Cigana escrita por PriscilaGuarate


Capítulo 3
Capítulo 2


Notas iniciais do capítulo

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Manoella estava dando suas aulas. O lar era uma escola para aquelas crianças e Manu era a professora legal. Dava aulas de historia, poesia e literatura. Adorava ler, romances eram seus preferidos. As crianças adoravam saber como foi Roma, e os deuses poderosos da Grécia. Ela estava no meio da aula sobre o Egito quando um estranho a chamou.

— Meus amores, me dêem uma licencinha ok? Manu dirigiu-se a porta e o vi-o. Carlo estava de pé observando—a. a cigana estava usando um vestido floral, com uma flor nos cabelos soltos. Ela estava tão linda. Parecia sempre ser tão adorável que conseguia deixar Carlo sem jeito.

— Senhor Carlo, o que faz aqui? Ela observou-o confusa. O vento batia forte e empurravam os cabelos negros para traz revelando o decote nos seios fartos.

— Por favor, me chame apenas de Carlo. Eu vim aqui checar a minha doação pessoalmente quando a vi, dando aulas. Eu não sabia que era professora. Ele tinha um sorriso genuíno.

— Bem, eu sou professora de historia e literatura. Eu amo muito tudo isso. Acho que não conseguiria ficar longe das crianças. Os olhos negros brilhavam com paixão. Carlo ficou hipnotizado pela beleza natural de Manoella. Ela era tão selvagem e ao mesmo tempo tão doce. Seu corpo estava todo arrepiado. Ele precisava conhecê-la melhor, torná-la sua.

— É absolutamente linda sua paixão pelo que faz. Eu gostaria de chamá-La para tomar um café. Os olhos azuis brilhavam com tanta intensidade. Ele era perigoso, mas muito encantador.

— Nais tuke Carlo, mas eu não posso sair agora. Meus meninos querem descobrir quem era o grande Anúbis e Amon-Rá. Até mesmo Manu achou uma pena, pois queria muito conhecer o grande Carlo Sanchez. Ela nunca teve medo de homem nenhum. Ainda na faculdade, que foi fazer em Milão, Chamava atenção de todos os rapazes. Todos queriam te-la em suas camas. Manu era pura e inocente, ela gostava de um rapaz, Thomaz Pereira, musico e muito charmoso logo atraiu a atenção da jovem Manuela. Assim que começaram o namoro decidiram morar juntos, Manoella jurava que era amor,mas logo descobriu a verdade. Depois de algum tempo Thomaz ficou agressivo. Tinha ciúmes exagerado, todos os dias gritava com Manu. Um dia ele chegou em casa bêbado, era aniversário de vinte um anos de Manu. Ela estava esperando ele para jantar, ela mesma tinha preparado uma paeja espanhola. Thomaz chegou gritando discutindo. Pegou a panela e a jogou no chão, depois foi pra cima dela. Ele bateu em Manoella. O soco foi tão forte que a deixou inconsciente. Logo depois de ouvido o som de um tiro tudo escureceu, meses depois ela acordou no hospital. Ela fugiu o mais depressa que pode. Pode ouvir antes de fugir Thomaz gritando, jurando que iria encontrá-la até no inferno.

— Você se importaria se eu observasse você dando aulas? Também gostaria muito de saber quem foram os deuses egípcios. Ele riu.

— Não, por favor, fique a vontade. Carlo entrou na sala de aula e as crianças o abraçaram. Logo Manu apagou a imagem de Thomaz da cabeça. Doía lembrar. Durante aqueles dias agonizantes em que esteve em Milão pensou na praga que lhe foi rogada. Iria sofrer com o espírito rebelde de Esmeralda.

— Crianças, hoje o senhor Carlo vai viajar conosco até o Egito! Logo as crianças se sentaram todas na frente de Manoella, ouvindo encantados a historia do Egito. Ela era doce e adorável. Enquanto ela falava as crianças ouviam com atenção. Estava claro que ela era a professora preferida. Quando a aula em fim acabou, as crianças pularam em Manoella, beijando e abraçando. Uma delas lhe entregou um bilhete.

— Tia Manu, eu desenhei pra você! Era uma menininha de cabelos louros. Ela beijou Manoella no rosto e saio correndo. Manoella sorriu com doçura em resposta.

— Tia Manu? Essas crianças amam você. Carlo tirou da cabeça loira um chapéu de papel que as crianças colocaram nele. Ele estava tão engraçado que a fazia rir, só de olhar pra ele.

— Esse é meu apelido, pode me chamar assim se quiser. O lar é a minha vida, faço tudo por eles. Manu sorria deixando Carlo desconcertado. Ela era muito amável. Não conseguia imaginar um ser que faria mal a criatura tão adorável.

— Será que agora, a senhorita tomaria um café comigo? Carlo fez uma reverencia antiga, que arrancou mais sorrisos de Manu.

— Claro, deixe—me apenas fechar a sala. Depois que ela fechou o lugar, os dois foram tomar o café num restaurante perto do lar.

— Então, Manu, você não terminou de me dizer. Por que fugiu de casa?

— Bem, quando eu era mais nova e ainda vivia na roda, meu pai prometeu a minha mão ao filho de um mercador. No dia do casamento eu fugi, pois não amava Solano e muito menos queria me casar com ele. Quando você me viu eu tinha acabado de chegar a Madri, procurava pelo meu irmão. E Manu continuou a contar sua historia, quanto mais ela falava mais Carlo queria saber. Ela era muito interessante, não era chata nem irritante como as outras mulheres que costumava sair. Ela era diferente.

— Você tem o espírito livre Manoella. Ele não resistiu e tocou o rosto dela. Traços perfeitos e delicados. Quando estava perto dela esquecia do mundo, de todas as responsabilidades. Com ela, ele era apenas Carlo, um homem comum.

— Minha mãe me dizia a mesma coisa. Ela dizia que espíritos livres são amaldiçoados a sofrer. Os olhos negros eram um profundo mistério que o fascinava.

— Fico feliz que tenha fugido, caso contrario eu nunca a teria conhecido. Carlo se aproximou e beijou Manoella com intensidade. A boca dela era macia e quente, ele não queria parar de beijá-La. Depois do beijo intenso Manu levou a Mao aos lábios ainda inchados.

— Desculpe eu não queria ser atrevido mas você me deixa diferente, não sei explicar. Manoella se inclinou e o beijou gentilmente. Depois ela sorriu docemente. Aquele gesto o derreteu por dentro. Carlo a levou em casa.

Manu ainda sonhava com o beijo quando percebeu que não estava sozinha em casa. As luzes estavam acesas e a televisão ligada no canal do jogo de futebol. De repente um homem alto entrou na sala, tinha uma barda mal feita e os cabelos longos na altura do ombro. Imediatamente ela reconheceu aquele homem, era Thomaz, ele estava sorrindo maquiavelicamente.

— Sentiu saudades meu amor? Thomaz estava bêbado como naquele dia. Imediatamente Manoella começou a gritar. lembrou-se dos amargos dias que foi espancada por aquele monstro.

— Socorro! Socorro! Thomaz surpreendeu Manu e lhe socou o rosto. Manoella caiu no chão. O rosto ardia e ela chorava com medo. Continuou a gritar, estava rezando para que alguém ouvisse e viesse ajudá-la. Ele ia matá-la. sempre disse isso, se ela fugisse e ele a encontrasse ia ser para matá-la.

— Você achou mesmo que eu não ia te encontrar amorzinho? Demorou mas eu consegui. Vida boa em! ele sorria friamente, o olhar era doentio, assustador.


— Vai embora pelo amor de Deus! Me deixa em paz! Socorro! Novamente Thomaz a acerta na cabeça. Manoella já estava tonta com as pancadas. Ela rezava silenciosa por ajuda. Carlo ainda estava perto da casa de Manoella, se encostou numa arvore na frente da casa, pensando no beijo quando ouviu os gritos. Eram de Manoella, ela estava em perigo. Logo ele correu em direção ao portão e conseguiu entrar na casa pela porta da frente que estava aberta. Quando entrou na sala viu um homem estranho ele estava estrangulando Manoella, ela já estava quase inconsciente.

Carlo surpreendeu Thomaz com um soco, começando uma briga. Quando viu que Carlo ia vencer, Thomaz fugiu jurando matá-lo. Carlo não conseguia acreditar, ele viu Manu toda machucada, aos prantos. Quem era aquele cara? Ela o conhecia? De qualquer forma não podia pensar nisso agora. Ela estava muito ferida.

— Você veio me ... Manoella desmaiou no colo de Carlo. Como doía vê-la assim. Sentiu raiva de si mesmo por não ter chegado mais rápido, aquele homem ia matá-la! Carlo levou Manu no pronto socorro. Depois de horas de repouso Manoella já podia falar. O rosto ainda estava inchado pelas pancadas, mesmo assim ela continuava linda.

— Você foi meu anjo salvador! Ela sorriu com doçura. Os olhos brilhavam com as lagrimas que escorriam sem preça. Carlo sorriu.

— como? Ele sentou ao lado da cama de hospital onde ela estava.

— Eu rezei aos céus para que me enviassem alguém, Thomaz ia tirar a minha vida. Quanto mais ela falava mais doía.

— Então conhece aquele infeliz? O sorriso desapareceu do rosto branco. Os olhos dele brilhavam com fúria e ódio.

— sim, infelizmente. Eu tinha fugido dele, mas ele me encontrou... ela abaixou a cabeça o olhar era distante.

— como exatamente o conheceu Manoella?

— Eu era a noiva dele. Quando o conheci a alguns anos em Milão. Eu era ingênua sabe? Apaixonei-me pelo musico cabeludo. Fomos morar juntos e não tínhamos problemas. Ate que ele se viciou em cocaína e começou a ficar agressivo. Era o meu aniversario de vinte um anos, ele chegou bêbado não sei direito, nós começamos a discutir então ele me bateu depois sacou a arma e atirou. A bala pegou de raspão na minha costela, mas como ele me bateu muito fiquei em coma durante três meses. O pessoal do hospital disse que foi um milagre eu ter acordado. Mas foi minha santa sara Kalil que me protegeu.

— meu deus Manoella! Você passou por tanta coisa, mas esse infeliz ele não foi preso? Carlo podia ver a coragem de manu, ela o surpriendeu completamente, foi espancada, levou um tiro, passou três meses em coma. Ainda sim mantinha o sorriso gentil, o olhar doce.

— Parece que sim, mas não por muito tempo, eu fugi assim que pude. Meu irmão me ajudou, ele me deu essa casa e foi nesse período que comecei a trabalhar no lar. Eu consegui superar tudo ate eu vê-lo outra vez. Eu tive tanto medo Carlo! Por um momento eu pensei que ia morrer, que nunca mais veria os rostinhos dos meus amorés. Quem iria ensiná-los? Dizer para ficarem longe das ruas, para seguirem os seus sonhos?

— Como pode ser tão generosa? Pensar nas crianças quando é a sua vida que corre perigo?

— É claro, elas são a minha vida. O que aconteceu ao Thomaz? Ele foi preso? Os olhos negros brilhavam com esperança.

— não. Ele fugiu, é difícil encontrar um estrangeiro... não se preocupe Manu, você vai estar segura na minha casa.

— Na sua casa?

— sim. Ele vai procurá-la outra vez para terminar o que começou. Desta vez eu vou protegê-la custe o que custar. Ele sorriu. Manoella ainda não tinha parado pra pensar. Carlo se importava com ela, queria protegê-la. Ela se sentia segura com ele.

— Tudo bem Carlo eu irei com você. Devo minha vida a ti, Nais tuke.

— Você já me agradece o bastante apenas com esse sorriso doce.






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