Maria escrita por PriscilaGuarate


Capítulo 3
Capítulo 3




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        Maria entrou no saguão do Hotel, de cabeça erguida seguiu até o restaurante onde o mastrê a conduziu a mesa reservada. Ela sentou e pediu vinho tinto, seu preferido.  Seu estomago ainda formigava. Seu instinto lhe dizia para tomar cuidado.

— Maria? Ela levantou os olhos e tomou um susto. Era ele.

— Jake, o que faz aqui?

— você marcou de me encontrar aqui...

— você é o tio da Mia? Jake sentou tranquilamente na cadeira enquanto Maria o olhava incrédula.

— sou sim, eu quero adotar minha sobrinha...

— por que você só apareceu agora? Os policiais disseram que Mia não tinha ninguém alem dos pais. O que está havendo Jake?

— é uma longa história Maria.

— tenho tempo. Ela era osso duro de roer. Jake havia tomado um susto, não imaginava que Maria era dona do lar Esperança. Tudo estava ficando cada vez mais interessante.

— O pai da Mia era meu irmão gêmeo. John Russel, ele estava viajando com a família no meu yate. Foi quando foram assassinados. Eu sou dono da produtora russel´s R.L por algum motivo eu era o alvo de uma gangue de assassinos, eles mataram John e a esposa pensando que se tratava de mim. Eu não morava aqui, nós somos do Canadá. Mas a cinco meses soube que minha sobrinha estava viva e me mudei para cá. Procurei Mia em todos os lares de Miami, mas não tinha encontrado ela porque ela fora para um lar especifico, foi quando encontrei o lar Esperança e comprovei minha busca. Eu pretendo trazer Mia para morar comigo. É por minha culpa que o pai dela está morto. Eu devo isso a ela. A expressão dele era dura, e triste. Jake Russel, quantos segredos você guarda?

— Mia sabe que você é o tio dela? Ela tocou as mãos dele para acalma—lo.

— não sei se ela se lembra de mim, eu a conheci quando ela tinha apenas três anos.

— Jake eu sinto muito pelo seu irmão, mas estou preocupada. Mia é uma menina de seis anos que precisara muito de você. Está disposto a adotar uma criança que será de sua total responsabilidade? Está pronto para isso? Ela o olhava com seriedade.

— sim Maria. Estou disposto a adotá—La. ela é parte do meu sangue também. O estomago de Maria revirou. Tinha algo errado. Parte dele? Algo não estava encaixando. Jake tinha mais segredos. Será que podia confiar Mia a seus cuidados?

— eu vou pedir um prazo de uma semana antes da adoção, para você conhece—La e conquistar sua confiança. Esses dias serão de observação até que eu tenha a certeza de que você é o melhor para ela. Mia já sofreu demais, não posso confia—La a um estranho que possa abandoná—La a qualquer instante.

— não sou um estranho. Sou o tio dela Maria. Mas se você quiser assim então assim será. O telefone dele começou a tocar.

— sim? Tudo bem, já estou indo. Ele desligou o telefone e se levantou. — tenho que ir Maria. Vou ligar para você para marcarmos a visita.

— tudo bem. Até breve então. Eles apertaram as mãos. Maria sentiu um arrepio na espinha. Este homem tinha um mistério. Ela tinha que descobrir o que era, ou não ficaria em paz.

Ela levantou depressa e correu para o escritório, ainda tinha que trabalhar muito no caso de Linda Parker. A mulher era a perturbação em pessoa, mas com sorte Maria resolveu tudo e já estava indo para casa quando alguém a agarrou por trás. Ela imediatamente aplicou um golpe de jiu-jítsu e derrubou seu agressor no chão. O corpo do homem se dobrou de dor e ela ficou em posição de defesa.

— meu deus Maria quer me matar? Jake tinha a cara contorcida de dor.

— Jake? Meu deus! Você ficou louco eu poderia ter te machucado! Ela rapidamente o ajudou a levantar.

— onde aprendeu a lutar desse jeito? Ele tinha uma sobrancelha levantada.

— eu fiz jiu-jítsu até os dezoito anos quando morava no Brasil, sou facha preta. Ela deu de ombros. Aquela mulher acabara de jogá-lo no chão sem o mínimo esforço. 1,90 de massa muscular jogada no chão com tanta facilidade!

— você é cheia de segredos senhorita. Quase quebrou minha costela.

— desculpe, mas você provocou me pegando de surpresa. Não faça mais isso, pensei que fosse um tarado. Ia te dar uma bela surra. Venha comigo, eu vou cuidar desse ferimento...

— não foi nada, estou bem...ai. ele gemeu quando o braço dela acidentalmente bateu na costela ferida.

—desculpe... por favor eu insisto. Meu carro não está longe.

— tudo bem. Eles andaram em silencio até o carro e continuaram em silencio durante a viagem toda. Ao chegar no apartamento dela, ele sentou-se no sofá. O corpo latejava de dor. Maldita mulher forte!

—tire a camisa. Ela estava de pé na frente dele. Havia soltado o coque. Seus longos cabelos negros caiam em ondas até a cintura fina. Havia trocado de roupa também, tinha colocado um vestido longo floral marcando a cintura. Ele obedeceu. Ela tinha o rosto sério, sem duvida nenhuma ele iria discutir com aquela criatura mortífera. Ele tirou a camisa e a viu hesitar.  Ela perdeu o fôlego. Aquele homem era bem mais forte e definido do que ela pensava. Seu braço direito tinha várias tatuagens assim como as costas largas. Ela pegou o gel de menta e esfregou nas mãos.

— o que vai fazer? Ele a encarava inexpressivo.

— deite-se por favor. Ele fez o que ela pediu. Ela esfregou as mãos uma na outra e massageou o peito dele, e as costelas machucadas. As mãos eram delicadas,mas fortes. Por onde passavam deixavam uma trilha de fogo. Ele não sabia dizer se eram a menta ou Maria que incendiava sua pele.

Ela se inclinou sobre ele para massagear o abdômen e a alça do vestido escorregou mostrando o ombro nu. Ele olhou com atenção um ponto negro que se formava descendo as costas. Ela parou a massagem e ele quase gemeu reclamando.

— agora vai melhorar. Sinto muito mesmo jake.

— tudo bem. Sua massagem me revigorou, já estou pronto pra outra. Ela riu. Foi a primeira vez que ele a vira rir. Ela tinha covinhas nas bochechas. Muito linda. Ele queria tocá-la.

- isso é uma tatuagem? Ele apontou para o ponto negro no ombro direito dela.

- sim, eu a fiz assim que completei 18. Ela disse sem graça.

- posso ver?

-bem... Acho que não tem problema. Ela virou as costas para ela onde o vestido, costa nua mostrava uma fênix cuja calda sumia onde o limite do vestido cobria. Ele tocou a tatuagem encantado, o pássaro parecia ganhar vida sobre aquela pele bronzeada.

- é exatamente igual a minha... Ele disse mais para si mesmo do que para ela.

- é sim. Desconfortável com toda a situação Maria resolveu mudar de assunto.

- Então... quando você quer encontrar Mia? Jake ficou sério.

- Quanto mais rápido melhor. Disse ele olhando para o imenso mar azul visível na janela de vidro.

- Sabe, ela vai gostar de você. Ela disse por algum motivo tentando animá-lo.

- Como você conhece Mia?

- Sou a dona do lar esperança, eu o fundei a dois anos. Eu amo aquelas crianças...

- Por que não é um orfanato como todos os outros?

- Porque é especial para crianças vítimas de crimes. Mia é testemunha de um assassinato ainda que não saiba. Eu protejo essas crianças, algumas têm finais felizes, outras... Não tem tanta sorte. Jake percebeu que isso trazia tristeza a ela.

- Você deve amar essas crianças... ele disse sorrindo outra vez.

- Sim, mas Mia é especial pra mim... eu estive pensando em adotá-la casa ninguém aparecesse. Ele ficou surpreso com aquelas palavras.

- você iria adotá-la?

- me apaixonei por aqueles gritinhos alegres... hoje mesmo estava com ela, acaba de completar cinco anos. Maria sorria com ternura deixando jake encantado com sua doçura momentânea.


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