Broken Strings escrita por Anny Taisho


Capítulo 2
Cap. II – Ressaca da tempestade


Notas iniciais do capítulo



Olá pessoas do meu coração, eu pretendia postar só na semana que quem, mas recebi quatro comentários tãooooooo adoráveis e tão cheios de energia que não tive coragem de fazê-los esperar. Com certeza temos muitas pessoas cheias de fúria, o que inclui está que vos escreve, só que eu desejo calma... A história só está começando. Aqui teremos algumas primeiras explicações, vejamos o que acham delas.

Sobre a votação:

A favor do perdão: 1.

Contra o perdão: 2.

Abstenção: 1.

Boa Leitura!



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Cap. II – Ressaca da tempestade

Cerca de uma semana passou desde aquele acontecimento trágico. Cana só pisou ali novamente para pegar a missão mais longa e no lugar mais distante que conseguiu. Fried apareceu umas duas vezes, entretanto, ainda não conseguia olhar para Mirajane e não queria suportar os burburinhos que corriam as suas costas. Em solidariedade, Evergreen e Bixlow também deixaram de frequentar o salão... O apartamento que dividiam com Laxus foi devidamente desocupado, não era como se a dupla tivesse tomado partido de um dos amigos, entretanto, era o mago de runas quem mais precisava de apoio.

Definitivamente a estabilidade da equipe formado pelos quatro foi estilhaçada e Laxus não acreditava que a tribo fosse voltar a ativa. E pensando bem, o mago verde estava certo, afinal, havia sido vilmente traído e parando para pensar bem, eles é que eram o time. Laxus era algo a parte, quase como o motivo de estarem juntos, não fazia sentido acompanharem-no.

O mago loiro no fundo nem ligava para as fofocas, o que estava realmente incomodando era lembrar-se de Cana, aqui ainda não sabia de sua retirada da guilda, a fúria que viu nos olhos dela era completamente diferente do que viu nos de Fried. A dele era passional e fugaz, já a da mulher era profunda, intrínseca, corrosiva... Quando ela praguejou a respeito de seu futuro sentiu uma dor profunda no peito, algo havia quebrado sem concerto, aquelas palavras dela eram cabais.

E como se não pudesse ser pior, ela o chamou de traiçoeiro e vil, mas não da boca para fora. Muito pelo contrário, evocou aquela parte dentro dele que tentava esconder e ignorar. Trouxe a tona todos os fantasmas da época da expulsão quando colocou-se a pensar sobre sua vida e objetivos. Mas não era um traidor, muito pelo contrário, era tão Fairy quanto Erza, Natsu, Gray, Elfman, Lisanna, Gajeel e todos os outros.

Não conseguia parar de ouvi-la falando que não passava de um verme indigno de estar ali. Tentava muito pensar que aquela ação foi causada pela raiva da infidelidade, mas foram tão concisas, o olhar tão penetrante e direto que sinceramente tinha medo de serem a mais pura verdade.

Não queria tê-la magoado, na verdade, nunca cogitou isso. O que aconteceu com Mirajane foi algo meio que em uma realidade paralela, viviam aquilo dentro de um mundo a parte da realidade que viviam, não foi algo romântico, foi sexo e somente isso. No passado, antes da ‘morte’ de Lisanna, haviam tido um caso rápido, mas nunca sentiu por ela nada, se quer, parecido com que sentia por Cana. Na verdade, por mulher nenhuma.

Não acreditava em relacionamento sem fidelidade, mas ainda estava zonzo a respeito de tudo para pensar no que aconteceu com Mira. Um dia estavam conversando no balcão, já não havia mais ninguém, tinha ficado fazendo umas papeladas para o avô e ironicamente falavam de seus respectivos parceiros... Só que em algum momento terminaram na adega. Depois disso passou-se um período de constrangimentos em que decidiram não falar a respeito até dois dias antes quando fizeram de novo, mas dessa vez foi definitivo e decidiram que aquilo era loucura. Amavam seus companheiros e aquelas duas vezes foram algo completamente desproporcional e sem sentido.

Só que aparentemente Cana os havia flagrado, contou ao Fried e aquela cena deplorável aconteceu. Não havia sido amor, definitivamente não era. Então por que foi transar com a albina?? Passou a mão pelo rosto exasperado e então Kinana deixou uma caneca cheia em sua mesa, ela lhe sorriu sem graça e comentou algo sobre Mira ter ido embora e ter muito serviço.

Sua audição privilegiada pescava trechos de conversas e pequenas discussões ao redor, praticamente todas a respeito de sua vida. A maioria em geral estava do lado de Cana e Fried, algo totalmente esperado. Só que o mais interessante era que os membros mais antigos com quem compartilhou o crescimento via a situação por um ângulo mais ameno. Não concordavam ou entediam suas ações e as de Mira, mas não os maldiziam com chacotinhas e xingamentos. Entretanto os outros... Não valia a pena repetir os insultos que falavam. Mirajane caiu do pedestal de princesa para vadia do mais baixo calão.

Todos esses muito hipócritas, afinal era capaz de apostar que muitos deles já haviam cometidos traições muito piores. Tudo ainda estava tão confuso que nem mesmo falar com Ever ou Bixlow havia feito. Muito rapidamente eles disseram que se mudariam com o amigo, mas salientando que entre eles a amizade não tinha mudado, juntamente com um olhar complacente e indeciso. A amizade havia mudado sim, obviamente que estando no meio do fogo cruzado, não havia como não mudar. Nada mais seria como antes.

Sem nem mesmo encostar em sua bebida, levantou-se e saiu pelas portas posteriores caminhando sem rumo com as mãos nos bolsos. Pensou em ir até Cana para conversar, mas sinceramente perdeu a coragem, falaria o quê? Não havia explicação. Não era nem capaz de imaginar a frustração dela... Tanto sentia-se culpado que nem conseguia ter raiva das palavras amargas que lhe foram dirigidas.

Avistou a figura feminina de Mira alguns metros a frente, com os sapatos rosa na mão atrás do corpo e olhando as ondas. Aproximou-se para conversarem, atualmente ela era a única pessoa que não tinha receio de sua presença.

Quando deu por sua presença sorriu. Um amargo, doente e ressentido sorriso de quem o faz mais por hábito do que por vontade. Estivera chorando.

- Você já soube? – indagou ela em tom baixo –

- Do quê?

- Cana quase deixou a Fairy Tail.

O Dreyar engasgou com aquelas palavras, como assim?

- Co-Como?

- Ela veio alguns dias atrás ter com o mestre, mas ele a dissuadiu da ideia, ela pegou uma missão longa e na divisa do reino, tempo mínimo para regresso são seis meses, só não creio que ela vá voltar aqui, imagino que a partir de agora serão missões cada vez mais longas e mais distantes...

- Não, ela volta, Mirajane.

- A Cana tem sérios problemas em se apegar Laxus e nós a quebramos... – a albina sorriu triste – Nunca mais vai deixar ninguém se aproximar, daqui alguns anos ouviremos histórias sobre seus feitos pelo mundo e será só isso. Uma presença que não existe, um sorriso e riso que não ouviremos, histórias para contar para as próximas gerações... E eu realmente temo que o Fried deixe a guilda.

- Ever e Bixlow não vão deixar.

- Tomara, eu não saberia viver com essa culpa. Já me basta ver até nos meus irmãos reprovação, mesmo sem eles quererem. Só que eles são ótimos e mesmo não acreditando que eu fiz aquilo, me defendem... Elfman brigou com Evergreen. Por Mavis, Laxus, não quero que ninguém brigue por minha causa!

- Calma, Mirajane, as coisas vão se acertar. Eu também não queria que as pessoas tomassem lados, mas é impossível a neutralidade. Meu apartamento está tão vazio sem os raijinshuu... parece que voltei ao exilio.

Os dois se olharam enquanto contabilizavam mentalmente os estragos deixados.

- O que foi que fizemos, em? Traição não se justifica, mas... Nem foi por amor, magoamos tanta gente por que então?

- Também não sei...

Um silêncio longo se fez.

- Depois que a Lisanna morreu, passei a odiar meu lado brigão, marrento e passei a ser o exato oposto... Por anos eu disse a mim mesma e acreditei que fiz isso para ser uma pessoa melhor e não ficar sozinha, mas sabe... No fundo... Bem lá no fundo... Eu estava com medo. O meu lado demônio me assusta e sempre assustou, só que com a morte da Lis eu caí a ficha. Você era a última parte da minha antiga vida, nada mais me ligava a velha Mirajane... Eu vivo numa batalha contínua entre o certo e errado dentro de mim. Só que o monstro, querendo ou não, habita em mim... Não importa quanto tente suprimir. E o pior de tudo é que o Fried sabe disso e me amava... Ele viu antes de mim. Eu acho que foi por isso que aconteceu o que aconteceu entre a gente... Da minha parte. Será que posso chutar os seus motivos?

- Agradeceria se pudesse explicar.

- Você odiou por anos tudo o que a guilda representava porque não entendia porque o mestre expulsou o próprio filho. Seu problema nunca fomos nós e sim a guilda em si, já que ela representava tanto pro mestre... E isso ficou dentro de seu peito. As coisas aconteceram e agora Cana entrou em sua vida quebrando todas suas barreiras. Pode parecer paradoxal, mas acho que a traiu por amá-la demais.

- Pode ser... Mas é estranho... E agora nem adianta sentir nada, acabou. Ela me odeia, o meu melhor amigo me odeia, o meu time se separou de mim, todos estão julgando nossas ações e mesmo sem querer quebramos um laço que nunca mais vai ser refeito, o guildhall nunca mais será como antes.

- E você está martelando as palavras da Cana em sua mente, estou certa?

O loiro baixou o olhar e suspirou.

- Ela não acredita no que te disse, a Lisanna me contou tudo, só queria ferí-lo igualmente. Cana é orgulhosa demais para sair dessa relação sem um golpe a altura e sabia o que falar para ter machucar. Esqueça as palavras rudes... Perdoar é libertador e quem sabe um dia ela não lhe estenda a gentileza?

- Vai me dizer que já perdoou todas as ofensas que o Fried te fez e a exposição que a colocou? Não estou dizendo que ele não tem direito de ter raiva, mas...

- Eu já perdoei sim, acredite se quiser, mas eu o faço porque sei no fundo,  doeu mais nele falar do que em mim que ouviu. Eu pisei no amor sincero dele, destruí seus sonhos, manchei nossas boas lembranças porque não soube lidar com meus demônios, perdoar algumas palavras rudes não me parece um grande desafio.

Novamente o silêncio se instalou, não havia mais nada a dizer, nem nada que pudessem fazer, então tudo o que poderiam fazer era lidar com as respostas de seus atos. Muita coisa mudou e mudaria por conta de seus atos, só que a vida é assim... Agora era dar tempo ao tempo. Viver um dia de cada vez e esperar o perdão.

***

Muito distante ali estava Cana Alberona, em pé sobre um grande rochedo olhando a paisagem que se formava sob os pés. Suspirou profundamente sentindo o buraco no peito e as lágrimas que queriam escorrer. Apesar de não ter gritado nem chorado na frente de ninguém, estava acabada e dilacerada, sentia-se quebrada em tantos pedaços que era como se a qualquer momento fosse partir.

Perguntava-se o que tinha faltado para Laxus ir atrás de Mirajane. Tudo bem que não era nenhum exemplo e muito menos tão talentosa como ela, mas se não era suficiente, pra que traí-la? Cada palavra amável, promessa e carinho agora lhe davam asco. Afinal, eram todas mentiras usadas para ludibriá-la.

Mas talvez fosse melhor assim, melhor saber agora do que depois de uma vida inteira juntos. O mundo era tão grande que em algum lugar deveria ter consolo para sua dor... Sem dizer que vinha de uma linhagem cigana, então permanecer não estava em seu sistema. O amor já não existia em sua vida... Desejava nunca mais na vida amar outra pessoa, não que agora visse uma perspectiva de futuro amando outro, mas nas dores de amor são assim, tudo parece tão definitivo. Só que os anos passam... E sinceramente esperava que um dia pudesse deixar de sentir essa raiva no peito.

Agora não tinha muita escolha a não ser viver com isso.

Um sorriso estranho lhe surgiu nos lábios e começou a descer a ribanceira para encontrar seu monstrinho e entrar numa luta. Agora aquela era sua vida... Por um instante pensou Fried e sentiu culpa. Talvez não devesse ter deixado ele fazer aquilo. Foi uma atitude covarde e egoísta.

Realmente esperava que ele não fizesse mais nenhuma loucura, não gostaria de saber que por sua causa ele deixou a guilda ou fez qualquer outra coisa idiota. Que o futuro reservasse algo melhor...

Continua...


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Notas finais do capítulo



Esse capítulo foi mais focado no casal que gerou a discórdia e que nesse momento está do top Three de odiados do fandom. Kkkkkkkkkk Eu sei que vocês querem sangue, mas prestem atenção, eles não saíram ilesos, estão tendo que lidar com muitas perdas, o que acho muito bem feito, fato. Mas também, muita coisa vai rolar ainda, então aqui estamos só no inicio dos acontecimentos.

Sim, me odeiem, Cana deixou a guilda, mas CALMA, ela volta. Proximo cap teremos uma passagem de tempo e como as coisas ficaram. Sobre o Laxus... Será mesmo que a Cana disse aquelas coisas da boca para fora? Será que ele realmente é alguém digno de confiança? Será que esse pensamento pode mudar o rumo das coisas?

Um super beijo para Re-chan, Taiga-nee, Sophi-chibi-chan e Hakai! Seus comentários super me fazem feliz.

PS: Comentários serão respondidos, estou um pouquinho atarefada, mas logo mandarei as respostas. não deixem de comentar por isso.
Kisskiss