Ciúme Sonserino escrita por Caladiel Alassea


Capítulo 1
Único




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Hogwarts definitivamente iria cair. A guerra antes travada por aqueles corredores não foram capazes de fazer sua estrutura ruir. Mas um Malfoy completamente ensandecido de raiva e ciúmes certamente conseguiria por os seus tijolos a baixo.

Enquanto andava numa típica posse de sonserino, com cada passo sendo agressivo e quase capaz de abrir o pobre chão, Scorpius pensava em como ver o sangue e o corpo de um certo lufano espalhados pelo salão principal seriam uma visão prazerosa, além é claro de educativa, afinal que jeito melhor de explicar um fato para todos do que com a sua representação completamente instrutiva? O tão conhecido por a mão na massa. E massa era o que queria que sobrasse daquele insignificante.

Podia ver como os alunos o miravam com aquele receio comum, pelo simples fato de ser sonserino e ainda por cima um Malfoy, porém sua aparência devia estar tão descontrolada quanto se sentia por dentro, porque parecia que ele irradiava medo ou que tivesse acabado de lançar uma maldição imperdoável pela expressão de puro terror que estes exibiam. E sabendo que esta era uma atitude errada a se tomar, depois da promessa de tentar ser sociável feita a uma certa grifinória, ele sentiu que se não agisse daquele modo iria explodir então se danasse o que tinha dito.

Só de imaginar aquelas mãos podres mexendo na sua Rosie, ele conseguia sentir um demônio interior se remexendo em suas entranhas pedindo por sangue. Albus certamente já estaria correndo por todo o castelo atrás dela para avisar sobre o seu surto, aquele traidor, então ele tinha que achar o lufano desgraçado rápido.

Toda a escola sabia do relacionamento que tinha com Rose, podia até ser conturbado e com brigas no mínimo irrisórias, mas ainda assim ela era a sua namorada. E as cenas incontáveis de ciúmes por parte de ambos eram também de conhecimentos de todos. De modo que Scorpius não tinha noção de como o lufano tivera coragem de ainda assim ter a cara de pau de se declarar pra Rose. Sua raiva era ainda maior por ter consciência de que demorara seis anos pra ter coragem de ele contar a mesma que a amava. Pior, se não fosse Lily a prima boca aberta dela, ele nunca ia saber. Até Albus tinha conhecimento do assunto e não tinha o avisado, e era isso que ele tinha como consideração do suposto “melhor amigo”.

Ao chegar perto do lago conseguiu avistar o lufano com um amigo. Daniel Nottwen, um moreno de cabelos médios e ondulados nas pontas, também sextanista com quase os 1,85m de Scorpius, vestido com as características roupas de um goleiro da Lufa-Lufa, e que parecia bem demais para alguém próximo da morte.

­ — Você! – o Malfoy disse como um rosnado na direção do outro – Quero saber quem pensa que é pra chegar perto da Weasley! Da minha Weasley! – O descontrole era evidente em sua voz.

Nottwen virou-se para encara-lo um pouco surpreso, porém logo adquiriu uma postura determinada como se já esperasse que o Malfoy viesse o procurar. E isso deixou Scorpius mais irritado.

— Eu disse que era pra esquecer a menina Daniel. – Disse o seu amigo olhando assustado de Malfoy para Nottwen.

— Não! Não vou simplesmente esquecer Rose.

O loiro sentiu o corpo retrair-se por ouvi-lo dizer assim abertamente o nome de Rose. Definitivamente ele não tinha medo do perigo.

— Seu idiota, desgraçado! Eu quero você bem longe dela entendeu? Se tiver algum senso por essa sua cara de retardado! Se chegar perto dela, eu juro que esqueço que é proibido usar um Crucio. – Malfoy gritou sem se importar se iriam olhar pra a cena.

— Você não é o dono da Rose! E não pensa que eu vou desistir pelo menos ela já sabe agora que eu gosto dela, Rose tem conhecimento de que não precisa te aturar, um dia ela vai ver o imbecil egoísta que você é Malfoy – Nottwen disse praticamente cuspindo o seu nome - E vai ser você mesmo que ira perdê-la. Eu só a avisei que existe alguém que a espera. Um dia Rose vai ver o quanto estar com você é corrosivo e eu vou estar lá pra dizer que a amo.

Ouvi-lo dizer que amava Rose o tirou do sério e sem nem pensar e cego pelo ciúme, medo e a raiva de escutar que um dia poderia perder a sua ruiva, ele avançou para o lufano metendo um soco na sua cara tão forte que derrubou o garoto no chão, mas ele não parou acertou o seu estomago, queixo, nariz, qualquer parte de Nottwen que aparecia em seu foco de visão. Levantou a mão para acertar a sua cara de novo mais sentiu braços o contento, ele se rebateu tentando se libertar, porém percebeu que mais de uma pessoa o segurava, sentiu os seus braços sendo repuxados de forma dolorosa para trás.

— ME LARGA! – O Malfoy urrou se sacudindo e puxando um dos que o seguravam para frente, o fazendo cambalear de forma preocupante em direção ao chão.

— SCORPIUS! SCORPIUS CARA!? PARA COM ISSO! – Ele reconheceu a voz de Albus e outros dois colegas da sonserina. – VAI DERRUBAR O ZABINE SE CONTINUAR ASSIM, PIOR VAI MATAR O NOTTWEN.

— ELE DISSE QUE AMA ROSE! – O loiro gritou como se isso explicasse o fato de querer matar o garoto. – ME SOLTA POTTER!

— Presta atenção! Você vai vim com a gente. Agora. – Disse o Potter o mirando decididamente com seus olhos verdes.

Scorpius se debateu mais uma vez tentando se soltar, entretanto vendo que era inútil desistiu, levantando os braços e postando os olhos cinzentos que no momento eram tempestuosos no amigo como quem diz: “Pronto”.

Lentamente como se para comprovar que não reagiria, eles soltaram o sonserino. Albus colocou sua mão em um de seus ombros o guiando para longe, e o alertando com o olhar para não voltar.

O loiro voltou-se novamente para trás, e institivamente o amigo pôs-se na sua frente. Porém ele apenas se dirigiu entre dentes para o lufano caído no chão:

— Fique. Longe. Da. Rose.

Retornando para o castelo, e olhando emburrado para todos que o miravam saindo dos jardins, ele se encaminhou com um Albus nervoso para o salão comunal da sua casa.

***

Ao chegarem no salão comunal da serpente, Scorpius se jogou num sofá cruzando os braços e fazendo a maior cara de bravo que conseguia como se avisasse para Albus, que não queria ouvir o quer que ele pudesse dizer. Mas obviamente ele não deu à mínima.

— Você já parou pra pensar no que pode acontecer com você quando a diretora ficar sabendo que espancou outro aluno?

— Não enche.

— Eu tô falando sério Scorpius.

— O que você queria que eu fizesse!? – Gritou o loiro - Ficasse parado ouvindo ele dizer que ama Rose, que um dia ela vai me largar e que vai cair em cima dela que nem um abutre!?

– Isso não te...

— Cala a boca Potter, aposto que se mexessem com a sua corvina, você faria o mesmo!

Albus se calou, vendo que ele tinha razão, de um modo torto mais tinha, ele também não iria ficar quieto se um idiota se declarasse pra sua namorada.

Ambos permaneceram em silêncio, Albus pensando em como o amigo se sentia e Scorpius ainda com a raiva remoendo dentro de si, porém também com um sentimento de dor que crescia no seu peito com a possibilidade de sua ruiva o deixar.

E então como um furação vermelho e laranja, uma baixinha, ruiva, de olhos azuis, que se mostravam incrédulos, adentrou no recinto com uma determinação evidente, sem nem se importar com o fato de ser a única grifinória no salão comunal da Sonserina.

— POSSO SABER O QUE FOI QUE DEU EM VOCÊ! – Ela disse parando na frente de um loiro com a maior cara fechada. – JÁ PAROU PRA PENSAR NO QUE VOCÊ ACABOU DE FAZER SCORPIUS!? PODE SER UM MALFOY EXPULSO AO INVEZ DE BRIGUENTO!

Rose estava visivelmente descontrolada, mas a preocupação na sua voz era perceptível. Ela remexia em seus cabelos com um volume acima do normal, desfazendo os cachos ruivos como se precisasse ocupar as mãos para não ficar doida. Quando ficou sabendo que o seu namorado estava batendo no lufano, ela saiu correndo por toda Hogwarts de modo irracional, como monitora teria se repreendido, não fosse o medo de saber que Scorpius poderia estar machucado.

Acuado o Malfoy a mirou com vergonha, mas sem deixar de manter um bico.

— Está desmanchando os cachos Rose. – disse emburrado. Ele não gostava quando ela fazia isso, a repreendendo porque para o loiro era simplesmente perfeito o modo como às molas avermelhadas do seu cabelo balançavam sempre que ela andava. E a sensação de segurar o seu cabelo de modo quase contemplativos em suas mãos era maravilhosa, assim como qualquer jeito de ter a sua pequena em suas mãos.

Observou ela ficando vermelha, mas não sabia se era de raiva ou vergonha.

— TEM NOÇÃO DE COMO EU FIQUEI PREOCUPADA!?

Ele a olhou envergonhado, mas não deixou de sentir-se feliz por saber que ela se preocupara com ele.

— Er, hum, Rose acho melhor vocês conversarem lá em cima. – Disse um Albus tímido fazendo com que eles notassem que os outros sonserinos prestavam atenção em ambos.

O loiro se levantou pegando na mão da sua Weasley a guiando para o seu dormitório. Ao chegarem, Rose segurou o seu rosto com ambos as mãos e passou a avaliar todo o seu rosto, o girando de um lado ao outro em busca de algum ferimento.

Scorpius observou que seus olhos continham certo volume de lágrimas que a mesma não deixava cair, analisando agora os seus braços e o peito. Ele sentiu o seu ego ser aconchegado ao perceber a veemente preocupação da menina consigo, e deixou um sorriso bobo sair em seus lábios.

Rose ao constatar que ele não tinha nem sequer um arranhão suspirou aliviada, erguendo a cabeça em sua direção e o vendo encara-la com um sorrisinho nos lábios.

— Idiota! – ela disse dando um soco em seu peito. – Para de rir Malfoy! Você não tem direito de ficar rindo depois da merda que fez! Scorpius o que você tinha na mente pra ir pra cima do garoto assim!? Tem noção do que você fez!? Pode ser expulso, ou... ou o Nottwen se juntar com outros pra te bater! – Seu corpo estremeceu com a possibilidade de machucarem o sonserino - Eu não disse pra tentar ser educado!? Onde o sociável entra nisso?!

— Se você tivesse me dito que ele te procurou pra começo de conversa eu não ia ter ido atrás dele Rose! – ele disse irritado.

— É logico que tinha ido sim! – Ela disse lhe dando um tapa. – Pensa que eu não te conheço, eu disse pro Albus e pra Lily não comentarem com você porque sabia que ia ficar completamente ciumento com isso. E eu tinha razão!

— Rose Weasley aquele, aquele lufano, teve a ousadia de te segurar e falar que amava você. Ele tocou em você, entendeu isso Rose, ele ousou encostar-se a você e pior ainda ficou falando coisas melosas pra minha namorada! Você não, você, pelo amor de Merlim ele disse que te ama!

— Tenho certeza de que ele só está confuso, e sair batendo em cada garoto que dizer que gosta de mim não vai fazer isso parar Malfoy!

— Então tem outros!? Quem mais se declarou pra você Rose? – disse com ácido na garganta.

— Por Merlim Scorpius! – ela disse erguendo as mãos para o alto impaciente.

— Rose Weasley, eu perguntei quem mais!?

— Ninguém! Ninguém mais é importante pra mim Scorpius você não entende isso. Eu estou com você, com você imbecil!

— É isso o que você acha Rose!? – Ele disse amargurado lembrando-se do que o lufano havia dito. E atordoado demais pra ter percebido a declaração de amor da grifinória. – Que eu sou um imbecil!?

Ela ia responder algo como “É CLARO”, porém viu nas orbes cinzentas que ele estava magoado e respirou fundo buscando calma e tentou abrandar a voz. Aquela briga tinha que acabar.

— Scorp? – ela o chamou carinhosamente pousando a mão em seu rosto vendo o rubor tomar a pele clara, e passando os dedos no emaranhado que eram os seus fios louros platinados sentindo o macio e já conhecido cabelo do sonserino se prendendo nos seus dedos, pode ver que o estava amansando. E quando as tão amadas íris cinzentas a miraram ela tentou ao máximo transmitir pelo olhar o seu amor.

Ele mirou o seu rosto, o azul impossível de não obedecer que eram os seus olhos, as incontáveis sardas clarinhas espalhadas pelo seu nariz e bochechas, o jeitinho que o alaranjado dos seus cabelos caia castamente sobre a maculada pele alva e suspirou sentindo todo o amor do mundo o percorrendo, toda a intensidade que aquela menina pequeninha perto se si o causava.

— Ele disse que você ia me deixar quando percebesse que sou um imbecil. – ele sussurrou magoado.

— Scorpius ele tava te provocando, não liga pro que ele disse é mentira.

— Mas ele tem razão Rosie – ele disse seu nome manhoso, como sempre que estava triste de mais, ou querendo carinho – eu não sou bom pra você. E ele disse que um dia você ia me deixar. – Disse como uma criança contando um pesadelo terrível.

— Não vou não. Eu nunca vou te deixar Scorp. – ela disse o mirando intensamente.

— Promete? – ele perguntou incerto.

Rose sorriu com o estado do namorado.

— Prometo. Prometo quantas vezes você quiser.

Ele se deixou enterrar na curva do pescoço de Rose puxando o seu cheiro para si. Ela começou a lhe fazer um cafuné nos cabelos, enquanto o sentia apertar os braços de forma possessiva ao redor da sua cintura. Então o segurou mais forte também para mostrar-lhe que era dela.

— Eu te amo, Rosie. – Ele disse baixinho a apertando como um ursinho.

— Eu também te amo. Entende isso? Não importa pra mim se todos os garotos de Hogwarts vierem falar comigo Scorp – sentiu o corpo grande do loiro se retesar com a possibilidade – E sabe por quê?

Ele a mirou e negou com a cabeça infantilmente. Fazendo Rose abrir um sorriso.

— Porque eu quero você. – ela disse de forma sussurrada como se contasse um segredo importantíssimo ao sonserino.

Scorpius viu o mais genuíno contentamento tomar-lhe o amago, e sentiu o corpo inteiro derreter com apenas aquela frase da sua ruiva.

Ele curvou-se para lhe tomar os lábios, e ao a sentir corresponder espremendo a boca na sua, ele esqueceu tudo o que ocupará a sua mente. Porque naquele momento assim como sempre só havia Rose Weasley, a sua Rosie.


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