I See The Horizon escrita por Snow


Capítulo 1
Prólogo


Notas iniciais do capítulo

Espero que gostem! Boa leitura.



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Sabe aquela sensação de vazio? De que você ta deixando uma coisa pra trás? Foi exatamente o que eu pensei quando coloquei os pés em Fall Springs, uma cidadezinha que fica a mais ou menos 500 km de distância da cidade que eu nasci e morei, bem... Até hoje.

Eu lembro exatamente como eu descobri. Meus pais estavam estranhos, andavam cochichando muito, até que um dia eu cheguei mais cedo da escola e encontrei minha mãe colocando umas coisas da sala em uma caixa.

– Ta fazendo o que? – mil coisas se passaram pela minha cabeça, que o motivo dos meus pais estarem estranhos era talvez porque iriam se separar, porque tinha alguém doente na família... Tudo, menos o que a minha mãe me disse.

– Filha! Você aqui tão cedo? – ela deixou a caixa no chão.

– É. Mas o que a senhora ta fazendo mesmo?

– Certo – ela colocou a mão na cabeça e se sentou no sofá – filha... Nós íamos falar com você e sua irmã depois, mas... Bem, nós vamos mudar de casa.

– O que? – fiquei espantada.

– Na verdade, de cidade. Não é uma cidade muito longe daqui.

– Mãe agente mora aqui a 16 anos! Desde que eu nasc! Desde que Clarinha nasceu!

– Eu sei, eu sei Valentina. Acontece que o seu pai conseguiu um trabalho melhor e nós concordamos que não seria uma boa ideia que ele fosse sozinho.

Minha boca estava aberta e meus olhos arregalados Taí uma coisa bem surreal.

– Não tem nem como comparar o salário que ele ganha aqui com o que ele vai ganhar lá. Eu não to entendendo o porquê você ficou chocada desse jeito! Sempre reclamou das pessoas dessa cidade, do tamanho, que tinha poucos lugares pra você sair...

– Eu sei so que... É o que agente faz quando gosta de alguma coisa! E a escola, e o Fred? Como eles ficam?

– Ai Miss drama! A escola agente arranja outra e o Fred pode te visitar nas férias! Larga de ser incompreensiva! Pensa na gente, pensa no teu pai!

Contei até 10 para me acalmar.

– Ta! Rrrr!

E agora, uma semana depois de ter ouvido tudo isso, estou aqui, parada em frente a uma casa 2 vezes maior do que minha casa anterior e com um jardim!

– Escolham seus quartos! – papai tirava as malas do carro, feliz. Aliás, feliz de uma forma que eu quase nunca vi.

Minha irmãzinha saiu correndo pra ficar com o quarto maior, certeza. Fui logo atrás dela.

– E então, o que acho da casa? – minha mãe parou na entrada junto comigo.

– Acho que tem quartos desnecessários – olhei pra ela, ela revirou os olhos, então subi as escadas pra escolher onde seria meu novo covil.

Optei pelo único quarto com duas janelas. Era grande, comparado ao anterior. Deitei em minha cama e peguei o celular.

– Alô? – Frederico falou do outro lado da linha.

– Fred!

– Hey, eaí? Como é a nova casa?

Frederico era meu amigo. Meu único amigo.

– Imensa.

– Só isso? E a cidade, como é?

– Chata.

– To achando que chata é você.

– Ah qual é! me dá uma chance. Vim pra uma cidade que eu nem sabia que existia, onde eu não conheço ninguém.

– Já falei que nas férias eu vou te visitar – e de repente ficou aquele silencio meio constrangedor – então, o que tem de bom pra fazer aí? – ele quebrou o estranho clima.

– Nem sei. Vou descobrir, tchau.

– Tchau, depois me liga.

– Ok – desliguei.

Se eu ia ficar naquele lugar, eu tinha que achar pelo menos algum lugar no mínimo interessante pra ficar sem fazer nada, então, decidi andar..

– mãe, vou andar aqui em volta pra conhecer o lugar ta?

– ta bom. Mas volta logo.

Não passava de umas 17 horas, mas a rua já precisava de iluminação. Não tinha muitas casas, na verdade, e as que tinham eram bem afastadas umas das outras, a mais próxima da minha casa era uma bem maior e que tinha as paredes brancas e um portão azul, portão de grade. Decidi xeretar. Do ângulo que eu estava era possível ver a garagem, que estava vazia, e o jardim. Muito mal cuidado por sinal! Apesar da aparência velha e mal cuidada, a casa era bem bonita.

Mais a frente vi um carro se aproximando, sai constrangida só de pensar na possibilidade de o dono do carro ser do dono da casa. Quando estava no meio do caminho, vi de relance nos fundos da casa, algo brilhar sobre a lua. Era água.

– hei garota! – uma voz grossa saiu do carro que eu havia avistado. Olhei em volta, eu era a única na rua naquele momento. Entrei em pânico, o que eu faria? E se fosse um estuprador ou coisa do tipo?

– hei, to falando com você – olhei desconfiada para o carro, me deparando com um homem de meia idade, gordo.

– eu?

– tem mais alguém na rua? – ele riu. Nessa hora eu realmente não sabia se corria, ou se gritava, ou se so simplesmente acelerava o passo sem falar mais nenhuma palavra – mudou pra cá agora?

Não respondi.

– é, você tem cara de não ser daqui.

– eu não sou – não sei por que disse isso, acho que foi por um pouco de orgulho de não ser daqui.

– é. E no que tava olhando a casa ali hein? É algum tipo de adolecente deliquente?

Juntei as sobrancelhas, quem aquele senhor achava que era pra falar comigo daquele jeito?

– não! Eu só tava querendo conhecer as redondezas.

– hum – pude sentir o seu olhar varrendo meu corpo – aquela casa ali ta vazia. Os donos não a visitam a um tempão, tem mais de anos – fiquei calada – nem sei porque ainda não venderam essa porcaria.

– muito interessante. Tenha uma boa noite – fechei o portão da minha nova casa. Quem era aquele homem? So sabia que desejava nunca ver ele outra vez! Fui direto para o meu quarto. Abri a janela esquerda, e de lá, pude ver...

– filha, gostou do bairro?

– sim – respondi sem dar muita importância para o que minha mãe havia falado. Era possível, dali, ver o completo brilho que so tinha enxergado uma pontinha antes... a piscina da casa quase- abandonada. Era imensa! E não era como uma piscinha qualquer. Não era recoberta por lajotas como as piscinas convencionais. Era toda revestida por um vidro que tinha uma cor entre o branco-gelo e o prata, com desenhos no chão. Era tipo, uma coisa digna de filme! Os donos daquela casa devem ser ricaços!

Sempre fui uma ótima nadadora, já ate ganhei prêmios em competições de natação. Não entendo o porquê nunca tivemos uma piscina... Mas agora, eu podia olhar para aquela lá, sua imagem era quase palpável! Fechei os olhos e me imaginei tranqüila, embrulhada pela água daquele belo espacinho...


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Notas finais do capítulo

Se encontrou algum erro, ou quiser dar alguma sugestão ou conselho, me mande ou review, vou ter o maior prazer em responder!



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