O Conto De Zero Zephyrum escrita por Marjyh


Capítulo 10
Grandark 2: Eu não aguento mais esperar.


Notas iniciais do capítulo

Um pequeno presente pelo dia das crianças! (Apesar de que o tema desse enredo não é exatamente infantil, maaaas... q)
Espero que gostem do capítulo e... Que fiquem um tequinho ansiosos. ;3
Boa leitura!



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Lin e Zero continuaram caminhando por um tempo indeterminado pela floresta, a única coisa que guiava a jovem sacerdotisa sobre a passagem do tempo eram as nuvens que se acumulavam no céu em uma velocidade impressionante. Seu coração batia forte no seu peito, olhando ansiosa para o rapaz que a guiava, como se estivesse naquele lugar a tanto tempo quanto ela. Engoliu seco, sorrindo sem graça.

- E-Ei... Para onde estamos indo?

O rapaz olhou-a por cima do ombro, dando um pequeno sorriso.

- Para um lugar especial.

O coração da Lin bateu um pouco mais forte, surpresa. Olhou para as costas do Zero, vendo Grandark ali, mas de olhos fechados, como se estivesse dormindo de alguma forma. Aquilo era estranho... Aquela espada estava sempre falando sem parar. Isso a fez lembrar do que aconteceu da última vez que ficara sozinha com a sua paixão.

- Ei... Zero...

- Oi? – O rapaz continuou andando, sem olhar para trás.

- Aquilo... Da floresta, no outro dia... Eu queria...

Zero parou abruptamente, soltando um suspiro. Lin olhou-o levemente preocupada. Teria tocado em um assunto que não deveria? Mas, quando o jovem se virou para ela, seus lábios formavam um arco melancólico, ele abaixou a cabeça novamente, como se envergonhado.

- Eu sinto muito... Eu não queria fazer aquilo, foi o Grandark.

O coração da Lin apertou no seu peito. Como podia ter pensado tão mal daquele que tanto amava? Um sorriso doce surgiu nos lábios da sacerdotisa, que guiou as mãos para o rosto do rapaz, erguendo para que a fita-se. Suas mãos macias e incrivelmente delicadas para uma guerreira acariciaram o rosto do rapaz, olhando-o pela máscara.

- Tudo bem, acredito em você.

Mesmo assim, aquele jeito ressentido continuou exposto, as mãos do guerreiro da Grandark tocaram os pulsos finos da sacerdotisa.

- Lin, eu realmente... – Antes que pudesse terminar o que ia falar, Lin pousou o dedo nos lábios dele.

- Já disse que acredito em você. – Ela sorriu de forma doce, voltando a segurar a mão dele. – Vamos?

Zero continuou estacado no lugar, aparentemente surpreso, mas sorriu logo em seguida, acenando com a cabeça.

- Sim!

-x-

- O que você quer dizer que não é mais ele mesmo? – Lothos indagou, claramente confusa.

Agora o grupo de heróis estava reunido ao redor do jovem guerreiro. A confusão e até mesmo um ponto de preocupação brilhava nos olhos de todos os presentes, enquanto Azin olhava diretamente para a comandante Lothos, mantendo contato visual direto com a loira de olhos vermelhos.

- Ele está agindo de uma forma muito estranha, comandante.

O imortal que até agora estava relaxando no sofá, se levantou. Não que tivesse sido uma surpresa ver que ele estava perfeitamente acordado, todos já tinham conhecimento da preguiça quase legendária do herói, ao ponto dele relaxar no campo de batalha. Ele se aproximou de Azin, parando logo atrás do rapaz.

- Bem, se ele esta agindo estranho, deveríamos ir atrás dele. – Sieghart disse, ajeitando suas roupas pretas.

Azin olhou para o imortal surpreso, olhando imediatamente para o lado, vacilante. Tinha se esquecido desse detalhe, de saber para onde eles estavam indo, na raiva acabou abandonando Lin com o lobo. Elesis soergueu a sobrancelha, notando aquela confusão estampada no pobre rapaz, se aproximou do guerreiro.

- E ai?

- Eu... Não sei aonde ele foi. – Assumiu Azin enfim, suspirando. - Deixei ele com a Lin.

Elesis sentiu um impulso de dar um soco na cara do guerreiro. Como ele poderia ter sido tão desconsiderado com sua companheira quando estavam enfrentando alguma coisa que sequer sabiam o que poderia ser? Jin, ao contrário da sua companheira, estava com uma expressão séria. Não confiava no Azin, mas o jeito que ele agia lhe dizia que ele estava falando a verdade. Sabia que daquela vez podia acreditar nas palavras do jovem guerreiro.

- Com a Lin? – Jin cruzou os braços, olhando para o lado. – Porquê?

O guerreiro engoliu seco, olhando diretamente nos olhos dourados do monge que sequer olhava para ele. Sempre o detestou, era seu rival, roubara o título de Iluminado que deveria ser dele. Mas, não tinha tempo para isso agora. Sentia que algo muito ruim poderia acontecer com a Lin e tinha que fazer algo.

- Eu achei que deveria vir imediatamente avisa-los. - Explicou-se.

- Mas, onde ele foi? – Sieghart inquiriu, se levantando do sofá. – Ou você não sabe também?

Azin acenou negativamente com a cabeça. Lothos suspirou, cruzando os braços.

- Vou chamar a Arme, Lire, Dio e o Ryan, enquanto isso vocês se separam em grupos e procuram por eles na floresta.

- Sim, senhora! – Todos no recinto responderam em uníssono.

- Dispensados. – A comandante virou as costas para seu grupo de elite, seguindo para a sala logo ao lado para avisar os mensageiros da sua nova missão.

O guerreiro de cabelos brancos pressionou os lábios, enquanto observava todos do recinto saindo correndo da sede. Havia esquecido completamente de avisar de uma coisa... O mais rápido que pôde, esticou a mão, segurando Jin pelo braço. O monge parou, surpreso por ter sido interceptado, mas ao ver a expressão sombria no rosto do jovem Azin, pensou duas vezes antes de critica-lo.

- O que foi?

- Tem algo estranho... Uma energia maligna na floresta.

O monge soergueu a sobrancelha surpreso de ouvir aquelas palavras, mas acenou em confirmação.

-x-

Uma guerra foi o que apareceu na sua frente agora. Asmodianos mortos estavam caídos naquele campo de batalha desértico, onde apenas as gárgulas carniceiras se aproximavam famintos por uma carne fresca. Seu coração estava podre por dentro, assim como todos aqueles corpos que estavam caídos no chão atravessados por lâminas em seus estômagos, ou seus rostos distorcidos pelas magias obscuras que os atingiram no calor da batalha.

O rio de sangue se acumulava em seus pés, aqueles mortos eram suas vitimas, e ele era a vitima deles. Perguntava-se quando seu suplicio iria acabar, quando a morte iria ser gentil e o levaria daquele mundo com ela.

Zero olhou para suas mãos, sujas com sangue dos seus inimigos como também dos seus amigos. Era isso que ele era: uma máquina de matar sem emoções. Seu objetivo era único: lutar e vencer. Nada mais importava...

Nada mais importava...

Aquela frase ressoou em sua mente enquanto despertava novamente das suas memórias. Mas... Que memórias eram aquelas? Não se lembrava de ter lutado em nenhuma guerra. Zero soltou um grunhido de dor, sentindo uma pontada de dor na sua costela. Ainda doía muito respirar ou se mexer, além disso, ainda estava exausto.

Lembrou-se vagamente sobre uma coisa... Quando Oz ainda estava vivo, lembrava-se vagamente dele conversando com Grandark quando Zero ainda estava dentro da cúpula criadora.

- Você acha que ele vai ter o potencial dele? – Inquiriu a espada, encostada na parede, de uma forma nervosa. – Depois de tanto tempo, você acha que o corpo dele vai lembrar como é o calor da batalha?

O asmodiano ancião, com seus chifres se projetando para cima, uma barba branca recaia sobre seu manto preto, enquanto sua careca ficava amostra na parte de cima da sua cabeça por ser calvo. Oz coçou o queixo, suspirando, parecendo perdido em pensamentos enquanto olhava o homúnculo. Grandark grunhiu irritado.

- Responda, velho.

- Sim, eu tenho certeza. – O grão-mago Oz respondeu sem se mexer. – Ele era muito habilidoso e tenho certeza que não ira decepciona-lo, Grandark.

- É bom que não decepcione mesmo.

Sim... Ele era um guerreiro antigo. Apesar de nunca ter tido conhecimento de qual era o nome do verdadeiro dono daquele corpo, se lembrou o por que ele existia. Graças às perícias desse tal guerreiro que seu corpo fora escolhido como receptáculo do Grandark.

Porém, lá estava ele, no chão, sem poder sequer lutar pela sua própria liberdade, vitima da sua própria espada.

Zero suspirou, fechando os olhos, tentando se entregar mais uma vez para aquela escuridão.


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