os outros 7... você completa os 9- ela respondeu
-que 9? Não to entendendo nada, sou só um aluno de química..
-não, você é como eu, você é um nefilin.
nesse momento não pensei em nada, apenas mergulhei na escuridão de minha mente, só que dessa vez poderia não mais voltar, pelo menos não como antes

Abri meus olhos em um lugar estranho, parecia uma casa de luxo,  eu estava deitado no sofá com uma coberta vermelha, minha roupa tinha sido trocada, agora eu estava usando um sobretudo preto com detalhes vermelhos e roxo por dentro, minha calça era a mesma e estava sem camisa por baixo do sobretudo, vi a garota entrando na sala, a de cabelo azul

-desculpe por antes, não me apresentei ainda, sou Gabriela, pode chamar de gabi.. deve ser estranho te chamar de irmão sem você nem me conhecer, sou filha do quinto anjo caído Kasyade, aquelas pessoas no trem eram espiritos, é o legado que meu pai deixou.
-como assim filha de um anjo caído? – eu não considerava muito estranho aquilo já que sempre eu via pessoas que não estavam realmente La..
-nós nove somos descendentes dos nove principais. Vê essa marca em seu peito?- assim que ela disse e eu olhei em direção a ele e percebi algo estranho, um tipo de tatuagem,  era como uma espada cravada em um crânio com asas negras saindo dele. Em seguida ela continuou –Essa é a marca de um dos 9 e apareceu ontem quando você ficou inconsciente no trem, essa é a marca de Yekun, o primeiro anjo a cair. Antes mesmo de lúcifer, ele é o anjo rebelde e o mais inteligente entre todos, más ainda não sabemos o legado que te deixou.- com essa informação apenas fiquei quieto e observei outra pessoa que entrou pela sala, era um garoto, parecia um pouco mais jovem, ele vestia um sobretudo parecido com o meu, e tinha uma marca de garras no pescoço, não sabia se era cicatriz ou tatuagem como a que surgiu em mim, más ele veio me observando com um sorriso demoníaco e senti uns calafrios até ele quebrar o silencio –você novato mostra sua marca- eu levantei e puxei o sobretudo deixando-o ver a tatuagem e apenas o observei com cautela enquanto ele analisava, após um tempo ele me olhou nos olhos e sorriu –Bem Vindo a Pluma da Noite, sou o líder daqui meu nome é Matheus Juan, meu pai caiu junto com o seu e com lúcifer, sou filho de Belial, vamos a mesa de jantar e te apresentarei aos outros- apenas confirmei com a cabeça e caminhei seguindo-o para a sala de jantar, lá tinha uma mesa grande e sete pessoas sentadas La, me sentei em uma cadeira com símbolo do meu peito no encosto, gabi e Matheus se sentaram nas outras duas, Matheus estendeu a mão para o garoto a sua direita e esse começou a dizer
-sou Thomas, filho do caído gadrel, legado da morte divina.- em seguida o outro disse
-sou Gabriel.. filho do caído Azazyel, legado das espadas- e assim continuou
-sou Leonardo ou Lelo se preferir- ele deu um sorriso sarcástico e continuou- sou filho do mais conhecido. Lúcifer, luz da manhã, capeta e essas coisas, legado da traição
-oi sou Alice –ela sorriu também más era diferente, algo lindo, provocante e sedutor, cabelo era rosa e me fez sorrir ao ver isso também – sou filha de Kesabel, legado da succubo
-hey sou o gabe, Tambem me chamo Gabriel, por isso o apelido, minha mãe é Samyaza.. legado do pacto e da fraqueza ,
-sou Flavia, filha de Penemue, legado da mentira e traição
Após todos se apresentarem, Matheus levantou uma taça de vinho assim como todos na mesa, então me senti na obrigação de fazer o mesmo, ele recitou –e o ciclo dos nove caídos se fecha, pluma da noite vai a caça- com isso a luz ambiente ficou em uma tonalidade púrpura densa e notei a sombra de todos com asas, ali se iniciava a vida ou morte de um nefilin