Pequenas E Mentirosas escrita por York


Capítulo 2
[1] Uma Noite Para a História


Notas iniciais do capítulo

Primeiro capítulo, yaay! Espero que não esteja demasiado chato!



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Mesmo do outro lado da rua já se conseguia ouvir a batida contagiante de uma música qualquer dos Black Eyed Peas, vinda da enorme e iluminada casa pintada em tons de bege. No quintal cuidadosamente cuidado, entre o portão e a casa, haviam várias luzes florescentes penduradas por todo o lado onde era possível, o que dava um ambiente ainda mais bonito e atraente à festa daquela noite de Verão. Da parte de fora da casa, já haviam alguns adolescentes que trajavam roupas deslumbrantes e conversam animadamente uns com outros, os copos com bebidas coloridas a agitarem-se levemente de um lado para o outro, deitando a pouco e pouco o conteúdo para o chão. Pelo ambiente, com certeza aquela festa organizada pelos jogadores de basquetebol de Rosewood Day, a sua escola, na propriedade da família rica de Josh King seria algo falado por um bom tempo. Era o tipo de festa em que acontecia sempre algum drama que iria servir de fofoca por um enorme tempo, até outro novo e interessante acontecimento chegasse e tomasse o seu lugar.

– Acho que chegamos atrasadas. - comentou Gabriela Robbins, enquanto passava a estrada em direção à casa com as outras quarto. Trazia um vestido preto rendado nos braços e na parte das costas, balançava sobre a sua coxa, enquanto ela andava sobre uns sapatos da mesma cor, com detalhes dourados. O seu cabelo castanho estava apanhado em um coque chic, que lhe custara 2 horas a fazer e manter intacto. Trazia uma maquilagem leve, mas que lhe realçava as feições gentis.

– Gabi, querida, a noite ainda mal começou. Assim como a festa. - retorquiu Anne Richards, o seu cabelo castanho escuro solto e completamente liso balançando ao ritmo do andar da garota. Gabriela cerrou o maxilar; odiava que a tratassem por “Gabi” e Anne sabia disso. - Não é verdade, meninas? - questionou, e as outras quarto apressaram-se em concordar, quase que automaticamente.

Entre as cinco, Anne era o que se podia chamar de líder. Os seus pedidos e desejos eram ordens aos ouvidos de Jasmine, Thalia, Nicole e Gabriela. De fato, elas não sabiam como Anne tinha tanto poder sobre elas. Talvez fosse porque Anne era incrivelmente perfeita. O seu cabelo escuro e comprido parecia estar sempre sedoso e impecavelmente bem penteado. O seu corpo era totalmente invejável, com todas as suas curvas bem definidas. A sua pele era macia, não tinha quaisquer marcas e nunca alguma vez uma espinha tinha sido vista lá. Os seus olhos azuis penetrantes faziam qualquer um desejar puder trocá-los pelos seus. E hoje, ela estava ainda mais bonita, com o seu conjunto que era constituído por um top branco e bordado com flores e ramificações que uma saia azul escura, que lhe ia até aos tornozelos na parte de trás e era aberta até meio das coxas na parte da frente. A sua maquilagem era pouca, afinal, ela não precisava disso. Não admirava que Anne fosse uma das garotas mais populares da escola. Todos a idolatravam; os garotos desejavam ter uma chance com ela e as garotas faziam de tudo para serem suas amigas. E as quatro tinham tido essa oportunidade no ano passado, quando, em uma visita de estudo, tinham sido escolhidas para um grupo que iria investigar e fazer uma redação sobre uma das partes do museu. Desde daí eram inseparáveis e de um momento para o outro, as quatro amigas de Anne passaram de desconhecidas para a lista dos mais populares do Liceu.

Rapidamente, já estavam todas no interior da casa. Se a música estava alta antes, agora elas sentiam o chão vibrar ao som da batida. A casa de Josh, estava quase completamente diferente desde da última vez em que tinham entrado. Estava mais moderna e espaçosa, com um sofá, dois cadeirões e dois bancos largos e pequenos, todos eles brancos e de aspeto confortável. Em frente aos dois sofás, haviam uma comprida mesa castanha, com várias gavetas, onde estava uma televisão plasma. Do lado direito da porta de entrada, havia a cozinha, equipada com todos os instrumentos de gama do mercado e as escadas em espiral que davam para o andar de cima, assim como uma porta para outro corredor. Do lado esquerdo, havia uma mesa que em dias normais com certeza servia para jantares e almoços entre família. Ao pé da televisão e sofás, onde deviam estar as duas paredes, estavam grandes janelas de vidro abertas que davam para o jardim gigante com uma piscina. A casa e o jardim estavam preenchidos por adolescentes que dançavam ao som da música e bebiam tudo o que conseguiam.

– Uau, isto está de arrasar! - comentou Thalia Carter, mexendo distraidamente na sua trança que levara muitos momentos de paciência e cuidado a fazer. Trajava um vestido que lhe assentava perfeitamente, cujo o topo era preto e de alças, meio transparente na parte da barriga, e saia rosa clara vinha desde do alto da cintura até ao meio das coxas. As suas sandálias de salto alto pretas cobriam todo o seu pé, tirando os primeiros três dedos que tinham as unhas pintadas de um rosa quase idêntico ao da saia. Tinha uma maquilagem que variava entre os rosas mais claros e os que já mais pareciam cor de salmão que deixava o seu rosto com um aspeto ainda mais delicado.

– Completamente! - concordou Jasmine Holmes, com um sorriso crescente nos seus lábios. - O Luke não vem, pois não? - questionou a Nicole Evans, virando-se ligeiramente na direção da sua amiga loira que trazia um vestido tomara que caia branco, com várias flores que sobressaiam em cores como vermelho, rosa claro e verde acinzentado. O cinto preto e metálico que estava preso sobre a sua barriga só como decoração combinava com as pulseiras pretas, brancas e rosas que imitiam um tilintar cada vez que Nick mexia o braço. As suas sandálias brancas eram abertas em grande parte dos pés da garota. Já na maquilagem, ela tinha apostado em tons de rosa claro que condizia perfeitamente com o seu rosto de aspeto angelical.

– Não, claro que não! - respondeu Nicole prontamente. - Meu irmão ainda não tem idade para andar em festas dessas!

Jasmine assentiu com a cabeça, ajeitando o seu vestido de alças roxo escuro, com um padrão que não se conseguia exatamente definir (era uma mistura entre círculos e espirais amarelados), que lhe ia até perto dos joelhos. Com poucos acessórios, Jazz apenas contava com um colar dourado comprido que tinha como pendente o símbolo do infinito e uma pulseira delicada da mesma cor que o colar. Os sapatos roxos que Anne lhe havia emprestado, tinham um fino salto alto e a garota se perguntava como ainda não tinha caído em cima daquilo. Tinha o cabelo solto, que lhe caía livre pelos ombros, ligeiramente encaracolado. Resolverá apenas pintar os olhos com tons de roxo que combinavam com tudo o seu visual.

– Luke? - repetiu Thalia sem pensar, arrepiando-se assim que ouviu o nome do namorado de Jasmine. Encolheu-se levemente quando as outras duas viraram suas atenções para si.

– O que tem ele? - Jasmine franziu a sobrancelha.

– Oh, nada, nada. - respondeu Lia, fingindo que prestava atenção a qualquer outra coisa, mas os seus olhos foram imediatamente na direção de Anne, que também a observava com um sorriso de lado. Sempre evitava falar de Luke... e Anne sabia porquê.

Com um sinal de Anne, todas a seguiram até à mesa onde as bebidas estavam a ser servidas, passando entre várias caras conhecidas de Rosewood Day, que cumprimentaram com acenos de cabeça. Chegando à mesa de bebidas, pediram o que lhes pareceu mais agradável ao rapaz de cabelos compridos e olhos azuis (bastante lindo, já agora) e certamente mais velho que elas. No entanto, isso não o impediu de mandar olhos maliciosos a Anne que lhe correspondeu com um sorriso sedutor. Já com as bebidas na mão, se dirigiram para o extenso jardim, se sentando em uns puffs e pequenos sofás que haviam lá. A aparelhagem por onde saía a música estava do outro lado do jardim, então elas já se conseguiam ouvir relativamente melhor.

– Hum... há garotos interessantes por aqui. - disse Anne casualmente, enquanto observava os garotos que por ali se encontravam, nos seus lábios um sorriso malicioso. - E o melhor é que está noite, eu estou livre!

As outras quatro se entreolharam, o mesmo pensamento habitando na mente de cada uma, mas antes que alguma pudesse dizer sequer uma palavra o celular de Anne tocou.

– Oh, boa! Era o que me faltava! - afirmou a morena de olhos azuis irritada, depois de ler a mensagem que tinha recebido.

– O que se passa? - questionou Jasmine, depois de dar um gole na sua bebida amarela que tinha sabor a limão misturado com uma bebida alcoólica que ela não conseguia identificar.

– O Noah mandou-me uma mensagem a dizer que já está a caminho de Rosewood e que é capaz de vir para cá. Mas será que este tipo não me pode largar sequer por uma noite?! Que chato! - ela bufou irritada.

– O Noah é teu namorado. É normal que queria ficar o máximo de tempo possível contigo. - Nicole disse, olhando Anne um pouco irritada, levando o mesmo olhar da outra de volta. As duas tinham momentos assim; Anne detestava que a enfrentassem e Nicole tinha momentos em que fazia exatamente isso, o que sempre deixava um clima pesado entre ambas.

– Sim. - concordou Gabs, fazendo com que Anne passasse o olhar de Nicole para ela. - Ele te ama. E você... bem... ele realmente te ama.

Não é como se Nicole e Gabs quisessem defender Noah. Na verdade, as duas (assim como Thalia e Jasmine) não o conheciam verdadeiramente. Só tinham trocado algumas palavras como "Oi" e "Tudo bem?", e de resto, só o conheciam de vista graças ao fato de ele ser o capitão da equipe de basquete e um dos miúdos mais populares da escola. Anne nunca quisera que elas e ele estivessem juntos no mesmo lugar, e elas nunca tinham entendido o porquê disso. O que as desagradava era a forma como Anne o tratava. Todos sabiam que ela o traía vezes e vezes sem conta; possivelmente até o próprio Noah sabia. Afinal, ele não parecia ser burro o suficiente para não ver algo que estava à frente do seu nariz. Mas era burro o suficiente para não fazer nada em relação a isso. O máximo que acontecia entre os dois eram discussões onde se insultavam mutuamente. Mas no final do dia, ele sempre lhe telefonava e pedia mil perdões e voltava a ficar tudo bem até à próxima discussão. Ninguém conseguia entender a relação dos dois. Anne já não o conseguia ver à frente e Noah ainda assim tentava se aproximar. Porém, Anne não acabava com ele e o magoava... E era isso que irritava a todas, mesmo que preferissem não comentar a maior parte das vezes.

– Sim. Como vocês soubessem alguma coisa sobre relações, não é? - acusou Anne de uma forma extremamente cruel que foi o que bastou para que tanto Nicole e Gabriela fechassem a boca e abaixassem a cabeça.

Em seguida, Anne se levantou, pegou na sua malinha azul e no seu celular, e desapareceu ao virar a esquina da casa.



Estava perto das 3 da manhã e a festa já tinha praticamente acabado. Só restavam algumas pessoas, que arrumavam as coisas ou apenas conversavam entre si. E entre elas, estavam Gabriela, Jasmine, Nicole e Thalia, que andavam de um lado para o outro agitadamente.



– Merda, continua desligado! - afirmou Jasmine, apertando o botão vermelho do seu telemóvel quando a chamada foi parar ao voicemail.

– Mas para onde é que ela foi? - perguntou Thalia, roendo as suas unhas pintadas nervosamente.

O fato é que desde que Anne saíra daquele jeito depois de falarem sempre a sua relação com Noah, não tinha voltado a dar notícias. Nas primeiras horas, tudo bem. Talvez ela tivesse ido só dar uma volta demorada. Mas depois começou a ser tempo demais. Primeiro, procuraram-na por toda a casa, verificando cada canto, quarto e lugar onde ela poderia caber. Como não tinha dado em nada, resolveram começar a perguntar às pessoas se a tinham visto. Algumas afirmaram que a tinham visto sair da propriedade dos King e não a tinham visto mais durante toda a festa. Mais descansadas, resolveram telefonar para casa e foi a mãe de Anne que lhes atendeu, e elas perguntaram se a amiga estava lá. A resposta foi a que elas mais temiam: um grande e preocupado "Não". Depois de tentarem acalmar a Sra Richards, prometendo que achariam a sua "querida menina", tentaram vezes e vezes sem conta telefonar para o celular de Anne, o que foi mais um beco sem saída. Agora, podia-se dizer que elas estavam à beira de um ataque de pânico.

– Olhem... se calhar, nos estamos a preocupar por nada. Talvez ela tenha encontrado algum garoto e tenha ido para casa dele. Ou uma daquelas amigas fora da escola que ela tem... - Gabs tentou acalmá-las pela lógica, mas ela própria não confiava no que dizia. Tinha o pressentimento de que algo estava muito mal.

– É, talvez... - respondeu Nick, passando o peso de um pé para outro.

Mesmo ninguém tendo ficado convencido com as palavras de Gabriela, não conseguiram deixar de pedir a Deus e a todas as divindades lá de cima para que elas fossem verdade.



Os dias começaram a passar e ainda não havia uma única notícia sobre Anne. A polícia foi informada e rapidamente começou as buscas, mas não existia nem um único rasto do que tinha acontecido à bela morena. As quatro garotas se ligavam todas as noites, tentando descobrir o que tinha acontecido, o que obviamente não levava a nada. E, com o passar do tempo, assim como a população de Rosewood começou a esquecer-se da desaparecimento de Anne, essas ligações foram esquecidas e elas deixaram de ter qualquer contacto. A verdade, é que durante todo este tempo, Anne era a única pessoa que as ligava umas às outras. Elas não tinham criado laços suficientemente fortes para continuar uma amizade sem ela. Agora, a única coisa que faziam era chorar nos seus quartos a ausência da amiga... que sabia mais sobre elas que qualquer outra pessoa.




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Notas finais do capítulo

E pronto. Se quiser dizer algo, comente por favor. Beijos!



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