X-men - A Nova Geração escrita por Contador de histórias


Capítulo 8
A princesa dos olhos enevoados




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Charles vai até o quarto de Jean e percebe que a porta está entreaberta. Silenciosamente abre a porta e fica observando Raven dormindo com Jean, abraçadas. Raven percebe que Charles está lá a sua espera e confere se Jean está dormindo. Está sim, como um bebê. Raven se levanta da cama silenciosamente e se dirige até a porta, fechando ela lentamente.

– Como conseguiu conquistar a confiança dela tão rápido?

– Bom...eu também fui abandonada pelos meus pais não fui?

Eles chegam até o quarto de Charles. Raven o ajuda a se vestir e o deita na cama.

– Raven, faça ela ter confiança em mim, preciso que ela se sinta a vontade comigo para que eu possa ensiná-la tudo que quero ensinar. Essa menina é um achado. Ela tem muito potencial, muito.

– Apenas dê um tempo para ela Charles, é muita coisa acontecendo de uma vez. Agora vê se dorme um pouco, sei que esses dias não tem sido nada fáceis para vocês. Descanse, isso é uma ordem.

Não demora muito e Charles obedece.

No dia seguinte, Charles é acordado por Alex e Sean enfrente a sua cama e gritando seu nome.

– Prof. Xavier! Prof. Xavier! O senhor precisa ver isso!

Charles, ainda um pouco grogue, pergunta o que está acontecendo.

– Precisa assistir o noticiário conosco professor - Diz Sean com ar de seriedade que Charles estranha um pouco.

Os dois o ajudam a se sentar na cadeira de rodas e o levam ás pressas para a sala de estar, onde a Tv está ligada sob os olhos atentos de Hank, Raven e o pequeno Tom. Na Tv, o noticiário exibe a legende: " Menina indígena que controla o tempo é encontrada!". Segundo o noticiário, um Turista no Quênia que conhecia a tribo de Wakanda conseguiu gravar com sua câmera uma menina da tribo manipulando o clima, podendo fazer até mesmo nevar no local. Hank olha para Charles com uma feição preocupada e diz:

– Os militares vão buscá-la Charles, isso se não já estiverem por lá caçando ela como um animal. Precisamos salvá-la.

– Prepare o jato - Diz Charles, decidido - Raven, você vem com a gente. Alex e Sean, vocês ficam aqui para olhar as crianças.

O quê? - Diz Sean

– A Raven que leva jeito com crianças, ela que devia ficar! - Diz Alex, implorando.

Depois de se vestir Charles vai até o hangar subterrâneo da mansão. O jato já está ligado e preparado com Raven esperando e Hank no comando. Alex e Sean ainda seguem Charles implorando - Por favor! Qual é? Deixa vai!.

Charles sobe a rampa de entrada do jato e olha para eles - Comportem-se e cuidem bem das crianças. - A porta se fecha.

Alex e Sean, inconsoláveis, correm para longe do jato prestes a decolar. O campo de Basquete se abre ao meio, abrindo espaço para o jato subir e arrancar céu afora com um barulho de tremer os ossos. Alex e Sean ficam lá embaixo, observando o jato subir e desaparecer no horizonte acima das nuvens.

– É isso aí! Somos o que somos! Mutantes babás de mutantezinhos. - Diz Sean, inconformado.

No Quênia, militares se aproximam sorrateiramente se aproximam da tribo Wakanda. Missão: Neutralizar e Capturar a garota do tempo. Os militares camuflados na floresta cercam a tribo aguardando a ordem de invasão e observando o nativos da tribo que, curiosamente, são negros, tem cabelos lisos e brancos, e olhos claros. Mas algo dá errado. Um dos militares ouve um grito de um dos seus companheiros. Quando ele se vira em direção ao som, tudo o que consegue ver é metade inferior do corpo de seu companheiro sendo sugado para o topo de uma árvore. Ouve outro grito. A mesma visão.

– Jack! Jack! Está me ouvindo? O que aconteceu? - O militar chama por um dos seus companheiros desaparecidos. Não obtêm resposta, pelo menos não de quem ele esperava - Kry uit - Saiam daqui, em africano.

A ordem de invasão é dada. Todos os militares invadem a aldeia Wakanda apontando suas armas para os índios da tribo. Entidades começam a saltar da copa das árvores, homens com roupas negras e luvas com.....garras. Assim que tocam o chão depois de seus saltos profissionais começam a atacar os soldados com maestria. Desferem golpes rápidos e desnorteantes, são ágeis e imprevisíveis. A maioria desvia das balas com facilidade. As garras afiadas arranham os soldados até as almas. O povo da tribo corre e grita desesperadamente, buscando e protegendo suas crianças, entrando em suas aldeias. Mas uma criança é impedida de chegar aos braços de sua mãe, uma menina de cabelos brancos, aparenta ter uns 16 anos, negra, olhos azuis claros como céu. O militar a reconhece, a garota do tempo. O nativo que segura a menina é dos fantasmas negros que surgem das árvores para lutar em defesa da tribo. Mas esse protege apenas a menina, ele sabe o que os militares querem. A luta é interrompida por um gigante no céu, surgindo abaixo das nuvens.

Raven observa a tribo de uma das janelas do jato - Chegamos tarde Charles, está uma bagunça lá embaixo.

Hank, abra a porta do jato e mantenha ele acima da tribo, preciso localizar a menina.

Charles se aproxima da porta já aberta, Raven se aproxima rapidamente e segura a cadeira de rodas, com medo de que Charles caia. A surpresa dos nativos ao ver o jato os distraem, dando uma vantagem para os militares, que começam a massacrá-los. Charles se concentra e vagueia pelas mentes presentes na aldeia. Passa por muitas consciências até encontrar a de uma menina assustada e escondida com um dos guerreiros negros.

– Moet breek, hulle het jou te kom haal - Precisamos fugir, eles vieram para te pegar.

– Já meester T´Challa - Sim mestre T´Challa, diz a menina, engolindo o choro.

Charles consegue os encontrar em meio a confusão da guerra acontecendo na aldeia e segue eles fugindo para a floresta com o olhar. Hank vire á direita e você verá um dos guerreiros fugindo com a menina para a floresta, siga eles. Hank os encontra e o obedece.

Um militar segue o caminho que o jato passa a seguir e também descobre a fuga do guerreiro com a menina, chama alguns companheiros e eles passam a segui-los também. Na floresta, o guerreiro e a menina fogem ás pressas, o som do jato acima deles os assustam. Mas são obrigados a parar depois que o guerreiro leva um tiro de um dos militares. O guerreiro desaba no chão depois de levar um tiro na perna e a menina grita e começa a chorar.

– Hardloop - Corra! Diz o guerreiro baleado para a menina.

– Parado aí desgraçado! Acho que você está levando algo que nos pertence. - Diz o militar exausto.

Outro militar abaixa a arma e tenta se aproximar da menina aos prantos, que se afasta um passo a cada passo adiante dele.

– Hardloop - O guerreiro repete quase não suportando a dor. A menina foge.

– Droga! Você fica comigo! Vocês 3 vão atrás dela! - Diz o militar nervoso aos seus companheiros - Precisamos dela viva!

Enquanto a menina foge sem olhar para trás, ela acaba tropeçando em uma árvore e cai no chão, ela olha para trás e observa os militares se aproximando.

– Parada aí Menini... - Um guerreiro surge pendurado em uma das árvores e quebra o pescoço do militar com as pernas. Depois cai da árvore e luta com os dois militares restantes, com uma velocidade e agilidade impressionantes.

Os dois militares que sobraram são nocauteados. O guerreiro estende sua mão para a menina, que a segura com força, recebendo ajuda para levantar. Junto do guerreiro T´Challa baleado, a dupla de militares discute porque não matam ele de uma vez.

– Quanto menos vítimas melhor, já estou prevendo a ONU metendo a bronca na gente por causa dessa bagunça!

Tudo que um deles consegue ver antes de apagar é um borrão azul acertando seu rosto. Depois do susto, o outro militar que estava junto do outro, agora desacordado, mira e atira em Fera, que usa o militar desmaiado como escudo humano. Depois lança o mesmo em cima do outro militar como uma maneira de atrapalhá-lo, e funciona. Fera o pega pelo pescoço e joga sua arma para longe. Depois o nocauteia com um golpe só no queixo. Fera, ainda cheio de adrenalina por causa do calor do momento, tenta e se acalmar e oferece sua mão para o guerreiro.

– Eaí? Tudo tranquilo? Quer ajuda pra se levantar? - O guerreiro apenas mantêm seus olhos fitados nele, pensando em que tipo de aberração era aquela.

Hank recebe uma mensagem telepática de Charles - Voltem. Tragam a menina - Hank obedece prontamente, percebendo que o guerreiro não vai confiar em um ser bizarro como ele.

O guerreiro que salvou a menina dos militares oferece a mão a ela, ela aceita prontamente se levantando e o abraçando. O guerreiro a suspende pelas coxas e apoiando ela deitada pelas costas, pegando ela no colo, e caminha rapidamente com ela.

Charles, impaciente, observa da porta do avião Hank e o guerreiro chegando - Vamos! Se apressem! - A menina fica variando o olhar entre Hank, o avião e o guerreiro, ficando confusa e assustada.

– Waarheen vat jy my? - Para onde estão me levando?

Todos entram no avião e Hank fecha a porta. A menina fica mais descontrolada. Raven se des-transforma revelando sua aparência humana, o que apavora mais ainda a menina.

– Wie is jy? - Quem são vocês? - A menina pergunta apavorada. Hank liga os motores, fazendo com que a menina tape os ouvidos e comece a chorar. Raven se abaixa diante dela e tenta acalmá-la - Ei! Está tudo bem, tudo bem, você está segura com a gente.

Elas cambaleiam ao sentirem o jato se elevar do chão. A menina se agarra a Raven para se equilibrar enquanto o jato sobe cada vez mais. Ela percebe uma janela e corre até ela, onde avista sua aldeia ficando cada vez menor.

– Nie!!! - Não! - Ela corre até a porta e fica batendo nela numa esperança de voltar para casa. Raven tenta acalmá-la novamente. Ela empurra Raven com força e fica com uma feição mais dura. Seus olhos começam a se esbranquiçar até ficarem da cor de seus cabelos lisos brancos como a neve. Raven empalidece.

– Neem my terug by die huis - Me levem de volta pra casa!

– Charles.....tem alguma coisa errada aqui... - Hank avisa, preocupado.

Nuvens negras como o céu noturno encobrem o jato e começam a relampear. Uma forte ventania tira a estabilidade do jato repentinamente e Hank tem dificuldade para manter o controle. Os nativos da aldeia veem a tempestade e reconhecem logo a autora dela - Princes Ororo... - Diz um nativo, impotente, sem poder salvar a menina.

Uma mulher nativa, mãe da menina, se lança ao chão aos prantos ao observar o jato com sua filha partindo - Dogter! - Filha! - ela grita, enquanto soluça e se entrega ás lágrimas.

– Neem my terug by die huis....nou - Agora! A menina diz deixando escapar um lágrima, olhando fixamente para Raven.

Um Relâmpago acerta o jato, que sofre uma queda. Todos sugados pela velocidade da queda e batem contra o teto do jato, com exceção de Hank, preso pelo cinto de segurança, que tenta desesperadamente estabilizar o jato novamente. Charles, impotente, observa a garota africana levitando no meio do avião, parecendo não ser muito afetada pela gravidade, com os olhos tão brancos quanto seus cabelos.

Observando o jato caindo em direção ao cume de monte próximo, um dos guerreiros grita e faz sinal para que corram em direção ao jato, e é o que fazem velozmente.

O jato se recupera e a energia volta pouco depois do jato ficar abaixo do cume de um monte não muito alto. Os propulsores equilibra o jato e Hank pergunta se todos estão bem.

– Pessoal, essa foi por pouco, preciso esperar um pouco antes de ganhar altitu - Um relampejo muito próximo do jato interrompe Hank - Se outro desses acertar o jato, vamos nos espatifar no chão!

Raven ajuda Charles a se sentar na cadeira. Charles vai até a menina, ainda levitando e indiferente com seus olhos cheios de névoa. Charles entra na mente de menina.

– Raven, vou pôr ela pra dormir, prepare-se para segurá-la. - Raven obedece e segura a menina que cai para trás repentinamente - Pronto, agora ela só acorda no instituto.

– Melhor assim! Vou começar a ganhar altitude - Diz Hank, aliviado.

Elevando o jato, eles consegue chegar na altura do cume do monte, onde Hank vê algo preocupante.

– Oh oh....Esses caras não desistem fácil!

Os guerreiros velozes como feras selvagens correm em direção ao jato, ainda na altura do topo do monte. Ao chegarem ao limite de terra, eles saltam, parando sobre o jato e escalando-o. Um dos guerreiros sobe até ficar de cara com Hank e começa a tentar quebrar o vidro. Alguns que foram parar nas asas correm até as janelas e a porta para arrombá-las.

– Hank! Faça alguma coisa! Rápido! - Diz Charles, nervoso.

Hank continua ganhando altitude até os guerreiros não conseguem mais saltar e alcançar o jato. Hank olha fixamente para um dos guerreiros em uma das janelas. Ele percebe que o guerreiro está tentando se comunicar e entra em sua mente para tentar compreendê-lo.

– Stuur asseblief my prinses - Devolva minha princesa, por favor. Diz o guerreiro deixando derramar uma lágrima, assim como Charles, por estar conectado aos seus sentimentos.

– Eles vão se arrepender ter subido aqui... - Hank liga os propulsores, arrancando o jato a toda velocidade. Os guerreiros ficam para trás caindo a toda velocidade em direção ao solo.

Charles, ainda conectado á mente do guerreiro, sente o desespero e o medo dele enquanto cai em direção á morte, e não consegue suportar a emoção. Charles fecha os olhos enquanto derrama lágrimas por não poder gritar como o guerreiro está fazendo nesse momento, e se segura firmemente na cadeira como se também estivesse caindo. De repente a conexão cessa e Charles abre os olhos, ciente do que causou a interrupção. A mente do guerreiro não existe mais.


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Notas finais do capítulo

Tentei ser bem fiel a origem original da Ororo. Espero que vocês tenham gostado da referência que fiz a T'Challa, o futuro herói e vingador Pantera Negra. Porém essa é uma história sobre os Xmen e ele não deverá fazer mais participações.



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