As Estrelas Da Esperança escrita por Vaskevicius


Capítulo 7
Capitulo 7 - A Beleza das Trevas




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Paris, França – 1495

– Já está decidido Josep – Dizia um homem usando roupas finas escuras em um ambiente cheio de luzes e enfeites extravagantes, apoiado em uma mesa de escritório – Não posso mais ficar por muito tempo aqui, tenho assuntos pendentes em outro lugar.

– Mas senhor, aqui é sua vida, dentre as estrelas do show e ao lado da Diamante Reluzente! – Exclamou o rapaz do outro lado da mesa olhando fixamente para seu amigo.

O primeiro homem então esboça um leve sorriso lateral enquanto pega seu sobretudo, ele o coloca sem emitir mais nenhuma palavra, vai até a mesa pega um cachecol, o amarra em seu pescoço fechando o sobretudo sobre o cachecol, de um vaso próximo, ele retira uma rosa branca e a coloca na direção do terceiro espaço intercostal esquerdo, quase na direção de seu coração, e então vai até a porta, ele passa sua mão na nobre madeira de que a porta era feita. Fecha os olhos e diz:

– Eu sentirei falta disso tudo, mas lembre-se Josep Oller, o show deve continuar! – E então o homem sai.

Ele estava no segundo andar da construção, o local ainda estava completamente iluminado, talvez muito mais do que o necessário, já que ali não havia mais ninguém além dos dois homens, os passos descendo as escadas iluminadas e envoltas em plumas podiam ser ouvidos de longe pois ali haviam o que parecia ser um pequeno anfiteatro, nas laterais do palco belas cortinas vermelhas e o salão eram compostos de várias pequenas salas cobertas ao seu redor e ao centro um enorme lustre de cristal com um balanço prateado junto à ele, o jovem cavalheiro passava pelo hall quando Josep passa correndo e bloqueia a porta q estava aberta.

– Não posso deixa-lo ir embora assim, sem uma explicação plausível, você já esteve fora por anos, e quando volta mal aproveita sua estadia tendo de partir novamente! – O homem parecia estar nervoso agora – Essa agora é sua vida!

Então um forte vento carregando diversas pétalas de rosas brancas e negras soprou empurrando Josep para longe.

– Essa nunca foi a minha verdadeira vida.

E contrastando a luminosidade do ambiente o rapaz desaparece na escuridão das ruas parisienses. Ao se levantar impressionado com o que acabara de acontecer Josep na rua olha para o alto da construção da qual fora jogado para fora, a luz vermelha refletia em seu rosto e o céu estrelado era levemente ofuscado por tanta iluminação.

– Eu vou cuidar deste lugar para você – Esse foi seu juramento – Porque o show deve continuar!

Turíngia, Alemanha – 1476

Vinte e três de junhoé marcado pelo nascimento de duas meninas gêmeas, era uma dia de felicidade, ambas foram abençoadas com o dom da beleza, e com bens matérias já que eram herdeiras do Castelo Heinstein onde haviam nascido, era evidente a felicidade de todos os serventes e seus pais, era uma noite de lua nova e algumas nuvens cobriam as estrelas, diante dos olhos dos pássaros negros que estavam envolta da grande construção alguns feixes de luz transpassavam o céu, e essa felicidade durou por alguns anos. Durante a infância um misterioso homem chega ao castelo da família, ele é recebido pelos guardas do castelo, ele logo é guiado aos proprietários, as duas meninas o observara de longe todo o tempo, havia algo de muito incomum naquele homem, depois de uma longa conversa com os pais das gêmeas o rapaz vai em direção a saída do castelo, na passagem até o portão principal uma grande energia cobre o ambiente, deixando uma das meninas sem fôlego pelo peso do ar preenchido pelo cosmos do estranho em roupas claras com uma grande túnica que cobria completamente seu rosto. Dias depois uma das irmãs fora selecionada para um rigoroso aprendizado no exterior, algumas pessoas em vestes muito parecidas com as do homem que havia visitado o castelo vieram buscar a garota, a partida foi difícil, pela primeira vez as garotas seriam separadas, mas com um longo abraço das duas uma promessa fora feita.

– Eu juro irmã – Lágrimas descem lentamente pelo rosto naturalmente pálido da garota – Juro que voltarei o mais breve possível, cuide de todos por favor!

– Você não precisava pedir – Agora elas um pouco separadas olhavam no fundo de seus olhos, a menina retirava o cabelo negro que cobria parte do rosto de sua irmã – Cuidarei de todos daqui.

Então a menina fora colocada na carruagem e levada em direção à saída do castelo, quando a menina que fora deixada começa a correr atrás como quem quisesse despedir-se mais uma vez, de dentro a pequena observava sua irmã e por não conseguir ouvir uma só palavra ela fora seguindo os movimentos da boca de sua irmã com os olhos, que por um instante parecera ter ficado mais escuro mesmo com a pupila que acabara de se contrair pasma com a leitura labial que ela acabara de fazer.

Louvre, Paris, França

Durante sua caminhada o homem chega à fortaleza do Louvre, e segue direto para o centro de uma das muralhas, com um simples levantar do indicador, um grande vento sopra contra o muro, ao se aproximar da muralha o homem retira algo na forma de um paralelepípedo como se fosse um bloco do grande muro, porém ao retirar a peça, ela se revela muito brilhante, um brilho claro que refletida toda luz das ruas que ali batia, havia um desenho encravado no que agora percebia-se ser uma urna prateada, puxando as hastes presas à urna o homem a coloca nas costas e de supetão volta-se para um canto escuro que parecia mover-se.

– Não se preocupe – Disse uma voz que se aproximava – Não estou aqui para um combate, mas sim para fazer um acordo.

Um homem de cabelos ondulados e levemente compridos revela-se de dentro da escuridão colocando um Lírio branco em suas vestes negras, porém finas, como se estivesse se espelhando ao outro rapaz.

– Sou Luco – Disse o homem com um sorriso discreto no rosto – Sabe, vejo muito de mim em você Leonardo – o jovem parece muito surpreso por Luco saber seu nome, mas antes que pudesse proferir alguma palavra o homem continuou – Como disse, tenho uma proposta a lhe fazer.

– E o que lhe faz pensar que eu estaria interessado?

– “A força é a maior beleza”, lhe é familiar esta frase? Agora imagina ser belo e possuir um grande poder, Eternamente. – O som da sua última palavra ainda ecoava – E em troca quero que você nos empreste seu poder.

Leonardo se aproximou de Luco que estendeu seu braço como se oferecendo um aperto de mãos como firmamento do contrato entre eles, os dois se cumprimentam em pleno acordo.

– Pois bem, mas antes você deverá provar seu valor, e para isso, eu mesmo o treinarei, e você se tornará perfeito.

Então enquanto os dois caminhavam lado a lado, a urna que Leonardo carregava tingia-se em um tom escuro brilhante enquanto ambos desapareciam na escuridão, como algo insignificante e sem que percebesse algumas poucas mariposas passavam por ali os seguiam hipnotizadas como em busca de chamas.

Castelo de Heinstein, Alemanha - 1495

Do lado de fora era possível ver que todos os cômodos estavam iluminados, em alguns quilômetros de distância já não se ouvia o som de animal algum, as folhas das árvores estavam secas e caindo uma a uma como no outono, assim como toda a vegetação ao redor do local, vida já não havia mais lá, porém alguém se arriscara numa caminhada pela velha trilha que a muito tempo não era usada, as estrela eram suficientes para iluminar todo o caminho devido a altitude e a inexistência do cume das árvores, uma vez em que as mesmas já estavam mortas. A porta principal se abre, e de lá uma linda dama em um longo vestido negro com babados combinando com seus cabelos cor de ébano jogados ao vento daquela madrugada fria, alguns poucos adornos eram vistos como anéis brincos e um colar, a moça caminhava em direção à margem de suas terras, enquanto pouco a pouco outro alguém se aproximava do sentido oposto. Agora era possível ouvir pessoas caminhando próximas as grades que cercavam o local, sons metálicos eram claramente perceptíveis, quando o estranho chega à entrada, ele é bloqueado por dois homens trajando armaduras negras com um tom arroxeado brilhante.

– Quem vem lá? – Questionou um dos guardas.

– Como ousam impedir nosso tão almejado reencontro? – Perguntou uma voz num tom raivoso porém de alguma maneira ainda assim parecia ser um tanto serena – Saiam do caminho imediatamente!

Os guardas abriram o portão mostrando o caminho direto para a donzela que esperava ansiosamente a chegada de seu convidado, que caminhava lentamente, os passos pareciam curtos, demorando uma eternidade para se encontrarem logo agora que estavam a poucos metros de distância, a pessoa retira o capuz com as duas mãos revelando seu rosto sob a luz das estrelas e das chamas intermitentes das lamparinas dos soldados que ali perto estavam a observar, que ficaram aparentemente pasmos.

– Bem vinda de volta irmã! – Disse a garota com um sorriso sofisticado levemente lateralizado para a esquerda abrindo os braços – Você não sabe o quanto senti sua falta!

– Eu também senti muito sua falta! – Exclamou a mulher deixando uma lagrima sair do canto de seu olho quando se movia em direção à sua irmã para abraçá-la – O que houve com esse lugar? – perguntou a menina agora olhando nos olhos de sua irmã.

– Aqui é onde a nova era da paz eterna começa irmã – disse a garota agora com uma feição aterrorizadora como em uma felicidade insanamente macabra mostrando os dentes num sorriso aberto e os olhos trepidantes – E você estará bem ao nosso lado!

– Ao nosso lado? Como assim Pandora? – Disse a outra garota inconformada – Não me diga que é mesmo verdade que... – Mas antes que ela pudesse completar a frase a mesma fora interrompida.

– Vamos! – Disse Pandora a puxando pelo braço e correndo em direção ao castelo – Você tem que conhece-lo!

Pandora carrega sua irmã até o portão de entrada principal do castelo, e ao abrir a porta encontra o hall em perfeito estado, o que era estranho já que todo o ambiente externo aparentava ter sido completamente abandonado pela vida, no interior as cores eram fortes, todos os castiçais e lustres estavam acesos com velas q pareciam não estar nem um pouco gastas, a garota fui puxada até o alto da escadaria principal, onde havia uma outra porta, ao ser aberta revela uma gigantesca biblioteca com centenas de milhares de livros e puxando a porta por dentro um homem bem afeiçoado, em mantos negros com muitos detalhes dourados espalhados, tão dourado como seus olhos e cabelos, o homem faz uma reverência como boas vindas às duas garotas e com o braço esquerdo mostra uma passagem lateralizada ao fundo da biblioteca em forma de uma escadaria subterrânea, as irmãs são guiadas pelo caminho até chegarem em um grande salão a muitos metros de distância a partir do subsolo, o local era impecável, e diversas gigantescas colunas gregas espalhadas sustentando o teto do que parecia ser um salão de um palacete subterrâneo, ao se aproximarem da parte mais profunda haviam um trono com um jovem de cabelos lisos, negros de tamanho mediano que cobria parte de sua testa e pele pálida, o jovem sorriu levantando seu rosto lentamente enquanto abria seus olhos, que eram cor verde-água, uma cor profunda e serena, que logo fora percebida pela garota que o olhava levemente pasma, que os olhos eram solitários e viam além do corpo físico, ao seu lado um homem que seria idêntico ao que guiará as duas garotas ao locas, se não pelos cabelos e olhos prateados, assim como os detalhes de suas vestes, o homem tocava uma bela música em uma harpa em formato de dragão ao lado do jovem garoto.

– Então você é Requim... – O som das palavras ainda ecoavam na mente da menina – Seja bem-vinda de volta irmã!

Santuário – semanas após o despertar de Athena

Começara a pouco o entardecer, as pessoas que viviam nos arredores do Santuário já estavam quase todas em suas residências, algumas velas eram acesas, as janelas eram fechadas e o silencio ia pairando no ar, agora o som de alguns passos metálicos chegavam próximos à entrada dos doze templos zodiacais, onde o completo silencio era percebido por aqueles que chegavam, um homem se destacava entre um grupo, ele vestia uma armadura em um tom roxo, seus olhos seguem algumas das mariposas cintilantes que seguiam o grupo, mas logo volta-se ao seu objetivo, em sua mão direita ele saca uma rosa negra, como seu manto em forma de capa, ele leva a rosa para perto de seu nariz, a ponto de uma pétala tocar seus lábio inferior.


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