Coincidências Ou Destino? escrita por Everlak


Capítulo 20
Capítulo 20


Notas iniciais do capítulo

Voltei!!!!! Prontos?? Segurem vossos corações!! hihihiih Boa leitura



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Eu estava exausta, meu corpo dorido por dormir no chão. Peeta se esforçou ao máximo para me deixar confortável, mas o que eu posso dizer? Eu estava dormindo num chão poeirento de cimento. A humidade no ar fazia minha respiração ficar pesada e minha voz começar a focar rouca. Nossas roupas estavam amarrotadas e cobertas do pó, terra e sabe lá deus o que tinha nesse chão. Peeta viu meu sofrimento e me obrigou a dormir no banco. Não era nem um pouco mais confortável mas era mais limpo. Eu comecei a negar porque não achei justo deixar ele no chão sozinho mas ele usou seu tom autoritário comigo. Nenhum de nós poderia dizer que horas eram ou à quanto tempo estávamos ali. Para mim parecia uma eternidade. Cadê a janelinha que sempre vemos nos filmes que ajudam os heróis a se localizarem no tempo? Não tínhamos nem o sol para nos guiar. Apenas uma pequena lâmpada pendurada no teto que mal iluminava o espaço. Mas considerando tudo, melhor não iluminar mesmo. Não queria descobrir que compartilhava a cela com animais como roedores ou insetos nojentos.

Quando desisti de tentar dormir ouvi chaves rodarem na porta enferrujada. Peeta se levantou num saltou e parou ao meu lado numa postura defensiva, os seus músculos tensos. A porta abriu-se preguiçosamente e meu pai entrou.

– Mas que maravilha, eles ainda estão de pedra e cal. Não é a melhor opção mas eu não tenho tempo a perder. – Ele levanta a mão, fazendo sinal a alguém para entrar. Instintivamente, eu dou alguns passos para trás e Peeta agarra a minha mão, o que chama a atenção de Snow.

– Interessante. – Fala pensativamente ainda olhando para nossas mãos entrelaçadas. – Deveras interessante.

Ele sai e logo um bando de seguranças invade a cela nos agarrando e separando. Cato não estava entre eles.

– Não toquem nela! – Vociferava Peeta enquanto se debatia nos braços dos capangas. Eu mesma não me deixei ir sem luta. Mas eles estavam em maior numero e eu estava fraca. Snow sabia o que estava fazendo.

Tanto eu como Peeta fomos conduzidos por um corredor, com o mesmo aspeto do interior da cela. O cheiro mofado era insuportável, meu nariz coçava. Não consegui evitar e dei um espirro tão forte que abalou minhas entranhas. O som estridente chamou a atenção de outros reclusos que tentavam olhar pelas pequenas barras superiores no cimo das portas.

– É ela? – Eles perguntavam e sussurravam coisas como “nem da filha ele tem piedade”, “ quem maltrata assim alguém do seu próprio sangue?”.

Pelos vistos, os guardas gostavam de coscuvilhar por aqui. Não havia outra forma de estas pessoas, que eu achava serem pessoas inocentes, pudessem saber estas coisas. Eu olhava para seus rostos magros enquanto passava. Eles não tinham cara de criminosos ou nojentos. Eles expressavam mágoa, tristeza, pena por mim. Tocou –me que pessoas que não me conheciam tinha compaixão por mim quando meu próprio pai era quem estava me provocando dor. Percebi nesse momento o porquê de Peeta o querer morto. E nesse momento também eu desejei a sua morte.

– Coloque esse aí na outra sala – A voz do guarda vibrou acima de mim. – Snow mandou colocar eles em salas diferentes.

Meu coração saltou. Salas diferentes? Não! Não! Como eu poderia saber se Peeta estava bem?

– Não! Peeta! Peeta! – Desatei aos gritos como uma louca. Naquele momento eu não me importava.

– Eu estou aqui Katniss – Ele gritou de volta ao ser empurrado para o outro compartimento.

Meu peito apertou.

O homem me forçou a ir em frente e depois me empurrou os ombros para baixo até me sentar numa cadeira. Um sentimento de dejá vu me invadiu. Quando fui raptada por Haymitch e Plutarch. Passei maus momentos, é verdade, mas algo me dizia que o que passei era apenas brincadeira de crianças comparado com o que quer que meu pai tinha planeado para mim. Para Peeta. A maçaneta rodou e eu esperava meu pai aparecer mas quem deu a cara foi Cato.

– Eu avisei você para ir embora – O olhar era duro. Ele com certeza sabia que seu irmão estava na sala ao lado, esperando seu destino.

– Bem, agora não existe muito o que eu possa fazer, existe? – Retorqui.

– Não – Ele respondeu. – Você traçou seu destino. Agora se resigne a ele.

– Qual seu problema? – Perguntei. Primeiro ele me ajuda, agora me ataca?

– Meu problema é que você meteu meu irmão nessa! – Ele perdeu as estribeiras e se lançou na minha direção. Ele agarrou com força as braçadeiras da cadeira e me encarou. Seu olhar me fez encolher com medo. Eu não sabia o que ele teria feito se a porta não se escancarasse dando passagem a Snow. Ele largou a cadeira e se recompôs.

– Você assustou a garota – Meu pai apontou para mim – Perfeito. Não sei o que disse ou fez para ela mas o que interessa é o resultado.

– Sim senhor – Cato respondeu com as mãos entrelaçadas atrás do corpo e olhar no chão.

– Bem, - O homem de cabelo branco caminhava lentamente à minha volta – O que eu vou fazer com você?

– Você pode fazer o que quiser – Eu o encaro com mais valentia do que aquela que eu sentia – Afinal, você sempre faz o que quer não é?

Ele abre um sorriso enorme.

– Estou impressionado – Ele Ronrona – Você aprende depressa.

– Bem, minha mãe é realmente muito inteligente. Eu acho que peguei isso dela – Desafio. Porém, ele não se deixa abalar com minha insolência.

– Hum, eu vou simplesmente deixar você aqui. – Ele diz. – Talvez você ache os gritos torturantes de seu “amigo” estimulantes.

Eu pude ver dor no olhar de Cato. Seus lábios se apertaram numa linha fina. E então me dei conta que seu rosto era o reflexo do meu.

– O que você vai fazer com ele? – Ele pergunto num tom esganiçado.

– Ahh minha querida, porque eu haveria de dizer para você? Você irá saber em alguns momentos. – Seu sorriso na cara me deu nojo – Cato, fique aqui com ela.

Meu pai sabia que Cato era irmão de Peeta. Ainda assim, o deixaria ali comigo onde ele pudesse também ouvir seu irmão ser torturado. Meu pai sentia prazer em quebrar as pessoas, essa era a explicação. A máscara perfeita de Cato foi abalada um pouco mas ele tratou de a recompor. Snow se retirou calmamente enquanto assobiava alegremente. Como eu dizia, ele se diverte com a dor dos outros.

– Espero que você esteja feliz agora – Cato falou com uma voz rouca e grave, que me arrepiou a espinha.

– Eu não queria nada disso – Tento explicar mas ele levanta a mão para eu me calar.

– Você não acha que sua família já não destrui a minha família o suficiente? – Ele me olha com mágoa e rancor – Você só está contribuindo para isso. Você só o está ajudando a destruir Peeta. Por que é isso que irá acontecer. Você voltará para debaixo da asa do papá e mesmo depois do que meu irmão sofrerá por você, ele ficará quebrado, abandonado. Você irá machucar meu irmão, de uma maneira ou de outra.

– Eu nunca faria isso com ele – Falo, num fio de voz.

– Você não terá opção. – Ele dispara, terminando o assunto.

Eu não acreditava nas palavras dele. Ele estava errado, eu sei que sim. Ou pelo menos era nisso que eu acreditava quando a porta da sala ao lado foi aberta e a voz do meu pai se fez presente. A voz era abafada pelas paredes então não percebia o que ele dizia. Eu perdi o ar. Então um urro de dor inundou o compartimento. Minhas lágrimas jorraram sem pedir licença. Ele estava sofrendo por minha causa. Mordi meu lábio inferior para controlar os soluços. Não me atrevi a olhar na direção de Cato pois ele poderia muito bem descontar sua raiva em mim. Mas então não ouvimos mais nada. Apenas meu pai. Mas nada de gritos de dor vindos de Peeta. Isso não era propriamente bom. Eles podiam ter apagado ele ou até mesmo matado ele. Mordi o lábio ainda com mais força que um jarro de sangue escorreu pelo meu queixo. Minha língua saboreou o sangue e o odor a ferro me deixou tonta. Meus soluços vieram em redobro e dessa vez não consegui controlar tão bem. Cato se virou na minha direção com uma expressão dura e tentei silenciar-me. Ele se baixou ao meu lado e, com um lenço de pano limpou primeiramente o queixo e depois percorreu o rasto de sangue até meu lábio rasgado. Com cuidado, ele segurou meu rosto e limpou o melhor que podia meu lábio, com o polegar enrolado no tecido. Eu assenti agradecendo e ele me respondeu com um sorriso triste. Ele se levantou e devolvendo o lenço ao seu bolso, voltou à sua posição de guarda.

– Você vem comigo garota! – Meu pai irrompeu na salinha furioso. – Cato, desamarre ela e traga ela!

O loiro obedeceu imediatamente e depois de desatar os nós, me segurou pelo braço. Ele não estava me machucando minimamente mas a maneira como ele colocou seus braços, aos olhos do meu pai pareceria que estava bem desconfortável. O meu pai fez sinal que o seguíssemos. Ele entrou na porta do lado e eu parei no mesmo instante, batendo no peito de Cato. Ele me instigou a ir em frente. Mal atravessei a batente da porta meu pai me puxou com força e me sentou com violência numa cadeira, amarrando minhas mãos e meus pés.

Então eu vi Peeta sentado de frente para mim, seu rosto, apesar de distorcido pela dor, esboçou um sorriso de alívio, por me ver.

– Esse garoto – Snow começou, quase cuspindo as palavras – Percebeu que estávamos torturando ele para torturar a ela! Então fez de tudo para não gemer, gritar, etc. Bem, quero ver como você se safa disfarçando agora que ela está na sua frente.

O rosto de Peeta descaiu, cansado. Ele sofria em silêncio para que eu não sofresse também. Mas agora eu seria obrigada a assistir meu pai machucando ele.

– Cato, eu darei a você a oportunidade de sair da sala agora.

O garoto ficou indeciso. Ele não queria ver seu irmão torturado, mas também não queria deixá-lo ali sozinho. A hesitação despareceu e ele permaneceu no mesmo lugar.

– Muito bem. Vamos lá então.

O homem que eu agora odiava pegou em alguns utensílios, tentando decidir o que usar. Eu fiquei enjoada só de pensar nele os usando em Peeta. Nossas cadeiras estavam juntas uma à outra, de modo que nossos joelhos chocavam. Eu estiquei minha mão através das amarras para alcançar a de Peeta. Mal ele sentiu meu toque, agarrou minha mão, como se tivesse medo, que o contato de pele desaparecesse.

Meu pai acabou por decidir-se por uma navalha. Ele brinca com ela entre suas mãos mas Peeta não liga. Mantém seu olhar sobre mim. Snow se coloca atrás de Peeta e começa a pressionar a navalha em seu rosto com um sorriso no rosto. O loiro tenta esconder a dor mas é impossível e mais uma vez as lágrimas rolam soltas. Eu cerro os olhos com força.

– Abra os olhos garota! Ou a próxima será você! – Meu progenitor ruge. Mas eu continuo de olhos fechados. Melhor ele se vingar em mim do que em Peeta.

O homem percebe minha resolução e dá uma gargalhada.

– Você que pediu garota – Ele larga Peeta e prende sua atenção em mim.

– Não toca nela seu desgraçado! – Peeta larga minha mão e tenta desesperadamente livrar-se das amarras. Mas meu pai não se detém e inicia um corte no meu ombro deslizando a arma branca para baixo, deslizando sobre minha pele.


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Notas finais do capítulo

Quem quer atirar-me tudo e mais alguma coisa para cima em sinal de revolta? Hehehehe não me matem amores kkkk Prometo que algum ponto, a história vai melhorar kkkkk Beijos fofos!
P.S.: Estado: Esperando as recomendações lindas que estão desejosas por fazer hehehehe



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