Two Pieces escrita por Olavih


Capítulo 19
Kamilla Campos se sentindo livre


Notas iniciais do capítulo

Oie :3, seus lindos. Não quero que fiquem bravos comigo, a culpa não foi exatamente minha. Eu ajudei uma amiga minha com o aniversário dela e não tive tempo de escrever. Além do mais, eu odeio escrever na casa da minha vó. Não me sinto segura. Mas aqui estamos. Tirem suas próprias conclusões do capítulo está bem? Beijos e aproveitem *-*



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Kamilla Campos se sentindo livre

—Então, qual era o nome do cara que está atrás do seu pai? — perguntou Rafael. Estávamos quase dormindo. Rafael acariciava meus cabelos enquanto eu apenas fechava os olhos e me encostava em seu peito nu.

—Genaro Villagio. Por quê?

—Hum, ótimo. Agora já posso ligar pros meus “amigos” lá de São Paulo pra encomendar uma surra. — nós rimos.

—Pode, mas amanhã. Por hoje eu só quero descansar. — senti um beijo em minha testa e logo me entreguei ao sono.

***

Antes mesmo de abrir os olhos minha mente começou a me lembrar de tudo que havia acontecido. O dia havia sido cansativo; eu tinha ido a uma entrevista de emprego que no final das contas não iria me ajudar em nada, depois a ameaça de Genaro e por fim o reencontro com Rafael. Eu, no entanto só queria pensar em nossa noite juntos. Em tudo que havia acontecido, desde o momento que cheguei a seu apartamento até o momento da relação amorosa.

Foi a minha primeira vez. Geralmente uma garota ficaria envergonhada, mas eu não me sentia assim. Ser virgem nunca foi nenhum motivo para se envergonhar e se alguém me perguntasse eu contava a verdade sem me importar com sua cara de espanto. Eu geralmente hesitava com medo de me entregar a qualquer um. Porém com Rafael eu não senti aquela dúvida. Simplesmente me deixei levar sem pensar e sinceramente: não estava nem um pouco arrependida.

Meu corpo ainda sentia Rafael, seu jeito, seu cheiro, seu calor. Tudo dele era tão perfeito que eu não conseguia acreditar que ele era real. O modo como falou comigo, como me beijou, foi tudo extremamente mágico.

Abri meus olhos e olhei para trás de mim. Rafael não estava lá. Levantei-me rapidamente vestindo minhas roupas e sentindo um cheiro bom vindo da cozinha. Passei pelo corredor caminhando lentamente procurando a origem daquele cheiro, porém somente na última porta que fui achar. Era Rafael cozinhando maravilhosamente.

Ele estava sem camisa, mexendo em algo no fogão. Aproximei, o abraçando pelas costas.

­—Oi, você acordou cedo. — ele falou. Sorri beijando-o

—Era pra ser surpresa?

—Sim sua sem graça — ele riu. Sentei-me na mesa e olhei para o vazio pela janela. Rafael colocou um pedaço de bolo com cauda em um prato a minha frente. Olhei com bastante fome para aquele prato.

—Espera você que fez? — ele afirmou com a cabeça — e é seguro comer isso? — ri e ele me deu um tapa leve.

—Come logo. — peguei a colher e encenei um medo antes de pô-la na boca. Assim que experimentei lamentei de ter feito tão pouco caso. O bolo estava simplesmente maravilhoso e logo me vi comendo-o todo.

—Quem te ensinou a fazer esse manjar dos deuses? — perguntei de forma dramática.

—Minha mãe. Ela amava me colocar pra cozinhas, mas ela mesma não passava nem na porta da cozinha. Está pensando o que baby? Sou um homem pra casar. — ele se virou para colocar mais bolo no meu prato.

—Hum, tá bom então. — ri. Ele me trouxe outro pedaço e nós comemos juntos. Olhei no relógio que estava pregado na parede e me assustei com a hora. Eram quase dez horas. Lembrei-me de certo aviso que havia recebido de Genaro, pra ser mais precisa na noite anterior. “Amanhã, ao meio dia no restaurante L.E, com o meu dinheiro.”. Subitamente me levantei atraindo sua atenção.

—Aonde vai?

—Eu preciso ir. — ele se levantou.

—Para onde?

—Tenho que pagar a dívida com o Genaro. — suspirei. — eu tenho um dinheiro agora, e além do mais, quero-me ver livre desse homem. — sorri para tranquilizar Rafael que estava com uma expressão carrancuda. Coloquei meus braços em volta do seu pescoço e lhe dei um selinho. — ele não vai fazer nada comigo está bem?

—Tudo bem. Mas eu quero ir junto.

—Não senhor! Eu dou conta de ir sozinha. — ele revirou os olhos.

—Não adianta eu brigar contigo, não é? — ele perguntou. Balancei a cabeça com um sorriso torto, símbolo de vitória. Então, ele abriu um sorriso safado e me levantou, colocando em cima da pia. — então agora você vai ter que me dar muitos beijos para que eu possa ficar de boa.

—Muitos? — perguntei lhe dando um selinho. Ele balançou a cabeça e eu lhe dei outro selinho. Até que ele me beijou de verdade. Aqueles sentimentos costumeiros se despertaram em mim, e mesmo assim pareciam estar renovados. Não importa o quanto eu os sinta, toda vez é como se fosse à primeira vez.

—Sabe o que isso me lembra? — perguntei a Rafael que parecia distraído beijando meu pescoço. A dificuldade de me concentrar era extrema, mas usando bastante esforço consegui falar.

—Hum? — resmungou ele. O afastei com as mãos e desci do balcão ignorando sua face de espanto.

— Você ainda não me pediu em namoro. E como eu não sou uma garota de ficar esperando, é melhor eu fazer isso. — ele sorriu mesmo incrédulo. —Rafael, quer namorar comigo?

Ele se aproximou ainda sorrindo e me segurou pela cintura.

—Você é uma mulher surpreendente. — Antes que eu pudesse entender o que ele estava fazendo, ele me inclinou como se faz em um fim de uma dança e disse: — só que dessa vez, eu não abro mão de ser quem pede. Kamilla Campos, você quer namorar comigo.

Sorrindo o olhei e respondi.

—É claro que sim. — e ele me beijou como se estivéssemos em um conto de fadas.

***

Mais tarde lá estava eu em meu barraco alugado. Havia prometido me encontrar com Rafael assim que terminasse de vez essa novela e ele me levaria de volta para o meu lar, o Colégio Caminho da esperança para Órfãos.

Entrei naquela casa mofada e peguei minha mochila, arrumando tudo delicadamente. Coloquei o dinheiro do agiota separado e saí de casa, trancando a porta. Por pura sorte, o vizinho era o dono do barracão que eu aluguei, por isso passei em sua casa deixando as chaves e comunicando que não iria mais voltar. A mulher me olhou desconfiada e perguntou se eu queria o dinheiro de volta. Quando neguei, ela se espantou, mas não disse nada. Então, me despedi e continuei andando para o restaurante. Eram algumas quadras da minha casa, mas não me importei. Deixei meus pensamentos livres e até cantarolei um pouco. Sentia-me livre, feliz. Finalmente eu iria me livrar de tudo isso.

A cada passo que dava me sentia mais leve. Assim que virei à esquina avistei o restaurante. Fachada larga com mesas para fora. O estabelecimento mesmo parecia até pequeno, mas lá estava. Sentado em uma mesa do lado de fora estava Genaro com sua expressão carrancuda. Aproximei-me contendo um sorriso que insistia em sair e me sentei na cadeira.

—Está atrasada.

—Sim. — olhei no relógio. — dois minutos. — revirei os olhos. Levei minhas mãos a minha bolsa e peguei o dinheiro. Coloquei-o sob a mesa. Rapidamente ele o pegou. A garçonete chegou trazendo dois sucos de laranja. Ou pelo menos aparentavam ser.

—Sucos? — perguntei. Ele sorriu macabro.

—Cortesia para uma cliente que paga tão bem. — fechei a cara. Levantei e peguei meu suco.

—Até nunca mais Villagio.

—Sim senhora. — ele sorriu e eu o acompanhei. Andando lentamente eu caminhei para fora do restaurante, exalando liberdade.

***

—Achei que estivéssemos indo pro colégio! — gritei abraçando ainda mais Rafael. Estávamos em sua moto e ele havia me prometido que voltaríamos para o meu “lar” assim que eu ligasse para ele. Porém o caminho que ele estava seguindo não era o do colégio.

—Mudança de planos. Nós vamos fazer algo mais, divertido. — ele conduziu a moto por um espaço extremamente pequeno onde eu achava que não nos cabia. Segurei um grito. Eu ainda tinha receio em andar de moto. Era algo que eu não curtia muito e preferia evitar.

Assim que chegamos ao lugar desconhecido desci da moto e bati em Rafael.

—Você nunca viu as campanhas de cuidado no trânsito não? Algo sobre dirija com o cuidado e não mate a sua namorada do coração? — ele riu com minha fala.

—Tadinha dela, estava com medo?

—Não é medo. — falei séria. — é receio.

—Ah não, espera! Kamilla Campos tem medo de andar de moto? — olhei para ele com fogo nos olhos.

—Eu. Não. Tenho. Medo. De. Nada. — cuspi as palavras.

—Veremos. — ele sorriu vitorioso e saiu andando na frente. Olhei para o letreiro e sorri macabra. Então era pra jogar paintball que ele havia me levado? Parece que certo Andrade está querendo Guerra. E se ele quer guerra, por que contrariar seu pedido?

Andei rapidamente entrando e encontrei Rafael no guichê com Marcelo. Olhando ao redor vi Geovanna. Ela não parecia ter me visto ainda. Estava distraída olhando para o nada.

—Tudo bem, eu já cheguei pode parar de chorar. — Geovanna sorriu e me abraçou. Parecia que ela queria que meus olhos saíssem do meu rosto de tão forte que foi o abraço. E eu o retribuí da mesma maneira.

—Estava com saudade baixinha! — ela sorriu. — aliás, se você fizer isso de novo, eu te caço e arranco suas tripas, te enforco com elas e depois te decapito jogando seus restos na fábrica da coca! — sorri. Esta é minha Geovanna.

—Sim capitã. — ela sorriu e me abraçou novamente. Ficamos abraçadas olhando para os meninos. — parece que eles querem guerra.

—Sim. — nós trocamos um olhar de cúmplice. Ficamos conversando até os garotos se aproximaram e eu e Marcelo nos cumprimentamos.

—Como ficará dividido? —perguntou Marcelo.

—Eu fico com Geovanna. Perdeu malandro. — falei e Marcelo fingiu uma face de derrota.

—Vai me deixar amor? — perguntou o baixinho todo manhoso. Geovanna parecia derreter. Argh, alguém tem um balde pra eu vomitar?

—Sinto muito amor.

—Bom, a desnaturada da minha namorada não liga pra mim mesmo. — disse Rafael e eu sorri.

—Claro que ligo. Mas não muito depois que o meu namorado me chamou de Medrosa. — ele sorriu dessa vez.

—Espera, tem alguma coisa que eu não saiba aqui? Namorado e namorada, então vocês...

—Rafael me pediu em namoro. — pisquei pra ele e seu sorriso se alargou.

—Oba, mais um motivo para comemorar então. — disse Marcelo.

—Bom, pra nós pelo menos vai ser, agora pra vocês... — provoquei. Os garotos sorriram.

—Então, é guerra? — eles perguntaram.

—É guerra.

***

—Você trapaceou. — Rafael insistia em dizer. Estávamos no meio do jogo e nós paramos para discutir quem havia trapaceado. Rafael insistia em dizer que era eu, porém eu sabia que não havia feito isso. Marcelo e Geovanna reviravam os olhos e tentavam nos acalmar.

—A culpa não é minha se você é sonso. — disse com a cabeça empinada.

—Argh, chega! Vocês são idiotas, os dois. Kamilla leva o ponto agora e Rafael vê se presta atenção cara. Vamos de novo. — Marcelo interviu. Rafael saiu trotando e eu abri um sorriso vitorioso.

— você é impossível. — Geovanna veio me cumprimentar. Dei de ombros.

—Vamos. Eles devem estar tramando alguma coisa.

Continuamos o jogo. Por fim o placar indicou que Geovanna e eu vencemos e os garotos acabaram sendo obrigados a pagar pizza para nós. É óbvio que eu não podia deixar de curtir com Rafael por isso. O tal estava com uma tromba enorme.

—Tadinho do faelzinho. — disse provocante. — é muito ruim de mira. — e ri. Rafael olhou para mim com os olhos semicerrados.

—Pelo menos eu não tenho medo de moto.

—Ah não vocês dois. Nem em uma pizzaria não quietam?

—Hum, me deixa pensar... — comecei.

—Não. — Rafael terminou e nós rimos.

—Vai entender. — Marcelo nos olhou como se fossemos loucos. Escorei minha cabeça no pescoço de Rafael. Olhei para a televisão pequena colocada no alto para os clientes. Estava passando o jornal, os donos haviam colocado legendados assim os clientes poderiam entender as matérias, e comecei a prestar atenção quando li o nome Villagio nos letreiros. Levantei a cabeça quando vi do que se tratava.

O apresentador explicava que a polícia havia pegado um homem chamado Genaro Villagio em sua residência em Goiás a alguns quilômetros da capital goiana. O homem era acusado de vários crimes entre eles fraude, assassinato e sonegar impostos. Foi uma denuncia anônima que levou a polícia até o local...

Olhei para Rafael que sorria.

—Você tem alguma coisa a ver com isso?

—Não achou mesmo que eu o deixaria sair livre com dez mil no bolso não é? — Rafael sorriu. Arregalei os olhos e o beijei.

—Obrigada. Muito, muito obrigada.


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Notas finais do capítulo

Eu sei, eu sei, não posto no dia de postar e ainda posto um capítulo ruim desse? Perdão galera, mas eu tinha que postar. Então, me perdoe e diga o que acharam do capítulo. Não vou exigir um número de reviews, mas eu amaria que os fantasminhas aparecessem. A fic tá no fim :'(, choro litros e vocês? Um beijo a você que leu e saiba que estará nas minhas orações *-*



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