– Não se preocupem. Eu tenho um plano. – ele disse, olhando de canto para a jovem que ria com suas amigas.

– Ah você não seria tão baixo a esse nível? – perguntou Gaara rindo após bebericar sua cerveja

– Acho que você se esqueceu de quem estamos falando. – Suigetsu provocou o moreno, fazendo-o olhar irritado.

– Sabe... Quando é necessário, eu gosto de jogar sujo. – ele respondeu rindo

– Ela não vai ceder assim facilmente, pelo menos não parece... – Gaara observou a jovem dos cabelos rosados, que por momentos, era pega pelo duro olhar de Sasuke.

– Essas são as melhores. – Sasuke riu propondo aos dois um brinde.

. . .

Já era tarde quando Sakura saiu do bar, despediu-se das amigas e logo se pôs a caminhar pelo píer, em direção a sua casa. Não tinha medo, as poucas ruas que não eram fluviais, costumavam ser bem iluminadas, mas pouco movimentadas.

Por mais destemida que fosse, Sakura não era a pessoa mais atenta do mundo, por esse motivo, nunca prestava atenção ao seu redor quando tinha algo em mente. Quando percebeu que estava sendo seguida, já era tarde... E o pior, ele queria ser percebido.

– Eu já vi você, não precisa se esconder. – ela virou-se para o pirata bruscamente

– Bom... Não estava me escondendo. – ele riu enquanto acendia seu cigarro.

– O que quer? Veio contar-me o quanto de cerveja e de mulheres pagou com as minhas joias? – perguntou indignada

– Quanta amargura senhorita... – ele riu após dar uma tragada – Apenas queria conversar. Mesmo sendo insolente, você parece ser uma boa pessoa.

– Não estou muito interessada em conversar com a sua pessoa. – ela cruzou os braços ofendida

– Então vá. – ele riu acenando e assim ela o fez. Deixando-o boquiaberto. – Ou melhor... – ele correu e parou na frente dela – Eu deveria retribuir o nosso ultimo encontro. – disse seriamente e ela arqueou uma sobrancelha.

– Bater em mulheres? Não sabia que eram tão baixos assim... – ela riu

– Eu não disse que iria te bater. – ele se aproximou dela, fazendo-a recuar.

– Então não tem o que me retribuir. – ela se pôs a andar novamente.

– Nossa garota, como você é irritante! – ele a seguiu

– Eu tenho nome, sabia? – disse ela com desprezo

– É Sakura. Eu sei. – ele a alcançou e andou ao seu lado – Meu nome é Sasuke. Sasuke Uchiha.

– Eu não perguntei o seu nome. – ela deu de ombros.

– Achei que me conhecia... – ele se gabou.

– Não... Só depois que roubou minha casa. – ela riu – Minha tia costumava falar que piratas eram velhos e acabados, não que tinham alguns anos a mais que eu.

– Não me considero velho e nem acabado... – disse ele encabulado.

– Desde quando está nessa vida? – perguntou Sakura sentando em um “muro” de costas para o rio.

– Desde os meus 18 anos... – ele sentou-se ao seu lado – Sua idade, não?

– Eu tenho 21. – ela riu

– O que você faz da vida? – ele perguntou olhando para o céu.

– Nada que eu considere importante para contar. – ela deu de ombros

– Ah pare... Deve ter algo que você faça além de dançar com militares. – ele riu e ela o cerrou com o olhar

– Eu pinto quadros e estudo arte e estou querendo aprender mais um idioma. – ela respondeu sem muito entusiasmo e ele a olhou impressionado.

– Quais idiomas você fala?

– Inglês, espanhol e alemão. Quero aprender francês...

– Eu sou francês ou costumava ser. – Sasuke riu

– Costumava...?

– Piratas não têm nacionalidade, não têm casa... – ele deu de ombros – Minha casa é aquele navio.

– Grande, por sinal. – ela riu – Não sente falta? Da sua vida normal?

– Nem um pouco. Foi uma opção que eu não posso voltar mais. – ele disse e ela sorriu. Logo a atenção dos dois foi tirada pelo capitão militar que vinha a cavalo.

– Uchiha. – ele desceu do cavalo e encarou o pirata duramente – Senhorita Haruno. Você está bem?

– Sim... Boa noite Naruto.

– Uzumaki. O que quer?

– Nada. Apenas estava vistoriando a região e estranhei a senhorita lhe fazer companhia, já que roubou a residência dela.

– Eu só estava a acompanhando. – ele riu e ela concordou com a cabeça – Não pretendo a roubar, caso esse seja seu medo.

– Uchiha, também precisava lhe comunicar que seu navio está atrapalhando o desembarque dos outros... Quero que tire.

– Sinto muito, capitão. – Sasuke respondeu ironicamente – Eu pago para ficar lá aos vistoriadores do píer. Assim como todos.

– Essa sua estadia desnecessária em Veneza faz com que os outros comerciantes tenham que fazer caminhos mais longos para descarregar.

– Sinto muito, novamente. Eu pago como qualquer um e quero ficar lá, naquele píer. – ele respondeu e Naruto fechou a cara. – Não se preocupe comigo, não pretendo ficar muito tempo.

– Assim espero. – Naruto respondeu – A senhorita quer companhia para casa?

– O acompanhante era eu, caso não tenha entendido.

– Rapazes, creio que posso ir sozinha. – ela riu enquanto saía a caminhar – Boa noite e, por favor, não se matem. Arrivederci!

. . .

Logo pela manhã, Sakura foi fazer compras na feira central com uma longa lista de sua mãe. Estava entretida com as sacolas e não prestou atenção, acabando por trombar em uma pessoa, ou melhor, um pirata.

– Scusate, scusate! – pediu ela rapidamente, antes de olhar para ele e se assustar – Você por aqui?

– Ciao! – ele sorriu e depois mordeu sua maça – Estava tomando café da manhã. Quer ajuda?

– Bom... Até rejeitaria. Mas pelo contrário. – ela sorriu entregando-lhe as sacola mais pesadas.

– Levaremos para sua casa?

– Sim e você já sabe qual é. – ela riu enquanto caminhavam

– Não costumo escolher os lugares que irei roubar...

– E por ironia do destino, roubou justo a minha casa. – ela disse rindo

– Não deveria me odiar por isso?

– Sim. Mas não sinto falta de nenhuma delas e outra é o seu “trabalho”. – ela respondeu e ele sorriu. Que surpreendente. – Pode deixá-las aqui. Eu me viro com o resto.

– Eu preciso ir... Senhorita Haruno?

– Sim?

– Eu quero lhe ver hoje a noite. Aceita?

– Vou pensar. – ela sorriu

– Estarei esperando.

. . .

– Já vai... Já vai! – gritava Tsunade às batidas desesperadas em sua porta – Querida, o que houve?

– Precisamos conversar! Preciso de um conselho! – disse a rosada desesperadamente.