Solely Friends escrita por Artemis sz
Notas iniciais do capítulo
Escrevi com todo o coração, não era algo que eu iria postar, mas resolvi me abrir um pouco, espero que gostem.
De machado na mão, entrei no galpão aparentemente abandonado. O sangue ainda escorria do nariz, os hematomas doíam.
Já não lembrava mais o porquê de estar lá, de estar fazendo aquilo, mas foi então que ao ver uma foto lembrei-me de tudo, em um flash minha mente voltou ao começo do dia.
Acordei assustado com o maldito som insistente, uma buzina de bicicleta, certamente eram os garotos da vizinhança tentando pregar uma peça. Decidi que hoje seria o último dia, eles jamais voltarão a fazê-lo depois do sermão que darei.
Meu subconsciente analisava vários métodos de vingança, mas apenas peguei uma bíblia e atendi a porta. A expressão assustada de um dos garotos já me fez sentir melhor, mas o rosto debochado do outro me fez descobrir ainda estar em roupas intimas.
Apenas me entregaram um envelope e correram junto da bicicleta, não houve tempo para que eu pronunciasse a palavra divina.
Abri o estranho envelope sem remetente, apenas com destinatário, havia apenas fotos e um endereço, mas as fotos me atordoaram, minha mente ficou em branco, e tudo em que eu acreditava sucumbiu.
Roger era meu melhor amigo, meu irmão, então como ele podia ter feito aquilo? Eu precisava confirmar diretamente. Troquei as roupas e saí desesperado rumo a casa dele.
Toquei a campainha insistentemente e logo fui atendido, ele dirigiu-se a mim com aquela cara amigável de sempre. Aquilo me irritou. O simples fato de possuir um amigo com tamanha falsidade me deixou louco.
Despejei diretamente as fotos sobre ele e gritei inconformado. Ele me olhou assustado e me socou, o soco acertou meu nariz. Fiquei desnorteado e junto as fotos dele quando se drogava, caí. A recuperação dos sentidos foi rápida, mas os pontapés em seguida me impediram a subida.
Foi então que ví as lágrimas escorrerem dos olhos dele, naquele momento eu soube, ele também estava desesperado, que não queria fazer aquilo. O que me ocupava a consciência era como, de fato, lhe propiciar ajuda.
Já não me recordo onde havia pegado aquele machado ou como tinha chegado ao galpão, ou melhor, naquele laboratório. A única coisa que me movia era a minha fé e minha crença que Deus poderia mudá-lo.
Acabei destruindo todo o local, e quando me voltei à entrada, vi Roger me apontando um revolver. Não sabia ao certo se ele teria mesmo coragem, mesmo assim eu iria arriscar. Soltei o machado e andei de braços abertos até ele.
Ele tremia e chorava, e não conseguiu atirar. Eu apenas retirei-lhe a arma e o abracei sussurrando em seu ouvido.
- Eu vou te ajudar.
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