Puck P.O.V

_ Eu ainda não consigo acreditar que logo você, o maior pegador de todos, está prestes a se amarrar. – disse Jake, do sofá do quarto onde eu me arrumava. Ele e Sam estavam sentados ali, com Artie ao lado, os três com garrafas de cerveja.

_ Pode acreditar meio-irmão de outra cor, agora serei oficialmente de uma mulher só. Não que eu não fosse antes, mas vocês entendem.

_ Acho que no fundo, todos sempre soubemos que vocês ficariam juntos, apesar de todas as pedras e... – Artie começou a discursar, mas Sam o interrompeu ofendido.

_ Ok, uma das pedras está aqui. – nós todos rimos de sua cara – Mas o Artie está certo dude, vocês dois sempre foram para ser.

Eu concordei, pegando uma garrafa de cerveja e abrindo, indo até a janela e observando o céu brilhante do fim da tarde.

Quinn P.O.V

_ Sempre foram para ser. E eu sempre disse isso. Vocês podem ter tido quantos problemas forem, mas sempre despertaram o melhor um no outro. – Rachel falava, enquanto terminava de arrumar seu vestido lilás de madrinha.

_ O que a Hobbit quer dizer é que vocês tem química sexual. E eu posso afirmar isso, porquê já dormi com ambos. – Santana realmente sabe ser inconveniente quando quer, e me deixar sem graça também.

­_ Mesmo depois de todo esse tempo, esse lado vadia desenfreada da Santana persiste. – Rachel e Santana começaram uma discussão privada, enquanto Mercedes vinha até o mim. Eu me olhava no espelho, observando os detalhes do meu vestido.

_ Como você está se sentindo Quinn? – perguntou ela, com um sorriso enorme.

_ Ansiosa, para falar a verdade. – nós duas rimos – Eu tenho visto um filme na minha cabeça nesses últimos meses, e hoje ele parece mais forte do que nunca.

_ Já pensou no que vai falar nos seus votos? – confirmei levemente, caminhando até a penteadeira e pegando um elástico grosso e vermelho, o que eu usava para prender meu rabo de cavalo na época das cherrios, e logo as lembranças me invadiram.

Narradores P.O.V

FLASHBACK ON

O corredor do McKinley estava quase vazio, a não ser por duas calouras que caminhavam lado a lado, em seus uniformes novos de cherrios.

_ Ainda não acredito que a treinadora Sylvester me colocou na base da pirâmide, e você acima de mim. E a magrela esquisita da Alicia no topo e... – Santana se queixava após o primeiro treino decisivo das cherrios, enquanto Quinn apenas tentava ignorá-la.

Um pouco mais a frente, Finn e Puck também exibiam as jaquetas novinhas do time de futebol, enquanto o rapaz de moicano falava confiante:

_ Vai por mim Hudson, se nós conseguirmos ser titulares no próximo ano, nós dois seremos os maiores comedores de todo esse colégio. As garotas vão implorar para entrarmos em suas calças.

_ Sei lá dude, eu não curto essa ideia de ficar com várias meninas. – Finn deu de ombros, enquanto fechava a porta de seu armário e se apoiava nele – Digo, o máximo que já consegui foi chegar à segunda base, mas ainda sim...

_ Cara, vai por mim... Quando voltarmos para o próximo ano, seremos os titulares. E você vai fazer bem mais do que chegar a segunda base. – os dois deram um high-five, rindo da ideia. Finn olhou para o final do corredor e sorriu.

_ Se eu conseguir um beijo de alguma delas, já me dou por feliz.

Puck olhou na direção que Finn apontou. Quinn e Santana haviam parado ao lado do bebedouro e conversavam. Puck observou o rosto de Quinn sorrindo, antes de balançar a cabeça e começar a jogar a bola de futebol entre as mãos.

_ Essas cherrios são realmente gostosas, especialmente essa Lopez. Já ouvi muita coisa boa sobre ela.

_ E a outra? A Fabray? – Puck deu de ombros.

_ Não sei muito sobre ela. Aparentemente, não estudou com ninguém que conheçamos, veio de uma escola de outro distrito, não sei ao certo. – Finn assentiu, dando um sorrisinho torto.

_ Eu achei ela bonita. Mais do que a Lopez.

Do outro lado do corredor, o assunto era quase o mesmo.

_ Aqueles dois são do time, não é? – Quinn perguntou, apontando os dois com a cabeça.

_ Puckerman e Hudson. O primeiro é um galinha, já dormiu com metade das cherrios. E eu pretendo entrar na lista dele. – Santana riu, mas Quinn pareceu incomodada – O Hudson tem cara de sonso, mas fiquei sabendo que o Tanaka quer ele de quarterback no próximo ano, o que quer dizer que provavelmente terei que sair com ele se me tornar capitã e...

Enquanto Finn e Santana tagarelavam, Quinn e Puck se encaram por alguns segundos. Ele sorriu, ela sorriu de volta.

Quinn P.O.V

_ Não me diga que esse elástico da época Quinn bitch vai ser parte do figurino da noite. – a voz de Santana me trouxe de volta dos meus devaneios, enquanto eu pulava no lugar observando minhas madrinhas.

_ Não Santana. Ele é minha coisa velha, mas estará no buquê. – respondi, apontando o arranjo de flores, e ela suspirou aliviada.

_ E o emprestado, azul e novo? – Rachel perguntou com os olhos curiosos.

_ Bom, o vestido é novo. E eu mandei colocar algumas flores azuis bem pequenas entre as rosas brancas do buquê. Só não tenho algo emprestado. – expliquei, e os olhos de Santana brilharam.

_ Então eu e a Hobbit cuidamos disso. Mercedes, cuide de tudo até voltarmos.

E saiu puxando uma confusa Rachel pela porta, deixando eu e Mercedes tão confusas quanto. Sério, as vezes me pergunto onde Santana bateu a cabeça.

Santana P.O.V

_ Tá maluca Santana? – Rachel já parecia confusa quando chegamos ao corredor, e isso só piorou enquanto eu tateava o corpo dela atrás do celular. No decote, como esperado.

_ Eu preciso que você ligue para os seus pais, agora. – eu procurei o número na agenda, após desbloquear a tela (não é difícil adivinhar que a senha ainda é Finn) – Preciso que você peça para eles trazerem sua coroa de rainha do baile, que deve estar exposta em algum canto da sua casa. Agora.

_ Tá bom, mas... Por quê? – ela ainda me encarava confusa, e eu suspirei.

_ Sei que corro o risco de aguentar uma crise de choro e uma cantoria irritante, mas eu preciso te contar a verdade sobre uma coisa Rachel.

Quinn P.O.V

Ouvi uma batidinha na porta e gritei por cima do ombro que entrasse. Eu podia ver pelo reflexo do espelho, uma versão menor minha surgindo e sorrindo. Virei-me para ela, e abri os braços.

_ Então, o que você acha?

_ Você está linda... Mãe. – Beth correu em minha direção, se jogando nos meus braços e me envolvendo nos seus pequenos. Aos oito anos, minha filha tinha um estatura pequena, mas perfeita para seu jeitinho.

_ Seu pai já te viu? – perguntei e ela negou.

_ Não, eu e a mamãe acabamos de chegar. Ela está conversa com o tio Will, e eu vim te ver. – concordei, observando-a mais atentamente, vendo como ela estava linda em seus vestidinho branco de daminha – Você está ansiosa?

_ Muito. – ela riu, e eu a acompanhei – Na verdade, estou com medo de que seu pai resolva fugir de mim.

_ Ele não vai fazer isso mãe. Ele te ama, você sabe não é? – ela perguntou e eu concordei, mordendo o lábio inferior.

_ Claro que sei... Mas você não quer ir ver se ele está bem? Para eu ficar mais tranquila. – ela riu, concordando e me dando um beijo no rosto. Ela saiu correndo e eu voltei a me encarar no espelho, virando o elástico vermelho entre os dedos, perdida em lembranças...

Narrador P.O.V

FLASHBACK ON

Quinn caminha pelo palco do auditório do McKinley, deixando suas coisas sobre o piano e caminhando até o centro, com um sorrisinho de canto.

[Quinn]

Take my hand, I'll teach you to dance.

I'll spin you around, won't let you fall down.

Would you let me lead, you can step on my feet.

Give it a try, it'll be alright.

Ela começou a dançar sozinha, andando pelo palco, distraída. Na cochia, Puck entra em silêncio, ouvindo a música. Ele tira o violão das costas, o encostando na parede, e para atrás de uma das cortinas, observando Quinn.

[Quinn]

The room's hush, hush,

And now's our moment.

Take it in feel it all and hold it.

Eyes on you, eyes on me.

We're doing this right.

Ele sorri para como ela parece tão leve em estar cantando, igual a quando sorriu para ele, mas diferente da menina que se impõe nos corredores. Ele começa a se aproximar em silêncio, a pegando de surpresa no refrão.

[Quick]

Cause lovers dance when they're feeling in love.

Spotlight shinning, it's all about us.

It's oh, oh, oh, oh, all about uh, uh, uh, uh, us.

And every heart in the room will melt,

This is a feeling I've never felt but,

It's oh, oh, all about us.

Ela fica confusa por um momento, enquanto ele a puxa pela mão para dançar. Ele começa a rodopiá-la, que logo está rindo e dançando com ele. Ele a puxa para si, a abraçando por trás, enquanto começa a cantar.

[Puck]

Suddenly, I'm feeling brave.

I don't know what's got into me,

Why I feel this way.

Can we dance, real slow?

Can I hold you

Can I hold you close?

Ela o olha de canto de olho, sorrindo envergonhada pela proximidade. Ele sente os pelos do corpo arrepiados com o sorriso dela, e tenta aproximar o rosto, quando ela se solta dele, correndo até a ponta do palco.

[Quinn]

Do you hear that love?

They're playing our song.

Do you think we're ready yet?

Love I'm really feeling it.

Do you hear that love?

Do you hear that love?

Ela começa a descer as escadas do palco, e ele a imita pelo lado contrário. Eles vão correndo, cada um por um corredor do auditório, até se cruzarem no meio das cadeiras.

[Quick]

Lovers dance when they're feeling in love.

Spotlight shinning, it's all about us.

It's all about us

It's all, all, all, all.

Every heart in the room will melt,

This is a feeling I've never felt, but

It's all, all about us.

Ele a pega no colo, a erguendo do chão, enquanto ela ri, perdendo uma frase da música. Ele a segura em frente a si, acariciando o rosto dela. Ela se afasta, mas o puxando pela mão, em direção ao palco.

[Quick]

Cause lovers dance when they're feeling in love.

Spotlight shinning, it's all about us.

It's oh, oh, oh, oh, all about uh, uh, uh, uh, us.

(hey-ey hey)

And every heart in the room will melt,

This is a feeling I've never felt but,

It's oh, oh, all,

It's all about us

Lá em cima, eles novamente começam a dançar lentamente, com os corpos colados. O foco de luz está sobre eles, que parecem alheios a tudo, enquanto finalizam a música.

Quando percebe que a música acabou, Quinn se afasta envergonhada. Puck a observa um pouco, antes de aplaudir.

_ Pensando em repensar os clubes do qual faz parte? – perguntou ele, se apoiando no piano – É Quinn, não é?

_ Não para a primeira pergunta, e sim para a segunda. – ela respondeu, colocando as mãos para trás e se balançando no lugar, parecendo tímida – Eu apenas gosto de cantar às vezes, me deixa feliz.

_ Gostei da escolha da música. Posso perguntar quem é o sortudo? – ela riu dele, dando de ombros.

_ E o que faz você pensar que há um sortudo Puckerman? – ela arqueou a sobrancelha desafiadora e ele deu de ombros também.

_ Garotas não cantam músicas assim se não estiverem apaixonadas. – ele disse com propriedade e ela negou com a cabeça.

_ Eu não acredito no amor.

_ Ótimo, mais uma coisa que temos em comum. – ele se aproximou galanteador, mas ela se devencilhou, caminhando até o piano e pegando suas coisas.

_ Desista Puckerman... Já conheço sua fama e não vou cair na sua lábia. – ela começa a caminhar para a cochia – Mas foi um bom parceiro de dança. Talvez te chame para dançar um dia.

_ Se eu puder te pagar um jantar antes. – eles sorriam um para o outro.

_ Pensarei no caso. – prometeu ela, caminhando e falando por cima do ombro – A propósito, muito prazer em conhecê-lo.

_ Ah Fabray, o prazer é todo meu...