Suiren Destiny escrita por NKIDDO


Capítulo 3
//Janela mágica//


Notas iniciais do capítulo

Aqui está o terceiro capitulo minha gente! Espero que gostem, comentem e tudo mais!



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Em meus totais vinte anos de vida, jamais passei tanto tempo no banho. Sinceramente, gosto de não perder muito tempo nele, porque gasta água e tudo mais.

Descubro que dentro do meu closet havia mais uma porta que dava em um maravilhoso banheiro. Dois degraus no canto me levavam até uma banheira, uma pia bonita de porcelana e uma privada bonitinha. Sei lá, tudo era bonito e de porcelana.

Quando termino o banho, trajo uma camisola rosa simples e pantufas de coelho. Secar meu cabelo não é uma tarefa fácil, por conta de seu tamanho. Por fim, próximo à meia-noite, estou pronta para dormir.

Ou para conversar.

Eu andava de um lado para o outro, pensando no que diria, no que ele diria. Seria ele incapaz de entender? Seu avô era tão atencioso com ele, acredito que o mesmo amor que obtive de minha avó, ele teve do seu avô.

Afinal, ele não foi “criado” para manter a promessa?

Já pensei sobre isso algumas vezes, mas ele possui um irmão mais velho, Lukas, então porque ele não é meu noivo?

Esqueço sobre isso e decido ir até o vizinho da frente.

Bato algumas vezes na porta, sem intervalo, para caso ele esteja com fones de ouvido mais uma vez. Alguns segundos depois ouço sua voz dizer:

– Já estou indo – Diz impaciente. A porta abre casualmente, e sou pega desprevenida por um Klaus apenas com a calça de pijama, exibindo seu corpo esculpido por anjos. – Ah, é só você.

Minha cabeça manda o “Ah, é só você” para longe, como se nunca houvessem proferido tais palavras. Ela estava ocupada demais adorando meu odiado noivo.

Klaus usava uma calça de pijama quadriculada com vermelho e azul-marinho. Seus pés e o restante do corpo estavam desnudos, os cabelos provavelmente passaram por um processo de secagem com a toalha.

– Quero falar com você, hm, agora. – Insisto, com o máximo de coragem que eu tinha. Entro para o quarto, empurrando seu corpo delicadamente para trás, e ele sequer protesta, mas fica com cara feia.

– O que quer? – Seu tom áspero tira meus momentos de coragem. Era incrível como ele parecia entediado e impaciente comigo. Entretanto, eu deveria ser firme. Eu o vi chegar no jantar. Ele suava, ele me olhou com tranquilidade! Era lógico que ele estava me procurando.

– Sobre hoje mais cedo... acho que começamos com o pé esquerdo – Começo, calmamente, desde o começo para que ele compreenda. – Me desculpe por ter batido em você, não foi nada educado da minha parte – Deveria ter batido mais uma agora – Espero que possamos nos entender.

Ele senta em sua própria cama, e ela afunda e levanta rapidamente ao receber o peso de Klaus. Após um suspiro – e de me deixar em pé a uns bons 5 metros dele – ele começa a falar.

– Admito que fui grosso com você, e me desculpe por isso, não devo perder minha postura, por pior que a dama seja. – As suas desculpas eram pior ainda, Klaus! – Mas não volto atrás do que eu disse. Não serei enganado.

Passo a mão em meus cabelos ruivos, com impaciência. Por breves segundos, vejo que Klaus olha atentamente para minhas mãos, quase maravilhado. Eu disse quase.

– Eu entendo como você me vê Klaus, no seu lugar, talvez eu visse da mesma forma – Coloco minhas cartas na mesa, virando uma-a-uma. – Contudo, precisa entender: Eu amo minha avó como você ama o seu. Eu fui criada com a minha avó, e quando ela me pediu isso, pensei em recusar, mas... Ela morreu Klaus. Toda a graça que ela possuía não está mais presente, e o único meio que eu vi de estar perto dela era com você. Com a promessa.

– Quanto drama – Ele me interrompe, desta vez sorrindo. – Certo, penso um pouco melhor a seu respeito agora, mas não confio em você.

Aquilo doía. Não por ser ele, meu noivo dizendo isso. Era por eu não parecer confiável.

Ah, não importava. A confiança deve ser conquistada certo? Ora, quanto otimismo da minha parte! Eu ai levar tapas na cara no processo, certeza.

– Bem, está tarde... – Olho para os lados, sentindo-me sonolenta. – Deixe-me secar seu cabelo. – ofereço.

– Ãh? Nem pensar. – Klaus parecia surpreso, e pior, estava claramente envergonhado.

Banco uma de durona e encontro a toalha que ele estava usando em cima do travesseiro – era azul escura – para poder secar seus cabelos. Não peço permissão alguma, e por um instante, enquanto secava os cabelos rebeldes dele, pensei que ele fosse morder meu braço.

Mas ele não fez.

Apenas abaixou a cabeça e aceitou isso. Talvez fosse um meio de pedir desculpas por ter me insultado ou me feito chorar.

Quando termino, apenas digo boa noite e deixo o lugar. Ele não diz nada, e também, não saberia o que dizer. Só fiz o que uma noiva deveria fazer, acho.

(***)

Pelo visto, o dia estava bonito e o sol radiante, porque essa luz estava me cegando agora. Ah, meu sono estava tão bom...

Quando abro meus olhos, pestanejando várias vezes, encontro uma garotinha de cabelos louros e olhos escuros olhando diretamente para mim. Tenho consciência de seu peso sobre o meu rosto, e de que isso apertava.

Era a garotinha de ontem, na mesa. Ela me olhava com curiosidade e até mesmo alegria.

– Bom dia? – Digo, sem me mover. As cortinas estavam abertas, e tirando ela, tudo estava como eu havia deixado.

– Seus olhos... são lindos! – A garotinha se inclina sobre mim, chegando mais perto dos meus olhos. – Ah, meu nome é Cassandra. – Cassandra disse, como se seu nome fosse um mero detalhe esquecido – Bem, não vamos ficar paradas aqui não é? – O peso que me prendia na cama desaparece, e posso ver a garotinha de 1,50 abrindo meu closet.

– Oi? – Uno o cenho, e provavelmente fiz uma careta, acordar e ter que passar por isso mexeu com a minha cabeça. – Aonde quer ir? – Indago.

– Vá tomar banho, eu vou escolher suas roupas – Cassandra move as mãos rapidamente em direção ao banheiro, como se fizesse “chispa!”.

(***)

Era um dia bonito lá fora, a temperatura era daquelas que o som te fazia querer ficar. Não frio, nem quente, mas ele te mantinha bem.

Minha rasteirinha fazia a escada emitir sons ocos e altos, todavia, eu não poderia andar mais devagar que isso, pois Cass me puxava.

Logo estávamos do lado de fora, e uma sensação de calmaria me invade. Corremos mais, muito mais, até o jardim de flores da minha janela, aquele que eu queria tanto ver.

– Venha, estamos quase lá! – Sua mão pressiona a minha um pouco mais, corremos mais rápido, e então já posso sentir aquele cheiro embriagante de várias flores misturadas. – Chegamos!

Meu rosto se ilumina. Flores de todos os tipos cobrindo a grama verde e fofa; azaléias, aquilégias, anémona, amor perfeito, alyssun, coreopsis, cravos, dálias, dente de leão, girassóis, gladíolo, jasmin, lírios, lírio do vale, magnólia, papoila e a minha favorita, alstroménia.

Tudo em mil cores diferentes.

Cass caminha pelas pedras decorativas, estende uma toalha alegremente onde as flores pequeninas cresciam e ao redor as maiores nos rodeavam bem no meio do jardim. O lugar era basicamente um campo de flores, que as vezes parecia que tomaria forma e num outro momento não.

Nosso café da manhã – que ela trouxe em uma cesta – tratava-se de panquecas com a chance de escolher entre três coberturas, suco de limão e torradas com manteiga. Por diversos minutos, preparamos tudo e saboreamos em silêncio. Entretanto, era Cassandra, nenhum silêncio parecia ser páreo para ela.

– Fiquei muito feliz quando soube que viria – Ela diz, enchendo suas panquecas com uma calda que parecia ser doce de leite, experimento também. – Theodor nunca deixou de citar você para Klaus, parecia que falávamos de um tipo de Deus – Ela ri, e eu acabo rindo também.

– O que Klaus fez quando soube que já tinha uma noiva? – Indago, curiosa. Finalmente esclarecimento nesta casa!

Cassandra parou de comer, e começou a pegar flores e monta-las, como uma brincadeira. Para me responder, ela não tirou seus olhos escuros de seu “trabalho”, parecia muito concentrada. Sua pele clara brilhava um pouco neste sol, e me fez pensar que eu também deveria estar, já que sou tão branca quanto ela.

– Oh, ele não pareceu dar a mínima – Ela esclarece, e eu coloco um último pedaço de torrada na boca, então bebo o suco de limão – Faria tudo por Theodor. Sei disso. Quando seus pais morreram, Theodor já era seu maior apoio, e isso só intensificou as coisas, se é que me entende.

Limpo o vestido de algodão branco e corpete justo que Cass havia escolhido para mim enquanto banhava-me. Meus cabelos estavam soltos com uma única e minúscula trança brincando em algum lugar de meus revoltos cabelos ruivos.

– Mas a vida dele já não era ruim o suficiente? Theodor ainda lhe dá uma noiva, isso não é estranho? – brinco, depois faço pequenas cocegas na cintura de Cass, ela se dobra e ri de forma angelical.

– Pare com isso! – Ela pede, ainda rindo. Paro para que ela continue a história – Oh não, isso era quase uma honra para Theodor, na realidade, você deveria se casar com Luka, já que ele é mais velho. Contudo – Ela termina uma coroa de flores rapidamente, e então me presenteia com ela. – todos suspeitam que ele gosta mais de Klaus. Luka finge não ligar, mas... sei que ele fica um pouco magoado.

– Não é estranho? – Ajeito a coroa de flores e começo a ajudar Cass a guardar nosso café da manhã – E além do mais, Klaus não parece gostar nem um pouquinho de mim. Luka foi muito mais simpático.

– Eu sei que ele é meio estranho, Sui, mas eu converso bastante com Klaus, e ele nunca falou nada de horrível a seu respeito. – Ela sorri, e então brincamos mais um pouco no campo de flores, correndo uma atrás da outra, tropeçando pelo cansaço ou pelas flores mais altas. – Dê mais tempo a ele, tenho certeza que se você se esforçar, ele vai entender você. Homens demoram mais a crescer!

(***)

Ainda estava no êxtase do campo de flores. Se eu fechasse os olhos, eu ainda poderia ver todas aquelas pequenas coloridas correndo na minha visão, e mais à frente fios dourados rindo e gritando por socorro.

Eu estava no sofá da sala de Theodor, deitada de barriga observando-o enquanto fazia mais uma de suas perfeitas criações. Contei-lhe sobre minha manhã agradável, e como Cassandra era ótima. Conversamos durante um tempo, depois eu cochilei.

De certa forma, eu me sentia uma inútil dentro da casa, e quando disse isso para Theodor, ele me tranquilizou, dizendo que era temporário e em breve eu acabaria achando alguma ocupação.

Acordo e Theodor ainda está em sua ocupação, ele diz algo como “Bom dia” e volta ao seu trabalho. Estava olhando para o teto quando Luka apareceu na sala.

– Olha quem está aqui – Ouço Luka dizer, com surpresa. Fico de joelhos no sofá para vê-lo melhor – Está entediada?

Faço que não com a cabeça. Ele apenas sorri, seus cabelos curtos estão bem penteados e ele traja roupas sociais.

Fiquei sabendo que Luka é um maquiador profissional. Parece que essa tarefa não é só coisa de mulher afinal. Será que isso não o deixa afeminado? Haha.

– Porque não vai em um de nossos ateliês? – Insiste, abrindo a porta um pouco mais, convidando – Eu vou sair por uma hora, e quando voltar posso me juntar a você, o que acha?

Depois de Cass e Theodor, esse foi um dos únicos convites que eu recebi na casa, então eu fiquei muito animada.

– Certo, eu vou adorar, Luka. – Digo, passando por de baixo de seus braços e indo até o corredor. – Até depois.

Era estranho olhar para Luka agora. Eu sabia que deveria ser ele a se casar comigo, e não Klaus. Luka era aqueles cara otimistas que provavelmente bebiam em festas, era participativo e atraia as mulheres. Meu noivo era diferente. Era considerado por todos um prodígio na arte, além de conseguir construir cenários gráficos, pelo que eu fiquei sabendo. Cass me disse que ele era completamente normal antes do acidente com os pais, um jovem que via as mulheres, bem como sua mãe, como criaturas frágeis que precisam de cuidados. Era legal pensar nisso.

Por isso eu estava indo até o seu quarto. Queria convida-lo para ir comigo.

Subo as escadas rapidamente e atravesso o corredor em instantes, chegando ao fundo, onde nossos quartos estavam. Bato na porta dele algumas vezes, como antes, mas não consigo ouvir nada.

Será que ele estava dormindo?

Se eu não tratasse ele com certa intimidade, talvez nós nunca nos entendamos, então decido entrar de qualquer forma.

Abro a porta vagarosamente, as luzes estavam apagadas e eu apenas podia ver um raio de luz vindo da janela da lateral. Entro, acendo a luz e fecho a porta rapidamente, sentindo meu coração palpitar, como se eu fosse roubar alguma coisa.

Sua cama estava bagunçada, seus fones de ouvido ainda conectados ao celular, provavelmente estivera escutando música. Ando mais para dentro do quarto e só então percebo que ele andou pintando, nem ao lado da cama e na frente da janela.

Uma paisagem colorida com duas pessoas sentadas sob uma toalha xadrez. Com diversas flores ao redor delas - uma loura pequena, trajando um vestido cor de rosa e a outra, ruiva com um lindo vestido branco, uma coroa de flores na cabeça a fazia parecer uma noiva.

Demorei uma fração de segundos para entender do que se tratava. Era eu! E Cass! Klaus pintou nos duas, e esteve nos observando a manhã toda!

– Ei, isso é invasão sabia?


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Notas finais do capítulo

Longo né? Ainda não consegui deixar de fazer isso longo!
A pergunta é: O que Suiren deveria fazer?

na ultima vez, as pessoas votaram mais por faze-la conversar com ele!



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