Inocente escrita por JúMars


Capítulo 1
The Little Girl


Notas iniciais do capítulo

Olá, esta é a minha segunda fic... espero mesmo que gostem muito. ^_^



Este capítulo também está disponível no +Fiction: plusfiction.com/book/410703/chapter/1

Detestava cerimónias, fossem de que tipo fosse. Eram só bajuladores e formalidades, para onde quer que olha-se. O melhor de tudo era, as lindas mulheres que desfilavam os vestidos, exibindo-se. Os decotes e os tecidos que realçavam as curvas, e me deixavam todo desnorteado. Mas não podia pensar assim, ou ainda acabava por fazer algo que não devia, não que fosse algo que me incomodasse muito, visto que era um mulherengo nato. Todas as que queria, eu tinha. Mas agora tinha Tânia. Ela era aquilo a que chamamos de namorada. Namorávamos á 3meses, acho eu. Ela conseguia satisfazer as minhas necessidades, em todos os sentidos, e eu sentia algo por ela, para além da atração. Mas não estava apaixonado por ela, pois eu sabia perfeitamente o que isso era, e sabia que estava longe de sentir isso por ela. Só sentira uma vez o poder do amor, e acabei arrasado com o final. Estávamos no secundário, quando tudo aconteceu, ou melhor, tínhamos acabado de terminar o secundário quando tudo mudou. Quando a minha vida mudou totalmente. Fazia hoje mesmo 4 anos, que tudo aconteceu.

Era verão em Forks, estávamos quase em setembro e estávamos todos juntos. Eu, Emmet (o meu irmão e melhor amigo), Alice (minha irmã e melhor amiga … dela), Rosalie e Jasper (irmãos dela) e ela.

E a tal “ela”, de que tanto custa falar, é Isabella Swan. Ou Bella como ela gostava de ser chamada, a minha Bella.

Ela era a mulher mais linda que já vira em toda a minha vida! Sempre com um sorriso lindo na cara de pele macia. Os olhos brilhantes cor de chocolate e o sei jeito de ser, sempre sorridente, divertida, querida e doce. O seu corpo, com curvas bem formadas era delicioso. Eu sabia perfeitamente pois tive a grande dádiva de ser o primeiro a prova-lo. E ela do meu. Lembro-me perfeitamente de como é beijá-la, beijar os seus lábios macios e carnudos. Ela era e seria sempre perfeita para mim.

Sim, era. Porque desde aquela noute, ela deixara de o ser.

Foi uma noite, dois dias depois de nos termos entregue um ao outro de corpo e alma, literalmente. Fizemos amor até não aguentarmos mais. Estivemos em perfeita sintonia a noite toda. Ainda conseguia ouvir os seus gemidos, ainda conseguia sentir as suas caricias em mim…Como se fosse ontem.

Ela nunca me explicou porquê. Apenas me deixou uma carta, que nada explicava. Eu relera a carta vezes e vezes sem conta, tentando perceber…:

“Edward,

Amar-te e entregar-me a ti, será sempre a coisa mais acertada que fiz em toda a minha vida. Não há muito mais que possa dizer, a não ser que por agora terei de partir. Mas…

…Amo-te mais do que tudo. E por enquanto isso terá de chegar, para suportar a dor de que te perdi, pois mesmo se um dia nos encontrarmos, as coisas nunca mais serão iguais. Tu estarás magoado comigo e eu estarei, assim como eu estou, mas algo mais impedirá…

Amo-te, mas será isso suficiente?

Para sempre tua, Bella.”

Éramos perfeitos um para o outro, disso não havia dúvida. E ela também sabia disso. E nos amávamos muito, como nunca antes tínhamos imaginado ser possível.

A carta nunca fez sentido. Ela queria dizer mais, mas não podia. Depois de reler a carta inúmeras vezes, percebi que aquele “possa” estava diferente do resto. Havia algo que ela me escondia, mas nunca cheguei a descobrir o que era, nunca tive a oportunidade. Os pais dela, René e Charlie foram embora logo a seguir. Mais tarde vim a saber que se tinham separado. Pelos vistos Bella também desaparecera da vida deles. A avó dela morreu no ano seguinte, e Bella nem se deu ao trabalho de aparecer. E eu sabia que ela adorava a avó.

Sim, era mais que óbvio de que estava magoado com ela, que já desejei nunca a ter conhecido, apesar de me ter arrependido logo a seguir, visto que ela foi a melhor coisa que me aconteceu, e eu já tinha 22 anos. Quando nos conhecemos no liceu, ela tinha apenas 17 anos e eu 18. Éramos adolescentes, e pensamos que era uma paixoneta, mas a cada dia se tornava mais intenso.

E hoje em dia cada vez é mais doloroso, pensar que estava á 4 anos sem ver. Sem lhe tocar, sem a beijar…sem a ter por inteiro.

E foi por causa desse pequeno, grande desgosto de amor, que mudei a minha maneira de ver o mundo. Depois de um ano em sofrimento, Emmet e Alice resolveram que era hora de eu parar e reconstruir a minha vida. E assim fiz. E desde aquele dia, nunca mais consegui olhar para uma mulher da mesma maneira.

Bella destrui-me por dentro e nunca mais conseguirei sarar. Precisarei sempre de uma explicação dela. Precisarei sempre de a rever.

Já a alguns dias, a minha ansiedade com tudo isto aumentou. Rosalie e Jasper foram reconhecidos como uma das empresas melhor sucedidas dos últimos anos, com as suas exportações de tecidos. Rosalie sempre tivera jeito com negociações, aliás, foi assim que conheci Bella. E presumo que Jasper trata-se da papelada da empresa. Bella? Nem sabia o que fazia. Nunca ouvi o seu nome de todas as vezes em que falamos deles. Talvez nem mesmo eles soubessem onde ela estivesse.

Saí de junto do bar, e fui-me sentar na minha mesa.

Era uma angariação de fundos. Iria haver danças e cantorias. Que só me fazia lembrar ainda mais de Bella. Ela sempre adorou cantar, mas apenas cantara para mim. Nunca o consegui fazer para mais ninguém. Ela tinha uma voz imensamente poderosa e melodiosa e eu derretia-me sempre de cada vez que a ouvia cantar, sabendo que a tinha só para mim.

A minha mesa era junto ao palco, juntamente com mais uns quantos da minha empresa. Cumprimentei-os a todos, formalmente, porque para mim sempre fora “amigos, amigos, negócios á parte”. Nem demostrava grande interessa nisso. Na mesa ao lado estavam eles.

Rosalie e Jasper. Estavam bastante mais diferentes. O cabelo curto e loiro de Rosalie, agora era comprido e ela estava deslumbrante, com um corpo fantástico. Jasper também já não tinha o cabelo rapado, mas sim a dar-lhe pelos ombros. Mas era fácil reconhecê-los. Rosalie olhava para o salão distraída e quando me viu os seus olhos arregalaram. Ela murmurou algo a Jasper que em seguida olhou para trás e me olhou igualmente de olhos arregalados. Depois olhara-se, respiraram fundo e começaram a vir na minha direção. Levantei-me e fui até eles.

–Olá!- Disseram, forçando um sorriso. Eles estavam bastante nervosos, assim como eu que apenas pensava numa coisa.

–Olá. Vejo que tudo vos está a correr bem.

–Sim. Assim como a ti. Foi um prazer voltar a ver-te, já lá vão 4 anos!- Disse Jasper. Eu assenti. 4 anos mesmo, precisamente. Depois Alice e Emmet apareceram, e ficaram igualmente surpresos.

–Jasper?! Rosalie?!- Disse Emmet, abraçando-os. Ele e Rosalie namoraram, durante o tempo que estivemos todos juntos, assim como Alice e Jasper, mas quando Bella se foi embora, tudo desmoronou e cada umas segui seu caminho.

Eles começaram a falar sobre como estavam, sobre os velhos tempo, evitando a tudo o custo falar em Bella, até que já não aguentei mais e explodi, quase a gritar.

–Onde está ela?- Perguntei, sentindo algumas lágrimas nos olhos. Lágrimas de dor, desesperado, alguma raiva e bem lá no fundo, amor.

Eu estava tão magoado com ela que chegava mesmo a doer, a doer de mais. Agora já suportava muito melhor, mas evitava a todo o custo falar disso.

Como iria reagir quando a visse? O mais provável era gritar com ela e atirar-lhe tudo a cara de uma vez. Mas eu sabia que não conseguiria deixá-la a chorar. Não gostava de a ver triste.

Eu devia ser masoquista mesmo! Eu preferia sofre desesperadamente a ver a pessoa que me causo uma dor profunda, que me impediu de voltar a amar a sofrer!

Todos eles tinham os olhos postos em mim. Emmet e Alice pensavam que já tinha ultrapassado a Bella. Quero dizer, eles sabiam que eu tinha mudado muito, sempre com uma mulher nova, sempre a fazer disparates, mas não sabiam que Bella ainda estava no meu pensamento, se bem que não era tão intensamente. Rosalie e Jasper engoliram um seco, nervoso e desviaram o olhar por uns segundos e depois olharam-me nos olhos.

–Edward, à algo que tens de saber.- Disse Jasper. Rosalie tinha lágrimas nos olhos, e passado um pouco, com aquele silêncio todo entre nós, as suas lágrimas começaram a rolar pela sua pele clara. Ela estava apavorada com algo.- Rosalie…- Pediu ele.

–Edward. A Bella está cá. Mas não a poderás procurar nem nada. Pelo menos não hoje. Só eu e o Jasper é que sabemos que ela está aqui em Seattle…

–Mas ela é daqui?- Perguntou Alice

–Não…- E ao perceber que todos esperávamos algo mais daquela resposta ela prossegui.- Ela mora em Nova Iorque.

–Nova Iorque?!- Perguntou Alice, roubando-me as palavras da boca.- Do tipo Nova Iorque?!

–Onde todos nós moramos? Ela esteve sempre aqui?- Perguntou Emmet.

–Sim. Mas ela não está bem na cidade…Não podemos dizer mais. As coisas são complicadas agora…E outra coisa…Se vires algo, não julgues logo, nem tomes decisões precipitadas. Nem tudo é o que parece.- Terminou Jasper.

E ambos voltaram para a mesa. Bella estava aqui. Depois de seis anos, e vê-la de novo.

Se ele achava que as coisas estavam complicadas com eles, ele não imagina como estão para mim.

Mas porque é que eu não a podia procurar? Que raio se passava?!

Eles não me explicaram mais nada. Talvez também não pudessem. E isso apenas me deixava com mais raiva. Porque raio todos sabiam menos eu?!

E que haveria para julgar? Que iria acontecer?

Meu Deus! Tantas perguntas, tantas dúvidas e nenhuma resposta me deram. E não me parecia que fossem dar.

Eu vi nos olhos de Rosalie que ela estava com medo de algo.

Passado um pouco o apresentador apareceu. Começou fazer um longo discurso, longo e aborrecido. Entre aquele enfadonho momento, fui trocando olhares com Rosalie e Jasper, assim como Alice e Emmet. Estavam todos confusos. Estávamos todos receosos com o futuro.

Será que iriamos resolver as coisas agora? Será que era agora que cada um seria o seu caminho descansado ou iria sempre haver algo a impedir isso?

–E agora, senhoras e senhores, o melhor que esta noite tem para oferecer! Ela é linda e estonteante com um sorriso encantador. Peço um enorme aplauso para Isabella!- Disse apresentando-a.

Aquilo era verdade? Era mesmo ela? Quando olhei para o palco, não estava lá ninguém. A música começou (Bruno Mars, Treasure) e ela entrou pela porta do salão. Os seus olhos denunciaram quem era. Estava diferente, mais madura, mas era ela. O corpo dela estava diferente, mais desenvolvido ainda. Nunca pensei que fosse possível, mas era verdade.

Mas ao contrário do que pensei, ela não cantou. Apenas dançou. Á medida que a música oi acelerando, também os seus movimentos que estavam cada vez mais ousados e perfeitos. Numa das cenas ao princípio, ela chegou mesmo a sentar-se em cima da mesa á minha frente e brincou com um senhor, com um sorriso admirável. Todos riram, incluindo eu, mas apenas por uns segundos, lembrando-me logo a seguir do que ela tinha feito. Da dor que sentia, sempre que o meu coração batia.

O seu vestido era curto, muito curto. Tinha uns calções de licra justos por baixo, impedindo de ver mais. Mas eu senti-me sortudo por ter ser o único naquela sala por já ter tido o prazer de ver o que estava ali. De todas as mulheres a quem já dera prazer, ela sempre fora a melhor de todas. E gostava de acreditar que foi o melhor dela, de todos os homens com quem ela já tinha estado.

Pensar nisto doía demais, por isso esqueci tudo e concentrei-me apenas na sua dança. Quando dei por mim, já havia mias dançarinos em palco, movimento sem sincronia com ela.

No final, a sala rompeu em aplausos, tão satisfeita como eu pela graciosa dança que ela nos dera. Ela olhou para todos sorrindo. até que o seu sorriso desapareceu, dando lugar aos seus olhos húmidos, cheios de desespero. Ela estava em agonia por me ver?!

Quem deveria estar assim era eu! Eu é que deveria estar numa profunda agonia por ver aquela mulher a poucos metros de mim! A mulher que mais me fez sofrer em toda a minha vida, enquanto ela se juntara a uns quantos saltimbancos para virem aqui exibirem-se.

“…não julgues logo, nem tomes decisões precipitadas. Nem tudo é o que parece.”

As palavras de Jasper assombraram-me a cabeça.

Era a isto que ele se referia? Ela e a dança?

Depois os bailarinos saíram de palco e foi preciso um deles puxá-la para a fazer voltar a realidade. Ela murmurou algo e ele olhou para mim, de olhos arregalados.

Nunca o vira na minha vida. Nem iria considerar mais hipóteses. Não conseguia.

Passado um pouco o rapaz assentiu e invés de ir para os bastidores com ela, saiu do palco pelas escadas que estavam mesmo em frente, e foi até Rosalie e Jasper. Sussurrou-lhes algo e estes assentiram e foram com ele.

–Que se passa com eles?- Perguntou Alice, tão curiosa quanto eu.

–Esperamos que o espetáculo acabe para irmos ver.- Disse, determinado.

–Mas a Rosalie disse para não a procurarmos.

–Não a vou procurar a ela, mas sim saber o que se passa. Foram quatro anos a viver na escuridão. Não vou deixar que isso se apodere de mim novamente.

Passado um pouco o rapaz voltou, subiu e foi para os bastidores. A música voltou a soar logo de seguida. Mas desta vez Bella não foi dançar. Assim que entrou, olhou-me, respirou fundo e não o fez mais.

(It’s all coming back to me now, Glee)

E como sempre que cantava para mim, quando cantou, simplesmente arrasou. Ela perdera o medo de cantar em frente das pessoas, e de que maneira!

Quando acabou, outros aplausos ensurdecedores irromperam pela sala. E sem agradecer, dando apenas um sorriso, ela volto para os bastidores, para mais tarde voltar e cantar mais uma música.

(Valerie, Glee))

(Stronger, Glee))

(We are the Champions, Glee))

Ao todo foram cinco as que ela cantara, e cada vez que havia, fica deslumbrando. Eu não conseguia esquecer a primeira vez que ela cantara para mim, e a maneira como ela cantava agora para uma sala com cerca de 150 pessoas. No fim foram todos chamados ao palco, e ela já tinha trocado de roupa novamente. Agora tinha um vestido branco e preto. O seu cabelo estava brilhante, com ligeiros caracóis. Eu sabia que não era natural. O seu cabelo era ondulado, mas não formava aqueles caracóis. Eu sabia perfeitamente isso.

Estavam todos em palco, a despedirem-se e agradecerem. O apresentador passou o microfone a Bella. Estava mais ansioso do que notara para ouvir a sua voz, doce que nunca esquecera. Quando Bella cantava a sua voz transformava-se por completo. Deixava de ser doce e passava a ser poderosa.

–Olá! Espero que tenham gostado. Falo por todos quando digo que foi…fantástico, estar aqui neste palco e poder atuar para vocês e receber os vossos calorosos aplausos. Em nome de todos, desejo-vos uma excelente noite!- Disse acabando de falar e sorrindo.

Todos se levantaram para aplaudir. Eu não me levantei, aplaudi sentando, temendo que as minhas pernas falhassem do nervosismo, da ansia e da raiva.

Quando já todos estavam sentados, eles começaram a sair do palco. Mas algo a impediu de o fazer. Nem queria acreditar no que acabara de ouvir.

–Mamã!- Gritou uma rapariguinha, com um brilho igual ao de Bella nos olhos.

Bella parou no meio do palco e ficou de olhos arregalados ao ver a menina na sua direção. Esta saiu do palco a correr e abraçou a rapariga que deveria ter cerca de 3 anos. Estas abraçaram-se com força, ajoelhadas no chão. Rosalie e Jasper foram ter com elas. Eu, Alice e Emmet entreolhámo-nos. Aquela rapariga loirinha, de cabelos esticados, um pouco abaixo dos ombros, de olhos esverdeados e brilhantes era filha de Bella? Não. Não podia. Isso queria dizer que Bella estava com alguém. Que eu nunca fora ninguém na sua vida, que fora apenas um namorito de liceu e aquelas palavras todas não tiveram significado algum? Que eu era o único a pensar nesta história, enquanto ela viva feliz nos braços de outro, com quem já tinha uma filha?! Jasper reparou que olhava para eles com um ar chocado e suspirou. Aquilo era uma confirmação? Eu cada vez sentia mais ódio, que agora começava a ocupar o lugar da saudade que sentia. Aquela deveria ser a nossa filha, que fazia parte da família feliz que nós sempre planeamos. Mas as coisas não eram bem assim. Ela agora tinha uma filha com outro homem. Que não era eu. Só o facto de ela ser tocado por outro me deixava com o estômago às voltas. Mas eu não podia pensar assim, porque também estivera com outras.

Preferia que ela me tivesse dito logo a verdade naquela noite. Todos estes anos, quando ela tomava a minha mente tinham sido escusados e eu podia ser feliz. Podia amar novamente.

Depois as palavras de Jasper invadiram-me novamente a mente: “Se vires algo, não julgues logo, nem tomes decisões precipitadas. Nem tudo é o que parece.” Era a isto que ele se referia?

Nem tudo era o que parecia… Que queria ele dizer com aquilo?

–Edward, não faças disparates.- Pediu Emmet.

–Já fiz. Durante estes anos cada vez que pensava nela, parecia que ia entrar em depressão enquanto ela viva feliz nos braços de outro! Que disparate posso eu fazer agora?!

–Ir falar com ela. Ouviste o que a Rosalie pediu.- Disse Alice.

Não lhe respondi. Eu queria respeitar o que Rosalie pedira, mas estava demasiado tentado em ir falar com ela. Voltei a olhar para eles, assim como metade da sala fazia. Tentei ouvir a conversa, assim que a rapariga e Bella se largaram.

–Que fazes aqui Jane?- Perguntou Bella.

Tinha de admitir que mesmo sendo diferente dela, e menina era encantadora. Tinha pele branca, onde as suas bochechas sobressaiam por serem rosadas. Tinha um laçarote rosa no cabelo que prendia um pouco da sua franja e que combinava com o seu lindo vestido. Parecia mesmo uma boneca. Era muito bonita.

–O pai disse que íamos fazer uma supesa pa ti! Ele disse pa eu vim aqui ter com a tia e o tio, pa ele ta no quato á tua espera, sozinho!- Disse, mostrando que não passava de uma miudinha de três ou quatro anos anos.

Mas ele quem? Só podia ser o pai dela. De Jane.

–Ele está aqui, Bella?!- Disse Rosalie chocada.- Mas disse-te que…Outra vez não Bella…!

–Eu sei o que disse Rosalie, mas não posso. Não posso deixar a Jane nas mãos dele...

–Foge com ela!

–Rose, visto como isso correu da última vez?- Disse Jasper.

Depois todos perceberam que eu e os meus irmãos estávamos bastante atentos á conversa. Sem mais demoras, levantei-me e fui até eles, assim como Alice e Emmet, acho que mais para me segurarem. O rapaz a quem Bella murmurou algo estava agora connosco. Bella olhou para ele e suspirou. Ele percebeu o que se passava. Passado um pouco, Bella pegou em Jane, deu-lhe um beijo longo na testa, deixando escorrer uma lágrima e virou-se para o rapaz.

–Seth leva-a daqui. – Disse dolorosamente.- Leva-a até á reserva…

–Mas isso é em Forks!- Disse espantado. Forks… Ela olhou para mim, certamente lembrando-se de nós.

–Eu sei. O Jacob que tome conta dela durante um pouco. Vou buscá-la assim que poder.

Eu lembrava-me de Jacob. Ele era um grande amigo de Bella desde infância. No princípio da nossa relação eu não gostava nada dele, não aguentava ele ser tão amigo de Bella. Mas depois de umas discussões com ela, e uma conversa com ele, percebi que a única coisa que ela queria dele, e ele dela, era amizade. Uma amizade verdadeira. E aprece que ele sempre soubera dela, estes anos. Mas eu seria o único a não saber. E agora ela estava a pedir para levar a pequena Jane embora porquê? Havia muito mais nesta história. E eu iria descobrir o que era.

Seth tentou pegar em Jane, mas esta não queria largar Bella. Eu percebia-a. Eu sabia o que aquilo era e compreendia-a. Resolvi meter-me.

–Olá, pequena. Disse pousando-lhe a mão nas costas, deixando Bella de olhos arregalados- Como te chamas?

–Jane.- Respondeu, olhando-me com aqueles olhinhos curioso com lágrimas.- E tu?

–Edward. Posso saber quantos anos tens?

–Quato.- Disse limpando as lágrimas. Fiz um gesto com as mãos e ela veio de livre vontade para o meu colo, pousando a sua cabeça no meu ombro.

Ouve Jane, a tua mamã agora tem ir ter com o papa.- Disse engolindo um seco depois de as dizer. Foi mais difícil do que imaginei. Dizer aquilo só fazia com se tornasse ainda mais real.- Mas assim que ela poder, ela vai a correr ter contigo, pode ser?

–Pode.- Respondeu simplesmente. Esticou os braços a Seth que a recebeu com um grande abraço.

–Bella prometes que voltas?- Ela olhou para Seth e Jane de olhos arregalados, sem saber o que dizer. Aquela conversa assustava-me. Porque não voltaria?

–Prometo. Toma bem conta dela.

Seth assentiu e foi embora. Mas Jane ainda se despediu dela, com um sorriso, mandando um beijo com a mãe. Bella fez o mesmo.

–Adeus mamã Lela!- Disse saindo pelas portas. Bella chorava.

–Adeus querida.- Sussurrou, mesmo sem Jane ali.

–Bella, isto tem de parar, não é bom para ti, nem para ela! Ele sabe que estás aqui?

–Deve ter descoberto de alguma maneira. Eu disse que vinha apenas visitar-vos... Para a Jane conhecer isto...

–Já não sei o que te diga mais…- Disse Jasper. Os três olharam-nos, como se estivéssemos a mais ali.

–Não me vou embora daqui enquanto não me explicarem o que se passa.- Exigi.

–Edward…-Começou Bella, num suspiro- viste aquela rapariga que acabou de sair daqui nos braços só Seth?-Perguntou olhando-me, mas evitando olhar nos olhos- Aquela é a minha prioridade agora.

E começou a dirigir-se para a saída. Ficamos a vê-la sair. A minha curiosidade venceu e fui atrás dela. Vieram todos atrás de mim. Quando saí do salão do hotel, olhei em volta. Durante uns segundos não a vi, pensei que ela já tivesse subido, mas quando olhei melhor vi que ela estava na recepção. Quando ganhei coragem fui até lá, mas Bella já estava de saída em direção aos elevadores. Corri para a apanhar, e consegui agarrar-lhe o braço. Ela virou-se surpresa para mim. E agora sim ela olhava-me nos olhos e percebeu que facilmente n ia desistir. Bella conhecia-me bem.

–Bella, eu quero falar contigo.

–Edward, agora não. Vai embora!- Disse mais alto, mas mais como se estivesse a pedir e não a mandar.

–Por favor…- Pediu Jasper

Olhei para todos e assenti. Larguei o braço dela e ela entrou logo no elevador sem olhar para trás. Mas depois olhei para o irmão e para irmã dela.

–Vão me explicar o porquê disto tudo?!- Perguntei exasperado.

–Não. – Disse logo Rosalie.- Ela se quiser que te conte Edward. Mas hoje não. Deixas as coisas acalmarem que depois falo contigo para a poderes ver. Eu sei que queres esclarecer as coisas, sei que queres saber o que se passou naquela noite, mas agora não.

E eles começaram a ir embora. Eu já não sabia o que queria mais. Se era ver Bella a sofrer como eu sofri, se era saber o que se passava que a deixava assim e ajudá-la.


Não quer ver anúncios?

Com uma contribuição de R$29,90 você deixa de ver anúncios no Nyah e em seu sucessor, o +Fiction, durante 1 ano!

Seu apoio é fundamental. Torne-se um herói!


Notas finais do capítulo

Espero que tenham gostado, por isso...comentem para eu saber tá ?
Beijão grandeeee ! ^^



Hey! Que tal deixar um comentário na história?
Por não receberem novos comentários em suas histórias, muitos autores desanimam e param de postar. Não deixe a história "Inocente" morrer!
Para comentar e incentivar o autor, cadastre-se ou entre em sua conta.