New Perspective escrita por Miau


Capítulo 28
Epílogo


Notas iniciais do capítulo

OOOOOOOOOI.
Demorei e.e
Essa capítulo é um presente da Isa e.e
Bjo bjo e boa leitura.



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Pov Percy.

Desde quando os corredores dessa casa ficaram tão grandes, vazios e silenciosos? Desde quando eu não ouço mais discussões pelo controle da TV, pra usar o brinquedo novo ou só porque alguém está demorando mais no banho? Desde quando eu não tenho que intervir nas desavenças das crianças por causa de apelidos e atenção?

Com um suspiro, eu percebi que foi desde quando eles cresceram e se tornaram adolescentes. Mesmo Allie tendo apenas treze anos, é por si só uma cópia de Annabeth. Amadureceu muito cedo (mais cedo do que eu gostaria. Com os meninos eu pude aproveitar mais a fase das brincadeiras. Agora, Allie já tem problemas com namorados. Namorados, dá pra acreditar?! Ela tem só treze anos e tem que lidar com problemas com garotos... Annie ainda faz graça, dizendo que puxou o lado namorador do pai. Annabeth precisa rever seu conceito de “senso de humor”).

Sentindo uma pontada de saudades, parei em frente à estante na sala de estar observando as fotos expostas, como lembretes de uma época paralela. Era difícil acreditar por tudo que passamos, que ainda pudéssemos ter uma família normal e feliz. Ok, não era nada normal, afinal, o que poderia se esperar dos filhos de Percy Jackson e Annabeth Chase?

Mas era a nossa família. E eu nunca amei nada tanto quanto eu os amo.

A primeira foto da fileira era de Annie e eu no altar, o primeiro beijo oficialmente como marido e mulher. Ela estava tão linda. A segunda foto era minha preferida. Annie e eu tivemos uma discussão por causa dela, porque eu queria que ela ficasse ali, em seu lugar de honra, pra que eu nunca esquecesse o motivo de eu ter me apaixonado por Annabeth Chase. Seu sorriso. Seu ar audacioso. Na fotografia, estávamos sentados na mesa de casamento, o bolo inteiro a nossa frente enquanto trocávamos o primeiro pedaço. Mas o mais legal, era o fato de eu ter sujado Annie com glacê em sua bochecha. Ela ficou irada, esfregou o que sobrou do bolo na minha cara. Nós nos encaramos e começamos a rir mo exato momento em que a foto foi batida.

Annie a odiava, dizia que estava parecendo um espantalho. Mas ela estava linda suja de glacê. Ri, observando a próxima foto: essa datava de dezenove anos atrás, Annabeth estava vestindo aqueles pijamas hospitalares azuis, segurando uma coisinha minúscula embrulhada em pano azul. Eu estava em pé, ao lado direito da cabeceira da cama, olhando o pequeno bebê com um sorriso que refletia o sorriso de Annie.

Agora, já havia uma criança de quatro anos de idade, correndo na praia. Uma exata proporção de Percy e Annabeth: os cabelos eram de um tom castanho que ficava entre o preto e o loiro, os olhos de uma tonalidade indecisa entre o cinzento e o verde, quase um azul gelo. O garotinho corria pela areia branca, com um riso que parecia abraçar o mundo todo. Certa nostalgia atingiu-me lembrando-me que esse garotinho, Dean, agora tinha dezenove anos e era um homem de traços fortes, um cara descontraído e fiel à família, porém de uma determinação inigualável. Como eu disse uma exata mistura entre nós dois.

A quarta foto era de Annie deitada na nossa cama, um bebezinho loiro, chorando estridentemente que acabava de sair do primeiro banho. Dean estava sentado ao lado, olhando a câmera com uma expressão assustada provocada pelo choro do bebê.

E minha foto favorita dos meninos: Dean sorria para a câmera exibindo seu mais novo vídeo game que ganhara em seu aniversário de dez anos. Atrás, o pequeno Noah, um garotinho de seis anos com cabelos extremamente negros e olhos profundamente verdes atirava ovos no irmão, sorrindo maroto. O trote de aniversário. Hoje, Noah tinha dezesseis anos e Annie dizia que ele era uma reencarnação minha, exatamente como eu quando tinha a idade dele toda vez que via nosso filho do meio. De fato, éramos muito parecidos, tanto física quando emocionalmente.

Em seguida, a foto de um embrulho rosa e sorridente capturou minha atenção. A pequena Allie, com somente alguns dias de vida. Hoje ela tinha treze anos e, do mesmo modo que Noah era minha cópia, Allie era exatamente a Annabeth. Os cachos dourados, contrastando com os gélidos e calculistas olhos cinzentos, se destacando na pele bronzeada. E agindo como se fosse mulher feita. Minha menininha.

Annie sempre disse que eu a mimava demais, mas ela não entendia que aquele era um pedacinho dela mesma que eu não poderia abrir mão. Jamais.

Um baixo acorde de violão vindo do andar de cima interrompeu meus pensamentos. As notas eram suaves e pareciam me chamar. Subi as escadas, seguindo o som, reconhecendo a música. I’m Yours, do Jason Mraz. Vinha do quarto do Noah.

― Você melhorou. ― Eu fiquei encostado no batente da porta, observando meu filho tocar. Mas assim que as notas finais saíram, eu não pude deixar de elogiá-lo. Ele estava tentando aprender a tocar fazia algum tempo, e estava se dedicando mais do que jamais fez.

― Pai. ― Ele abriu um sorriso e eu pensei que talvez Annabeth pudesse ter razão: eu parecia estar em frente à um espelho do tempo que mostrava meu eu passado.

Mas tinha algo errado. Os ombros estavam tensos, as aos firmes envolta do violão, os lábios repuxados numa linha fina, o olhar opaco, longe daqui.

― Noah. Eu sou seu pai. Não precisa esconder as coisas de mim. Estou aqui pra isso, lembra? ― Ele desfez a expressão tensa e me encarou com desespero. Aquilo me assustou, eu nunca o vira assim. Geralmente Noah era confiante e cafajeste.

― Pai, o que você faz quando sente que está apaixonado e está perdendo a garota que se ama? ― Ele falou rápido, como se tivesse medo que ao verbalizar isso um monstro encarnasse do além e o arrastasse até o Hades. Com um calafrio verifiquei o chão, relaxando quando percebi que ele estava bem firme.

Então era isso? Todos os meus filhos cresceram? E agora eu sou o quê? Só o tiozão quarentão que fica o dia todo lendo jornal? Ai meus deuses, preciso falar com Annie sobre isso.

Foco Percy, seu filho precisa da sua ajuda com garotas. Mas quando foi que eles cresceram tão rápido?

― Bom, talvez você poderia tentar dizer isso a ela? ― Eu falei meio hesitante. Não sabia exatamente o que dizer, não tivera esse tipo de problemas com Dean, e Allie sempre pedia conselhos com Annabeth.

― Pai. Ela namora outro cara. Meu melhor amigo. ― Uhh, essa doeu.

― Entendi. Mas acho que você ainda deveria tentar falar com ela. Se essa garota te faz feliz, você precisa pelo menos saber se ela sente o mesmo. Se não, talvez ela não seja a garota certa.

― E como você espera que eu faça isso? Sente com eles na mesa do almoço e simplesmente diga “Oh, Jullie, eu estou apaixonado por você. Preciso saber se você sente o mesmo. Foi mal Matt. Ah propósito, o pastel está delicioso hoje, não acham?” ― De sua voz despendia ironia e sarcasmo como se fosse veneno.

Ele tinha razão. Mas eu não sou bom nesse tipo de coisa. Cadê Annabeth numa hora dessas.

Annabeth. É claro, ela é a resposta.

― Sabe como foi que eu pedi sua mãe em namoro? ― Eu falei de repente, quebrando o silêncio que já começava a se tornar incômodo. Um meio sorriso em meus lábios com a lembrança. Noah me fitou curioso e confuso ao mesmo tempo. Porém quando eu fui responder, outra voz passou à minha frente.

― Você subiu até a sacada do quarto dela com um violão e cantou Kiss Me. ― Era Dean, parado no batente da porta. ― Mamãe me contou essa história quando eu comecei a namorar a Emily. Ela disse que Nico ajudou papai com o plano.

Emily era a filha de Nico e Thalia.

Noah começou a rir e eu olhei pra ele aborrecido. Ele percebeu meu olhar e parou de rir na mesma hora.

― Tá rindo de quê? ― Perguntei contrariado.

― Nada. ― Ele respondeu depressa e Dean riu pelo nariz.

― Provavelmente ele achou ridícula a cena de você escalara até a sacada do quarto da mamãe. ― Meu filho mais velho justificou.

― Pai, admita: o Romeu do século XXI! ― Noah sorriu.

― Mas foi uma ideia genial. Aposto que se tivesse sido de outra maneira não teria o mesmo efeito. ― Dean defendeu.

― Música sempre foi o elo que nos manteve firmes durante os momentos difíceis. ― Eu comecei a falar para Noah. ― É uma linguagem universal, não há uma garota que não resista à uma declaração musical. Se você tem dificuldades em expressar isso pra... Jullie é o nome dela? Jullie, isso. Então cante.

Noah ficou em silêncio, considerando a ideia.

― É uma ótima proposta. O máximo que ela pode te dizer é um não. ― O garoto mais velho sentou-se na cama, ao lado do irmão e o aconselhou também.

― Será que vai dar certo? ― Ele continuava indeciso.

― Olha, vai até a casa dela e canta a música que mais te lembra ela. Explica o que você sente e se ela corresponder... Vocês só precisam falar com o Matt.

O garoto gemeu em protesto e angústia.

― Ei, se ele for mesmo amigo de vocês vai entender. Aposto que ele não vai querer ficar com uma garota que não o ama.

― Eu juro que se isso der errado eu vou matar vocês dois! ― Ele gritou enquanto corria porta afora carregando o violão.

Dean levantou e também ia saindo quando eu perguntei:

― Hey, vai sair também?

― Yeah. Vou levar a Emm no show do Arctic Monkeys. ― Ele sorriu e também saiu.

Suspirei, ficando sozinho no quarto. Depois de alguns minutos, uma cabeça loira apareceu na porta e correu pra me dar um bem. Era Allie.

― Tchau pai, até mais tarde. Vou sair com meus amigos. ― Ela nem esperou minha resposta e também correu para fora.

Deitei na cama, me sentindo muito nostálgico. Queria a minha adolescência outra vez, queria a época em que eu e os meninos tínhamos aquela banda, queria ter meus filhos comigo outra vez, ainda crianças.

Mas hoje, a única coisa que me restou foi Annabeth formada em arquitetura e meu emprego de empresário, gerenciando a banda dos filhos de Nico, Thalia, Piper, Jason, Megan, Josh, Hazel e Frank.

― Hey.

― Hey.

Era Annabeth.

Em seu olhar, eu também podia ver que ela sentia falta de tudo aquilo. Mas que ela também estava feliz. Tão feliz quanto eu com tudo o que conseguimos alcançar.

Ela não disse nada, somente caminhou até a cama e se deitou em meu peito. Eu deixei um beijo em sua testa, afagando seus cabelos com a certeza de que eu nunca poderia desejar nada melhor que isso.


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Notas finais do capítulo

Ai que triste terminar um fic :(
Então.. isso não é um Adeus. :) Eu ainda tenho outras duas fics. Se quiserem me acompanhar é só ir no meu perfil e dar uma olhadinha ^^
Uma é percabeth e a outra original.
Bem. Acho que é isso. :)
Ps: O Noah ficou com a Jullie sim, pq ela e o Matt namoravam de fachada, pq o Matt era o namoradinho da Allie. :)
Beijoos.



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